Buscar

Processo Civil Professor Dimas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 227 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Direito Processual Civil – 3º Semestre 
Processo de Conhecimento 
Prof. Paulo Dimas 
 
PROCESSO E PROCEDIMENTO 
 
Processo: 
Tecnicamente, há distinção entre processo e procedimento. 
O processo corresponde a um sistema voltado a compor a lide 
em juízo através de uma relação jurídica vinculativa de direito público. 
O processo representa um complexo de atividades que se 
desenvolvem para que se alcance em juízo um determinado provimento 
jurisdicional. 
Temos uma sucessão ordenada de atos que segue modelos 
previstos em lei que são os procedimentos. O processo é, então, um 
instrumento pelo qual se opera a jurisdição. É uma unidade, um todo e algo 
abstrato. 
 
Procedimento: 
O processo não se desenvolve do mesmo modo em todos os 
casos. Os atos exteriorizam-se de maneiras diferentes conforme as 
peculiaridades da pretensão deduzida. 
O modo próprio de desenvolvimento do processo, conforme 
cada caso, é exatamente o procedimento, ou seja, o rito a ser adotado. Rito e 
procedimento são expressões sinônimas. 
O procedimento, portanto, é a maneira pela qual os atos se 
desenvolvem no processo; representa o aspecto formal do processo. 
Uma ação de cobrança não se desenvolve da mesma maneira 
que uma ação de prestação de contas ou de consignação em pagamento; uma 
 2 
ação de despejo por falta de pagamento não se desenvolve do mesmo modo que 
uma ação de mandado de segurança. 
 
Tipos de processo: 
O CPC de 1973 indicava a existência de três tipos de processo, 
levando em conta o conteúdo da prestação jurisdicional almejada (processo de 
conhecimento, processo de execução e processo cautelar); o novo CPC 
reconhece autonomia apenas aos processos de conhecimento e de execução, 
estabelecendo uma nova disciplina para a outorga das tutelas provisórias de 
urgência. 
 
1) Processo de Conhecimento: 
A parte busca uma sentença de mérito voltada ao 
reconhecimento de um direito, haja vista a existência de um conflito de 
interesses. 
Temos então a cognição da causa pelo juiz e a declaração do 
direito material aplicável ao caso concreto. O juiz irá conhecer das alegações 
das partes e das provas produzidas, proferindo uma sentença voltada a compor 
a lide. A sentença nesse tipo de processo sempre terá uma carga declaratória. 
O processo de conhecimento apresenta uma subclassificação, 
tendo em vista a natureza do provimento pretendido pelo autor. Pode ser 
meramente declaratório, condenatório e constitutivo. 
 
a) processo meramente declaratório - o objetivo é remover a 
incerteza reinante acerca da existência ou inexistência de uma relação jurídica 
ou ainda quanto à autenticidade ou falsidade de um documento (v. art. 4º do 
CPC de 1973). 
No CPC de 2015, o artigo 19, no inciso I, contempla uma 
ampliação das chamadas ações “meramente declaratórias”, constando que o 
 3 
interesse do autor pode também envolver a declaração “do modo de ser de 
uma relação jurídica”. Essa ampliação decorre do entendimento da 
jurisprudência, no sentido de que é admissível ação declaratória visando a obter 
certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual (v. Súmula 181 do 
STJ); logo, esse tipo de ação se presta também a declarar de que maneira a 
obrigação deve ser cumprida pelos contratantes. 
Como se vê, a simples declaração judicial já esgota a finalidade 
da ação. Normalmente, não será necessária a execução da sentença. 
Ex.: ação de investigação de paternidade, ação declaratória de 
nulidade do negócio jurídico por incapacidade absoluta do contratante, ação de 
usucapião, etc. 
 
b) processo condenatório - temos a declaração do direito 
material aplicável, mais a aplicação de uma sanção, ou seja, a imposição do 
cumprimento de uma obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar 
quantia certa. 
A sentença condenatória atribui ao vencedor um título 
executivo, podendo instaurar-se então a fase de execução na mesma relação 
processual (e nos próprios autos em que ela foi proferida), caso a obrigação não 
seja cumprida voluntariamente pelo devedor. 
Ex.: ação de cobrança, ação de indenização, ação de obrigação 
de fazer (fornecimento pelo Estado de medicamentos para pessoas carentes), 
etc. 
 
c) processo constitutivo - temos a declaração do direito 
material aplicável mais uma inovação específica no mundo jurídico. A sentença 
constitutiva presta-se a criar, modificar ou extinguir um estado (da pessoa) ou 
uma relação jurídica. Essa sentença também não comporta execução ulterior. 
 4 
Ex.: ação de rescisão de contrato, ação de divórcio, ação 
anulatória de negócio jurídico por vício no consentimento, etc. 
OBS.: podemos ter no mesmo processo a cumulação de 
pedidos, objetivando provimentos de natureza distinta; o autor, por 
exemplo, pode postular declaração de paternidade (pretensão meramente 
declaratória), mais a condenação do réu a pagar alimentos (pretensão 
condenatória). 
 
2) Processo de Execução: 
Visa a satisfação de uma obrigação expressa em título 
produzido em processo de conhecimento (títulos executivos judiciais) ou em 
negócio jurídico documentado (títulos executivos extrajudiciais). 
No CPC de 1973 o rol dos títulos executivos judiciais se 
encontrava no artigo 475-N e dos extrajudiciais no artigo 585. 
No CPC de 2015 o rol dos títulos executivos judiciais se 
encontra no artigo 515 e dos extrajudiciais no artigo 784. 
Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo 
cumprimento dar-se-á de acordo com os 
artigos previstos neste Título: 
I – a sentença proferida no processo civil que 
reconheça a existência de obrigação de fazer, 
não fazer, entregar coisa ou pagar quantia; 
I – as decisões proferidas no processo civil que 
reconheçam a exigibilidade de obrigação de 
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de 
entregar coisa; 
III – a sentença homologatória de conciliação 
ou de transação, ainda que inclua matéria não 
posta em juízo; 
II – a decisão homologatória de autocomposição 
judicial; 
V – o acordo extrajudicial, de qualquer 
natureza, homologado judicialmente; 
III – a decisão homologatória de 
autocomposição extrajudicial de qualquer 
natureza; 
VII – o formal e a certidão de partilha, 
exclusivamente em relação ao inventariante, 
aos herdeiros e aos sucessores a título singular 
ou universal. 
IV – o formal e a certidão de partilha, 
exclusivamente em relação ao inventariante, aos 
herdeiros e aos sucessores a título singular ou 
universal; 
 V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as 
custas, emolumentos ou honorários tiverem sido 
aprovados por decisão judicial; 
II – a sentença penal condenatória transitada 
em julgado; 
VI – a sentença penal condenatória transitada 
em julgado; 
IV – a sentença arbitral; VII – a sentença arbitral; 
 5 
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
 IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a 
concessão do exequatur à carta rogatória pelo 
Superior Tribunal de Justiça; 
 X – (VETADO) 
Parágrafo único. Nos casos dos incisos II, IV e 
VI, o mandado inicial (art. 475-J) incluirá a 
ordem de citação do devedor, no juízo cível, 
para liquidação ou execução, conforme o caso. 
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor 
será citado no juízo cível para o cumprimento da 
sentença ou para a liquidação no prazo de 15 
(quinze) dias. 
 § 2º A autocomposição judicial pode envolver 
sujeito estranho ao processo e versar sobre 
relação jurídica que não tenha sido deduzida em 
juízo. 
 
