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01. Teoria Geral da Execução Civil

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09/08/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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MODULO 1
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL
 
 
1. EXECUÇÃO FORÇADA
 
 Conhecimento e execução são atividades jurisdicionais complementares na medida em
que quando ocorre uma violação a ordem jurídica, esta precisa ser reconhecida para que gere
a respectiva sanção, que é a resposta oficial para a violação da norma.
 Oferecida a resposta oficial à violação da norma, recusando-se o infrator a respeitar o
comando judicial, não haverá outra alternativa, senão a execução forçada. 
 A execução forçada é a atividade estatal que sucede a atividade de cognição, pois para
que o Estado faça o uso da força em prol do cumprimento da obrigação, é imprescindível que
exista a certeza do direito do credor, ou ao menos a aparência deste direito, quer atestada
por um processo de conhecimento anterior (títulos judiciais elencados junto ao artigo 515 do
Código de Processo Civil), quer porque estribada em um instrumento ao qual a lei conferiu a
qualidade de título, embora ainda não submetidos ao crivo judicial (títulos extrajudiciais
elencados junto ao artigo 784, do Código de Processo Civil).
 Em face dessa “certeza” previamente existente a execução não é um processo
contraditório, e não estabelece, a princípio, a discussão sobre o direito das partes, sendo o
réu na ação de execução de título extrajudicial, citado para pagar e não para se defender.
 Não obstante isso, nós estudaremos que o devedor (na ação de execução de título
extrajudicial) pode tentar desconstituir o título ou mesmo atacar alguma nulidade do
processo, circunstância em que será aberto procedimento de caráter contraditório
(embargos), bem como inúmeras questões sobre os atos praticados no curso da execução
podem eventualmente se tornar controvertidas e então se submeterão ao princípio
constitucional do contraditório (exemplo: o valor atribuído a um bem penhorado, o pedido de
substituição de um bem penhorado).
 Antes da reforma processual instituída pela Lei nº 11.232/05, havia a dicotomia entre
processo de conhecimento e processo de execução, sendo que após uma normalmente
demorada ação de conhecimento o vencedor da demanda era ainda obrigado a iniciar um
novo processo, o processo de execução do título judicial, onde deveria pacientemente
aguardar nova citação do já declarado devedor.
 Após a reforma, foi abolida a ação de execução de título judicial, passando a existir
apenas uma “fase de cumprimento de sentença”, regulada pelos artigos 475-I a 475-R do
revogado Código de Processo Civil de 1973, restringindo-se atualmente a autonomia do
processo à ação de execução de título extrajudicial (ver arts. 513 a 533 do Novo CPC).
 Não obstante isso, seja através da fase de cumprimento de sentença no processo de
conhecimento, ou pela ação autônoma de execução de título extrajudicial, teremos em ambos
os casos atos de execução forçada.
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 Algumas vezes, através da execução forçada, é possível restabelecer exatamente a
situação violada, entregando ao credor aquilo que lhe foi tomado e nessas hipóteses
afirmamos que há uma EXECUÇÃO ESPECÍFICA, pois o órgão executivo realiza a própria
prestação devida, por exemplo, quando na execução de um contrato para entrega de uma
máquina, o Judiciário entrega ao credor o próprio bem pretendido.
 Entretanto, há hipóteses em que não é mais possível restabelecer o “status quo ante”,
então o ordenamento determina que se propicie ao credor o equivalente a perda que sofreu,
então falamos em EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO SUBSIDIÁRIA, por exemplo, se alguém
contratou uma empresa de eventos para organizar sua festa de casamento e a equipe
contratada naquele dia, não comparece, evidente que a questão será remetida a apuração de
perdas e danos.
 A execução forçada consiste assim na satisfação compulsória dos direitos do credor,
quer de forma específica ou subsidiária.
 A execução forçada é o conteúdo e finalidade dos procedimentos de execução, embora
nem sempre ocorra, como quando citado na ação de execução de título extrajudicial o
devedor paga voluntariamente ou ainda quando é declarado insolvente.
 Os atos de execução forçada podem se desenvolver no nosso ordenamento jurídico por
dois meios, ou através de mecanismos de coação que intimidam o devedor, como a prisão
e a multa pecuniária ou através de subrogação, que é a execução forçada propriamente dita,
em sentido mais técnico, pois configura a verdadeira hipótese de substituição da vontade do
devedor, pela prática do ato que lhe competiria.
 Por essa razão, alguns doutrinadores afirmam que só há verdadeira execução forçada na
execução direta, quando há agressão ao patrimônio do devedor para satisfazer o direito do
credor.
 
