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resenha critica produção de conhecimento cientifico a particularidade do serviço social

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
Curso de Serviço Social
Disciplina: Produção de Conhecimento em Serviço Social e a Sistematização da Prática
Profª. Dra. Rosane A. de Sousa Martins
Discente: Karine Alice Machado Florêncio Côrte
 
resenha crítica: produção de conhecimento científico a particularidade do serviço social
Uberaba
2018
Descrição da Obra: “Produção de conhecimento científico: a particularidade do serviço social brasileiro”, autoras Mônica Barros da Nobrega e Cleomar Campos da Fonseca.
Apresentação Histórica: A obra foi elaborada no curso de Doutorado em Serviço Social na Universidade Federal de Pernambuco. Publicada na Revista SER Social, volume 12, número 27, jul/dez de 2010.
Estrutura Narrativa: Estudo estruturado em duas partes - discussão sobre a produção do conhecimento científico e suas determinações e discussão sobre a produção de conhecimentos no Serviço Social brasileiro e a sua relação com o projeto ético-politico da profissão. 
Análise da Obra: A obra busca realizar uma análise acerca da produção de conhecimento no Serviço Social brasileiro e a sua ligação com o projeto ético-político da profissão. A importância do assunto relaciona-se ao fato de que a produção de conhecimento cientifícos apresenta uma associação essencial com o desenvolvimento da sociedade, em especial no que tange ao âmbito do trabalho, sendo muito difícil romper o dialogo da pesquisa com a realidade. Desta forma as autoras buscam esclarecer as particularidades do capitalismo e a viabilidade de se produzir conhecimento que não refaça o que foi criado.
De acordo com as autoras no século XIX se materializou a integração entre real do trabalho ao capital e a relação mútua entre a ciência e a produção. Desta forma, a ciência passa a ser condicionada aos interesses das classes dominantes, antagonicamente a isto ocorrem produções de conhecimentos que não se submetem a produção e à classe detentora. Sendo assim a afirmação presente no artigo reflete uma realidade cujo conhecimento produzido no Serviço Social, desde a década de 1970 denota orientações e padrões de uma profissão que demanda atender a interesses contrastantes. 
No século XIX as concepções burguesas se consolidaram na ciência, reforçando a evolução do conhecimento com base nos interesses da produção, delimitando o saber e sendo considerado neutro, uma vez que não participa de toda a dinamica contextualizada da realidade dos indivíduos. Desta forma, é possível observar o que já foi formulado acerca do movimento paradoxal do próprio capital. Sendo necessário de acordo com o artigo a ruptura entre ciência e tecnologia, para que seja possível produzir conhecimento que atenda aos objetivos humanos.
Nesse ambiente é possível se observar o desenvolvimento de conhecimentos, como já mencionado que não se submetam ao capital, a exemplo as obras de Marx, cuja elaboração manteve se fundamentada em uma perspectiva teórico-metodológica, em busca do entendimento da sociedade em sua concretude real, esse conhecimento é propulsor de transformações. Por essa razão as autoras concordam com Andery et al. (2006) que a partir de Marx apresenta-se uma nova forma de se produzir conhecimento científico, fundamentado na teoria social que readquire a totalidade social.
As autoras consideram que a ciência como neutra, sofre influencia da classe dominante que buscam por meio de conhecimentos produzidos fundamentar e justificar a realidade social do capitalismo, utilizando-se da ruptura das Ciências Sociais e Humanas para impedir o conhecimento da realidade social por parte da classe trabalhadora. No século XXI existe uma tríade composta por capitalismo, Estado e ciência, que proporciona uma espécie de evolução e progresso, onde a ciência passa a coadjuvar na ampliação das forças e modalidades de destruição. 
Na segunda etapa do artigo, as autoras citam Iamamoto (2007) quando contextualizam que o Serviço Social, como profissão presente na divisão –sócio-técnica do trabalho, a principio não constitui-se como produtora de conhecimentos. No entanto, em função de sua fundamentação abre-se a perspectiva de se produzir conhecimento a ser utilizado como instrumento que desvele a realidade e contribua com o desenvolvimento de alternativas par o enfrentamento da questão social. 
A partir dos anos 1970, durante o período da ditadura militar no Brasil, que o Serviço Social empenha-se a dialogar e apreender um debate intelectual no campo das Ciências Sociais do país e do exterior. Nos anos de 1980 o Serviço Social percorre um decurso de reconceituação, e por meio deste resulta na construção da identidade social latino-americana do Serviço Social fortalecida. A partir desse momento é possível considerar segundo as autoras a inauguração de consquistas teórico-metodológicas, que buscam elucidar as questões sociais existentes. Processo marcado por um direcionamento do pensamento Marxista, que visa compreender a totalidade social. A partir da década de 1990 esse projeto ramifica-se em três dimensões: teórica, jurídico-política e político-organizativa. Esse modelo de projeto determina uma conceituaçao do Serviço Social declarada oposição às classes dominantes, incorporadas pelas forças do capital financeiro. O que representa um grande avanço para a produção científica do Serviço Social brasileiro, estabelecido como produtor de conhecimento, que de longe representa o saber neutro de outrora.
O texto exclarece que o conhecimento produzido pelo Serviço Social apresenta características contra-hegemônicas, orientadas pelas discrepâncias e desigualdades. Realiza a produção de um conhecimento-movimento. No entanto, em razão das mudanças ocorridas na atualidade existe uma perspectiva de privação de produção hegemonia e viabilização do projeto ético-político profissional. Por meio da apresentação de ideias de pesquisadores diversos as autoras expõem a conjuntura atual prejudicada pela admissão dos interesses neoliberais de entidades e organizações que inviabilizam a hegemonia dos requisitos teóricos, práticos e institucionais para o exercício da profissão, o que insere a problemática da formação. Sendo a desregulamentação e flexibilização da educação superior grandes responsáveis dessa condição.
De acordo com o apresentado no artigo, a produção de conheciemento tem demonstrado padrões e vertentes que especificam questoes históricas, condensam a trajetória da profissão no seu processo interventivo e investigativo. Padrões que buscam o dialogo com o movimento da sociedade, vertentes que revelam o pragmatismo, baseada cientificamente na tendencia europeu-americana, impondo dificuldades para a produção do conhecimento baseada na contribuição teórico marxista.
Atualmente é possível verificar de acordo com o texto, um crescente distanciamento da visão assistencialista e da ideia vinculada a tutela profissonal, o que demonstra um fortalecimento na orientação da coletividade social. Porém, ainda se secciona por meio das necessidades os sujeitos sociais, restringindo a visibilidade de demandas coletivas. 
A argumentação final do texto analisado é de que encontra-se implicito o estudo sobre a consolidação ou crise de hegemonia do projeto ético-político da profissão em um contexto relevante na produção de conhecimentos no Serviço Social e o referido projeto. Contudo as limitações impostas pela classe dominante , a produção de conhecimento no Serviço Social brasileiro representa um precioso instrumento na luta das expressões relativas a classe trabalhadora e para as questões sociais. Sendo este caminho um elemento essencial para o progresso da inserção profissional de maneira estrutural para o movimento da história.

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