Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Wedla Matos UROGINECOLOGIA FISIOLOGIA DA MICÇÃO NERVO PUDENDO ASSOALHO PÉLVICO SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO Esfíncter estriado uretral Esfíncter anal externo Sistema Nervoso Simpático (T10/T12-L2) Fase de enchimento SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Sistema Nervoso Parassimpático (S2-S4) Fase de esvaziamento vesical SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO CICLO DA MICÇÃO M. detrusor relaxado: reservatório M. detrusor contraído: bomba Rins → Ureteres→ Bexiga ↓ Armazenamento de Urina ↓ Início da micção ↓ Esvaziamento da Bexiga ↓ Sensação de esvaziamento 2 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS EM UROGINECOLOGIA CONCEITOS - ARMAZENAMENTO • Frequência urinária aumentada: - Queixa de micções muito frequentes durante o dia, equivalente à polaciúria • Noctúria - Quando precisa acordar mais de uma vez na noite para urinar • Urgência - Vontade súbita e incontrolável de urinar • Incontinência Urinária (IU) - Perda involuntária de urina CONCEITOS - ARMAZENAMENTO • Incontinência Urinária de Esforço (IUE) - Perda involuntária de urina associada ao esforço • Incontinência Urinária de Urgência (IUU) - Perda involuntária de urina precedida pela sensação de urgência Incontinência Urinária Mista (IUM) - Perda involuntária de urina associada ao esforço e com a sensação de urgência Enurese - Perda involuntária da urina – na infância CONCEITOS - ARMAZENAMENTO Enurese Noturna - Perda de urina durante o sono Incontinência Urinária Contínua - Perda contínua de urina Sensação Vesical - Maneira como se percebe ou não o enchimento vesical. Dividida em cinco categorias (normal, aumentada, reduzida, ausente e inespecífica) CONCEITOS - ARMAZENAMENTO • Sensação Vesical Normal - Percepção do enchimento vesical aumenta a medida que o desejo miccional aumenta • Sensação Vesical Aumentada - Desejo precoce e persistente de urinar • Sensação Vesical Reduzida - Capacidade de perceber o enchimento vesical, mas não sente desejo de urinar 3 CONCEITOS - ARMAZENAMENTO • Sensação Vesical Ausente - Não é percebido o enchimento, nem sente desejo miccional • Sensação Vesical Inespecífica - Não é referido sensação vesical específica, mas pode ser relatado plenitude abdominal, sintomas vegetativos ou espasticidade CONCEITO – SINTOMAS MICCIONAIS • Jato Urinário Fraco - É o mesmo que fluxo reduzido, quando comparado com performances prévias. Pode ser referido, também, jato em spray • Jato Urinário Intermitente - Quando o fluxo urinário é interrompido e reiniciado após um intervalo, involuntariamente, uma ou mais vezes durante a micção CONCEITO – SINTOMAS MICCIONAIS • Hesitância - Dificuldade para iniciar a micção, resultando em retardo no início do fluxo • Esforço miccional - Esforço abdominal utilizado para iniciar, manter ou melhorar o jato urinário • Gotejamento terminal - Duração prolongada da fase final da micção, com fluxo lento, em gotas CONCEITO – SINTOMAS PÓS-MICCIONAIS • Sensação de Esvaziamento Incompleto - Sensação de persistência de urina na bexiga após a micção • Gotejamento Pós-Miccional - Perda involuntária de urina, geralmente em gotas, imediatamente após a micção CONTINÊNCIA Capacidade normal de uma pessoa para acumular urina e fezes, com controle consciente sobre o tempo e o lugar para urinar ou defecar - Fechamento da uretra: esfíncter interno, esfíncter externo, coaptação