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3.1 Crimes x Adm. Justiça

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EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES – art. 345 
O autor deste crime despreza a justiça. Fazer justiça com as próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei permite. 
Se utilizar de violência, responde pela violência, em concurso material. 
Exemplo: 
1. Apropriar-se de valores do patrão que não pagou direitos trabalhistas; 
2. Subtrair objeto do devedor, para receber dívida vencida; subtrair objetos de quem deve pensão alimentícia;
3. Manter pessoa trabalhando para si, a pretexto de se ressarcir de prejuízo causado;  
2
PRETENSÃO legítima ou ilegítima. Quando ilegítima (por ex., o patrão não deve nada ao devedor, nem o pai deve a pensão), o autor do crime deve acreditar que deve, ou seja, que está fazendo justiça com sua conduta, agindo de boa-fé porque supõe ter o direito. 
Se tiver consciência da inexistência da dívida, responderá por apropriação indébita ou furto (depende da análise do caso concreto). 
ATENÇÃO: para que se configure o crime é necessário que exista, de fato e legalmente, alguma espécie de ação para resolução do conflito através do Judiciário. A pessoa, neste crime, ao invés de buscar o judiciário para ter seu direito garantido, faz justiça com as próprias mãos para obter o que acha devido – O bem jurídico protegido é a administração e prestígio da justiça. 
Se alguém matar outra pessoa, porque matou seu filho – por ex., não vai responder pelo crime do art. 345, mas por homicídio – não existe ação para requerer a morte de outra pessoa. 
Não ocorrerá o crime, por ex., a ameaça utilizada na cobrança da dívida de jogo (não é possível, juridicamente, cobrar dívida de jogo). Poderá tipificar apenas a ameaça. 
É indispensável que a pretensão possa ser objeto de apreciação da Justiça – por ex., através da reclamação trabalhista, ação de alimentos, ação de cobrança. 
O tipo penal diz que não há crime nos casos em que a lei permite a autotutela – ou seja, haja previsão legal de que o indivíduo pode se defender sem ter que recorrer à justiça. Exemplos: 
1. Não há crime quando praticado em legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito – hipótese autorizadas legalmente. 
2. Não há crime no caso de hipótese da turbação e esbulho, do art. 1.210, CC: 
TURBAÇÃO: quando há afronta aos direitos de outrem com o fim de impedir o livre exercício da posse, sem contudo, causar o efeito perda.
Turbação pode se manifestar por diversos atos abusivos, tais como: a derrubada de uma cerca limítrofe, o trânsito de pessoas ou máquinas em propriedade alheia, o uso indevido de calçada e estacionamento privativo, etc.
ESBULHO: ato de terceiro que se apodera, ilegitimamente, da coisa alheia em decorrência de violência, clandestinidade e precariedade, Importam na perda do direito de posse da coisa. 
Exemplo de esbulho: bens imóveis que são eventualmente ocupados (casas de praia, chácaras, terrenos, etc.) pelos seus titulares ou possuidores em situações eventuais, e, que, na ausências destes, são invadidos por terceiros com ânimo definitivo de morada.
3. Não há crime da prisão em flagrante delito, que pode ser realizada por qualquer do povo, conforme disposição do art. 301 do CPP.
SUJEITO ATIVO: particular. Se for funcionário público responde por abuso de autoridade. 
SUJEITO PASSIVO: Estado. Secundariamente, a pessoa prejudicada. 
CONCURSO MATERIAL: responde pelo crime do art. 345 e qualquer forma de lesão corporal ou homicídio. 
CONSUMAÇÃO: duas correntes: 
CRIME FORMAL: consuma-se independente de conseguir ou não a pretensão (no momento em que emprega o meio executório: subtração, violência, grave ameaça, fraude). 
CRIME MATERIAL: a núcleo do tipo é fazer justiça pelas próprias mãos de forma que o tipo penal se consuma com a satisfação da pretensão – o agente consegue o resultado pretendido. 
