Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Faculdade de Direito da Fundação Escola Superior do Ministério Público Curso de Pós-Graduação lato Advocacia Cível Ednadja Martins do Nascimento Efetividade das Medidas Executivas Atípicas em Cobranças de Alimentos? Recife - PE 2023 2 EFETIVIDADE DAS MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS EM COBRANÇAS DE ALIMENTOS? Ednadja Martins do Nascimento1 1 Ednadja Martins do Nascimento, advocacia cível, FMP, nadjamartins15@gmail.com. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................6 2 O QUE SÃO MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS...........................................................................7 3 HISTÓRICO DAS MEDIDAS TÍPICAS E ATÍPICAS NA EXECUÇÃO..........................................7 4 DA APLICABILIDADE DOS MEIOS ATÍPICOS DE EXECUÇÃO E A EFETIVIDADE PROCESSUAL..........................................................................................................................................10 5 HISTÓRICO DAS MEDIDAS TÍPICAS E ATÍPICAS NA EXECUÇÃO......................................12 6 EFETIVIDADE DAS MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS EM COBRANÇA DE ALIMENTOS............................................................................................................................................14 7 MEIOS EXECUTÓRIOS......................................................................................................................17 8 DA PRISÃO DO DEVEDOR DE ALIMENTOS................................................................................17 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................19 REFERÊNCIAS......................................................................................................................................21 4 RESUMO O presente artigo analisa a efetividade das medidas executivas atípicas no ordenamento jurídico brasileiro. O objetivo primário do estudo é verificar a efetividade das medidas executivas atípicas na cobrança de alimentos. De início, contextualiza o histórico das medidas típicas e atípicas na execução. Na sequência, trata das medidas atípicas e sua utilização, bem como a execução de alimentos e seu rito. Ao final, direciona a análise da sua efetividade e as novas medidas que podem ser criadas, para coibir a inadimplência do devedor de alimentos. Adota-se, como metodologia científica, pesquisa bibliográfica, jurisprudencial, e com métodos dedutivos, por meio da análise dos elementos teóricos e normativos do instituto. Palavras-chave: Execução. Medidas típicas e atípicas. Alimentos. Efetividade 5 RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA This article analyzes the effectiveness of atypical executive measures in the Brazilian legal system. The primary objective of the study is to verify the effectiveness of atypical executive measures in the recovery of alimony. Initially, it contextualizes the history of typical and atypical measures in the execution. Next, it deals with atypical measures and their use, as well as the execution of food and its rite. In the end, it directs the analysis of its effectiveness and the new measures that can be created, to curb the default of the maintenance debtor. It adopts, as a scientific methodology, bibliographical, jurisprudential research, and with deductive methods, through the analysis of the theoretical and normative elements of the institute. Keywords: Execution. Typical and atypical measures. Foods. Effectiveness 6 1 INTRODUÇÃO O presente artigo foi elaborado com o objetivo de demonstrar que as tutelas executivas, em especial, a obrigação de prestar alimentos podem ser resolvidas através dos diversos meios que dispõe o juiz, tornando as medidas atípicas garantidas pelo art.139, IV do CPC/2015 mecanismo em consonância com as exigências do sistema processual e interesse das partes, se aplicado em substituição a medida típica de prisão civil na execução de alimentos. O tema, além de ser objeto de discussão pelos aplicadores do direito em vários julgados de primeira e segunda instância seja na forma de recurso ou remédio constitucional, emerge na esfera jurídica como algo de grande valia, tanto no que diz respeito aos direitos e garantias assegurados pela Constituição Federal cidadão, quanto na satisfação dos credores e efetividade da legislação processual para além da fase cognitiva. O objetivo desta pesquisa é analisar a possibilidade de aplicação do princípio da atipicidade das medidas executivas como primeira ratio em se tratando de execução de alimentos e meio de coerção possivelmente utilizado pelo juiz em substituição a prisão civil para garantia do princípio da efetividade. A justificativa para este trabalho se dá pelo crescente descumprimento de ordens judiciais concebidas em ações de conhecimento, sejam elas de obrigação de fazer, não fazer, pagar ou simples homologações de acordo e pela existência de inúmeros processos que se alastram por tempo considerável sem resultados positivos. Observa-se que quando o cidadão invoca a tutela jurisdicional, este pretende o reconhecimento de seu direito e atuação concreta da lei integralmente, o que de fato não acontece, trazendo prejuízos de ordem material e moral frente a desconfiança no exercício do direito pelo Poder Judiciário. A atipicidade das medidas executivas, embora tenha seus frutos ainda prematuros ante sua questionável aplicabilidade frente à direitos fundamentais, surge como opção coercitiva possível para garantia da tutela jurisdicional e adimplemento do débito alimentar com dignidade interpartes. 