Art. 585. São títulosexecutivos 
extrajudiciais: 
Art. 784. São títulos executivos 
extrajudiciais: 
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a 
duplicata, a debênture e o cheque; 
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a 
duplicata, a debênture e o cheque; 
II - a escritura pública ou outro documento 
público assinado pelo devedor; o documento 
particular assinado pelo devedor e por duas 
testemunhas; o instrumento de transação 
referendado pelo Ministério Público, pela 
Defensoria Pública ou pelos advogados dos 
transatores; 
II – a escritura pública ou outro documento 
público assinado pelo devedor; 
 III – o documento particular assinado pelo 
devedor e por 2 (duas) testemunhas; 
 IV – o instrumento de transação referendado 
pelo Ministério Público, pela Defensoria 
Pública, pela Advocacia Pública, pelos 
advogados dos transatores ou por conciliador ou 
mediador credenciado pelo tribunal; 
III - os contratos garantidos por hipoteca, 
penhor, anticrese e caução, bem como os de 
seguro de vida; 
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, 
anticrese ou outro direito real de garantia e 
aquele garantido por caução; 
 VI – o contrato de seguro de vida em caso de 
morte; 
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio; VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio; 
V - o crédito, documentalmente comprovado, 
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de 
encargos acessórios, tais como taxas e despesas 
de condomínio; 
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, 
decorrente de aluguel de imóvel, bem como de 
encargos acessórios, tais como taxas e despesas 
de condomínio; 
VI - o crédito de serventuário de justiça, de 
perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as 
custas, emolumentos ou honorários forem 
aprovados por decisão judicial; 
 
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda 
Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda 
Pública da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, correspondente aos 
créditos inscritos na forma da lei; 
 6 
correspondente aos créditos inscritos na forma 
da lei; 
 X – o crédito referente às contribuições 
ordinárias ou extraordinárias de condomínio 
edilício, previstas em Convenção de 
Condomínio ou aprovadas em Assembleia 
Geral, desde que documentalmente 
comprovadas; 
 XI – a certidão expedida por serventia notarial 
ou de registro, relativa a valores de 
emolumentos e demais despesas devidas pelos 
atos por ela praticados, fixados nas tabelas 
estabelecidas em lei; 
VIII - todos os demais títulos a que, por 
disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. 
XII – todos os demais títulos aos quais, por 
disposição expressa, a lei atribuir força 
executiva. 
§ 1o A propositura de qualquer ação relativa ao 
débito constante do título executivo não inibe o 
credor de promover-lhe a execução. 
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa ao 
débito constante do título executivo não inibe o 
credor de promover-lhe a execução. 
§ 2o Não dependem de homologação pelo 
Supremo Tribunal Federal, para serem 
executados, os títulos executivos extrajudiciais, 
oriundos de país estrangeiro. O título, para ter 
eficácia executiva, há de satisfazer aos 
requisitos de formação exigidos pela lei do 
lugar de sua celebração e indicar o Brasil como 
o lugar de cumprimento da obrigação. 
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais 
oriundos de país estrangeiro não dependem de 
homologação para serem executados. 
 § 3º O título estrangeiro só terá eficácia 
executiva quando satisfeitos os requisitos de 
formação exigidos pela lei do lugar de sua 
celebração e o Brasil for indicado como o lugar 
de cumprimento da obrigação. 
 
No processo de execução, não temos sentença de mérito, mas 
apenas uma sentença extintiva do processo, em razão do cumprimento integral 
da obrigação, remissão total da dívida, renúncia ao crédito, etc. [v. arts. 794 e 
795 do CPC de 1973; 924 (traz novas hipóteses de extinção) e 925 do CPC de 
2015]. 
DA EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO 
Art. 794. Extingue-se a execução quando: Art. 924. Extingue-se a execução quando: 
 I – a petição inicial for indeferida; 
I - o devedor satisfaz a obrigação; II – a obrigação for satisfeita; 
II - o devedor obtém, por transação ou por 
qualquer outro meio, a remissão total da dívida; 
III – o executado obtiver, por qualquer outro 
meio, a extinção total da dívida; 
III - o credor renunciar ao crédito. IV – o exequente renunciar ao crédito; 
 V – ocorrer a prescrição intercorrente. 
 7 
 
 
Art. 795. A extinção só produz efeito quando 
declarada por sentença. 
Art. 925. A extinção só produz efeito quando 
declarada por sentença. 
 
Na execução, não temos, portanto, atividades de cognição e de 
declaração do direito por parte do juiz. O direito do credor já está explicitado 
no título judicial ou extrajdicial, sendo necessária, então, a prática de atos 
materiais coativos voltados à realização concreta da obrigação existente. O 
exequente busca, portanto, a realização concreta do direito material. 
No CPC de 1973 e agora no novo CPC, quando se trata de 
execução ou cumprimento de sentença, não se instaura processo autônomo de 
execução com a citação do executado para cumprir a obrigação. Os atos 
materiais de execução representam uma nova fase do processo instaurado 
(temos então fase de conhecimento e fase de execução); essa nova fase se 
processa, destarte, nos próprios autos em que foi proferida a sentença 
exequenda. 
O processo de execução pode tramitar de modo diferente se o 
título em que se funda for judicial ou extrajudicial. O procedimento também 
varia dependendo da natureza da prestação devida, ou seja, se a obrigação é de 
fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia certa. 
Cumprimento ou execução de sentença: arts. 475-I e 
seguintes do CPC de 1973; arts. 513 a 538 do CPC de 2015. 
Execução de títulos extrajudiciais: arts. 566 a 795 do CPC de 
1973; arts. 771 a 925 do CPC de 2015. 
 
3) Processo Cautelar: 
Guardava autonomia no CPC de 1973. 
Ao postular uma tutela cautelar, o requerente objetiva uma 
proteção emergencial e provisória de bens jurídicos envolvidos em um litígio, 
 8 
de modo a preservar a situação de fato, enquanto se aguarda a obtenção da tutela 
definitiva; no CPC de 1973, essa tutela de urgência normalmente deveria ser 
requerida em processo cautelar autônomo, sendo que a tutela definitiva, de 
caráter satisfativo, era obtida em outro processo, denominado de processo 
principal (de conhecimento ou de execução). 
Pretendia-se, portanto, nessa sistemática, assegurar a eficácia e 
utilidade do processo principal. Tratava-se então de um processo acessório 
voltado à concessão de uma tutela de garantia, ou seja, de caráter preventivo. 
De todo modo, no processo instaurado para obter uma tutela 
cautelar, o juiz normalmente concede ou nega a medida requerida; só haverá 
resolução do mérito da causa se o juiz pronunciar a prescrição ou a decadência 
(v. art. 810 do CPC de 1973 e art. 310 do CPC de 2015). 
Art. 810. O indeferimento da medida não obsta 
a que a parte intente a ação, nem influi no 
julgamento desta, salvo se o juiz, no 
procedimento cautelar, acolher a alegação de 
decadência ou de prescrição do direito do autor. 
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não 
obsta a que a parte formule o pedido principal, 
nem influi no julgamento desse, salvo se o 
motivo do indeferimento for o reconhecimento 
de decadência ou de prescrição. 
 
