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Maurício Roriz Metódo de Mahoney

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O MÉTODO DE MAHONEY (ADAPTADO) 
 
Maurício Roriz 
Universidade Federal de São Carlos - Departamento de Engenharia Civil 
Via Washington Luís, Km 235 - CEP 13.565-905 - São Carlos, SP - Brasil. 
CEP 13565-905, São Carlos, SP - Fax (016) 260.8259 - Fone (016) 260.8260 
e-mail: <m.roriz@zaz.com.br> ou <roriz@power.ufcar.br> 
 
Carl Mahoney, baseado em longa experiência desenvolvida no Departamento de Estudos Tropicais e 
Desenvolvimento, da Associação de Arquitetura de Londres, e auxiliado por uma equipe de especialistas e ex-alunos 
daquela instituição, elaborou este método que, já há mais de duas décadas, vem sendo aplicado em diversos países 
como um importante instrumento auxiliar no projeto de edificações habitacionais, escolares e hospitalares. A 
simplicidade, principal virtude deste método é, ao mesmo tempo, sua maior limitação, fonte de freqüentes críticas 
por parte de especialistas. É interessante resgatar, a esse respeito, pressupostos apresentados em uma publicação das 
Nações Unidas (ONU. Climate and House Design – Vol. I: Design of Low-Cost Housing and Community Facilities. 
Department of Economic and Social Affair. New York. 1971) onde, pela primeira vez, o método foi 
internacionalmente divulgado. Os seguintes tópicos foram retirados daquela publicação: 
 
... " Caso se pretenda que um arquiteto projete casas climaticamente adequadas, lhe deve ser proporcionado um 
método que lhe permita faze-lo dentro do tempo de que dispõe e dentro do processo de tomada de decisões durante 
as primeiras fases do ato de projetar." ... 
 
... " É verdade que poucos arquitetos têm utilizado os métodos já estabelecidos de análise climática. Mas o defeito 
está mais nos métodos que nos arquitetos. A tarefa do projetista é complexa: os métodos que lhe são oferecidos para 
resolver os aspectos climáticos dessa tarefa são embaraçosos e tomam demasiado tempo." ... 
 
... " Os métodos usuais exigem, para sua aplicação, que o arquiteto inicie estabelecendo hipóteses sobre muitas 
características de seu projeto: forma e orientação do edifício, o tamanho de cada ambiente, o sistema construtivo, 
espessura de paredes, tamanho das aberturas e tratamento das superfícies exteriores. Tem que optar entre condições 
climáticas típicas ou extremas e deduzir mediante cálculos, ou com ajuda de modelos, ou por analogia, como a 
edificação se comportará sob tais condições. O resultado de seus cálculos confirmará ou refutará as hipóteses que 
estabeleceu. Se esses resultados não forem satisfatórios terá que rever aquelas hipóteses e repetir o processo de 
tentativas através de novos cálculos ou experimentos. Se forem satisfatórios, poderá dar prosseguimento ao projeto e 
dedicar-se aos outros muitos problemas que foi obrigado a deixar de lado enquanto se dedicava à análise climática. 
Este enfoque do projeto climático pode ser descrito como 'investigação regressiva' " ... 
 
... " Seria um erro considerar esse novo método progressivo de análise como uma 'receita de cozinha' que elimine a 
necessidade de pensar. É um instrumento para a adoção de decisões, não um substitutivo das decisões. " ... 
 
É lamentável constatar, 23 anos após sua publicação, a absoluta atualidade desses conceitos. Ainda hoje, o "defeito" 
parece continuar "mais nos métodos que nos arquitetos". No Brasil, os métodos geralmente ensinados nas 
faculdades continuam inadequados, do tipo "regressivo" e, exatamente por esse motivo, raramente são aplicados 
pelos arquitetos em sua atividade profissional. O resultado é a proliferação crescente em nossas cidades de 
edificações quentes no verão, frias no inverno e, durante todo o ano, esbanjadoras de energia. 
 
Para aplicar este método, o projetista não precisa formular hipóteses preliminares. Basta reunir um pequeno 
conjunto de dados climáticos da localidade considerada, os mais facilmente acessíveis, e anotá-los em planilhas. A 
comparação dessas planilhas com uma "zona de conforto", estabelecida para o clima específico, torna possível 
identificar grupos de problemas climáticos dominantes. A identificação desses grupos proporciona indicadores, ou 
recomendações, para as decisões que deverão ser tomadas durante as fases do projeto. 
 