AÇÃO PENAL:
Pública incondicionada: se houver violência;
Privada: quando não há emprego de violência, mesmo que haja grave ameaça, só se procede mediante queixa-crime. 
QUESTÃO DO LINCHAMENTO: não existe um tipo penal para o linchamento no ordenamento jurídico brasileiro. Crime cometido por uma multidão. 
Não se enquadra na associação ou organização criminosa: nestes tipos há exigência de ajuste prévio para a prática de crimes juntas. E o linchamento parte de ação espontânea, não há organização prévia ou posterior. O início da execução, em regra, cabe às próprias vítimas do crime praticado pelo linchado. Não há um crime de linchamento previsto pela lei penal. Aos autores, poderá ser imputado crime lesão corporal ou homicídio, em concurso de pessoas. 
SUBTRAÇÃO DE COISA PRÓPRIA OU DANO - Art. 346
Tirar, subtrair, destruir ou danificar COISA PRÓPRIA que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção. É uma espécie de exercício arbitrário das próprias razões, mas que pune o proprietário de coisa própria, que desobedece à determinação judicial ou convenção (acordo de vontade). 
CARACTERÍSTICAS:
1. O objeto deve ser do próprio agente autor do crime. 
2. Deve estar com terceiros por determinação do juiz ou contrato. 
Decorrente de convenção: contrato de aluguel de carro no qual o dono, antes do término da locação, subtrai diante da recusa do locatário em devolvê-lo. 
 
Decorrente de ordem judicial: juiz apreende um carro e nomeia um depositário. O dono do carro subtrai o veículo. 
ATENÇÃO: a ordem deve ser judicial para configurar crime, pois o objeto jurídico tutelado é a administração da justiça. No caso da apreensão de carro em decorrência de multa, por ser medida administrativa (e não ordem judicial), não configura o crime. 
SUJEITO ATIVO: dono do objeto. Crime próprio: admite coautoria e participação de terceiro em razão do art. 30, CP. 
SER DONO é elementar do crime. Por isso, quem participa, mesmo não sendo dono do objeto, RESPONDE PELO MESMO CRIME, porque as elementares sempre se comunicam ao partícipe. Se não for coisa própria, o agente responde por furto. 
SUJEITO PASSIVO: Estado e pessoa eventualmente lesada. 
CONSUMAÇÃO: crime formal, no momento em que realiza a conduta típica, independentemente de qualquer resultado. NUCCI: crime material, que só se consuma com o resultado pretendido. 
AÇÃO PENAL: pública incondicionada. 
FRAUDE PROCESSUAL – Art. 347, CP.
INOVAR artificialmente na pendência de processo civil ou administrativo o ESTADO DA COISA ou PESSOA, com o fim de induzir a erro o juiz ou perito. 
Parágrafo único: Se for em processo penal, AINDA QUE NÃO INICIADO, as penas aplicam-se em dobro. 
O artigo 347 traz dois tipos autônomos: 
1. FRAUDE no processo civil e administrativo, EM ANDAMENTO: simular lesão ou sequela ao perito para receber uma maior indenização; modificar um carro que vai ser periciado 
2. FRAUDE em processo penal, ainda que NÃO INICIADO: limpar sangue do local do crime, ainda que a ação penal não esteja em andamento; eliminar digitais; fazer plásticas para não ser reconhecido. 
ATENÇÃO: jogar a arma do crime fora não configura o crime (exercício do direito de defesa, não autoincriminação). No entanto, alterar/modificar a arma do crime para o exame de balística, para induzir a erro o perito e o juiz, tipifica o crime = deve-se inovar ardilosamente, fraudar. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa com interessa na causa (pai, esposa que ajuda o filho, marido a alterar a cena do crime). 
SUJEITO PASSIVO: Estado
OBJETO JURÍDICO: Adm. Justiça
CONSUMAÇÃO: formal, no momento da alteração da PESSOA ou COISA, independe de resultado.