da mucosa (dependente de estrogênio) - Sustentação bexiga e junção U-V: fáscia pubocervical e m. elevador do ânus P uretral > P vesical MECANISMOS DE CONTINÊNCIA URINÁRIA • 4 fatores anatômicos/funcionais influem na continência normal 1. Continuidade de superfície entre bexiga e uretra 2. Pressão intra-uretral > pressão intravesical 3. Integridade do músculo detrusor 4. Inervação da musculatura lisa da uretra e do músculo esquelético do esfíncter externo preservada 4 MECANISMOS DE CONTINÊNCIA URINÁRIA • Fisiologia - Controle: SNC – centro micção ponte e medula - Enchimento = simpático - Esvaziamento = parassimpático - Terminações estimuladas enchimento α-adrenérgicas – pressão esfíncter = continência β-adrenérgicas – relaxamento detrusor MECANISMOS DE CONTINÊNCIA URINÁRIA • Fisiologia - Distensão vesical – estímulo ao centro micção – relaxamento esfíncter + contração detrusor = esvaziamento - IUE = alteração anatômica - IUU = alteração fisiologia - IUM = anatômica + fisiologia INCONTINÊNCIA URINÁRIA Segundo a Sociedade Internacional de Continência (SIC), Incontinência Urinária é a perda involuntária de urina, determinando desconforto social ou higiênico, podendo ser demonstrável de modo objetivo EPIDEMIOLOGIA • Mais frequente na 3ª idade e mulheres • 57% mulheres entre 45 – 64 anos • 45% população feminina algum tipo IU - 50% IU Esforço - 20% IU Urgência - 30% IU Mista FATORES PREDISPONENTES Parto vaginal: trauma muscular e nervoso Deficiência estrogênica – Menopausa – Histerectomia Idade Tabagismo/DPOC: tosse crônica, nicotina, alteração na síntese e qualidade do colágeno Obesidade – aumento da pressão abdominal FATORES PREDISPONENTES Raça branca Atividade física (intensa) História familiar Álcool Cafeína 5 FATORES PREDISPONENTES Diabetes Constipação Uso de alguns medicamentos Paridade Peso RN/paridade < fato de gestar em si CAUSAS IU NA MULHER • Anomalias congênitas ou adquiridas do trato urinário - Ureter ectópico - Fístulas – uretrovaginal, vesicovaginal, ureterovaginal • Disfunções neurológicasda bexiga - Hiper-reflexia (espástica) – micção automática não inibida - Hiporreflexia (flácida) – capacidade volumétrica aumentada (>800 ml) com esvaziamento incompleto - Combinada - ambas CAUSAS IU NA MULHER • Disfunção uretrovesical ou disfunção urinária ginecológica - Incontinência de urgência – associada ao afunilamento do colo vesical, infecção, irritação e distúrbios psicossomáticos - Instabilidade do detrusor - associada ao afunilamento do colo vesical, uso de fármacos e distúrbios psicossomáticos - Incontinência de esforço – prolapso uretrovesical - Combinada – esforço + urgência/instabilidade do detrusor IUE – Incontinência Urinária de Esforço • Perda involuntária de urina pela uretra em situações de aumento da P abdominal e na ausência de atividade contrátil do detrusor Etiopatogenia - Hipermobilidade do colo vesical e uretra proximal - Insuficiência esfincteriana uretral: fibrose por correção de IU, trauma, radiação, deficiência estrogênica 6 DEFICIÊNCIA ESTROGÊNICA INCONTINÊNCIA URINÁRIA URGÊNCIA É a perda urinária causada por contrações não inibidas do músculo detrusor Está presente em 2% da população comI.U. • Urgência (IUU) • Frequência • Noctúria IUM – Incontinência Urinária Mista IUE + IUU = IUM BEXIGA HIPERATIVA Hiperatividade do detrusor ou Instabilidade vesical Síndrome que constitui-se por urgência, frequência e noctúria com ou sem incontinência