 
2. PRINCÍPIOS DA TUTELA EXECUTIVA
 
 Existem alguns princípios que são informativos das execuções em geral e norteiam o
espírito do legislador em diversos dispositivos legais, razão pela qual é importante
compreendê-los. Vejamos:
2.1- Toda execução é REAL;
2.2- Toda execução tende apenas à SATISFAÇÃO DO CREDOR;
2.3- Toda execução deve ser ÚTIL AO CREDOR;
2.4- Toda execução deve ser feita de forma ECONÔMICA;
2.5- Toda execução deve ser o quanto possível ESPECÍFICA;
2.6- Toda execução deve ser feita ÀS EXPENSAS DO DEVEDOR;
2.7- Toda execução deve RESPEITAR A DIGNIDADE DO DEVEDOR; 
2.8- O credor sempre PODE DISPOR da Execução.
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 Resumimos o significado de cada um desses princípios:
 
2.1- Toda execução é REAL:
 O processo executivo moderno não tolera a execução pessoal, ou seja, o credor não
pode buscar escravizar o devedor, flagelá-lo fisicamente ou detê-lo como meio de pagamento
da dívida.
 No nosso ordenamento, a execução deve ser sempre patrimonial, recaindo sobre os
bens presentes e futuros do devedor (art. 789, do Código de Processo Civil)
 As únicas exceções no nosso sistema eram o devedor de alimentos e o depositário infiel
(art. 5º, LXVII, CF), entretanto nesta última hipótese, embora o artigo de nossa Carta Magna
não tenha sido expressamente revogado, perdeu sua eficácia por conta do nosso Supremo
Tribunal Federal.
 Para entendermos melhor a questão devemos fazer um retorno histórico para lembrar
que através do Decreto 678 o Brasil, no ano de 1992 se tornou signatário do “Pacto de San
Jose da Costa Rica”, o qual só admite a prisão por dívida para a hipótese do devedor de
alimentos. 
 Àquela época grande parte dos juristas aventou a questão, mas pareceu prevalecer o
entendimento de que aquela norma ingressava no ordenamento com a estatura hierárquica
das leis ordinárias e que por isso não teria o poder de revogar a norma constitucional,
entretanto, revogaria as disposições dos Códigos Civil e de Processo Civil, que eram
anteriores a ratificação.
 A discussão pareceu perder força com a publicação do novo Código Civil que em 2002
previu expressamente a prisão do depositário infiel e por assim dizer, até mesmo para
aqueles que entendiam que o pacto ingressava no ordenamento como lei ordinária, teria sido
nesse aspecto revogado pelo Código Civil de 2002.
 Apesar disso, muito doutrinadores continuavam a bradar desde a ratificação daquele
tratado a impossibilidade da prisão civil do depositário infiel, por ser violadora de princípios
inerentes aos direitos humanos.
 A questão se tornou aindamais tormentosa após a Emenda Constitucional 45/04, a qual
estabeleceu que os tratados que disponham sobre direitos humanos, quando ratificados em
dois turnos, por três quintos dos membros do Congresso Nacional, entram no ordenamento
com força de norma constitucional.
 Não obstante isso, até 2008, a prisão do depositário infiel era decretada pelos juízes em
quaisquer processos em que se demonstrasse necessária, aplicando inclusive a Súmula 619,
do STF que autorizava o juiz a determinar a prisão nos próprios autos, sem necessidade de
procedimento próprio.
 Ocorre que, em 2008, nosso Supremo Tribunal Federal no julgamento do Habeas Corpus
nº 92.566-SP, decidiu revogar a Súmula 619 que tratava da prisão do depositário infiel em
juízo, entendendo que esta espécie de prisão por dívida não estaria mais em harmonia com
nosso ordenamento jurídico, isto porque no voto vencedor considerou-se que o tratado
ratificado pelo Congresso deveria ser considerado como norma “supra-legal”, ou seja, apesar
de inferior ao texto constitucional, estaria acima das leis ordinárias e portanto, revogaria as
disposições do Código Civil e do Código de Processo Civil, os quais regulamentavam a prisão
do depositário infiel.
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 A partir desse primeiro julgamento, o qual foi um divisor de águas em nosso
ordenamento, diversos outros recursos chegaram ao STF questionando, com base naquele
precedente judicial, prisões determinadas por juízes e Tribunais de instâncias inferiores, o que
fez com que fosse apresentada a Proposta de Súmula Vinculante nº31 (PSV 31), a qual
posteriormente aprovada (em 16.12.2009), se transformou na Súmula Vinculante nº25, cujo
texto determina que “é ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a
modalidade do depósito”.
 Vê-se, portanto, que a execução pessoal é de fato exceção, que no nosso ordenamento
está atualmente limitada apenas à hipótese do devedor de alimentos.
 