No presente trabalho o Método de Mahoney é apresentado com ligeiras modificações. Uma delas consiste em 
condensar, em apenas duas (ver modelos, às paginas finais deste texto), as sete planilhas propostas originalmente. 
Para o preenchimento das planilhas deve ser adotado o seguinte procedimento: 
 
1. PLANILHA 1 
 
1.1. QUADRO 1 - NORMAIS CLIMATOLÓGICAS 
 
• Anotar as Médias Mensais das Temperaturas Máximas (MedMax) e das Temperaturas Mínimas (MedMin), 
arredondando-se todos os valores com aproximação não inferior a 0,5 oC. 
 
 2 
• À direita dos dados de temperatura se anotará a mais alta das Médias das Máximas (MAX) e a mais baixa das 
Médias das Mínimas (MIN). 
 
• Anotar a Temperatura Média Anual (TMA), calculada como a média aritmética entre a mais alta das Médias das 
Máximas (MAX) e a mais baixa das Médias das Mínimas (MIN). Portanto, TMA = (MAX + MIN) / 2. 
 
• Para cada mês, calcular e anotar a Amplitude Média Mensal (AMM), considerada como a diferença entre as 
Médias das Máximas e as Médias das Mínimas (AMM = MedMax - MedMin). 
 
• Anotar a Amplitude Média Anual (AMA), calculada como a diferença entre a maior das Médias das Máximas 
(MAX) e a menor das Médias das Mínimas (MIN). Portanto, AMA = MAX - MIN. 
 
• Registrar, nas linhas respectivas, os valores mensais da Umidade Relativa (%), Pluviosidade (mm de chuva) e 
Ventos Dominantes (velocidade e direção). A velocidade dos ventos dominantes é usualmente anotada em metros 
por segundo (m/s) e a direção pelo rumo na rosa dos ventos (N, NNE, NE, etc.) ou pelo ângulo, a contar do Norte 
verdadeiro, no sentido dos ponteiros do relógios (0, 45, 90, etc.). A pluviosidade anual é a soma dos valores 
mensais. 
 
1.2. QUADRO 2 - DIAGNÓSTICO 
 
• Na primeira linha, anotar o Grupo de Umidade (GU) correspondente a cada mês. O Grupo de Umidade é um 
indicador da média mensal de Umidade Relativa, conforme classificação apresentada na primeira coluna do Quadro 
4 (Parâmetros do Método). Assim, pertencerá ao Grupo 1 o mês cuja Umidade Relativa for interior a 30%. O Grupo 
2 indica uma média mensal de Umidade Relativa entre 30 e 50% e assim por diante. 
 
• Anotar na 3a linha (Temp.Med.Max), as médias mensais das temperaturas máximas (MedMax). 
 
• Anotar na 6a linha (Temp.Med.Min), as médias mensais das temperaturas mínimas (MedMin). 
 
• Registrar, para cada mês do ano, os limites de conforto superiores e inferiores, diurnos e noturnos. Estes limites 
são fornecidos no Quadro 4 (Parâmetros do Método) em função da Temperatura Média Anual (TMA) da localidade 
considerada e em função do Grupo de Umidade (GU) de cada mês. Assim, para uma TMA de 18 oC e Grupo de 
Umidade 3, os limites diurnos de conforto serão 21 e 28 oC e os limites noturnos serão 14 e 21 oC. 
 
• Comparar as Temperaturas Médias das Máximas mensais (MedMax) com os limites diurnos de conforto e as 
Temperaturas Médias das Mínimas mensais (MedMin) com os limites noturnos. Anotar os resultados nas duas 
últimas linhas do quadro, conforme a seguinte classificação do rigor climático: 
 
 - Temperatura superior ao intervalo de conforto = Q (quente) 
 - Temperatura dentro do intervalo de conforto = C (confortável) 
 - Temperatura inferior ao intervalo de conforto = F (frio) 
 
1.3. QUADRO 3 - INDICADORES 
 
Certos grupos de sintomas de rigor climático indicam as medidas corretivas que podem ser adotadas pelo projetista. 
Estes grupos são chamados Indicadores do Rigor Climático. São geralmente associados a condições de umidade (U) 
ou aridez (A). Um Indicador, por si só, não conduz automaticamente à uma solução. Só podem formular-se 
recomendações depois de somar os indicadores de um ano inteiro e preencher o Quadro 3. 
 