urinária na ausência de infecção do trato urinário ou outra patologia Diagnóstico é essencialmente clínico - afastar infecção urinária, condições metabólicas ou outras doenças que podem disfarçar o quadro clínico de bexiga hiperativa 7 BEXIGA HIPERATIVA Fatores de risco: idade, brancos, diabéticos, obesos, queda hormonal (baixo estrogênio), doenças neurológicas Sintomas: urgência miccional, IUU, aumento da frequência urinária, noctúria Tipos: - Terminal – contração única do detrusor. Ex: idoso, TRM - Neurogênica – doença neurológica - Idiopática – sem evidências neurológicas DIAGNÓSTICO IU • História clínica - IUE – tosse, espirro, risada, exercício - IUU – urgência miccional - Fístulas, ureterectópico – perda constante - Duração, idade início, freqüência, volume, enurese noturna infância (hiper-reflexia futura) DIAGNÓSTICO IU • História clínica - ITU – IU, disúria, noctúria, hematúria - Investigar: ITU recorrente, litíase - Cirurgia pélvica prévia – fístulas - História obstétrica, infecções genitais, menopausa, prolapso, uso TRH, dispareunia, uso fármacos, DM, Parkinson, Demência DIAGNÓSTICO IU • Exame físico - Inspeção perineal - exame especular: trofismo, prolapso, cisto e retocele - Urina na vagina – fístula - Massa pélvica - Seqüela cirurgias prévias - Valsalva DIAGNÓSTICO IU • Exames complementares - Urocultura - Uretrocistoscopia quando: Hematúria; urgência e freqüência persistentes; IU contínua; suspeita divertículo uretral; suspeita lesão uretra, bexiga ou ureter; diminuição capacidade vesical à cistometria DIAGNÓSTICO • Exames complementares - Estudo urodinâmico quando: Urgência miccional; perda contínua de urina; noctúria; enurese; recorrência pós tto cirúrgico Urofluxometria = esvaziamento Perfil pressórico uretral = esfíncter Cistometria = detrusor (principal) Ponto de vazamento = esfíncter – perda < 60 cm H20 8 DIAGNÓSTICO IU - Valores normais pressão intravesical: Decúbito = 15 – 20 cm de H2O Em pé = 20 – 30 cm de H2O 1º desejo miccional = 150 – 200 ml Capacidade máxima = 250 – 700 ml Urina residual = < 30 ml Contrações não-inibidas = ausentes Fluxo urinário = > 15 ml/s em 200 ml de volume DIAGNÓSTICO IU Exames complementares - US – avaliação da mobilidade da junção uretrovesical - Diário miccional – subjetivo, útil - Prova do absorvente (1g – IU ambulatório; 5,5-8g em 24hs – normal domicílio) - Teste do cotonete (<30° hipermobilidade – pouca utilidade prática) DIAGNÓSTICO IU Exames complementares - Teste de Bonney (em desuso – dedo indicador e médio pode comprimir a uretra) - Eletromiografia– videouretrocistografia - Avaliação funcional do Assoalho Pélvico Contração ao redor do dedo do examinador Biofeedback AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Músculo bulbo esponjoso: m. superficial do AP que fica bem na entrada da vagina. - Posicionado a 2ª falange do 2º e 3º dedos nesse local, abduz os dedos e solicita a contração. Os dedos serão aduzidos quando houver contração correta. - Isoladamente: posicionado o 2º e 3º dedos JUNTOS na vagina à direita ou esquerdo da paciente onde o m. está localizado e solicita a contração. Os dedos serão empurrados com o fechamento da entrada da vagina quando houver a contração correta AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Elevadores do ânus: mm. tem a forma de "U" bem profundo no AP - Introduzido até a 3ª falange dentro da vagina, posiciona o 2º e 3º dedos em gancho até tocar com a