2.2- A execução tende apenas a SATISFAÇÃO DO CREDOR:
 
 Isto significa que a atuação do Estado é proporcional à satisfação dos direitos do credor,
não tendo caráter de penalidade ou perseguição ao devedor, assim feito o pagamento
extingue-se a execução e seus efeitos. 
 A penhora, em face desse princípio, deve recair apenas sobre os bens que bastem ao
cumprimento da obrigação (art. 831, CPC) e a arrematação será suspensa logo que
o valor bastar para o pagamento do credor (art. 892, § 1°, CPC).
 
2.3- Toda execução de ser UTIL ao CREDOR:
 
 Associa-se ao princípio anterior, pois determina que a execução não pode ser vista
como mecanismo de vingança em face do devedor, ou em outras palavras, não será
levada adiante sem que haja real benefício a credor.
 Por essa razão, veda-se a penhora de bens cujo valor será totalmente absorvido
pelas custas do processo (art. 836, CPC).
 
2.4- Toda execução deve ser feita de forma ECONÔMICA:
 
 Também está ligada a idéia de que a execução não é penalidade para o devedor, assim,
existindo vários meios de satisfação, deve-se optar por fazer a execução pelo menos gravoso
ao devedor (art. 805, CPC).
Exemplo: no passado, quando as linhas telefônicas possuíam valor econômico, já se decidiu
ser exagerado o pedido de desligamento imediato das linhas se não houvesse qualquer indício
de fraude.
 
2.5- Toda execução deve ser o quanto possível ESPECÍFICA:
 
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 O objeto pretendido na execução deve ser tanto quanto possível o objeto da relação
jurídica originária, ocorrendo sua substituição pelo equivalente em dinheiro apenas quando a
prestação originária não for entregue (art. 809 e 816, do CPC).
 Nas ações de execução cujo objeto seja obrigação de fazer ou não fazer o autor pode
requerer perdas e danos desde a petição inicial, ainda que possível a tutela específica (art.
816, CPC), pois neste caso poderá demonstrar o seu desinteresse pela obrigação originária.
 
2.6 – Toda execução é um ÔNUS DO DEVEDOR:
 
 Como o inadimplemento do devedor foi o causador da execução, este deve responder
por todos os reflexos de sua mora, assim só se desobrigará pelo pagamento do principal e de
todos os demais encargos incidentes (multa, correção monetária, juros de mora), prejuízos e
despesas que seu inadimplemento deu causa, aí incluído também o ônus da sucumbência
(artigos 826 e 831, CPC).
 
2.7- Toda execução deve respeitar os princípios da DIGNIDADE HUMANA:
 
 Uma vez mais, repete-se a regra segundo a qual a execução não tem por objetivo punir,
assim não pode afetar a dignidade do devedor, objetivando causar-lhe vexame ou
humilhação, levá-lo à fome ou impossibilitá-lo de exercer sua
profissão. 
 È com fundamento nesse princípio que se estabelece a impenhorabilidade de certos
bens, tais como as peças de vestuário (artigo 833, III, CPC) ou dos instrumentos necessários
ao exercício de profissão (art. 833, V, do CPC) ou ainda aqueles bens que tenham apenas
valor sentimental.
 
