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Civil I - Plano de aula 01

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
Civil I – Semana 1
INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL
Sumário: 1.Código civil brasileiro; 1.1.A estrutura do código civil; 1.2.Os fundamentos principiológicos do código civil brasileiro; 1.2.1.Princípio da eticidade; 1.2.2.Princípio da socialidade; 1.2.3.Principio da operabilidade; 1.3.A constitucionalização do direito civil; 1.4.Direito civil e constituição de 1988.
Código civil brasileiro
A estrutura do código civil.
O Código Civil, Lei nº 10.406, de 10/01/2002, representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas, incorporando avanços na técnica jurídica, apresentando uma nova estrutura constituída principalmente pela existência dos três princípios que o permeiam, o princípio da eticidade, da socialidade e da operabilidade, em que se pode observar as Clausulas Gerias, aquelas em que o texto inteiro é aberto à interpretação e os Conceitos Jurídicos Indeterminados, aqueles em que apenas uma parte do texto é aberta a interpretação, sendo o restante stricto sensu.
Os fundamentos principiológicos do código civil brasileiro.
 Princípio da eticidade
O novo diploma alia os valores técnicos aos valores éticos, percebendo-se muitas vezes a opção por normas genéricas, propiciando assim uma menor preocupação de excessivo rigor conceitual, fundando-se no valor da pessoa humana como fonte dos demais valores.
A ética é delimitadora do comportamento humano, abrangendo a realidade que o cerca e influenciando a estrutura dos fatos e atos produzidos pelo cidadão, de forma que o novo Código Civil apresenta-se em forma de sistema vinculado a dois pólos, um formado em eixo central, o outro concentrado em um sistema aberto, imprimindo eficácia e efetividade aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito privado.
Princípio da socialidade
Está presente no novo Código Civil a socialidade em detrimento do caráter individualista do antigo diploma, ou seja, reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, porém sem perda do valor fundamental da pessoa humana. Há uma convergência para a realidade contemporânea com a visão dos direitos e deveres, adaptação esta que provoca várias mudanças em termos e aplicações.
Principio da operabilidade
Leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado e executado, para tanto diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do direito.
A constitucionalização do direito civil.
O Código Civil sempre representou o centro normativo de direito privado, por se preocupar em regular as relações entre particulares, podendo-se observar uma cisão na estrutura jurídica liberal, em que a Constituição apenas deveria se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes do Estado, situação esta existente à luz do Código Civil de 1916, que ocasionou grandes desigualdades sociais.
Mediante isso houve a necessidade de o Estado interferir nas relações de direito privado para minimizar essas desigualdades e limitar a liberdade dos indivíduos protegendo as classes menos favorecidas, em busca de uma igualdade substancial, fazendo com que aos poucos o Código Civil fosse perdendo o seu papel de Constituição do direito privado, surgindo com isso diversas leis especiais que acabou fragmentando o Direito Civil.
Com a Constituição Federal de 1988 assume-se um novo papel de regência nas relações privadas, conferindo uma nova unidade do sistema jurídico. Desta forma, a constitucionalização do Direito privado não importa em apenas conferir à constituição a superioridade hierárquica conformadora do ordenamento jurídico visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais.
A Constituição passa, assim, a definir os princípios e as regras relacionados a temas antes reservados exclusivamente ao Código Civil e ao império da vontade, como a função social da propriedade, organização da família e outros, passando-se a adotar um novo paradigma.
É importante distinguir, por fim, a Constitucionalização do Direito Civil da publicização do direito privado, em que a primeira é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos e a segunda é o processo de intervenção estatal no direito privado, principalmente mediante a legislação infraconstitucional. 
Direito civil e constituição de 1988.
A norma constitucional, apesar da resistência de alguns setores da doutrina, passa a ser diretamente aplicável às relações privadas, e por ser um sistema de normas, é dotada de coercibilidade e imperatividade sendo perfeitamente suscetível de ser aplicada nas relações de direito privado, a exemplo do direito de família em que a Constituição de 1988, refletiu mudanças nas relações familiares ocorridas ao longo do século XX deu um novo perfil aos institutos do direito de família. Assim o novo Código Civil teve que se adaptar aos novos ditames constitucionais aprofundando-os .