Os indicadoresde umidade (U1, U2 e U3) e de aridez (A1, A2 e A3) podem ser identificados através das condições 
apresentadas no Quadro 4. São os seguintes os significados desses indicadores: 
 
• Indicadores de Umidade: 
 
U1: Indica que o movimento de ar é indispensável. Se aplica quando uma temperatura elevada (rigor 
térmico diurno = Q) se combina com alta taxa de umidade relativa (GU = 4) ou quando a temperatura 
elevada (rigor térmico diurno = Q) se combina com umidade moderada (GU = 2 ou 3) e pequena amplitude 
média mensal (AMM inferior a 10 oC). 
 
U2: Indica que o movimento de ar (ventilação) é recomendável. Se aplica para temperaturas dentro dos 
limites de conforto (rigor térmico diurno = C) associadas à alta umidade (GU = 4). 
 3 
U3: Indica a necessidade de se adotar precauções contra a penetração de chuva. Mesmo para taxas mais 
baixas de precipitação esse cuidado pode ser necessário, mas ele será indispensável quando a pluviosidade 
ultrapassa 200 mm por mês. 
 
• Indicadores de Aridez: 
 
A1: Indica a necessidade de armazenamento de calor (inércia térmica). É aplicável quando uma acentuada 
amplitude média mensal (AMM igual ou superior a 10 oC) coincide com umidade baixa ou moderada (GU 
menor que 4). 
 
A2: Indica a conveniência de se dispor de espaço para dormir ao ar livre. Esta recomendação, embora 
possa parecer curiosa, reproduz uma solução típica de certas regiões da África como medida para evitar o 
problema de dormitórios de alta inércia (sistemas construtivos "pesados") que, em certas épocas do ano, 
podem tornar-se muito quentes durante a noite. Se aplica quando a temperatura noturna é elevada (rigor 
térmico noturno = Q) e a umidade é baixa (GU = 1 ou 2). Poderia ser necessária também quando as noites 
são confortáveis mas os interiores das edificações são quentes como conseqüência do forte armazenamento 
térmico (ou seja: dia = Q, noite = C, GU < 3 e Amplitude Térmica superior a 10 oC). 
 
A3: Indica que existem problemas de inverno ou de estação fria. Ocorre quando a temperatura diurna cai 
abaixo do limite inferior de conforto. 
 
Anota-se no Quadro 3 os meses em que se aplicam os indicadores respectivos e soma-se o total de meses que 
corresponde a cada indicador. 
 
2. PLANILHA 2 
 
Após completar o Quadro 3 da primeira planilha, o projetista já poderá estabelecer as recomendações construtivas 
para o projeto. Estas dependerão do número de meses durante os quais é aplicável cada um dos indicadores de 
umidade (U) ou aridez (A). 
 
O Quadro 5 (Planilha 2) apresenta recomendações relativas aos seguintes aspectos: 
 
- A. Implantação. 
- B. Espaçamentos entre edificações. 
- C. Ventilação. 
- D. Tamanho das aberturas. 
- E. Posição das aberturas 
- F. Proteção das aberturas. 
- G. Paredes e Pisos. 
- H. Coberturas. 
- I. Exterior da edificação. 
 
 
O preenchimento do Quadro 5, dar-se-á através dos seguintes passos: 
 
• Passar os seis Totais dos Indicadores do Quadro 3 para os campos específicos do Quadro 5 (canto superior 
esquerdo da planilha); 
 
• Resolver, um por um, os nove aspectos citados (Implantação, Espaçamento entre edificações, Ventilação, etc.); 
 
• Examinar as colunas dos indicadores correspondentes a cada aspecto para encontrar a recomendação adequada; 
 
• Exceto nos casos dos itens F (Proteção das aberturas) e I (Exterior da edificação), cujas recomendações não são 
excludentes, para cada um dos outros aspectos só poderá haver uma única recomendação; 
• Em cada item, a escolha da recomendação é feita percorrendo as colunas de indicadores da esquerda para a 
direita e decidindo de acordo com o número de meses apresentado em cada quadro; 
 
• As recomendações de 18 a 22 (aspectos G e H) fornecem limites desejáveis para as seguintes características 
térmicas dos elementos de vedação (paredes e coberturas) das construções: 
 