ponta dos dedos no músculo e solicita a contração. Os dedos serão elevados quando houver contração correta. - Isoladamente: mesmo posicionamento, direcionando os dois dedos juntos para o lado que deseja avaliar Palpação dos músculos através da vagina 9 TRATAMENTO • Conservador - TRH - Exercícios Kegel - Cones vaginais - Eletroestimulação transvaginal - Diminuição peso - Tratar DPOC - Fármacos: colinérgicos, anti-colinérgicos, estimulantes e bloqueadoresα-adrenérgicos, estimulantes β-adrenérgicos • Cirúrgico ASSOALHO PÉLVICO Fibras tipo I – 70% - Vermelhas, resistentes à fadiga Fibras tipo II – 30% - Brancas, fadigáveis Recrutamento das unidades motoras - Contração voluntária: tipo I tipo II Períneo lesado (após fisioterapia) - Tipo I (35%) Tipo II(65%) ELETROESTIMULAÇÃO Alguns Protocolos Fibras lentas e fibras rápidas - Frequência de 50Hz, por 10min Fibras Lentas - Frequência de 10Hz, tempo total 10 a 15 min, tempo de repouso igual ao tempo de contração Fibras Rápidas - Frequência de 65Hz, tempo total 7 a 10 min, o tempo de repouso deverá ser duas ou três vezes o tempo de contração ELETROESTIMULAÇÃO Alguns Protocolos Bexiga Hiperativa - Frequência de 2Hz, por 20min Incontinência Urinária Mista - Inibição do detrusor e eletroestimulação de fibras rápidas e lentas Dor / Trigger point - Frequência de 100Hz, por 15 a 30min 10 INCONTINÊNCIA ANAL/FECAL Anal: Perda da capacidade de controlar voluntariamente a evacuação do conteúdo intestinal e dos gases Fecal: Queixa de perda involuntária de fezes (líquidas, sólidas ou pastosas) Fatores de risco: IU, obesidade, cirurgias prévias, idade, doença neurológica INCONTINÊNCIA ANAL/FECAL Etiologia: - Diminuição da distinção da natureza do conteúdo retal - Diminuição da distinção adequada do volume e consistência das fezes - Alteração da capacidade de armazenamento de fezes - Alteração dos MAP e dos esfíncteres - Alteração no controle neurológico e capacidade de locomoção - Alteração hormonal e emocional - Uso abusivo de laxantes, cirurgias, tumores, doenças inflamatórias, doenças neurológicas, envelhecimento CONSTIPAÇÃO Força para evacuar Fezes endurecidas Evacuação incompleta Sensação de obstrução distal Menos de 3 evacuações / semana (-) laxativos Menos de 2 evacuações / semana x 1 ano laxativos (+) CONSTIPAÇÃO Características - Múltiplos sintomas isolados ou associados - Pequeno volume fecal - Evacuações pouco frequentes - Dificuldade de passagem das fezes - Fezes muito duras - Evacuações incompletas CONSTIPAÇÃO Etiologia: - Hábitos inadequados - Agentes farmacológicos - Doenças intestinais intrínseca - Doença neurológica - Distúrbio psiquiátrico - Distúrbio endócrino/metabólico 11 CONSTIPAÇÃO Fatores de risco: - Dieta - Atividade física - Idade mais avançada - Sexo feminino - Diabetes - Baixo nível socioeconômico e educacional - Neuropatias - Hipotireoidismo - CA e megacólon CONSTIPAÇÃO CONSTIPAÇÃO CRÔNICA ESFORÇO DEFECATÓRIO ESTIRAMENTO DO NERVO PUDENDO INCONTINÊNCIA FECAL CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL Classificação - Constipação com tempo de trânsito lento; assoalho pélvico normal INÉRCIA COLÔNICA - Disfunção do assoalho pélvico; T.T. normal OBSTRUÇÃO DISTAL - T.T. lento e disfunção do assoalho pélvico - Síndrome do cólon irritável: T.T. normal e sem disfunção do assoalho pélvico ESCALA DE BRISTOL Fezes endurecidas = trânsito lento Fezes brandas e ideal = trânsito regular Trânsito rápido
Compartilhar