CRIME SUBSIDIÁRIO: só se configura se não for absorvido por outro mais grave: por exemplo, ocultação de cadáver, falsidade ideológica. 
 
Se uma pessoa passar pela outra, perante uma autoridade? 
É falsa identidade, pois não há inovação artificial para mudar o estado da pessoa, e sim troca de uma pessoa pela outra. Por ex., apresentar-se perante o delegado, no lugar de outrapessoa, para que as vítimas façam o reconhecimento do autor do crime. 
Se uma pessoa faz a perícia grafotécnica no lugar da outra? 
Não responde pelo crime de fraude processual nem falsa identidade, mas pelo mais grave, que é a falsidade ideológica. Os crimes de falsa identidade e possível fraude processual, são absorvidos falsidade ideológica, por ser mais grave. 
Se for no processo do trabalho: por exemplo, alterar uma convenção coletiva? 
O tipo não faz menção ao processo do trabalho. Prevalecem decisões por falsidade (ideológica ou material, dependendo do caso). Sustenta-se apenas ser possível a existência da fraude processual nos termos do Art. 347 do CP (processo penal, civil ou administrativo). 
FAVORECIMENTO PESSOAL – Art. 348, CP
Auxiliar (de qualquer modo) a pessoa que praticou crime subtrair-se da ação da autoridade pública: 
Se a pena do crime antecedente for de RECLUSÃO: detenção, de 1 a 6 meses e multa. 
Se a pena do crime antecedente for de DETENÇÃO: detenção de 15 a 3 meses e multa. (FORMA PRIVILEGIADA) 
Se for para favorecer ascendente, descendente, cônjuge (companheiro por analogia) ou irmão: isenção da pena. 
Escusa absolvitória = causas pessoais de exclusão de pena, criadas em virtude dos laços familiares ou afetivos existentes entre a vítima e o autor da conduta criminosa (razões de política criminal).
O tipo penal do favorecimento pessoal exige uma AÇÃO para ajudar quem cometeu um crime. A conduta omissiva é atípica – pois o AUXÍLIO pressupõe AÇÃO. 
MODO DE EXECUÇÃO: o auxílio pessoal pode ser feito de qualquer maneira: 
Fornecer dinheiro/carro;
Dar informações falsas;
Esconder a pessoa; 
Ajudar fuga. 
OBJETO JURÍDICO TUTELADO: Adm. Justiça
AUTORIDADE PÚBLICA: qualquer autoridade: Polícia Militar, Civil, Administrativa, Juiz. 
CRIME ACESSÓRIO: pressupõe crime anterior, tentado ou consumado, doloso ou culposo. Como o tipo determina que seja um crime antecedente, a conduta de quem auxilia o contraventor é ATÍPICA. 
ATENÇÃO: não há crime de favorecimento pessoal:
1. Se o autor do crime antecedente for menor: o tipo penal fala que o auxílio deve ser prestado àquele que praticou crime apenado com reclusão ou detenção. No caso do menor, ele não recebe pena (nem detenção, nem reclusão) e sim medida socioeducativa = advertência, liberdade assistida, prestação de serviços à comunidade. 
2. Se o autor crime antecedente praticar o crime amparado por uma das causas excludente da ilicitude: legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular de direito.
3. Se o autor do crime antecedente for absolvido: o do favorecimento pessoal também será, exceto na sentença de absolvição imprópria. 
Absolvição imprópria ocorre quando o doente mental pratica fato típico e antijurídico. Ao invés da pena, aplica-se a MEDIDA DE SEGURANÇA (internação ou tratamento ambulatorial), por tempo indeterminado (enquanto perdurar a periculosidade, atestada por perícia – art. 97, CP). 
O auxílio deve ser depois da prática do crime, pois se for antes, há concurso de pessoas - participação ou coautoria. 
