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Câncer do Colo do Útero

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Definição 
 
O câncer do colo do útero é caracterizado pela 
replicação desordenada do epitélio de revestimento 
do órgão, comprometendo o tecido subjacente 
(estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos 
contíguos ou a distância. 
Anatomia do Útero: 
• Parte interna Endocérvice- epitélio colunar 
simples 
• No meio, zona de transformação, JEC 90% dos 
cânceres de colo de útero 
• Parte externa Ectocérvice epitélio escamoso e 
estratificado 
 
Zona de transformação: O epitélio colunar fica em 
contato com um ambiente vaginal ácido, hostil a essas 
células. Assim, células subcilíndricas, de reserva, 
bipotenciais, por meio de metaplasia, se transformam 
em células mais adaptadas (escamosas), dando 
origem a um novo epitélio, situado entre os epitélios 
originais, chamado de terceira mucosa ou zona de 
transformação. Nessa região pode ocorrer obstrução 
dos ductos excretores das glândulas endocervicais 
subjacentes, dando origem a estruturas císticas sem 
significado patológico, chamadas de Cistos de Naboth. 
 
JEC situa-se endocérvice: infância e pós-menopausa. 
JEC situa-se no nível do orifício externo ou para fora 
(ectopia ou eversão) - ectocérvice: menacme, fase 
reprodutiva da mulher. 
 
Prevenção do Câncer do Colo do Útero 
• Prevenção primária: vacinação HPV, combate ao 
tabagismo e preservativo 
• Prevenção secundária: citopatológico e tratamento 
precoce 
diagnóstico precoce Sem sinais da doença 
rastreamento Exame na população assintomática 
HPV: 
Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, que 
estão relacionados à origem de lesões benignas como 
verrugas e papilomas laríngeos (HPV não oncogênico 
ou de baixo risco); a lesões precursoras; e a vários 
tipos de câncer (HPV oncogênico ou de alto risco), 
como do colo do útero, e menos frequentemente ânus, 
vagina e pênis. 
Os tipos de HPV oncogênicos mais comuns 
identificados no câncer do colo do útero incluem 
HPV16 (53%), HPV18 (15%), HPV45 (9%), HPV31 (6%) 
e HPV33 (3%). 
Na maioria das mulheres, a resposta imunológica ajuda 
a eliminar a infecção por HPV de 12 a 24 meses. O 
risco de desenvolver o câncer do colo do útero é de 
cerca de 30% se as lesões precursoras não forem 
tratadas. 
As alterações nas células cervicais podem progredir 
para o câncer, mas essa evolução ocorre geralmente 
de forma lenta, podendo durar de 10 a 20 anos. 
Passando por um longo período como lesões 
precursoras (neoplasia intraepitelial cervical [NIC] II 
e III, também chamadas de lesão de alto grau), que 
são assintomáticas. Essas lesões, quando tratadas 
adequadamente, são curáveis na quase totalidade dos 
casos 
 
Vacina contra HPV (6, 11, 16 e 18) 
Imunocompetentes 
Meninas e meninos de 9 a 14 anos – 2 dosses de 0,6 
Imunodeprimidos 
Homens e mulheres 9-45 anos 3 doses – 0,2 e 6 
Manifestações clínicas do HPV 
• Lesões polimórficas; quando pontiagudas, 
denominam-se condiloma acuminado. 
• Podem ser únicas ou múltiplas, achatadas ou 
papulosas, mas sempre papilomatosas. 
• Superfície fosca, aveludada ou semelhante à da 
couve-flor. Apresentam-se da cor da pele, 
eritematosas ou hiperpigmentadas. 
• Em geral são assintomáticas, mas podem ser 
pruriginosas, dolorosas, friáveis ou sangrantes. As 
verrugas anogenitais resultam quase exclusivamente 
de tipos não oncogênicos de HPV. 
• No homem, as lesões ocorrem mais frequentemente 
no folheto interno do prepúcio, no sulco bálano-
prepucial ou na glande. Podem acometer, ainda, a pele 
do pênis e/ou do escroto. Na mulher, costumam ser 
observadas na vulva, vagina e/ou cérvice. Em ambos, 
podem ser encontradas nas regiões inguinais ou 
perianais. 
• As PVHIV apresentam maior frequência de 
neoplasias anogenitais e lesões intraepiteliais 
decorrentes da infecção pelo HPV 
Fatores de Risco 
• HPV; 
• Inicio de atividade sexual precoce; 
• Tabagismo; 
• Vários parceiros sexuais; 
• Uso prolongado de contraceptivos orais (mais 
de 5 anos); e 
• Imunossupressão. 
Citopatológico: 
População alvo: 25 -64 anos + atividade sexual. Feito 
anualmente. Após 2 negativos, a mulher pode fazer a 
cada 3 anos. 
Quando a mulher tem 64 anos + 2 exames negativos 
nos últimos 5 anos ela é dispensada de fazer. 
Caso tenha 64 anos e vai fazer pela primeira vez, é 
feito 2 exames no intervalo de 1-3 anos e depois ela 
é dispensada. 
Histerectomia total por causa que não seja o câncer: 
dispensada. 
Histerectomia realizada como tratamento de câncer 
de colo do útero ou lesão precursora: Lesão precursora 
–semestrais até 2 exames consecutivos normais; e 
Câncer invasor – controle por cinco anos (trimestral 
nos 2 anos e semestral nos 3 anos seguintes); se 
controle normal, citologia de rastreio anual. 
Gestante: eriodicidade da faixa etária. Colhe somente 
da ectocérvice Se vínculo frágil, faz completo. 
Imunossuprimida: Iniciado após início da atividade 
sexual. Intervalos semestrais no 1º ano, depois segue 
anual. Se CD4 < 200 – corrigir CD 4 e fazer o rastreio 
6/6 meses. 
Climatério e pós menopausa: Devem ser rastreadas de 
acordo com as orientações para as demais mulheres. 
Na eventualidade de o laudo do exame citopatológico 
mencionar dificuldade diagnóstica decorrente de 
atrofia, realizar estrogenização. 
Ressecamento vaginal ou colpite atrófica: Pode levar 
a resultados falso-positivos, devendo o exame na 
mulher menopáusica estar bem indicado para evitar 
ansiedade e intervenções desnecessárias. Tratamento: 
creme de estriol 0,1%, por 1 a 3 meses. Deve ser 
utilizado, de preferência à noite, durante 21 dias, com 
pausa De 7 dias, ou ainda 2x/semana (sempre nos 
mesmos dias). O creme dever ser suspenso 48 horas 
antes da coleta. 
recomendações prévias 
• Lubrificantes, espermicidas ou medicamentos 
vaginais - evitados por 48 horas antes da coleta. 
 • Exames intravaginais (USG)- evitados nas 48 horas 
anteriores à coleta. 
• Abstinência sexual prévia ao exame só é justificada 
quando são utilizados preservativos com lubrificante 
ou espermicidas. Na prática a presença de 
espermatozoides não compromete a avaliação 
microscópica. 
• O exame não deve ser feito no período menstrual, 
pois a presença de sangue pode prejudicar o 
diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o quinto 
dia após o término da menstruação. Porém o protocolo 
2016 informa que se for a única oportunidade deve 
ser colhido e aplica ácido acético.

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