- U: Transmitância Térmica (W/m2 oC); 
 
- Retardamento: É o tempo (em horas) entre os momentos de ocorrência da temperatura máxima do ar no 
exterior e no interior da edificação quando se verifica um fluxo de calor através de um componente 
construtivo submetido a uma variação periódica da temperatura do ar no exterior 
 
 4 
- Fator de Calor Solar: Quociente entre a energia solar absorvida por um componente e a energia solar total 
incidente sobre a superfície externa do mesmo (q/I, em %). Depende da Transmitância (U), da Absortância 
(α) e da Resistência Superficial Externa (Rse): q/I = 100.U.α.Rse (%) 
 
 
2.1. DETALHAMENTO DAS RECOMENDAÇÕES 
 
A - IMPLANTAÇÃO: 
 
1. São preferíveis edificações alongadas (predominância significativa do comprimento sobre a largura), com as 
fachadas maiores voltadas para Norte e Sul, para reduzir as cargas térmicas devidas à Radiação Solar. Pode haver 
um ligeiro desvio nessa orientação para facilitar a captação das brisas dominantes nos meses mais úmidos (verificar 
os grupos de umidade) ou para permitir um aquecimento por ação solar durante o período mais frio (ver o indicador 
A3). 
 
2. Se o armazenamento térmico (A1) for necessário durante mais de 10 meses e a estação fria (A3) durar menos de 5 
meses, apresentarão melhor desempenho edificações compactas, com formas próximas ao quadrado e construídas 
em torno de um pequeno pátio. O micro-clima desse pátio provavelmente será mais favorável ao conforto do que o 
clima exterior. 
 
B - ESPAÇAMENTOS ENTRE AS EDIFICAÇÕES: 
 
3. Se a ventilação for indispensável (U1) durante mais de 10 meses, deverão ser acentuadas as distâncias entre 
edificações, para permitir a passagem livre das brisas. De modo geral, para serem realmente eficientes, essas 
distâncias devem ser, no mínimo, cinco vezes maiores que as alturas dos edifícios. Nesse mesmo sentido, edifícios 
sobre pilotis também podem contribuir. 
 
4. Aplica-se a mesma recomendação anterior mas com cuidados especiais na proteção dos ambientes internos contra 
prováveis ventos indesejáveis (quentes ou frios e que carreguem pó). Dependendo das direções predominantes 
desses ventos, barreiras de vegetação poderão contribuir para desviá-los. 
 
5. Em climas mais secos (U1 < 2) a ocupação urbana deve ser mais compacta para elevar a inércia térmica. 
 
C - VENTILAÇÃO: 
 
6. Os projetos devem otimizar a ventilação cruzada. Para tanto, é preferível que as habitações, ou seus aposentos, 
sejam dispostos em "filas simples" ao longo dos edifícios (ver figura) e os corredores de circulação abertos para o 
exterior. 
 
 
 
 
 
Habitações em “Fila Simples” Habitações em “Fila Dupla” 
 
7. As habitações podem ser dispostas em "filas duplas" ao longo dos edifícios (ver figura) mas é recomendável que 
disponham da possibilidade de ventilação cruzada (através, por exemplo, de aberturas controláveis entre elas). Caso 
esta solução seja impossível, o conforto térmico poderá depender de ventilação artificial (ventiladores de teto, por 
exemplo). 
 
8. Em climas nos quais o conforto prescinde do movimento do ar praticamente durante o ano inteiro (U1 = 0 e U2 < 
2) as habitações devem ser dispostas em "filas duplas", para aumentar a inércia. A ventilação deve ser mínima, 
apenas para garantir a renovação do ar. 
 5 
D - TAMANHO DAS ABERTURAS: 
 
9. Se o armazenamento térmico for necessário durante um período inferior a dois meses (A1 < 2) e não há estação 
fria (A3 = 0), as aberturas de ventilação devem ser grandes, ocupando entre 40 e 80% das fachadas Norte e Sul e 
permitindo que a ventilação atravesse os ambientes ao nível dos corpos dos ocupantes. 
 
10. As aberturas para ventilação devem ser de tamanho médio, ocupando entre 25 e 40% das fachadas e permitindo 
que durante o período frio penetre a radiação solar. 
 