No CPC de 1973, tínhamos a previsão de medidas típicas ou 
nominadas(v. arts. 813 a 899), mas o juiz poderia conceder outras medidas 
com base no seu poder geral de cautela (v. arts. 796 a 812). 
No CPC de 2015, se apresenta alteração radical na disciplina 
das tutelas provisórias de urgência (de natureza satisfativa ou cautelar). 
Não temos mais a previsão do processo cautelar em livro 
próprio; há agora apenas previsão das denominadas tutelas de urgência e de 
evidência, submetidas às mesmas disposições gerais, passando a constar da 
parte geral do CPC (v. arts. 294 a 311). 
Foram abolidas todas as medidas cautelares típicas ou 
nominadas; todas as medidas agora serão atípicas ou inominadas, sejam elas 
tutelas de urgência cautelares ou satisfativas; tais medidas podem ser 
concedidas em caráter antecedente (antes da apresentação do pedido principal 
 9 
ou de tutela final) ou incidental (caso em que já está em andamento o processo 
relativo ao pedido de tutela final – normalmente um processo de 
conhecimento). 
Apresentado pedido específico de tutela de urgência (de 
natureza satisfativa ou cautelar), portanto em caráter antecedente, o mesmo 
processo instaurado será aproveitado para deduzir o pedido de tutela final ou 
principal, sem incidência de novas custas processuais; se o processo de 
conhecimento já está em curso, a tutela provisória, fundada em urgência ou 
evidência, pode ser requerida nos próprios autos; não há mais necessidade de 
instaurar processo cautelar autônomo para requerer tutela preventiva de 
urgência de caráter incidental; no CPC de 1973, a medida cautelar incidental 
também deveria ser requerida em processo autônomo. 
OBS.: a cada tipo de processo pode corresponder mais de 
um procedimento. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS 
No sistema do CPC, temos a seguinte classificação: 
1 - Procedimento Comum: diz respeito a processos de 
conhecimento; no CPC de 1973 se desdobrava em rito sumário (v. arts. 275 a 
281) e em rito ordinário (v. arts. 271 e 272). 
No novo CPC, de 2015, o rito sumário foi abolido; portanto, não 
mais teremos “dois procedimentos comuns”, o ordinário e o sumário; há 
elementos de um e de outro na composição de um novo procedimento comum. 
2 - Procedimentos Especiais: são aqueles referentes a 
processos especiais de conhecimento (previstos no CPC e em leis esparsas), a 
processos cautelares autônomos (CPC/73), a pedidos de tutelas de urgência em 
caráter antecedente (v. arts. 303 a 310 do CPC de 2015) e a processos de ações 
de competência originária dos tribunais. 
 10 
Ações de competência originária são aquelas ajuizadas 
diretamente no tribunal competente. Ex.: ação rescisória (v. arts. 485 e 
seguintes do CPC de 1973; arts. 966 a 975 do CPC de 2015), mandado de 
segurança contra ato judicial, ações diretas de constitucionalidade ou 
inconstitucionalidade de leis, etc. 
3 - Procedimentos de Execução: são aqueles que atendem às 
diversas modalidades de execução. 
Cumprimento ou execução de sentença: arts. 475-I e 
seguintes do CPC de 1973; arts. 513 a 538 do CPC de 2015. 
Execução de títulos extrajudiciais: arts. 566 a 795 do CPC de 
1973; arts. 771 a 925 do CPC de 2015. 
Há também previsão de procedimentos de execução em leis 
esparsas; ver, por exemplo, a Lei de Execução Fiscal (nº 6.830/80). 
 
No processo de conhecimento temos a previsão de ritos 
especiais, que são aqueles próprios para o processamento de certas causas, em 
razão das peculiaridades da pretensão do autor. 
Esses procedimentos especiais podem ser de jurisdição 
voluntária e de jurisdição contenciosa (v. arts. 890 a 1211 do CPC de 1973; 
arts. 539 a 770 do CPC de 2015). 
Por outro lado, leis esparsas também disciplinam procedimentos 
específicos. Exemplos: a) ação de mandado de segurança – Lei nº 12.016/09; 
b) ações locatícias – Lei nº 8.245/91; c) ação civil pública – Lei nº 7.347/85; d) 
ação popular – Lei nº 4.717/65, etc. 
O procedimento comum é aplicável no processo de 
conhecimento a todas as causas para as quais a lei não estabeleceu um 
procedimento especial. Não havendo previsão de rito específico, adota-se o 
procedimento comum. 
 11 
Mas o procedimento comum, no CPC de 1973, era subdividido 
em rito sumário e ordinário; verificava-se, então, em primeiro lugar, se a causa 
enquadrava-se nas hipóteses do artigo 275 do CPC (rito sumário); não sendo 
hipótese de rito sumário, teria lugar então a adoção do rito ordinário, que era o 
rito padrão; suas disposições gerais aplicavam-se subsidiariamente aos demais 
procedimentos (v. art. 272, parágrafo único, do CPC de 1973); no CPC de 2015 
o procedimento comum não apresenta o desdobramento do CPC de 1973; 
as disposições gerais desse novo procedimento comum são aplicadas 
subsidiariamente aos procedimentos especiais e ao processo de execução 
(v. art. 318 do CPC de 2015). 
Art. 271. Aplica-se a todas as causas o 
procedimento comum, salvo disposição em 
contrário deste Código ou de lei especial. 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o 
procedimento comum, salvo disposição em 
contrário deste Código ou de lei. 
 Parágrafo único. O procedimento comum 
aplica-se subsidiariamente aos demais 
procedimentos especiais e ao processo de 
execução. 
Art. 272. O procedimento comum é ordinário 
ou sumário. 
 
Parágrafo único. O procedimento especial e o 
procedimento sumário regem-se pelas 
disposições que lhes são próprias, aplicando-
se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais 
do procedimento ordinário. 
 
