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CHUVAS ÁCIDAS Visão Histórica •1881: cientista Norueguês sugeriu que poluentes emitidos pela Grã-Bretanha e países da Europa estariam precipitando na costa oeste da Noruega; •1950: países escandinavos relacionaram a queima de combustíveis fósseis com a acidez da água da chuva e também a diminuição do pH da água com a diminuição dos peixes na região nórdica; •1960: chuva ácida é reconhecida como danosa às florestas; •1969: países europeus fizeram um levantamento da acidez das chuvas e verificou-se que poluentes produzidos na Inglaterra e na Alemanha Ocidental eram carregados pelos ventos para a Suécia e Noruega; •1982: criação do Programa Nacional de Avaliação de Precipitação Ácida pelos Estados Unidos; •1985: primeiros estudos de caracterização química das águas de chuva; •1990: criação do Programa da Chuva Ácida pelos Estados Unidos; O termo “chuva ácida” é normalmente usado com o significado de deposição de componentes ácidos na chuva, neve, nevoeiro e orvalho. A água destilada, que não contém CO2, tem um pH de 7, enquanto que a chuva não poluída é ligeiramente ácida (pH de 5,0) devido à presença de CO2 que juntamente com a água na atmosfera, reagem formando ácido carbónico. H2O (l) + CO2 (g) → H2CO3 (aq) Depois o ácido carbónico ioniza-se na água originando pequenas concentrações de iões Hidrónio: 2H2O (l) + H2CO3 (aq) ⇌ CO32- (aq) + 2H3O+ (aq) Influência do CO2 na acidez da água da chuva O acréscimo de acidez da chuva provém da reação dos poluentes atmosféricos primários, tais como os óxidos de enxofre (SOx) e óxidos de nitrogénio (NOx), que juntamente com a água formam no ar ácidos fortes: ácidos sulfúrico e nítrico. As principais fontes destes poluentes são os transportes, indústrias e centrais eléctricas (principalmente as de carvão). Figura 1 – Processos que intervêm na formação das chuvas ácidas 6 O gás mais influente na acidificação da chuva é o dióxido de enxofre (SO2). No entanto, as emissões dos óxidos de nitrogênio (NOx) que oxidam formando ácido nítrico são de importância maior devido aos controlos rígidos nas emissões de compostos contendo enxofre. 70 milhões de toneladas por ano na forma de SO2 são provenientes da queima de combustíveis fósseis e da indústria, 2,8 milhões de toneladas de fogos florestais e 7-8 milhões de toneladas de vulcões. EMISSÕES DE ELEMENTOS QUÍMICOS QUE CONTRIBUEM PARA A ACIDIFICAÇÃO Figura 2 - Central eléctrica de carvão em Cheshire, Ohio Causadores da Deposição Ácida Dióxido de Enxofre erupções vulcânicas decomposição de vegetais e animais, nos pântanos e nos oceanos Emissões Naturais Queima de combustíveis fósseis Indústria do petróleo Indústria de extração de metais Emissões Antrópicas O dióxido de enxofre (SO2) oxida ao reagir com o hidróxido (OH): SO2 + OH → HOSO2 O novo componente formado reage com oxigênio (O2) formando trióxido de enxofre (SO3) e HO2: HOSO2 + O2 → HO2 + SO3 O trióxido de enxofre reage então com a água convertendo-se em ácido sulfúrico: SO3 (g) + H2O (l) → H2SO4 (l) Relativamente ao ácido nítrico, este é formado pela reacção entre o Hidróxido (OH) com o dióxido de azoto (NO2): NO2 + OH → HNO3 FORMAÇÃO DOS ÁCIDOS – PROCESSOS QUIMICOS Tanto as concentrações de baixo pH, como as maiores concentrações de alumínio na superfície da água que ocorrem como resultado das chuvas ácidas, são prejudiciais aos peixes e outros animais aquáticos. A níveis de pH abaixo de 5, a maioria dos ovos de peixe não conseguem incubar e o plâncton também pode não conseguir desenvolver-se com esse grau de acidez. A níveis mais baixos até peixes adultos podem morrer. Efeitos ÁGUAS SUPERFICIAIS E ANIMAIS AQUÁTICOS Figura 3 – Gráfico que representa o nível mínimo de pH suportado por alguns animais aquáticos Os solos podem ficar bastante danificados pelas chuvas ácidas. Alguns micróbios tropicais conseguem consumir ácidos rapidamente, mas o mesmo não acontece com outros, que não tem a capacidade de tolerar baixos níveis de pH. Estes últimos morrem e as suas enzimas deixam de funcionar correctamente. Os iões hidróxidos também mobilizam as toxinas, removendo nutrientes e minerais essenciais. SOLOS Figura 4 – Solo pobre em nutrientes e mineiras com consequente enfraquecimento da vegetação. As chuvas ácidas podem retardar o crescimento das florestas vulneráveis eliminando os sais minerais do solo, comprometendo assim as plantações e a renovação da vegetação. As florestas situadas em grandes altitudes são especialmente vulneráveis pois estão situadas entre nuvens e nevoeiro – zonas de maior acidez. Outras plantas podem ficar também danificadas, no entanto o efeito das chuvas nas colheitas de alimento é minimizado pela aplicação de fertilizantes que substituem nutrientes que se poderiam eventualmente perder. Nas áreas cultivadas, a pedra calcária pode também ser adicionada para aumentar a capacidade do solo em manter o pH estável. FLORESTAS E OUTRAS VEGETAÇÕES Figura 5 – Efeitos da chuva ácida numa floresta. Montanhas de Jizera, República de Czech As chuvas ácidas têm-se mostrado associadas a algumas doenças que põem em causa a saúde humana: Nariz e Garganta: Maior tendência para asma e sinusite Olhos: Maior probabilidade de conjuntivite Brônquios: Maior predisposição à broncopneumonia Pulmões: Riscos de enfisema Coração: Mais doenças cardiovasculares SAÚDE HUMANA As chuvas ácidas também podem danificar certos materiais de edifícios e de monumentos históricos. Isto deve-se à capacidade do ácido sulfúrico em reagir quimicamente com os compostos de cálcio presentes nas rochas para criar um sulfato de cálcio hidratado, deteriorando o material. Um outro caso conhecido é o das pedras com inscrições gravadas, que devido à ação das chuvas ácidas, chegam a tornar-se completamente ilegíveis. Além disto, as chuvas ácidas também aumentam a taxa de oxidação do ferro. EDIFÍCIOS E MONUMENTOS Figura 6 – Desgaste ocasionado pela chuva ácida num período de 60 anos. Estátua de mármore localizada no castelo de Herten, na Alemanha. Utilizar transportes coletivos: reduz a emissão de gases poluentes Utilizar fontes de energia menos poluentes: energia hidroelétrica, geotérmica, maremotriz, eólica e eventualmente nuclear. Purificar os escapes dos veículos: utilizar gasolina sem chumbo e adaptar um conversor catalítico Utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre - Utilizar purificadores nas indústrias para transformar grande parte das emissões de SO2 em substâncias menos poluentes RESOLUÇÃO DESTE PROBLEMA E MEDIDAS PARA DIMINUIR A OCORRÊNCIA DAS CHUVAS ÁCIDAS
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