11. Se o armazenamento térmico (A1) for necessário entre seis e dez meses, será importante aumentar as superfícies 
de parede para contribuir com a inércia e, portanto, as aberturas deverãoser relativamente pequenas (entre 15 e 25% 
das fachadas). 
 
12. As aberturas de ventilação deverão ser muito pequenas (entre 10 e 20% das fachadas) e disporem de sistema de 
proteção contra a radiação solar durante o longo período quente. 
 
13. Se ocorrem as mesmas condições do item anterior mas com uma estação fria mais prolongada (A3 > 3), as 
aberturas devem ser de tamanho médio (entre 25 e 40% das fachadas) e dispostas de modo a permitir que a radiação 
solar penetre durante o período frio. 
 
E - POSIÇÃO DAS ABERTURAS: 
 
14. Quando o movimento de ar for indispensável durante mais de dois meses (U1 > 2) ou quando o armazenamento 
for necessário durante menos de um semestre (A1 < 6), as aberturas deverão dirigir as brisas através dos ambientes 
ao nível dos corpos dos ocupantes. Em dormitórios, onde as pessoas estarão deitadas próximas ao solo, as aberturas 
devem chegar praticamente ao piso. Para otimizar a velocidade do ar no interior dos ambientes, as aberturas de saída 
devem ser ligeiramente maiores e mais altas que as de entrada. 
 
15. Vale a mesma recomendação do item 7: as habitações podem ser dispostas em "filas duplas" ao longo dos 
edifícios mas é recomendável que disponham da possibilidade de ventilação cruzada. Nesse caso, o projetista deverá 
buscar soluções que permitam a ventilação sem comprometer a privacidade dos ambientes. 
 
F - PROTEÇÃO DAS ABERTURAS: 
 
16. Se a estação fria durar menos de três meses (A3 < 3), os ambientes deverão ser protegidos contra a radiação 
solar direta. Por outro lado, se o inverno durar mais de dois meses, a radiação solar deverá penetrar durante esses 
meses mas não durante o resto do ano. 
 
17. Nas regiões onde, em ao menos um dos meses, a pluviosidade média ultrapasse 200 mm, será necessário 
proteger cuidadosamente as aberturas contra as chuvas. 
 
G - PAREDES E PISOS: 
 
18. Se o armazenamento térmico for necessário por menos de três meses (A1 < 3), deverão ser utilizadas paredes 
leves (pouca inércia térmica) e com superfícies externas de cores claras para refletirem a radiação solar: 
Transmitância Térmica não superior a 2,8 W/m2.oC, Retardamento máximo de 3 horas e Fator de Calor Solar igual 
ou inferior a 4%. 
 
19. Quando o armazenamento térmico for necessário por mais de dois meses (A1 > 2), deverão ser adotadas paredes 
pesadas (alta inércia térmica). Também nesse caso são recomendáveis superfícies externas claras mas as 
excessivamente claras poderão provocar ofuscamento ao refletirem a intensa luz solar: Transmitância Térmica não 
superior a 2,0 W/m2.oC, Retardamento mínimo de 8 horas e máximo de 14 horas e Fator de Calor Solar igual ou 
inferior a 4%. 
 
H - COBERTURAS: 
 
20. Apresentarão melhor desempenho as coberturas leves, termicamente isoladas e que reflitam a radiação do sol: 
Transmitância Térmica não superior a 1,1 W/m2.oC, Retardamento máximo de 3 horas e Fator de Calor Solar igual 
ou inferior a 4%. 
 
21. Como no caso anterior, as coberturas também devem ser leves mas deverão apresentar maior resistência térmica. 
Este maior isolamento será especialmente importante para evitar que a face inferior da cobertura (forro) se aqueça 
 6 
excessivamente no período em que a ventilação precisa ser reduzida para elevar o armazenamento térmico. Adotar 
Transmitância Térmica não superior a 0,85 W/m2.oC, Retardamento máximo de 3 horas e Fator de Calor Solar igual 
ou inferior a 3%. 
 
22. Coberturas pesadas (maior inércia) contribuirão para retardar o tempo de transmissão térmica. Este maior 
retardamento pode também ser conseguido através de materiais isolantes colocados nas faces exteriores das paredes 
externas. Recomenda-se que a Transmitância Térmica não ultrapasse 0,85 W/m2.oC, Retardamento mínimo de 8 
horas e Fator de Calor Solar igual ou inferior a 3%. 
 
