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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA FITOPATOLOGIA II EPIDEMIOLOGIA Profa : Adriana Teramoto 2009 O QUE É EPIDEMIOLOGIA? � É o estudo das epidemias e dos fatores que as influenciam. �É a ciência da doença em populações (Vanderplank, 1963).1963). � É o estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob a influência do ambiente e da interferência humana (Kranz, 1974). EPIDEMIOLOGIA - DUAS FACES DISTINTAS � Face acadêmica �Melhor compreensão da estrutura e comportamento das doenças no campo.comportamento das doenças no campo. � Face aplicada � Otimizar as estratégias de controle de doenças. OBJETIVOS DA EPIDEMIOLOGIA � Estudar a evolução das doenças em populações do hospedeiro; � Avaliar os prejuízos causados pelas doenças nas culturas; � Avaliar os efeitos simples e as interações entre resistência do hospedeiro, medidas sanitárias, uso de fungicidas edo hospedeiro, medidas sanitárias, uso de fungicidas e outras medidas de controle das doenças; � Avaliar a eficiência técnica e econômica das medidas de controle; � Estabelecer estratégias de controle das doenças e aperfeicoá-las para a proteção das culturas. � A quantidade de doença no campo é determinada pelo balanço entre dois processos opostos: infecção e remoção. � Infecção: aparecimento de novas infecções e lesões. PRINCÍPIO BÁSICO DA EPIDEMIOLOGIA � Remoção: tecido infeccioso é removido com o envelhecimento das lesões e não formammais esporos. � Ocorrem concomitantemente. População do patógeno interagindo com a população do hospedeiro, sob a influência do ambiente e do homem. Patossistema selvagem Patossistema agrícola O QUE É EPIDEMIA? � Refere-se ao “ aumento da doença numa população de plantas em intensidade e/ou extensão, isto é, um aumento na incidência-severidade e/ou um aumento na área geográfica ocupada pela doença” � Epidemiologia estuda não somente doenças que aumetam mas também doenças que diminuem. � Epidemia explosiva - aumento rápido em intensidade. � Epidemia tardígrava - aumento lento em intensidade. � Epidemia poliética - epidemias que levam anos para mostrar significativo aumento na intensidade de doença. EPIDEMIAS mostrar significativo aumento na intensidade de doença. �Epidemia progressiva - aumento em extensão. � Pandemia - epidemias progressivas que ocupam uma área de tamanho quase continental. � Endemia - é uma doença sempre presente numa determinada área, sem estar em expansão, quando se considera um período de tempo relativamente longo, o período infecção-remoção é neutro. ENDEMIA �Modificação do microclima - surto epidêmico. � Epidemia cíclica - ocorre periodicamente EPIDEMIA E ENDEMIA � Níveis de organização ONDE SITUA A EPIDEMIOLOGIA DENTRO DO CONTEXTO DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS? � Processo epidemiológico monocíclico. � Cada ciclo do patógeno constitui uma infecção. � Um ciclo do patógeno durante o ciclo do hospedeiro. PROCESSOS EPIDEMIOLÓGICOS � Juros simples. � Fusarium oxysporum, Verticillium spp., Sclerotinia sclerotiorum Fusarium oxysporum Verticillium sp. Sclerotinia sclerotiorum �Processo epidemiológico policíclico. � Patógeno completa vários ciclos durante o ciclo da cultura. PROCESSOS EPIDEMIOLÓGICOS � Os esporos produzidos durante o ciclo cultural também atuam como inóculo. � Juros compostos - juros rendem juros. � Ferrugens e míldios Ferrugens Míldios FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Níveis de resistência genética ou suscetibilidade do hospedeiro. � Plantio da cultivar Tatu de amendoim na Zona da Mata de PernambucoMata de Pernambuco � Alta suscetibilidade - mancha preta (Cercosporidium personatum) e ferrugem (Puccinia arachidis). � Plantio cultivar BR-1 - resistente. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Grau de uniformidade genética das plantas hospedeiras. �Maiores taxas de desenvolvimento de epidemias geralmente ocorre em cultivos propagados vegetativamente, as taxas intermediárias em cultivos auto-polinizados e taxas baixas em cultivos de polinização cruzada. � Populações naturais apresentam grande variabilidade genética - taxas muito lentas. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Tipo de Cultura � Culturas anuais: feijão, arroz, milho, algodão e hortaliças - epidemias desenvolvem mais rapidamente.hortaliças - epidemias desenvolvem mais rapidamente. � Cultivos perenes: fruteiras e essências florestais FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Idade da planta hospedeira � Tombamento de plântulas causados por Rhizoctonia solani, os hospedeiros são suscetíveis somente durante o estádio inicial de crescimento.estádio inicial de crescimento. � Ferrugens e infecções virais - as plantas são resistentes à infecção enquanto jovens, tornando-se suscetíveis posteriormente, e depois tornam-se novamente resistentes quando adulta. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Idade da planta hospedeira � Infecções de flores ou frutos por Botrytis e Glomerella, e em todas as infecções pós-colheita, partes das plantas são resistentes durante o estádio de crescimento e na fase inicial do estádio adulto, mas tornam-se suscetíveis próximo a maturação. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOSPEDEIRO � Idade da planta hospedeira � Requeima da batata (Phytophthora infestans) e pinta preta do tomateiro (Alternaria solani) - suscetível nos estádios novos, relativa resistência no início do estádio adulto e novamente suscetibilidade após a maturação. � Nível de virulência e agressividade � Virulência está associada à quantidade de doença induzida no hospedeiro, ou seja, quanto maior a intensidade da doença, mais virulento o isolado. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - PATÓGENO intensidade da doença, mais virulento o isolado. � Agressividade está associada à velocidade no aparecimento dos sintomas da doença, ou seja, quanto mais agressivo for determinado isolado, mais rápido será o aparecimento dos sintomas. � Quantidade de inóculo próximo ao hospedeiro �Maior quantidade de propágulos do patógeno: células bacterianas, esporos e escleródios fúngicos, ovos de FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - PATÓGENO bacterianas, esporos e escleródios fúngicos, ovos de nematóides, plantas infectadas por vírus, etc. �Maior quantidade de inóculo chegará ao hospedeiro e commaior rapidez. � Tipos de reprodução � Patógenos monocíclicos � Patógenos policíclicos FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - PATÓGENO � Ecologia e modo de disseminação do inóculo � Inóculo produzido na superfície de partes aéreas do hospedeiro � Inóculo produzido dentro da planta � Umidade � Umidade abundante, prolongada ou frequente: orvalho, chuva ou umidade relativa. � Facilita o desenvolvimento de epidemias causadas FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE � Facilita o desenvolvimento de epidemias causadas por fungos, bactérias e nematóides. �Epidemias causadas por vírus e fitoplasmas são apenas indiretamente afetadas pela umidade, no que se refere ao efeito sobre a atividade do vetor. � Umidade � Fitopatógenos habitantes do solo: FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE � Fusarium e Streptomyces - climas secos � Phytophthora e Pythium - alta umidade do solo. � Temperatura � Epidemias são em geral favorecidas por temperaturasmais altas ou mais baixas que a faixa ótima de temperatura para a planta, pois reduzem o FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE ótima de temperatura para a planta, pois reduzem o nível de resitência do hospedeiro. � Fases de germinação de esporos, eclosão de nematóides, penetração no hospedeiro, crescimento ou reprodução, colonização e esporulação. � Temperatura � No solo, baixas temperaturas reduzem a absorção de nutrientes e, consequentemente, a planta permanece subdesenvolvida, facilitando a ação de FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE permanece subdesenvolvida, facilitando a ação de patógenos, principalmente dos causadores de tombamentos. � Luminosidade � A qualidade e quantidade de luz disponível ao hospedeiro afeta a fotossíntese e, consequentemente, as reservas nutritivas, afetando também a sua reação a FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE reservas nutritivas, afetando também a sua reação a uma determinada doença. � pH do solo � Fungos - pH entre 4.5 a 6.5. Fusarium e Verticillium ataca algodoeiro com pH abaixo de 7,0. � Bactérias - pH entre 6.0 a 8.0 � Fertilidade do solo � Alto teor de nitrogênio tendem a aumentar a suscetibilidade. FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - AMBIENTE suscetibilidade. � Altas concentrações de potássio reduzem a suscetibilidade. � Seleção e preparo do local de plantio � Campos mal drenados e, consequentemente, com aeração do solo deficiente, favorecem o desenvolvimento FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOMEM aeração do solo deficiente, favorecem o desenvolvimento de epidemias. � Histórico da área � Seleção do material de propagação � Sementes, mudas e outros materiais propagativos contaminados com patógenos aumentam a quantidade de inóculo inicial dentro do campo, FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOMEM quantidade de inóculo inicial dentro do campo, favorecendo o desenvolvimento de epidemias. � Introdução de novos patógenos � Hospedeiro - evolui para resistência a estes patógenos. � Práticas culturais �Monocultura contínua; � Grandes áreas plantadas com mesma variedade; � Altos níveis de fertilização nitrogenada; FATORES QUE AFETAMO DESENVOLVIMENTO DE EPIDEMIAS - HOMEM � Altos níveis de fertilização nitrogenada; �Manutenção de restos culturais no campo; � Plantio adensado; � Irrigação excessiva; � Injúrias pela aplicação de herbicidas; � Outras práticas culturais inadequadas. � Intensidade de doença: quantidade de doença numa população de plantas. � Incidência de doença: é a porcentagem de plantas ou PATOMETRIA OU QUANTIFICAÇÃO DE DOENÇAS � Incidência de doença: é a porcentagem de plantas ou orgãos doentes em uma população. � Severidade de doença: é a porcentagem da área ou de volume de tecido doente. � Objetivos � Estudar o desenvolvimento de epidemias � Avaliar a resistência de cultivares � Comparar a eficiência de fungicidas PATOMETRIA OU QUANTIFICAÇÃO DE DOENÇAS � Determinar o “timing” de aplicação de um fungicida � Determinar perdas de produção devido a doença � Verificar o efeito de práticas culturais � De nada adiantaria conheceria o patógeno de uma planta se não fosse possível quantificar os sintomas por ele causados (Amorim, 1995). EXEMPLOS DE DOENÇAS ONDE SE AVALIA INCIDÊNCIA EXEMPLOS DE DOENÇAS ONDE SE AVALIA SEVERIDADE Ferrugem do eucalipto Ferrugem do cafeeiro ESCALAS DESCRITIVAS PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇAS Utilizam chaves com certo número de graus para quantificar doenças. Cada grau deve ser apropriamente descrito ou definido. Imprecisas: levemente, moderado e severo (subjetivos) São representações ilustradas de uma série de plantas ou partes de plantas com sintomas em diferentes níveis de severidade. ESCALAS DIAGRAMÁTICAS PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇAS São mais fáceis de serem utilizadas por representarem os sintomas típicos das doenças em diferentes intensidades e mostrar a distribuição proporcional da área foliar. ESCALAS DIAGRAMÁTICAS PARA AVALIAÇÃO DE DOENÇAS Problema associado às escalas diagramáticas é o tamanho das folhas. Escala diagramática na avaliação da severidade da Antracnose em vagens de feijão Escala diagramática na avaliação da severidade da queima-foliar do inhame Escala diagramática na avaliação da severidade da mancha bacteriana do eucalipto ANÁLISE DE IMAGENS DE VÍDEO POR COMPUTADOR � Este sistema consiste na obtenção da imagem de uma amostra com câmera de vídeo; � Transferência desta imagem para microcomputador� Transferência desta imagem para microcomputador através de um conversor; � Análise da imagem gerada com avaliação das áreas sadia e doente. SENSORIAMENTO REMOTO � Conjunto de técnicas capaz de propiciar informações de um objeto sem que haja contato físico com este objeto. � Propriedades radiantes de tecido de plantas sadias� Propriedades radiantes de tecido de plantas sadias diferem daqueles tecidos de plantas doentes. � Tecidos infectados apresentam menor reflectância na região do infravermelho (comprimento de onda maior que 0,7 µm) quando comparados com tecidos sadios. MÉTODOS INDIRETOS DE AVALIAÇÃO DE DOENÇAS � A avaliação direta de doenças é difícil de ser realizada quando os sintomas observados na planta envolvem apenas redução de vigor, diminuição de produção ou enfezamento.enfezamento. � Vírus - técnicas de diagnose, como indexação do vírus em plantas indicadoras ou técnicas serológicas. � Nematóides - amostragem de solo e raízes com posterior extração e contagem de indivíduos. ACURÁCIA E PRECISÃO Acurácia: refere-se à proximidade dos valores quantificados em uma amostra em relação aos valores verdadeiros. Preciso e acurado Preciso e não acurado Impreciso e não acurado Precisão: refere-se a repetibilidade dos valores associados à amostra, com a menor variação possível entre si. Ilusão causada pela presença de muitas lesões de tamanho pequeno. Ambas as folhas têm a mesma intensidade de doença (severidade = 20%), mas a folhas da esquerda aparenta mais doente. ACUIDADE VISUAL É proporcional ao logaritmo da intensidade do estímulo. O estímulo proporcionado pelos sintomas de uma doença deve crescer exponencialmente para que a vista humana consiga diferenciá-lo. SISTEMA DE PREVISÃO DE DOENÇAS � É uma ferramenta utilizada no manejo integrado de doenças de plantas para auxiliar na tomada de decisão sobre a necessidade ou não de se adotar medida de controle, em função da possibilidade de ocorrer um surto da doença (Barreto et al., 2004). � Importância econômica da cultura � Fatores limitantes �Medida de controle � BLITECAST - requeima do tomateiro e da batateira QUANT Utiliza imagens obtidas via scanner ou câmeras digitais para quantificar a proporção ou área foliar, sadia ou doente. Orgãos: caule, raízes, pecíolos, sementes, pólen. Quant utiliza cinco procedimentos de processamento de imagens:imagens: Limiar preto e branco; Seleção de cores por pallete; Seleção de cores por intervalo de coordenadas de sistemas de cores (RGB ou HSV); Seleção de cores por amostragem de cores; e Seleção de cores pormeio de funções discriminantes Várias aplicações: Estimativa de área foliar sadia e doente; Suporte para o desenvolvimento de escalas diagramáticas; Quantificação de área com cobertura vegetal no solo; QUANT solo; Estimação de índice de área foliar; Determinação de número, área de lesões e de pústulas; Estimação de área de raízes (permite a quantificação de áreas necróticas nas raízes; e Quantificação de severidade de sarna em tubérculos de batata.QUANT QUANT VALIDAÇÃO DE ESCALAS DIAGRAMÁTICAS
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