 
NOVO PROCEDIMENTO COMUM – CPC DE 2015 
Podemos identificar quatro fases lógicas: 
1 - Fase Postulatória: 
Predominam as atividades das partes, existindo agora previsão 
da designação, desde logo, de audiência para tentativa de autocomposição do 
litígio. Temos a exposição da causa pelo autor, que deduz uma pretensão na 
petição inicial, e a contestação do réu; no novo CPC, não mais se identificam 
três modalidades de resposta (contestação, exceção e reconvenção). 
 Com o ingresso da petição inicial em juízo, considera-se 
proposta a ação e instaurado o processo (v. art. 312 do CPC de 2015). 
 12 
“Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial 
for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos 
mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.” 
Com a citação do réu, aperfeiçoa-se a relação processual. 
No procedimento comum, relativo a processos de 
conhecimento, o juiz faz o controle prévio de admissibilidade da petição inicial 
e, se esta preencher os requisitos essenciais e não for caso de improcedência 
liminar do pedido, designará audiência de conciliação ou de mediação, com 
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo 
menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
O réu, portanto, é citado, em princípio, para comparecer à 
audiência de conciliação ou de mediação (v. art. 334 do CPC de 2015); o juiz 
não designará audiência prévia apenas quando verificar que a causa não admite 
a autocomposição; nesta hipótese, o réu será citado para apresentar contestação 
em 15 (quinze) dias, contados normalmente da juntada aos autos do 
comprovante de citação. 
Essa audiência, porém, não será realizada (embora já designada) 
diante da manifestação expressa de ambas as partes de que não têm interesse 
na solução consensual do litígio. 
O autor deve indicar na petição inicial seu desinteresse na 
autocomposição; já o réu deverá se manifestar nesse sentido por petição, a ser 
apresentada até 10 (dez) dias antes da data designada para a audiência; se 
houver litisconsórcio, esse desinteresse deve ser manifestado por todos os 
litisconsortes. 
Nessa audiência de conciliação ou de mediação, as partesdevem estar acompanhadas por seus patronos; podem elas constituir 
representante apenas para tal audiência, por meio de procuração específica, 
outorgando poderes para negociar e transigir. 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência 
liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência 
 13 
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de 
antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação 
ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de 
organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder 
a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das 
partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; 
II – quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá 
fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por 
todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos 
da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por 
cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do 
Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para 
negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar 
o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. 
 
Nessa audiência prévia não cabe apresentação de contestação ou 
produção de qualquer prova. A consequência para a ausência injustificada do 
autor ou do réu vem prevista no § 8º desse artigo 334: o não comparecimento é 
considerado ato atentatório à dignidade da justiça, tendo lugar a imposição de 
multa, revertida em favor da União ou do Estado. 
A contestação poderá ser oferecida por petição, no prazo de 15 
(quinze) dias; de acordo com o artigo 335 do CPC de 2015, o termo inicial para 
contestar será a data: 
“I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de 
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver 
autocomposição; 
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de 
mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso 
I; 
 14 
III – prevista no art. 2311, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos 
demais casos. 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o 
termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de 
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio 
passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para 
resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.” 
 
Não há mais previsão de oferecimento de exceção para arguir 
incompetência relativa do juízo e impedimento ou suspeição do juiz; a exceção 
foi abolida, não mais subsistindo como modalidade de resposta do réu; a 
incompetência relativa deve ser suscitada como preliminar da contestação; e 
temos agora a previsão de arguição de impedimento e de suspeição do juiz, a 
ser oferecida em petição específica, por qualquer das partes (v. arts. 146 e 147 
do CPC de 2015). 
“Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte 
alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do 
processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com 
documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz 
ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal; caso contrário, 
determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, 
apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, 
se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal. 
 
1 Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo: 
I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio; 
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de 
justiça; 
III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de 
secretaria; 
IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; 
V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta 
se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica; 
VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta 
aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de 
carta; 
VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico; 
VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da 
secretaria. 
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas 
a que se referem os incisos I a VI do caput. 
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente. 
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de qualquer forma, participe do 
processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da 
determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação. 
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa. 
 15 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, 
se o incidente for recebido: 
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do 
incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando 
este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao 
substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, 
o tribunal rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, 
o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, 
podendo o juiz recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a 
partir do qual o juiz não poderia ter atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já 
presente o motivo de impedimento ou de suspeição.Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, o primeiro que conhecer do processo 
impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os 
autos ao seu substituto legal.” 
 
A reconvenção representa uma ação do réu contra o autor, no 
mesmo processo em que está sendo demandado (contraataque do réu); no novo 
CPC não mais é apresentada em peça autônoma; assim, na própria contestação 
o réu propõe reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a 
ação principal ou com o fundamento da defesa (v. art. 343 do CPC de 2015). 
Também não há mais previsão para a instauração de incidente 
específico de impugnação ao valor da causa; eventual incorreção do valor da 
causa deve ser suscitada como preliminar na contestação (v. art. 337, III, do 
CPC de 2015). 
Essa fase inicial vai do ingresso da petição inicial em juízo até 
a apresentação de contestação; proposta reconvenção, essa fase se estende até 
a resposta à reconvenção. 
2 - Fase intermediária de ordenamento e saneamento do 
feito: 
Apresentada a contestação pelo réu, ou decorrido o prazo sem 
comparecimento deste, os autos são conclusos ao juiz, que poderá, conforme o 
 16 
caso, determinar algumas providências preliminares (v. art. 347 do CPC de 
2015). Fala-se em pré-saneamento do feito. Neste momento, o juiz poderá 
facultar a réplica ao autor, agora em 15 dias (réplica representa a manifestação 
do autor sobre a contestação do réu), deliberar providências para suprir 
irregularidades no que toca à representação processual ou capacidade das 
partes, poderá determinar a especificação de provas, etc. (v. arts. 348 a 353 do 
CPC de 2015). 
Cumpridas as providências preliminares ou não havendo 
necessidade delas, o juiz passa a proferir o julgamento conforme o estado do 
processo (v. arts. 354 a 357 do CPC de 2015). 
Nesse momento, o juiz pode adotar três posturas distintas: 
a) encerrar a fase cognitiva do processo, se delineadas as 
hipóteses previstas no artigo 485 (prolação de sentença sem exame do mérito 
da causa) ou 487, incisos II e III (há resolução do mérito da causa); 
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I – indeferir a petição inicial; 
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar 
a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo; 
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o 
juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII – homologar a desistência da ação; 
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X – nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente 
para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as 
custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas 
e dos honorários de advogado. 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
 17 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo 
autor depende de requerimento do réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste 
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a 
parte proponha de novo a ação. 
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, 
VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que 
levou à sentença sem resolução do mérito. 
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou 
do depósito das custas e dos honorários de advogado. 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da 
causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe 
ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
III – homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a 
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes 
oportunidade de manifestar-se. 
 