I - EXTERIOR DA EDIFICAÇÃO: 
 
23. Nos meses em que ocorre o indicador A2 os ambientes internos podem permanecer excessivamente quentes 
durante as noites. Em algumas regiões do mundo onde essa situação costuma acontecer, durante esse período a 
população prefere dormir ao ar livre, em terraços. 
 
24. Em climas de forte pluviosidade, a água que escorre das coberturas pode provocar erosão ao redor das 
edificações, bem como comprometer os revestimentos exteriores. 
 
 
 
3. BIBLIOGRAFIA 
 
UNITED NATIONS. (1971). Climate and House Design – Vol. I: Design of Low-Cost Housing and Community 
Facilities. Department of Economic and Social Affair. New York. 
 
RORIZ, Maurício. (1995) “Apostila de Conforto Térmico”, Departamento de Engenharia Civil da Universidade 
Federal de São Carlos. (mimeo), São Carlos, SP. 
 
 
 7 
PLANILHAS DE MAHONEY (ADAPTADAS) P12 
 LOCALIDADE 
 
 LAT. LONG. ALT. 
 
 
 1. NORMAIS 
J F M A M J J A S O N D 
 MAX 
 
 TMA 
 
 TEMP. MED. MAX. 
 
 
 TEMP. MED. MIN. 
 
 
 
 
 AMPLITUDE MEDIA 
 MIN AMA 
 
 UMID. RELATIVA 
 
 ANO 
 
 PLUVIOSID. (mm) 
 
 
 VEL. VENTO (m/s) 
 
 
 DIREÇÃO VENTO 
 
 
 
 2. DIAGNÓSTICO 
J F M A M J J A S O N D 
 
 GRUPO UMIDADE 
 
 
 LIMITE SUP. DIA 
 
 
 TEMP. MED. MAX. 
 
 
 LIMITE INF. DIA 
 
 
 LIMITE SUP. NOITE 
 
 
 TEMP. MED. MIN. 
 
 
 LIMITE INF. NOITE 
 
 
 DIAGN. DIURNO 
 
 
 DIAGN. NOTURNO 
 
 
 
 3. INDICADORES 
J F M A M J J A S O N D 
 TOTAIS 
 
 
 
U1 
 
U1 
 
 UMIDADE 
 
U2 
 
U2 
 
 
 
U3 
 
U3 
 
 
 
A1 
 
A1 
 
 ARIDEZ 
 
A2 
 
A2 
 
 
 
A3 
 
A3 
 
 4. PARÂMETROS DO MÉTODO 
GRUPOS DE LIMITES CONFORTÁVEIS DE TEMPERATURA INDICADORES DO RIGOR CLIMÁTICO 
UMIDADE TMA > 20 15 ≤ TMA≤ 20 TMA < 15 Q = QUENTE, F= FRIO, C= CONFORTÁVEL 
RELATIVA DIA NOITE DIA NOITE DIA NOITE INDIC. DIA NOITE CHUVA UMID. AMPL. 
GRUPO 1 26 17 23 14 21 12 U1 Q 4 
UR < 30% 34 25 32 23 30 21 Q 2 ou 3 < 10 
GRUPO 2 25 17 22 14 20 12 U2 C 4 
30% ≤ UR < 50% 31 24 30 22 27 20 U3 > 200 
GRUPO 3 23 17 21 14 19 12 A1 < 4 ≥ 10 
50% ≤ UR < 70% 29 23 28 21 26 19 A2 Q < 3 
GRUPO 4 22 17 20 14 18 12 Q C <3 > 10 
UR ≥ 70% 27 21 25 20 24 18 A3 F 
 
 
 8 
LOCALIDADE 
 
 
P22 
 
TOTAIS DOS INDICADORES 
 
U1 
 
U2 
 
U3 
 
A1 
 
A2 
 
A3 
 
5. RECOMENDAÇÕES PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO 
 
 
 
 
 
 A - IMPLANTAÇÃO 
 
 
 
0-10 
 
1 
 
EDIFÍCIOS ALONGADOS, COM FACHADAS MAIORES VOLTADAS PARA 
 5-12 
 
NORTE E SUL, PARA REDUZIR A EXPOSIÇÃO AO SOL. 
 