2.8- A execução está na esfera de DISPONIBILIDADE DO CREDOR:
 
 O credor tem integral disponibilidade sobre a execução, podendo deixar de executar o
título que possui ou desistir da execução já iniciada, sem qualquer condição para tanto, ou
seja, sem a necessidade de buscar a anuência da parte contrária, isto porque já há um direito
reconhecido. 
 No processo de conhecimento, após o prazo de resposta, o autor só poderia desistir com
o consentimento de réu, na execução não existe tal exigência, podendo o credor desistir de
atos executivos ou de toda a execução (art. 775, CPC), assumindo apenas as custas geradas
e honorários eventualmente gerados. 
 A desistência não se confunde com a renúncia ao crédito, pois aquela permite a
renovação da ação, enquanto a renúncia extingue em definitivo o direito ao crédito (art. 924,
IV, CPC). 
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 Apesar disso, em sendo interpostos Embargos, sendo estes uma espécie de ação de
conhecimento incidental, o legislador determinou que se faça a análise sobre o objeto dessa
ação, pois sendo questão meramente processual, os Embargos e a execução serão
extintos juntos, sendo o credor, responsável pelas custas e honorários advocatícios do
Embargante, já que deu causa a demanda, entretanto, não sendo o objeto meramente
processual, versando a demanda sobre questão de mérito, a extinção só poderá operar com
a concordância do Embargante (artigo 775, do CPC), pois este pode ter o interesse de, por
exemplo, ver o título anulado. 
 Igualmente, em virtude do princípio da disponibilidade da execução, é possível ao credor
alterar parcialmente o pedido até antes da propositura dos Embargos, inclusive, variando de
espécie de execução ou desistindo parcialmente em relação a algum co-executado. 
 
 Entretanto, após a nomeação de patrono pelo devedor (ainda que não haja interposição
de Embargos), o credor, na hipótese de desistência, responderá pelos honorários advocatícios
deste.
 
3. COMPETÊNCIAA execução baseada no título extrajudicial é processada perante o juízo competente,
considerando-se as seguintes hipóteses principais: o foro do domicílio do executado, o foro de
eleição constante do título executivo ou do contrato e, por derradeiro, o foro da situação dos
bens sujeitos ao processo executivo (CPC, art. 781, I).
 Além dessas três hipóteses acima que consideramos as mais comuns, os demais incisos
do artigo 781, do CPC, tratam de outras hipóteses de foros também competentes, vejamos:
a. tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer
deles;
b. sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
c. havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no
foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
d. a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
 Verifica-se assim que, em regra, a fixação da competência do processo executivo
corresponde aos casos de competência territorial, portanto, se sujeitam às regras da
competência relativa.
 Porém, se o título executivo envolver direito real, o foro da situação do bem pode ser
observado.
 É importante destacar que no cumprimento de sentença (título executivo judicial), como
regra geral será competente o juízo onde o título se formou, exceto nos casos de decisão
proferida por juízo criminal ou arbitral que será proposta perante o juízo cível competente
segundo as regras gerais do CPC (art. 516, do CPC).
 
4. FORMAS, FASES E ATOS DA EXECUÇÃO
 
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 Nosso ordenamento jurídico distingue os procedimentos executivos pela natureza da
prestação assegurada ao credor, assim se fala em :
1 - Execução para entrega de coisa certa (art. 806 a 810, CPC) ou Incerta (art. 811 a 813,
CPC)
2 - Execução de obrigações de fazer (arts. 815 a 821, CPC) e de não fazer (arts. 822 e 823
CPC)
3 - Execução por quantia certa (artigo 824 e seguintes do CPC)
Atenção: Existe também a execução contra devedor insolvente porém este tipo de execução
continua sendo regulado pelas disposições do CPC/73, enquanto não for editado lei específica,
conforme disposto no art. 1.052 do CPC/15.
 
5. CLASSIFICAÇÃO E FASES
 
 Nesta última classificação, norteada pelo estado de solvência do devedor, costuma-se
falar em:
 
5.1-EXECUÇÃO SINGULAR (contra devedor solvente):
 
 O Objetivo é o total pagamento do exeqüente, que com a penhora terá a preferência
sobre os demais credores quirografários.
 