b) não sendo caso de encerramento do feito na fase de 
conhecimento, o juiz poderá proceder ao julgamento antecipado da lide, se 
delineadas as hipóteses previstas no artigo 355 do CPC de 2015. 
De acordo com o inciso I desse artigo, é possível o julgamento 
antecipado do mérito quando desnecessária a dilação probatória (a matéria 
controvertida é exclusivamente de direito ou sendo de direito e de fato não há 
necessidade de produção de outras provas; a prova documental apresentada na 
fase postulatória já seria suficiente para elucidação da matéria fática 
controvertida). 
No caso do inciso II do artigo 355, o julgamento antecipado do 
mérito é viável quando estiver presente o efeito da revelia previsto no artigo 
344 do CPC de 2015 (presumem-se verdadeiras as alegações de fato 
formuladas pelo autor e não há requerimento de prova na forma do artigo 349). 
 18 
Em algumas situações, o réu é revel, mas não está presente o 
efeito da revelia, previsto no artigo 344. Esse efeito da revelia não se verifica 
nas hipóteses do artigo 345 do CPC. 
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: 
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à 
prova do ato; 
IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição 
com prova constante dos autos. 
Quando o réu é revel, mas foi citado por edital ou com hora 
certa, ou se encontra preso, também não incide o efeito da revelia do artigo 344. 
O juiz deverá então nomear um curador especial para esse réu, que poderá 
contestar o pedido por negativa geral (v. arts. 72, II e 341, parágrafo único, do 
CPC de 2015). Essa contestação do curador especial, ainda que por negativa 
geral, faz com que o autor continue com o ônus de provar o fato constitutivo 
do seu direito; isto porque está afastado o efeito da revelia (presunção de 
veracidade dos fatos alegados na inicial). 
Quando o juiz profere, desde logo, a sentença de mérito, incide 
o artigo 487, inciso I, do CPC de 2015. Podemos ter então a fase decisória logo 
após a fase postulatória, encerrando-se a fase de conhecimento do processo. 
Há agora previsão expressa de julgamento antecipado parcial do 
mérito (v. art. 356 do CPC de 2015). 
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou 
parcela deles: 
I - mostrar-seincontroverso; 
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. 
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação 
líquida ou ilíquida. 
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar 
parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa 
interposto. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. 
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser 
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. 
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 
 
 19 
c) não sendo caso de extinção do processo ou do julgamento 
antecipado do mérito (integral), teremos então o saneamento do feito, mediante 
provimento decisório lançado desde logo nos autos, devendo o juiz, no entanto, 
se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, designar 
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes (v. 
art. 357 do CPC de 2015). 
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de 
saneamento e de organização do processo: 
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; 
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os 
meios de prova admitidos; 
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; 
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; 
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. 
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, 
no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. 
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões 
de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e 
o juiz. 
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar 
audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o 
juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. 
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum 
não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. 
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes já devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de 
testemunhas. 
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no 
máximo, para a prova de cada fato. 
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e 
dos fatos individualmente considerados. 
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção da prova pericial, o juiz deve observar o disposto no 
art. 465 e, se possível, estabelecer, de logo, calendário para sua realização. 
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. 
 
 Nessa audiência do § 3º do artigo 357 do CPC de 2015 não tem 
lugar a produção de provas, prestando-se apenas ao saneamento do feito, com 
a colaboração das partes; nesta oportunidade, o juiz, se for o caso, convidará as 
partes a integrar ou esclarecer suas alegações. 
Com a decisão de saneamento, encerra-se a fase intermediária, 
abrindo-se, então, a fase instrutória do feito. 
 20 
Em princípio, só caberá agravo de instrumento contra essa 
decisão, no prazo de 15 (quinze) dias, se nela for inserida solução de alguma 
das matérias mencionadas no artigo 1.015 do CPC de 2015. 
Art. 1015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I – tutelas provisórias; 
II – mérito do processo; 
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI – exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII – exclusão de litisconsorte; 
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; 
XII – (VETADO); 
XIII – outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas 
na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no 
processo de inventário. 
 
3 - Fase instrutória ou probatória: 
Proferida a decisão de saneamento, abre-se a fase instrutória. 
Nesta podemos ter a produção de prova pericial, prova oral e até a 
complementação da prova documental. 
A prova oral concentra-se, normalmente, na audiência de 
instrução e julgamento (v. arts. 358 a 368 do CPC de 2015). Há uma ordem 
estabelecida para a coleta da prova oral, tida como preferencial (v. art. 361 do 
CPC de 2015). A prova oral pode consistir nos esclarecimentos em audiência 
do perito judicial e dos assistentes técnicos, no depoimento pessoal das partes 
e na inquirição (oitiva) de testemunhas. 
Encerrada a instrução, temos os debates orais, ou seja, 
manifestação dos advogados, apresentando suas alegações finais. Os debates 
orais podem ser substituídos por razões finais escritas (memoriais) (v. art. 364 
do CPC de 2015). Com as razões finais das partes, encerra-se a fase instrutória. 
 21 
OBS.: quando há necessidade de perícia e de prova oral, a 
audiência de instrução e julgamento normalmente é designada após a conclusão 
dos trabalhos periciais; o representante do MP, quando atua como fiscal da lei, 
pode requerer a produção de provas e apresentar alegações finais (v. arts. 178 
e 179 do CPC de 2015). 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal 
da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que 
envolvam: 
I – interesse público ou social; 
II – interesse de incapaz; 
III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana; 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de 
intervenção do Ministério Público. 
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: 
I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo; 
II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer. 
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá 
início a partir da sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º. 
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz 
requisitará os autos e dará andamento ao processo. 
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, 
prazo próprio para o Ministério Público. 
 
 
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (CPC de 2015) 
 
“Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de 
instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, 
bem como outras pessoas que dela devam participar. 
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, 
independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual 
de conflitos, como a mediação e a arbitragem.Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I – manter a ordem e o decoro na audiência; 
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem 
inconvenientemente; 
III – requisitar, quando necessário, força policial; 
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério 
Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo; 
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em 
audiência. 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, 
preferencialmente: 
 22 
I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de 
esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos 
anteriormente por escrito; 
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes 
e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou 
apartear, sem licença do juiz. 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: 
I – por convenção das partes; 
II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela 
deva necessariamente participar; 
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do 
horário marcado. 
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o 
sendo, o juiz procederá à instrução. 
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo 
advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a 
mesma regra ao Ministério Público. 
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas. 
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade 
de advogados para ciência da nova designação. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, 
bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, 
sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 
10 (dez) minutos, a critério do juiz. 
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da 
prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não 
convencionarem de modo diverso. 
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate 
oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo 
autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua 
intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente 
cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das 
partes. 
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e 
do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais 
próxima possível, em pauta preferencial. 
Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz proferirá 
sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias. 
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em resumo, o 
ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as decisões e a 
sentença, se proferida no ato. 
§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubricar-lhe-á as 
folhas, que serão encadernadas em volume próprio. 
 23 
§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério Público e 
o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto quando houver 
ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes. 
§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia autêntica do 
termo de audiência. 
§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Código, em 
legislação específica e nas normas internas dos tribunais. 
§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em 
meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos 
órgãos julgadores, observada a legislação específica. 
§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada diretamente por 
qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.” 
 