Questão discursiva 1 – Afirma José Carlos Moreira Alves que os códigos não surgem muito bons, mas, pouco a pouco, com o trabalho da doutrina e da jurisprudência, vão-se lendo o que neles não está escrito, deixando-se de ler, muitas vezes, o que nele está e, no final de certo tempo, por força de sua utilização, da colmatação dessas lacunas, da eliminação de certos princípios da sua literalidade, o código vai melhorando e, no final de certo tempo, já se considera que é um bom código. Diante dessa assertiva pergunta-se:
a) O Código Civil vigente realmente nasceu velho como afirmaram alguns civilistas? Explique sua resposta.
(RESPOSTA) Não, pois em comparação ao CC/16, o CC/02 trás muitas atualizações e inovações, como a implementação os principios da eticidade, da socialidade e da operabilidade, que permeiam todo o ordenamento.
b) Qual a diferença entre cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados? Cite um exemplo de cada.
(RESPOSTA) Clausulas Gerias – são aquelas em que o texto inteiro é aberto à interpretação, a exemplo, Art 421, CC - A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Conceito Jurídico Indeterminado – é aquele em que apenas uma parte do texto é aberta a interpretação, sendo o restante stricto sensu, a exemplo, Art 927, CC – Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo (somente a ilícito cabe a interpretação: o que é ilícito?).
c) Dê três exemplos que representem a constitucionalização do Direito Civil brasileiro.
(RESPOSTA) A existência dos três princípios, socialidade, eticidade e operacionalidade, a preservação dos direitos fundamentais e a existência de matérias que anteriormente pertenciam exclusivamente ao CC/02 presentes na CF/88.
Questão objetiva 1 – Sobre a evolução da codificação civil brasileira, pode-se afirmar que:
a) O Código Civil brasileiro foi influenciado pelo movimento de patrimonialização dos direitos.
(INCORRETA) Não, o patrimonialismo era a característica do CC/16 já no CC/02 tem por característica a humanização em seu texto;
b) A (re)personalização do Direito Privado permite que se considere que a pessoa serve ao Estado e não o Estado à pessoa.
(INCORRETA) Ao contrário, fica expresso que é o Estado quem serve ao cidadão;
c) O mínimo existencial em nada influencia o Direito Civil, uma vez que considerado categoria exclusivamente constitucional.
(INCORRETA) Errado, o mínimo existencial é outro exemplo da Constitucionalização do CÓDIGO CIVIL02, de forma que tal característica está presente tanto no CC/02 quanto na CF/88.
d) Tratando-se de um código que representa o Estado Social, a intervenção deste nas relações privadas será mínima.
(INCORRETA) Errado, o Estado Social ao que se refere é relativo à aplicação igualitária do CC/02 aos cidadãos, empresas privadas, empresas públicas, etc.
e) A constitucionalizaçãodo Direito Privado permitiu a elevação à categoria de direitos constitucionais de institutos que antes eram considerados exclusivamente de Direito Civil.
(CORRETA)
Questão objetiva 2 – (DPE-TO - 2013) Acerca do Direito Civil, assinale a opção correta:
a) O princípio da eticidade, paradigma do atual Direito Civil Constitucional, funda-se no valor da pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio do pacta sunt servanda (o contrato faz lei entre as partes), quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um contratante em detrimento do outro.
(CORRETA)
b) Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados são expressões que designam o mesmo instituto jurídico.
(INCORRETA) Clausulas Gerais são aquelas em que todo o texto é aberto a interpretação, enquanto o Conceito Jurídico Indeterminado é aquele em que apenas parte do texto é aberto à interpretação, portanto, não constituem o mesmo instituto jurídico;
c) A operacionalidade do Direito Civil está relacionada à solução de problemas abstratamente previstos, independentemente de sua expressão concreta e simplificada.
(INCORRETA) A operabilidade está diretamente relacionada a simplificação do CC/02, permitindo sua utilização para a resolução dos problemas no âmbito civil.
d) Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminados.
(INCORRETA) Além da socialidade, eticidade e operacionalidade, tanto as Clausulas Gerais quando o Conceito Jurídico Indeterminado estão presentes no CC/02.
e) No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, razão pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve ceder lugar ao direito de propriedade coletiva, tal como preconizado no socialismo real.
(INCORRETA) A socialidade presente no CC/02 refere-se à utilização do Código de maneira igualitária abrangendo toda a sociedade e não apenas uma parte.

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