5.2-EXECUÇÃO COLETIVA (contra devedor insolvente):
 
 Quando há a prévia declaração de insolvência do devedor, dada a impossibilidade de seu
patrimônio responder por todas as dívidas, assim são convocados todos os seus credores e
arrecadados todos os seus bens penhoráveis.
 O objetivo da execução coletiva é colocar todos os credores em igualdade (ressalvados
os privilégios legais), para que todos rateiem o produto da
expropriação. 
 Além da classificação que se faz dos procedimentos executivos, em todo o processo de
execução, é possível distinguir fases, apresentá-las por razões didáticas da seguinte forma:
a) PROPOSIÇÃO: o interessado na petição inicial, apresenta o título extrajudicial e justifica a
execução.
b) PREPARAÇÃO: são realizados os atos de citação e na hipótese de não haver cumprimento
voluntário da obrigação, iniciam-se os atos executivos para a satisfação da obrigação.
c) FASE FINAL: satisfação do credor
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6. ATIVIDADE JURIDICIONAL NA EXECUÇÃO
 
 No processo de execução, em relação à atividade jurisdicional, podemos distinguir:
1 - DESPACHOS DE MERO EXPEDIENTE:
 São os atos judiciais que impulsionam o processo. Exemplo.: determinação de
avaliação do bem penhorado.
2 - ATOS EXECUTÓRIOS EM SENTIDO ESTRITO: 
 São os atos processuais que agridem o patrimônio do devedor. Exemplo: realização da
penhora, hasta pública, pagamento do credor, etc.
3 - DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: 
 O juiz, profere juízos de valor sobre questões surgidas no curso da execução. Exemplo.:
pedido de ampliação ou redução de penhora.
4 - SENTENÇA:
 Na execução a sentença não julgará o mérito da execução, mas apenas declarará extinta
a obrigação, nas hipóteses previstas junto ao artigo 924, do Código de Processo Civil
(pagamento, transação, renúncia).
Atenção: Ainda há que se observar que a relação processual na ação de execução se
completa a existir a partir da citação do devedor, entretanto execução forçada só há a partir
dos atos de agressão patrimonial.
 
7. DISPOSIÇÕES GERAIS
 
 As regras do procedimento comum (art. 771, parágrafo único, CPC) se aplicam de forma
geral ao processo de execução, pois ambos os tipos de tutela mantêm relação de
subsidiariedade. Exemplo: regras sobre a petição inicial (art. 319, CPC), nulidades (arts.
276 a 283, CPC), tempo e lugar dos prazos processuais (arts. 212 a 217, CPC), etc.
 Uma das regras aplicáveis ao processo de execução, assim como ao processo de
conhecimento é o princípio da lealdade processual que determina que o magistrado zele
pelo comportamento das partes, intervindo sempre que abusos forem cometidos, assim são
poderes do juiz diante de atos inadequados:
a) Ordenar o comparecimento das partes (art. 772, I ,CPC)
b) Advertir o devedor, quando se comporte de forma atentatória à dignidade da justiça (artigo
772, II, combinado com 774, ambos do CPC), tais como fraudar a execução, resistir as ordens
judiciais, não indicar bens quando intimado para tanto, se os possuir, etc.
c) Aplicar a multa de até 20% do valor do débito quando constatada a prática de ato
atentatório à dignidade da justiça, salvo se o devedor apresentar fiador idôneo (art. 774,
paragrafo único, CPC).
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 Por ser lesão não só ao interesse da parte, como aos interesses da Justiça, o juiz pode
e deve agir “ex-officio” ou ainda mediante provocação, podendo além de aplicar a
multa do art. 774, CPC, condenar o devedor a indenizar o credor pelos prejuízos que o seu ato
tenha causado, nos termos do art. 81, “segunda parte”, Código de Processo Civil.
 
