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CASOS CONCRETOS EMPRESARIAL 2

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CASOS CONCRETOS – EMPRESARIAL 2 
CASO 1 - Fernando emitiu um título de crédito em favor de Renata, o qual circulou através de diversos endossos até o atual portador. Após o prazo de vencimento, o portador decidiu executar um dos endossantes, tendo em vista que o título não foi pago pelo devedor original. Todavia, ao ser executado, o endossante alegou em sua defesa que não poderia ser executado, haja vista que recebeu o título de um menor, o qual não teria capacidade civil, e o que tornaria nula a cadeia de endossos. Diante dessa situação hipotética, pergunta-se: a) Tem fundamento a defesa apresentada pelo endossante? b) Qual o princípio que pode ser aplicado no caso em tela?
RESPOSTA:
Na disciplina título de crédito cambial existirá sempre uma interdependência, e inclusive com relação aos garantidores que são os endossantes e os avalistas, portanto não há que se falar em nulidade, pois o endossante assumiu como garantidor do título. 
Princípio fundamental é o da autonomia, combinado com a inoponibilidade
CASO 2 - Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título. b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor. 
RESPOSTA: 
Todos os endossantes serão os coobrigados e garantidores do valor a ser pago. Desta forma se o devedor não pagar, o credor poderá ajuizar ação os endossantes.
Se é por tradição é um endosso em branco; Neste caso trata-se de endosso em branco, caracterizado pela tradição como se fosse título ao portador. 
Vitor que é o último poderá cobrar do devedor, como Vitor transmitiu para miro o Título em preto, Vitor determinou a quem está endossando e consequentemente é o endossatário. Atual credor, sendo assim, este deverá cobrar do devedor. 
CASO 3 - Pedro emite nota promissória para o beneficiário João, com o aval de Bianca. Antes do vencimento, João endossa a respectiva nota promissória para Caio. Na data de vencimento, Caio cobra o título de Pedro, mas esse não realiza o pagamento, sob a alegação de que sua assinatura foi falsificada. Após realizar o protesto da nota promissória, Caio procura um advogado com as seguintes indagações: A) Tendo em vista que a obrigação de Pedro é nula, o aval dado por Bianca é válido? B) Contra qual(is) devedor(es) cambiário(s) Caio poderia cobrar sua nota promissória? Responda, justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e indicando os dispositivos legais pertinentes.
RESPOSTA: 
Lembremos que o avalista é garantidor é codevedor do título. Ele equivale ao devedor e independem do devedor. Portanto, não há que se falar em nulidade do título. Porque o avalista terá que pagar de qualquer maneira. Pedro é o devedor principal que é denominado subscritor ou emitente, é o João o credor. Com relação ao endosso. O Da nota não pode arguir em sessões pessoais. Conforme o princípio da inoponibilidade. Arguiu falsidade no título. 
O devedor principal poderá ajuizar a ação contra todos os coobrigados e podemos citar o devedor principal, os endossantes, e o avalista. 
CASO 4 -Uma letra de câmbio foi sacada por Celso Ramos com cláusula “sem despesas” e vencimento no dia 11.09.2013. O tomador, Antônio Olinto, transferiu a cambial por endosso para Pedro Afonso no dia 03.09.2013. O título recebeu três avais, todos antes do vencimento, sendo dois em branco e superpostos, e um aval em preto em favor de Antônio Olinto. A letra de câmbio foi aceita e o endossatário apresentou o título para pagamento ao aceitante no dia 12.09.2013. Diante da recusa, o portador, no mesmo dia, apresentou o título a protesto por falta de pagamento, que foi lavrado no dia 18.09.2013. Com base nas informações contidas no texto e na legislação cambial, responda aos seguintes itens. A) Quem é o avalizado nos avais em branco prestados na letra de câmbio? São avais simultâneos ou sucessivos? Justifique. B) Nas condições descritas no enunciado, indique e justifique quem poderá ser demandado em eventual ação cambial proposta pelo endossatário?