 
 11-12 
0-4 
 
2 
 
EDIFÍCIOS COMPACTOS, COM PÁTIO INTERNO 
 B - ESPAÇAMENTOS ENTRE AS EDIFICAÇÕES 
 
11-12 
 
 
 
3 
 
AUMENTAR DISTÂNCIAS ENTRE EDIFICAÇÕES PARA MELHOR VENTILAÇÃO 
 
2 - 10 
 
4 
 
COMO 3, MAS COM POSSIBILIDADE DE CONTROLAR VENTILAÇÃO 
 
0-1 
 
5 
 
APROXIMAR AS EDIFICAÇÕES PARA AUMENTAR A INÉRCIA 
 C - VENTILAÇÃO 
 
3-12 
 
6 
 
PARA OBTER UMA VENTILAÇÃO CRUZADA PERMANENTE, AS HABITAÇÕES 
 
 
 0-5 
 
DEVEM SER DISPOSTAS EM FILA SIMPLES AO LONGO DO EDIFÍCIO. 
1 - 2 
 
 
6-12 
 
7 
 
FILA DUPLA DE HABITAÇÕES AO LONGO DO EDIFÍCIO, COM DISPOSITIVOS 
 
 
2-12 QUE PERMITAM CONTROLAR A VENTILAÇÃO. 
0 
 
 
0-1 
 
8 
 
VENTILAÇÃO MÍNIMA, APENASPARA RENOVAÇÃO DO AR. 
 D - TAMANHO DAS ABERTURAS 
 
 
 
 
 
0 
 
9 
 
40 A 80 % DAS FACHADAS NORTE E SUL (AO NÍVEL CORPOS DAS PESSOAS) 
 
 
 0-1 
1-12 
 
10 
 
25 A 40 % DAS FACHADAS NORTE E SUL E/OU LESTE E OESTE QUANDO 
 
 
 
2 - 5 
 O PERÍODO FRIO FOR PREDOMINANTE. 
 
 
 
6 - 10 
 
11 
 
15 A 25 % DAS FACHADAS. 
 
 
 
0-3 
 
12 
 
10 A 20 % DAS FACHADAS, COM CONTROLE DE RADIAÇÃO SOLAR. 
 
 
 11-12 
4-12 
 
13 
 
25 A 40 % DAS FACHADAS, PERMITINDO SOL NO PERÍODO FRIO. 
 E - POSIÇÃO DAS ABERTURAS 
 
3-12 
 
14 
 
NAS FACHADAS NORTE E SUL, PERMITINDO VENTILAÇÃO AO NÍVEL DOS 
 
 
 0-5 CORPOS DOS OCUPANTES. 
1 - 2 
 
 
6-12 
 
15 
 
COMO 14, MAS COM ABERTURAS NAS PAREDES INTERNAS. 
 
0 
 
 F- PROTEÇÃO DAS ABERTURAS 
 
 
 
0-2 
 
16 
 
EVITAR RADIAÇÃO SOLAR DIRETA NOS INTERIORES DA EDIFICAÇÃO. 
 
 
 
2-12 
 
17 
 
PROTEGER DA CHUVA, PERMITINDO VENTILAÇÃO. 
 G - PAREDES E PISOS 
 
 
 
0-2 
 
18 
 
LEVES, REFLETORAS. U ≤ 2,8 W/m2 oC, RETARD. ≤ 3 HORAS, FATOR SOL ≤ 4 % 
 
 
 
3-12 
 
19 
 
PESADAS. U ≤ 2,0 W/m2 oC, RETARD. ≥ 8 HORAS, FATOR SOL ≤ 4 % 
 H - COBERTURAS 
 
10-12 
 
 
 
20 
 
LEVES, REFLETORAS. U ≤ 1,1 W/m2 oC, RETARD. ≤ 3 HORAS, FATOR SOL ≤ 4 % 
 
 
 
0-5 
 
21 
 
LEVES, ISOLANTES. U ≤ 0,85 W/m2 oC, RETARD. ≤ 3 HORAS, FATOR SOL ≤ 3 % 
0-9 
 
 
6-12 
 
22 
 
PESADAS. U ≤ 0,85 W/m2 oC, RETARD. ≥ 8 HORAS, FATOR SOL ≤ 3 % 
 I - EXTERIOR DA EDIFICAÇÃO 
 
 
 
1-12 
 
23 
 
PREVER ESPAÇO AO AR LIVRE PARA DORMIR 
 
 
 
1-12 
 
24 
 
PROTEGER CONTRA AS CHUVAS

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