Normalmente, a prova documental é produzida pelas partes na 
fase postulatória. Mas há a possibilidade de requisição de documentos pelo juiz 
junto a repartições públicas e apresentação de outros documentos pelas partes 
no curso do procedimento (v. arts. 320 e 434 a 438 do CPC de 2015). 
“Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à 
propositura da ação.” 
“Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os 
documentos destinados a provar suas alegações. 
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou 
fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será 
realizada em audiência, intimando-se previamente as partes. 
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, 
quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para 
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados 
após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, 
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir 
comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, 
em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º. 
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá: 
I – impugnar a admissibilidade da prova documental; 
II – impugnar sua autenticidade; 
III – suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de 
falsidade; 
IV – manifestar-se sobre seu conteúdo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se 
em argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade. 
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à 
inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à 
contestação. 
 24 
§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz 
ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo de 15 (quinze) dias para 
adotar qualquer das posturas indicadas no art. 436. 
§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para manifestação sobre 
a prova documental produzida, levando em consideração a quantidade e a 
complexidade da documentação. 
Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de 
jurisdição: 
I – as certidões necessárias à prova das alegações das partes; 
II – os procedimentos administrativos nas causas em que forem interessados a 
União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da administração 
indireta. 
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e improrrogável 
de 1 (um) mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças que indicar e das 
que forem indicadas pelas partes, e, em seguida, devolverá os autos à repartição 
de origem. 
§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em meio 
eletrônico, conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio, que se trata 
de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou do documento digitalizado.”Com as razões finais das partes, encerra-se a fase instrutória. 
4 - Fase decisória: 
A sentença pode ser proferida em audiência, após o 
encerramento da instrução, ou no prazo de 30 (trinta) dias (v. art. 366 do CPC 
de 2015). Esse prazo é impróprio, pois é conferido ao juiz e não se submete à 
preclusão. 
 
 
 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
(Arts. 282 a 285-A do CPC de 1973 e 319 a 332 do CPC de 
2015) 
Consiste na declaração da parte da vontade de acionar. Na 
petição inicial o autor formula a sua pretensão a ser examinada pelo órgão 
jurisdicional. 
Requisitos da petição inicial: 
 25 
- Requisito externo: forma escrita. A petição pode ser 
impressa, datilografada ou manuscrita. 
- Requisitos internos: arts. 282 do CPC 1973 e 319 do CPC 
de 2015. 
Dos Requisitos da Petição Inicial Dos Requisitos da Petição Inicial 
Art. 282. A petição inicial indicará: Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; I – o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, 
domicílio e residência do autor e do réu; 
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a 
existência de união estável, a profissão, o 
número no cadastro de pessoas físicas ou no 
cadastro nacional de pessoas jurídicas, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência 
do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido; 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do 
pedido; 
IV - o pedido, com as suas especificações; IV – o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; V – o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
VI – as provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
 VII – a opção do autor pela realização ou não de 
audiência de conciliação ou de mediação. 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
 § 1º Caso não disponha das informações 
previstas no inciso II, poderá o autor, na petição 
inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a 
sua obtenção. 
 § 2º A petição inicial não será indeferida se, a 
despeito da falta de informações a que se refere 
o inciso II, for possível a citação do réu. 
 § 3º A petição inicial não será indeferida, pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II deste 
artigo, se a obtenção de tais informações tornar 
impossível ou excessivamente oneroso o acesso 
à justiça. 
Art. 283. A petição inicial será instruída com 
os documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os 
documentos indispensáveis à propositura da 
ação. 
Art. 284. Verificando o juiz que a petição 
inicial não preenche os requisitos exigidos nos 
arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o 
julgamento de mérito, determinará que o autor 
a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) 
dias. 
Art. 321. Verificando o juiz que a petição inicial 
não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou 
que apresenta defeitos e irregularidades capazes 
de dificultar o julgamento de mérito, 
determinará que o autor, no prazo de quinze 
dias, a emende ou a complete, indicando com 
precisão o que deve ser corrigido ou 
completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a 
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a 
diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
 26 
Dois desses requisitos internos dizem respeito ao mérito da 
pretensão, formando o libelo (indicação da causa de pedir e do pedido – incisos 
III e IV). 
Os demais requisitos são de ordem processual. 
I - endereçamento da petição à autoridade judiciária 
competente. 
Muitas vezes, a ação é de competência originária de Tribunal e 
a petição inicial deve ser endereçada ao seu Presidente. Exemplos de ações que 
são ajuizadas diretamente no Tribunal: ação rescisória, mandado de segurança 
contra ato judicial, mandado de segurança contra ato de Governador 
(competência originária do TJ), MS contra ato de Ministro de Estado 
(competência originária do STJ), etc.. 
II - indicação dos dados qualificativos das partes. 
No CPC de 2015, os §§ 1º a 3º do artigo 319 (supra transcritos) 
regulamentam a exigência de indicação desses dados, permitindo que as 
informações previstas no inciso II sejam obtidas a partir da atuação do órgão 
jurisdicional (v. §§ 1º e 2º); de forma mais ampla, aponta que a falta delas não 
pode tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça (v. § 3º); 
em último caso, o autor deverá indicar elementos esclarecedores, que tornem 
certa a pessoa que está sendo demandada. 
III - indicação do fato e dos fundamentos jurídicos do 
pedido. 
Temos nesse inciso a indicação da causa de pedir; o “porquê do 
pedido”. 
Dessa indicação deve transparecer a presença das condições da 
ação. 
O nosso CPC adota a teoria da substanciação, pela qual não 
basta a indicação de um fundamento geral para o pedido, ou seja, não basta a 
indicação do título que justificaria a pretensão deduzida. O CPC impõe que na 
 27 
fundamentação do pedido o autor indique, além da causa de pedir próxima 
(fundamento jurídico), a causa de pedir remota, que são os fundamentos de fato. 
A causa de pedir próxima, que corresponde ao fundamento jurídico, não 
representa a indicação da norma de direito material em que se funda a pretensão 
do autor. O fundamento jurídico, que não se confunde com fundamento legal, 
representa a declaração da natureza do direito pleiteado (direito pessoal ou 
real), ou seja, representa a indicação do título que legitima a pretensão 
deduzida. O autor declara, então, que é credor, proprietário, possuidor, etc. O 
fundamento jurídico corresponde, então, à relação jurídica controvertida e ao 
direito particular dela decorrente. 
Já a causa de pedir remota corresponde aos fundamentos de fato 
(fato gerador do direito do autor e da obrigação do réu). 
Exemplo 1: em uma ação de cobrança, o autor declara que é 
credor do réu (fundamento jurídico), em razão de contrato de prestação de 
serviços, não sendo pago o preço ajustado (fundamentos de fato). 
Exemplo 2: em uma ação reivindicatória, o credor alega que é 
proprietário do bem (fundamento jurídico), sendo que o réu dele se apossou 
injustamente (fundamento de fato). 
IV - o pedido com as suas especificações. 
É o objeto da ação. Não há ação sem pedido. Deve o pedido 
guardar nexo lógico com a causa de pedir. 
 