RESPOSTA:
O avalizado devedores nos avais em branco é Celson Ramos, conforme a súmula 189 do STF, cada avalista é responsável por sua cota parte, porque os avalistas são solidários. Lembremos que o aceitante é o devedor principal de uma letra de cambio e o endossatário é o atual credor. 
O endossatário é o atual credor e poderá ajuizar ação contra o devedor principal, conforme o art.56 do decreto 5763/66
CASO 5 - Maria e Bernardo são casados e possuem conta corrente no Banco Brasileiro S.A. Para efetuar o pagamento de um tratamento dentário da esposa, Bernardo emite um cheque no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do dentista Alberto. Sendo assim, o dentista depositou o cheque e foi surpreendido pela devolução do cheque por falta de fundos. Tendo em vista que não conseguiu o pagamento do cheque, Alberto promoveu execução em face de Maria, tendo em vista que foi a usuária do tratamento dentário. Analisando caso concreto, responda as seguintes questões: a) Tendo em vista que a conta corrente é conjunta, será procedente a execução em face de Maria? b) Quais os requisitos legais que devem conter num cheque?
RESPOSTA:
Ai nda q ue a conta sej a e m co nju nto é impo ss ível a cobrança em face de Mari a haj a vista que o 
pri ncípio d a li te rali dade , poi s o che q ue f oi emi ti do por Be rnardo
Ainda que a conta seja em conjunto é impossível a cobrança em face de Maria haja vista que que o princípio da literalidade , pois o cheque que foi emitido por Bernardo.
Nos termos do art. 1º da lei 7357/85 são: a denominação ‘’cheque’’ no título, a ordem incondicional de pagar quantia determinada, o nome do banco ou a instituição que deve pagar (o sacado), indicação de lugar de pagamento. A indicação da data e lugar de pagamento e assinatura do emitente (sacador)
CASO 6 - A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida.
RESPOSTA: Conforme a lei 5474/68 – a disposição será sempre física, tendo em vista o princípio da cartularidade, sempre original. Conforme os arts. 1º e 2º da lei das duplicatas verificamos que a fatura é um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços e desses contratos deverá ser expedido uma duplicata, deverá ser um documento físico. 
CASO 7 - A Representações de Papéis Ltda, com sede nesta cidade, é notificada por B Celulose S/A, dando conta da extinção do contrato firmado entre as partes, em maio de 2017, que vigorava por prazo indeterminado. Na oportunidade, foi esclarecido que a partir do recebimento da referida notificação, novos negócios em nome da notificante, não poderiam ser realizados, pois esta passaria a operar diretamente com os clientes os respectivos pedidos. Inconformada, A propõe ação em face de B, onde sustenta que fez grandes investimentos no interesse desta última, não deu causa à extinção do contrato, cujos negócios dele oriundos representavam 80% do seu faturamento, não tendo sido observado o prazo legal para que a notificação pudesse surtir o efeito pretendido. Além disso, a cessação abrupta da atividade desenvolvida acarretara danos materiais e morais que pretendia ver indenizados. Esclareça qual a disciplina legal a ser adotada, bem como explique as peculiaridades do contrato e o alegado direito à indenização.
RESPOSTA: O contrato estabelecido neste caso concreto é de parceria entreas empresas e a cláusula existe é nula de pleno Direito, sendo assim, as empresas não são obrigadas a deixar de realizar negócios. 