8. EXISTE REVELIA EM PROCESSO DE EXECUÇÃO?
 
 Ao estudarmos citação, observamos que a teor do artigo 247, verificamos que é
perfeitamente possível a citação postal, ou seja, aquela feita através de carta enviada pelo
correio, no processo de execução (à luz do CPC/73 isto era expressamente vedado).
 Logo, verificados os requisitos, é possível que também ocorra a citação edilícia (art. 256,
CPC), ou na hipótese de ocultação do devedor até mesmo a citação com hora certa (art.
252 a 254, CPC) nas ações de execução por título extrajudicial. 
 Ocorrida à citação por edital ou com hora certa, o art. 72, II, do CPC, dispõe que deve
ser nomeado curador ao réu. 
 Muitos autores e alguns tribunais a esse respeito, têm se manifestado no sentido de não
haver nomeação de curador na execução, pois o devedor nãoé chamado para se defender,
mas sim para cumprir a obrigação, afirmando ainda que por isso não haveria
REVELIA. 
 Entretanto há confusão conceitual nesse entendimento, pois a revelia é a inércia
diante do ato citatório, não se confundindo com os seus efeitos, estes sim, característicos
do processo de conhecimento e inexistentes no processo de execução.
 Dessa forma, citado por edital ou com hora certa, entendemos que deve ser nomeado
curador ao devedor, para que seja resguardado o contraditório em todos os atos do processo
de execução, sendo certo que há quem entenda que se existirem elementos nos autos, o
curador poderá até mesmo opor embargos, entendimento que só foi reforçado pelas últimas
reformas, tendo em vista que não há mais a necessidade de garantia do juízo para embargar
(artigos 914 e 915, do CPC). 
 
 
 
 
 
Exercício 1:
Não é legitimado originário na ação de execução:
 
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A)
o Ministério Público
 
 
B)
o credor
 
 
C)
o fiador
 
 
D)
o herdeiro do devedor falecido no curso da demanda
 
 
E)
NDA
 
Comentários:
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Exercício 2:
A respeito da execução coletiva, é correto afirmar:
 
 
A)
Que a execução coletiva ocorre quando há litisconsórcio ativo
 
 
B)
Que a execução coletiva ocorre quando há litisconsórcio passivo
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C)
Que se refere a execução contra devedor insolvente
 
 
D)
Que ocorre quando há multiplicidade de objeto
 
 
 
E)
Que só se aplica a execução para entrega de coisa
 
Comentários:
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Exercício 3:
No processo de execução, em relação à atividade jurisdicional, podemos
distinguir:
 
 
 
A)
Decisões interlocutórias: o juiz, profere juízos de valor sobre questões surgidas no
curso do processo de execução.
 
 
B)
Atos executórios em sentido estrito: profere juízos de valor sobre questões
surgidas no curso da execução
 
 
C)
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Decisões de mero expediente: o juiz liga para as partes para avisá-los sobre o
andamento da execução
 
 
D)
Os pedidos de redução de penhoras são proferidos na sentença
 
 
E)
NDA
 
Comentários:
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Exercício 4:
É possível a cumulação de execuções, desde que obedecidos os requisitos de lei,
quais sejam:
(I) Que seja o mesmo devedor;
(II) Que seja o mesmo procedimento (obrigação de natureza igual, ou seja, duas
ou mais execuções por quantia certa, duas ou mais execuções para entrega de
coisa, etc...);
(III) Que o juiz seja competente para todas as execuções.
 
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
 
B)
Somente (II) está correta.
 
 
C)
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Somente (III) está correta.
 
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
 
E)
Todas estão corretas.
 
Comentários:
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Exercício 5:
Tratando da competência do juízo na execução de título extrajudicial, se pode
afirmar que:
(I) A ação será distribuída obedecendo o foro de eleição, se isto constar do título
executivo.
(II) Deverá a ação ser distribuída no local onde se localiza os bens sujeitos à
execução.
(III) No foro do domicílio do credor tendo em vista que o devedor deveria ter
cumprido com sua obrigação espontaneamente e se não o fez deverá se submeter
a vontade do credor.
 
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
 
B)
Somente (II) está correta.
 
 
C)
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Somente (III) está correta.
 
 
D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
 
E)
Todas estão corretas.
 
Comentários:
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Exercício 6:
Dentre os princípios informativos das execuções, podemos destacar os seguintes:
(I) Toda execução é real.
(II) Toda execução tende apenas à satisfação do credor.
(III Toda execução deve respeitar a dignidade do devedor. 
 
 
 
A)
Somente (I) está correta.
 
 
B)
Somente (II) está correta.
 
 
C)
Somente (III) está correta.
 
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D)
Somente (I) e (II) estão corretas.
 
 
E)
Todas estão corretas.
 
Comentários:
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