V - atribuição de valor à causa. 
Deve esse valor corresponder tanto quanto possível ao proveito 
econômico perseguido pelo autor. Mesmo quando a causa não tem conteúdo 
econômico imediato, deve ser atribuído a ela um valor, cabendo ao autor 
estimá-lo (v. arts. 258 a 261 do CPC de 1973 e arts. 291 a 293 do CPC de 2015). 
Do Valor da Causa DO VALOR DA CAUSA 
 28 
Art. 258. A toda causa será atribuído um valor 
certo, ainda que não tenha conteúdo econômico 
imediato. 
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, 
ainda que não tenha conteúdo econômico 
imediatamente aferível. 
Art. 259. O valor da causa constará sempre da 
petição inicial e será: 
Art. 292. O valor da causa constará da petição 
inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma do 
principal, da pena e dos juros vencidos até a 
propositura da ação; 
I – na ação de cobrança de dívida, a soma 
monetariamente corrigida do principal, dos juros 
de mora vencidos e de outras penalidades, se 
houver, até a data da propositura da ação; 
V - quando o litígio tiver por objeto a 
existência, validade, cumprimento, 
modificação ou rescisão denegócio jurídico, o 
valor do contrato; 
II – na ação que tiver por objeto a existência, a 
validade, o cumprimento, a modificação, a 
resolução, a resilição ou a rescisão de ato 
jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
VI - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) 
prestações mensais, pedidas pelo autor; 
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) 
prestações mensais pedidas pelo autor; 
VII - na ação de divisão, de demarcação e de 
reivindicação, a estimativa oficial para 
lançamento do imposto. 
IV – na ação de divisão, de demarcação e de 
reivindicação o valor de avaliação da área ou 
bem objeto do pedido; 
 V – na ação indenizatória, inclusive a fundada 
em dano moral, o valor pretendido; 
II - havendo cumulação de pedidos, a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos 
eles; 
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, 
a quantia correspondente à soma dos valores de 
todos eles; 
III - sendo alternativos os pedidos, o de maior 
valor; 
VII – na ação em que os pedidos são 
alternativos, o de maior valor; 
IV - se houver também pedido subsidiário, o 
valor do pedido principal; 
VIII – na ação em que houver pedido 
subsidiário, o valor do pedido principal. 
Art. 260. Quando se pedirem prestações 
vencidas e vincendas, tomar-se-á em 
consideração o valor de umas e outras. O valor 
das prestações vincendas será igual a uma 
prestação anual, se a obrigação for por tempo 
indeterminado, ou por tempo superior a 1 (um) 
ano; se, por tempo inferior, será igual à soma 
das prestações. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e 
vincendas, considerar-se-á em consideração o 
valor de umas e outras. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual 
a uma prestação anual, se a obrigação for por 
tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 
(um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à 
soma das prestações. 
 § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por 
arbitramento, o valor da causa quando verificar 
que não corresponde ao conteúdo patrimonial 
em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se procederá 
ao recolhimento das custas correspondentes. 
Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo da 
contestação, o valor atribuído à causa pelo 
autor. A impugnação será autuada em apenso, 
ouvindo-se o autor no prazo de 5 (cinco) dias. 
Em seguida o juiz, sem suspender o processo, 
servindo-se, quando necessário, do auxílio de 
perito, determinará, no prazo de 10 (dez) dias, 
o valor da causa. 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar 
da contestação, o valor atribuído à causa pelo 
autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a 
respeito, impondo, se for o caso, a 
complementação das custas. 
 29 
Parágrafo único. Não havendo impugnação, 
presume-se aceito o valor atribuído à causa na 
petição inicial. 
 