CASO 8 - Direito Empresarial Banco Colares S/A, com fundamento no inadimplemento de contrato de alienação fiduciária em garantia celebrado nos term os do artigo 66-B, da Lei nº 4.728/65, requereu a busca e apreensão do bem, com pedido de liminar. Previamente ao pedido, o fiduciário comprovou o não pagamento por Augusto Corrêa, fiduciante, das quatro últimas parcelas do financiamento. O pedido foi deferido e a liminar executada. O fiduciante não apresentou resposta no prazo legal, porém, dois dias após executada a liminar, pagou a integralidade da dívida pendente, em conformidade com os valores apresentados pelo fiduciário na inicial. Diante do pagamento comprovado nos autos, o Juiz determinou a entrega do bem livre de ônus, mas este já havia sido alienado pelo fiduciário durante o prazo legal para o pagamento da dívida. O fiduciário justificou sua conduta pela ausência de resposta do fiduciante ao pedido de busca e apreensão. a) Poderá ser aplicada alguma penalidade ao fiduciário pela alienação do bem, ou este agiu em exercício regular do direito? Justifique b) Comprovado pelo fiduciante que a alienac¸a~o do bem lhe causou danos emergentes e lucros cessantes, que medida podera´ propor seu advogado em face do fiducia´rio? 
RESPOSTA: 
Conforme a lei 4726/65, que a lei da alienação fiduciária existe um contrato entre as partes e o fiduciante deixou de responder no prazo legal, porém ele pagou a integralidade da dívida pendente, desta forma não há que se falar de outros pagamentos. 
Seu advogado poderá pleitear em juízo ação de indenização. 
CASO 9 - Na recuperação judicial de Têxtil Sonora S/A, o Banco Japurá S/A, titular de 58% dos créditos com garantia real, indicou ao juiz os representantes e suplentes de sua classe no Comitê de Credores. Xinguara Participações S/A, credora da mesma classe, impugnou a referida indicação, alegando descumprimento do Art. 35, inciso I, alínea b, da Lei nº 11.101/2005, porque a assembleia-geral de credores tem por atribuições deliberar sobre a constituição do Comitê de Credores, assim como escolher seus membros e sua substituição, não tendo havido deliberação nesse sentido. Ademais, aduz a impugnante que não houve manifestação do Comitê de Credores, já constituído apenas com representantes dos credores trabalhistas e quirografários, sobre a proposta do devedor de alienação de unidade produtiva isolada não prevista no plano de recuperação. Ouvido o administrador judicial, este não se manifestou sobre a primeira impugnação e, em relação à segunda, opinou pela sua improcedência em razão de não constar do rol de atribuições legais do Comitê manifestar-se sobre a proposta do devedor. Com base na hipótese apresentada, responda aos itens a seguir. a) Deveria ter sido convocada assembleia de credores para eleição dos representantes da classe dos credores com garantia real, como sustenta a credora Xinguara Participações S/A? b) Deve ser acatada a opinião do administrador judicial sobre a dis pensa de oitiva do Comitê de Credores por falta de previsão legal?
RESPOSTA: 
Neste caso, é importante averiguar que houve um requerimento subscrito por credores que representam a maioria dos créditos de uma determinada classe. Isto deverá ser determinador pelo juiz, com fundamento no art. 26 parágrafo 2º, I da lei 11.101/05, é importante que exista representante da classe de credores com garantia real. 
Não. Conforme o art. 27, I ‘’f’’ da mesma lei, tendo em vista que o comitê dos credores terá a atribuição, na recuperação judicial de se manifestar sobre quaisquer aspectos. 
CASO 10 – Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro (“DJE-RJ”) a decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, dentre outras providências, nomeou o economista João como administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o quadro-geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Diante da situação narrada no enunciado da questão, qual seria a medida processual cabível e o respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de credores da referida recuperação judicial?
RESPOSTA: No caso em tela, este credor poderá se habilitar com o requerimento de habilitação de crédito retardatário, conforme o art. 10 da lei. Todavia os interessados poderão também impugnar este ato sob o fundamento de que esta habilitação deveria ser determinada em processo apensado e teria que pagar custas judiciais, e não ingressar diretamente nos autos principais. 