33
Geralmente os dois processos correm juntos: crime antecedente e crime acessório (favorecimento pessoal). Caso isso não ocorra, torna-se necessário o término do processo anterior reconhecendo a prática do crime – pois no caso de absolvição, não há crime de favorecimento pessoal. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, com exceção do autor, coautor ou partícipe. Se o autor do crime antecedente for desconhecido: é possível condenar o autor do favorecimento, se houver provas. 
Vítima pode ser autora? SIM. Por ex., a namorada ou qualquer pessoa que após denúncia de agressão, ajuda o autor do crime antecedente a se subtrair da ação policial. 
Advogado pode ser autor? não é obrigado a informar onde está seu cliente. Mas se presta auxílio na fuga ou esconde em sua casa, pode responder pelo crime. 
CONSUMAÇÃO: quando o autor do crime antecedente consegue subtrair-se da ação da autoridade policial. 
TENTATIVA: é possível quando o auxílio é prestado a autor do crime antecedente, mas a pessoa não se livra da ação da autoridade
FAVORECIMENTO REAL – Art. 349, CP
Com exceção da coautoria ou de receptação, é CRIME prestar a criminoso AUXÍLIO para tornar seguro produto do crime. 
Existe um CRIME ANTECEDENTE. Tipifica a conduta de quem presta AUXÍLIO para garantir (tornar segura) a VANTAGEM obtida pela prática do crime antecedente. 
Objeto material do crime antecedente: bem subtraído, roubado, apropriado (joia, gado, dinheiro, carga) – ou resultado da transformação (barra de ouro, carne).
Preço do crime: valor recebido para a prática do crime, por exemplo, o dinheiro recebido no homicídio mercenário. 
ATENÇÃO: não se considera produto o objeto utilizado para a prática (execução) do crime, como a arma. 
 CRIME ACESSÓRIO: pressupõe crime antecedente = peculato, homicídio, furto, tráfico de drogas, extorsão (não apenas crime contra o patrimônio). 
Necessidade de que o autor tenha consciência da origem ilícita do PRODUTO do crime. 
 
Se o autor do crime ANTECEDENTE FOR DESCONHECIDO: é possível condenar o autor do favorecimento real, se houver provas de que tornou seguro o PRODUTO do crime antecedente. Nesse sentido, a decisão abaixo transcrita: 
Se for contravenção: não há crime, conduta atípica. 
Se o autor do crime antecedente for menor: prevalece o favorecimento real, pois o produto do ato infracional tem origem ilícita. 
Se o crime antecedente estiver extinta sua punibilidade: prevalece o favorecimento. A prescrição ou morte do agente impedem apenas a aplicação da pena ao autor do crime antecedente. 
O próprio tipo exclui a PARTICIPAÇÃO: o auxílio deve ser posterior à prática do crime antecedente, pois se for durante à execução, ocorre participação (coautoria ou participação). 
O próprio tipo exclui a RECEPTAÇÃO: determina que só responde pelo favorecimento real quem não pratica a RECEPTAÇÃO. 
DIFERENÇA da receptação do favorecimento real: está no benefício do agente. O autor da receptação recebe o produto do crime porque pretende um proveito econômico para si ou para outrem (crime contra o patrimônio). 
No favorecimento real: o autor visa prejudicar a administração da justiça, recebendo e guardando o produto do crime em benefício do autor do crime antecedente. 
DIFERENÇA da LAVAGEM DE DINHEIRO: na lavagem de dinheiro existe, assim como no favorecimento real, um crime antecedente (peculato, corrupção passiva, tráfico de drogas).
No entanto, o crime de lavagem pressupõe a intenção de dissimular a origem ilícita do dinheiro produto do crime. A lavagem é feita com o fim de branquear, limpar a origem ilícita.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, com exceção do autor, coautor, partícipe do crime antecedente. 
SUJEITO PASSIVO: Estado e vítima do crime antecedente. 
CONSUMAÇÃO: formal, no momento que o agente presta o auxílio. 
EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO – Art. 357
Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer utilidade a pretexto de influir JUIZ, JURADO, MINISTÉRIO PÚBLICO, PERITO, TRADUTOR ou TESTEMUNHA. 