 
A exigência justifica-se pelos seguintes motivos: a) o valor da 
causa pode determinar a competência do Juízo (ver, por exemplo, a 
competência do Juizado Especial Cível); no âmbito da Justiça Estadual de São 
Paulo, na comarca da Capital, a competência dos foros regionais para as ações 
de rito ordinário está limitada a 500 salários mínimos; b) o valor da causa serve 
de base para o recolhimento da taxa judiciária; c) o valor da causa pode servir 
de parâmetro para a fixação dos honorários advocatícios em favor da parte 
vencedora. 
Regras para atribuição de valor à causa – v. arts. 259 e 260 do 
CPC de 1973 e 292 do CPC de 2015. 
O juiz pode, de ofício e por arbitramento, corrigir o valor da 
causa quando não observados os critérios legais, determinando, se for o caso, a 
complementação das custas recolhidas (v. § 3º do art. 292 do CPC de 2015). 
O réu pode impugnar o valor atribuído à causa na petição inicial; 
de acordo com o art. 293 do CPC de 2015, essa impugnação será apresentada 
como preliminar da contestação; esse prazo é preclusivo; se não for apresentada 
a impugnação oportunamente, presume-se que o valor constante da inicial foi 
aceito pelo réu; portanto, não há mais instauração de incidente específico, como 
anteriormente previsto no artigo 261 do CPC de 1973. 
VI - indicação das provas com que o autor pretende 
demonstrar a verdade dos fatos alegados. 
Basta menção à espécie de prova a ser produzida, ou seja, o 
autor pode protestar genericamente pela utilização de todos os meios de prova 
admitidos em direito, sendo que posteriormente poderá particularizar as provas 
a produzir. 
 30 
VII (de acordo com o CPC de 2015) – a opção do autor pela 
realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
OBS.: o autor, portanto, já deve declinar, na petição inicial, se 
tem ou não interesse na realização dessa audiência prévia; no entanto, ela só 
não se realizará se o réu ou os réus também manifestarem por petição, até 10 
dias antes da data designada, que não tem interesse na autocomposição do 
litígio. 
O novo CPC não mais estabelece como requisito essencial o 
requerimento para a citação do réu; isso porque a citação é indispensável para 
a validade e a eficácia da relação processual e se realizará independentemente 
de qualquer postulação do promovente. 
No novo procedimento comum, previsto no CPC de 2015, o réu 
é citado para comparecer à audiência prévia de conciliação ou de mediação; 
caso a causa não admita autocomposição, o juiz não designará essa audiência e 
o réu já será citado para apresentar contestação em 15 dias; se a audiência 
inicialmente designada não se realizar pela manifestação antecipada de ambas 
as partes que não têm interesse na autocomposição do litígio, o prazo para 
contestar observará o disposto no artigo 335 (CPC de 2015). 
“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, 
no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última 
sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, 
comparecendo, não houver autocomposição; 
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência 
de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a 
hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; 
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi 
feita a citação, nos demais casos. 
 31 
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese 
do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um 
dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento 
da audiência. 
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, 
havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu 
ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da 
decisão que homologar a desistência.” 
No processo de execução, o réu é citado para cumprir a 
obrigação e no procedimento de concessão de tutela cautelar requerida em 
caráter antecedente o requerido é citado para contestar o pedido em cinco dias 
(v. art. 306 do CPC de 2015). 
Outras exigências legais: 
Na fase postulatória, também temos atividade probatória das 
partes; o autor deve instruir a petição inicial com os documentos indispensáveis 
à propositura da ação (v. arts. 283 do CPC de 1973 e 320 do CPC de 2015). 
São os chamados documentos substanciais e fundamentais. 
a) documentos substanciais (v. art. 366 do CPC de 1973 e 406 
do CPC de 2015); conforme enuncia referido artigo 406, que reproduz 
basicamente o artigo 366 do CPC vigente, “quando a lei exigir instrumento 
público como da substância do ato, nenhuma outra prova, por mais 
especial que seja, pode suprir-lhe a falta”; são aqueles, portanto, que a lei 
expressamente exige parafazer prova de um ato ou de um negócio jurídico. 
Exemplos: em uma ação reivindicatória de bem imóvel, o autor deve apresentar 
desde logo a escritura pública registrada no ofício imobiliário; em ação de 
divórcio, o autor deve apresentar com a inicial a certidão do registro civil do 
casamento. 
b) documentos fundamentais – são aqueles mencionados como 
fundamento da pretensão do autor. Exemplo: em uma ação de rescisão de 
 32 
contrato, o autor deve exibir desde logo o instrumento respectivo, em que 
fundamenta a sua pretensão. 
Instrumento do mandato: o advogado que subscreve a petição 
inicial deve apresentar, desde logo, o instrumento da procuração que lhe foi 
conferido pelo autor, salvo se postular em causa própria (v. arts. 36 a 40 do 
CPC de 1973 e 103 a 107 do CPC de 2015). 
CAPÍTULO III CAPÍTULO III 
DOS PROCURADORES DOS PROCURADORES 
Art. 36. A parte será representada em juízo por 
advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-á 
lícito, no entanto, postular em causa própria, 
quando tiver habilitação legal ou, não a tendo, 
no caso de falta de advogado no lugar ou recusa 
ou impedimento dos que houver. 
Art. 103. A parte será representada em juízo por 
advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
 Parágrafo único. É lícito à parte postular em 
causa própria quando tiver habilitação legal. 
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.649, de 1998) 
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.649, de 1998) 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, o 
advogado não será admitido a procurar em 
juízo. Poderá, todavia, em nome da parte, 
intentar ação, a fim de evitar decadência ou 
prescrição, bem como intervir, no processo, 
para praticar atos reputados urgentes. Nestes 
casos, o advogado se obrigará, 
independentemente de caução, a exibir o 
instrumento de mandato no prazo de 15 
(quinze) dias, prorrogável até outros 15 
(quinze), por despacho do juiz. 
Art. 104. O advogado não será admitido a 
postular em juízo sem procuração, salvo para 
evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou 
para praticar ato considerado urgente. 
 § 1º Nas hipóteses previstas no caput, o 
advogado deverá, independentemente de 
caução, exibir a procuração no prazo de 15 
(quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. 
Parágrafo único. Os atos, não ratificados no 
prazo, serão havidos por inexistentes, 
respondendo o advogado por despesas e perdas 
e danos. 
§ 2º O ato não ratificado será considerado 
ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi 
praticado, respondendo o advogado pelas 
despesas e perdas e danos. 
Art. 38. A procuração geral para o foro, 
conferida por instrumento público, ou 
particular assinado pela parte, habilita o 
advogado a praticar todos os atos do processo, 
salvo para receber citação inicial, confessar, 
reconhecer a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre que se funda 
a ação, receber, dar quitação e firmar 
compromisso. 
Art. 105. A procuração geral para o foro, 
outorgada por instrumento público ou particular 
assinado pela parte, habilita o advogado a 
praticar todos os atos do processo, exceto 
receber citação, confessar, reconhecer a 
procedência do pedido, transigir, desistir, 
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, 
receber, dar quitação, firmar compromisso e 
assinar declaração de hipossuficiência 
 33 
econômica, que devem constar de cláusula 
específica. 
Parágrafo único. A procuração pode ser 
assinada digitalmente com base em certificado 
emitido por Autoridade Certificadora 
credenciada, na forma da lei específica. 
§ 1º A procuração pode ser assinada 
digitalmente, na forma da lei. 
 § 2º A procuração deverá conter o nome do 
advogado, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
 § 3º Se o outorgado integrar sociedade de 
advogados, a procuração também deverá conter 
o nome desta, seu número de registro na Ordem 
dos Advogados do Brasil e endereço completo. 
 § 4º Salvo disposição expressa em sentido 
contrário constante do próprio instrumento, a 
procuração outorgada na fase de conhecimento 
é eficaz para todas as fases do processo, 
inclusive para o cumprimento de sentença. 
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte 
quando postular em causa própria: 
Art. 106. Quando postular em causa própria, 
incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na 
contestação, o endereço em que receberá 
intimação; 
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, 
o endereço, seu número de inscrição na Ordem 
dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade 
de advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações; 
II - comunicar ao escrivão do processo 
qualquer mudança de endereço. 
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de 
endereço. 
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o 
disposto no I deste artigo, o juiz, antes de 
determinar a citação do réu, mandará que se 
supra a omissão no prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas, sob pena de indeferimento da 
petição; se infringir o previsto no II, reputar-se-
ão válidas as intimações enviadas, em carta 
registrada, para o endereço constante dos autos. 
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no 
inciso I, o juiz ordenará que se supra a omissão, 
no prazo de cinco dias, antes de determinar a 
citação do réu, sob pena de indeferimento da 
petição. 
 § 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso 
II, serão consideradas válidas as intimações 
enviadas por carta registrada ou meio eletrônico 
ao endereço constante dos autos. 
Art. 40. O advogado tem direito de: Art. 107. O advogado tem direito a: 
I - examinar, em cartório de justiça e secretaria 
de tribunal, autos de qualquer processo, salvo o 
disposto no art. 155; 
I – examinar, em cartório de fórum e secretaria 
de tribunal, mesmo sem procuração, autos de 
qualquer processo, independentemente da fase 
de tramitação, assegurados a obtenção de cópias 
e o registro de anotações, salvo na hipótese de 
segredo de justiça, nas quais apenas o advogado 
constituído terá acesso aos autos; 
II - requerer, como procurador, vista dos autos 
de qualquer processo pelo prazo de 5 (cinco) 
dias; 
II – requerer, como procurador, vista dos autos 
de qualquer processo, pelo prazo de cinco dias; 
III - retirar os autos do cartório ou secretaria, 
pelo prazo legal, sempre que lhe competir falar 
III – retirar os autos do cartório ou secretaria, 
pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber 
 34 
neles por determinação do juiz, nos casos 
previstos em lei. 
falar por determinação do juiz, nos casos 
previstos em lei. 
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará 
carga no livro competente. 
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará 
carga em livro ou documento próprio. 
§ 2º Sendo comum às partes o prazo, só em 
conjunto ou mediante prévio ajuste por petição 
nos autos, poderão os seus procuradores retirar 
os autos, ressalvada a obtenção de cópias para 
a qual cada procurador poderá retirá-los pelo 
prazo de 1 (uma) hora independentemente de 
ajuste. 
§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os 
procuradores poderão retirar os autos somente 
em conjunto ou mediante prévio ajuste, por 
petição nos autos. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador 
retirar os autos para obtenção de cópias, pelo 
prazo de duas a seis horas, independentemente 
de ajuste e sem prejuízo da continuidade do 
prazo. 
 § 4º O procurador perderá no mesmo processo o 
direito a que se refere o § 3º se não devolver os 
autos tempestivamente, salvo se o prazo for 
prorrogado pelo juiz. 
De

Continue navegando