CASO 11 - Uma empresa propôs aos seus credores recuperação extrajudicial em 15 de janeiro de 2014, solicitando a homologação judicial 2 (dois) meses depois, com a assinatura de 2/3 (dois terços) das dívidas com credores trabalhistas e 3/5 (três quintos) das dívidas com credores quirografários. Esse pedido foi acompanhado do respectivo plano de recuperação, nos mesmos moldes do que havia sido concedido em dezembro de 2012 pelo mesmo Juízo. O procedimento adotado p ela empresa teve como principal finalidade afastar qualquer possibilidade de pedido de falência, bem como priorizar o recebimento dos créditos que estavam vencidos em detrimento dos vincendos, caso afalência fosse decretada. Considerando esses dados, emita sua opinião legal, de maneira fundamentada, com base no pedido formulado pela empresa, à luz do ordenamento jurídico em vigor
RESPOSTA: No caso em tela, a recuperação extrajudicial foi realizada de acordo com os requisitos legais, partindo do pressuposto que o plano de recuperação anterior foi cumprido em prazo legal, é possível posteriormente realizar novo pedido de recuperação. Neste caso, houve assinatura de 3/5 dos credores, sendo assim, todos deverão cumprir. 
CASO 12 - Determinada empresa ingressa com pedido de recuperação judicial perante uma das Varas Empresarias do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tendo o juiz deferido seu processamento. a) Discorra sobre a possibilidade, ou não, da prorrogação do prazo de 180 dias previsto no art. 6º, parágrafo 4º da Lei nº 11.101/2005. b) Responda, de forma fundamentada, se o crédito decorrente de adiantamento de contrato de câmbio se sujeita à recuperação judicial.
RESPOSTA:
Conforme interpretação do parágrafo 4º do art. 6º da lei, o prazo é de 180 dias, é improrrogável, contudo a doutrina especializada e o STJ, entende quanto a possibilidade de prorrogação de tal prazo, principalmente se o atraso não ocorrer por culta do devedor – enunciado 42 do CJF
Não, conforme art. 49 parágrafo 4º combinado com o art. 89, II da mesma lei. 
CASO 13 - José, empresário individual que teve sua falência decretada em 20.10.2011, vendeu um sítio de sua propriedade para Antônio, em agosto de 2011. Antônio prenotou a escritura de compra e venda do sítio em 18.10.2011, mas o registro da transferência imobiliária só foi efetuado em 05.11.2011, 15 (quinze) dias após a decretação da falência. Isto posto, responda aos itensa seguir. A) É válida e eficaz a compra e venda acima referida? B) A referida compra e venda poderia eventualmente vir a ser revogada?
RESPOSTA:
Será deferida, considerando que esta compra e venda é válida, uma vez que o registro foi realizado anteriormente à decretação da falência. 
É possível eventualmente esta compra e venda poderia ser revogada, caso se trata de ato com intuito de prejudicar aos credores mediantes prova de cambio fraudulento.
CASO 14 - João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato de locação de imóvel comercial, localizado na Galeria Madureira, para a instalação do estabelecimento comercial da sociedade. Atingida por forte crise setorial, a sociedade acumulou dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a decretação da falência, como ficaria a situação do contrato de locação comercial celebrado pelo locatário?
RESPOSTA: Neste caso, conforme art. 119, VII, deverá continuar, porém conforme a lei, o administrador judicial poderá notificar o locatário para desocupar o imóvel, oferecendo-lhe um prazo para tal. 
CASO 15 - A assembleia geral de credores da sociedade falida “Concessionária de Veículos Pereira Ltda.” aprovou, com o voto favorável de credores que representam 3/4 (três quartos) dos créditos presentes à assembleia, a constituição de sociedade formada pelos empregados do próprio devedor. Sobre esta modalidade de realização do ativo, determinado credor que votou contrariamente, questiona sobre a legalidade desse procedimento. Responda ao questionamento do credor, fundamentando sua resposta.
RESPOSTA: No caso em tela, vale lembrar que a assembleia é primordial e amparada pela lei falimentar. Sendo que os empregados resolveram tomar frente da sociedade falida, estes terão o direito de utilizar créditos derivados da legislação do trabalho para aquisição ou arrendamento da empresa.

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