Assemelha-se ao crime de tráfico de influência – mas neste caso configura-se a pretexto de influir PESSOAS ESPECÍFICAS. 
OBJETO JURÍDICO TUTELADO: Adm. da Justiça
ESPÉCIE DE ESTELIONATO: no qual o autor faz acreditar que ter influência sobre as pessoas do tipo. 
POR EXCLUSÃO: no tráfico de influência, o crime é a pretexto de influenciar qualquer outro funcionário público. 
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SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, inclusive o advogado. 
SUJEITO PASSIVO: Estado. Secundariamente, pessoas prejudicada. 
CONSUMAÇÃO: formal, quando pede ou recebe. 
CAUSA DE AUMENTO: quando insinua que é para as pessoas do tipo. 
1. A respeito dos crimes praticados por funcionários públicos contra a administração pública, é correto afirmar que? 
(A) Caio, funcionário público, ao empregar verba própria da educação, destinada por lei, na saúde,em tese, incorre no crime de emprego irregular de verba pública (art. 315 do CP).
(B) Tícia, funcionária pública, ao exigir, em razão de sua função, que determinada empresa contrate o filho, em tese, incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP). (concussão)
(C) Mévio, funcionário público, em razão de sua função, ao aceitar promessa de recebimento de passagens aéreas, para férias da família, não incorre no crime de corrupção passiva (art. 317 do CP), já que referido tipo penal exige o efetivo recebimento de vantagem indevida.
(D) Tício, funcionário público, ao se apropriar do dinheiro arrecadado pelos funcionários da repartição para comprar o bolo de comemoração dos aniversariantes do mês, em tese, pratica o crime de peculato (art. 312 do CP). 
(E) Mévia, funcionária pública, não sendo advogada, não pode incorrer no crime de advocacia administrativa (art. 321 do CP), já que referido tipo penal exige a qualidade de advogado do sujeito ativo.
2. A respeito dos crimes praticados por particulares contra a administração, em geral (arts. 328; 329; 330; 331; 332; 333; 335; 336 e 337 do CP), assinale a alternativa correta: 
(A) O crime de desacato não se configura se o funcionário público não estiver no exercício da função, ainda que o desacato seja em razão dela. 
(B) Para se configurar, o crime de usurpação de função pública exige que o agente, enquanto na função, obtenha vantagem. (quando exercer ou praticar ato de uma função que não lhe é devida – consuma-se quando pratica o primeiro ato. Se receber vantagem: forma qualificada) 
(C) Para se configurar o crime de corrupção ativa exige o retardo ou a omissão do ato de ofício, pelo funcionário público, em razão do recebimento ou promessa de vantagem indevida. (oferecer ou prometer)
(D) Aquele que se abstém de licitar em hasta pública, em razão de vantagem indevida, não é punido pelo crime de impedimento, perturbação ou fraude de concorrência, já que se trata de conduta atípica. (Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida – parágrafo único, art. 335)
(E) Não há previsão de modalidade culposa. 
3. A respeito dos crimes contra a administração da justiça (arts. 339 a 347 do CP), assinale a alternativa correta. 
(A) A autoacusação para acobertar ascendente ou descendente é atípica. (é típico)
(B) Dar causa a inquérito civil contra alguém, imputando-lhe falsamente a prática de crime, em tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa. (EM TESE, porque o autor tem que saber que a pessoa é inocente)
C) Provocar a ação de autoridade, comunicando a ocorrência de crime que sabe não ter se verificado, em tese, caracteriza o crime de denunciação caluniosa. (comunicação falsa de crime)
(D) O crime de falso testemunho exige, para configuração, que o agente receba vantagem econômica ou outra de qualquer natureza. (SE RECEBER, a pena é aumentada em razão do suborno) 
(E) O crime de exercício arbitrário das próprias razões procede-se mediante queixa, ainda que haja emprego de violência. (mediante queixa, mas se houver violência a ação é pública incondicionada)

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