7 2 O QUE SÃO MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS As medidas executivas atípicas são decorrentes do princípio da efetividade, que, por sua vez, tem como objetivo garantir que a tutela pretendida pelo demandante seja efetivamente atendida, ou seja, que a tutela pretendida seja entregue. Com efeito, as medidas executivas atípicas não são previstas em legislação, e tem fundamento no art. 139, IV, do CPC/15. Nesse sentido, medidas executivas atípicas podem ser quaisquer medidas requeridas pelo credor, como bloqueio de CNH, bloqueio de cartão de crédito, impedimento da entrada do devedor em certos locais, como clubes, por exemplo. Ou seja, o credor pode requerer qualquer medida que seja, desde que dotada de proporcionalidade, que busque coagir o devedor a cumprir a obrigação. Essa possibilidade de utilizar da criatividade para encontrar uma medida executiva que seja efetiva perante aquele devedor em específico é que torna esse instituto do direito tão interessante, e pode ser muitíssimo bem explorada. Vale ressaltar, ainda, que essas medidas executivas atípicas estão sendo utilizadas até mesmo no direito do trabalho, quando empresas que estão sendo executadas tentam se furtar das suas obrigações, e podem atingir até mesmo seus sócios. Por fim, vale ressaltar apenas que, apesar de ser uma medida executiva relativamente nova, deve ser requerida com bastante responsabilidade, sempre respeitando os limites da execução e observando o princípio da proporcionalidade. 3 HISTÓRICO DAS MEDIDAS TÍPICAS E ATÍPICAS NA EXECUÇÃO O Estado Democrático, não se limita mais àesfera jurídicas individuais, isso significa que não se baseia apenas no conhecimento da relação jurídica individual, mas sim, no instrumento unido de valores de igualdade e assistência, buscando através do título jurisdicional proteger direitos, estabelecidos ou reprimidos em ações, ou autorizando tal exercício independe da relação jurídica. (...) a inidoneidade da tutela ressarcitória pelo equivalente diante das novas situações substanciais de caráter não patrimonial, e a percepção da necessidade de tutelá-las, assim como a outros direitos há muito conhecidos, mediante formas preventivas, fez com que surgisse um evidente interesse em obter uma tutela jurisdicional capaz de inibir a violação do direito, impedindo a prática de um fazer. (Marinoni; Arenhart, 2014, p. 44). 8 Pretendendo efetividade jurisdicional, na contemporaneidade, passaram a existir meios executivos aptos a estabelecer o cumprimento de deveres a garantir com precisão essa tutela. Dessa forma, é dado ao Estado na figura “Instituição” impor e estabelecer sanção, isto é, em regra a jurisdição é meio de resolver conflitos entre parte numa relação jurídica, cabendo também a aplicação da sanção como meio de impor o cumprimento de uma obrigação. Nesse contexto, o código elenca um rol taxativo de medidas executivas para satisfação do crédito e a maneira de impor uma obrigação, com a finalidade de coibir o devedor a cumprir com sua obrigação caso não vier a cumprir de maneira voluntária. O artigo 517 do CPC, leciona o protesto de sentença, na qual é uma espécie de medida coletivas típicas com a finalidade ao adimplemento da obrigação. Outras medidas executivas típicas estão inseridas no artigo 855, a penhora virtual de dinheiro, e o artigo 871, da penhora de créditos do devedor previstos no referido código. No contexto da tutela específica, o artigo 537 do CPC, é estabelecida a fixação de multa, com o viés coercitivo, podendo majorar ou reduzir, com o fim de ter efeito satisfação da obrigação. Nesse tema, Moreira (2012), entende que a fixação de multa em pecuniária, são possibilidades de indução compulsória do executado ao cumprimento da obrigação principal. Já aos procedimentos executivos especiais, o código estabelece medidas executivas típicas, em razão da execução de alimentos, sendo esta, a prisão do devedor, vejamos: O CPC não estabelece gradação entre os meios disponíveis para a tutela da obrigação alimentar. A par disso, nos termos desta lei, haveria apenas três instrumentos para a proteção do alimentando – desconto em folha de salário, expropriação e prisão civil. Aparentemente, portanto, toca ao credor optar livremente pelo mecanismo que deseja ver aplicado, não existindo uma quarta forma para a tutela jurisdicional dos alimentos. (Marinoni; Arenhart, 2014, p. 389) Sob tal ótica, a execução seria a sanção estabelecida pelo Estado por meio de atos materiais, o que indiscutivelmente objetiva o cumprimento de uma obrigação. Contudo, ao recorrer ao Judiciário, ainda se enfrenta resistência pela parte vencida, mesmo existindo sentença em trânsito julgado. Afirma-se que, após a fase de conhecimento, com largo lapso temporal, acarreta sendo inútil todo os esforços, despesas pagas pelo credor, porque passa a vim a fase da execução, ainda mais demorada, prorrogando a satisfação da sua demanda. (Assis, 2004, p. 14). 9 Rompida a inércia jurisdicional, com o requerimento de instauração de processo ou fase executiva, ao prestar a tutela jurisdicional, deve o Estado valer-se dos meios existentes para a efetividade e utilidade da execução, mesmo que não haja qualquer outro pedido específico. O processo deve dar à parte aquilo e exatamente aquilo a que ela teria direito se o devedor tivesse cumprido espontaneamente a sua obrigação. (Bueno, 2006, p. 21). Em razão disso, as medidas atípicas no meio executivo tornam a medida mais adequada, a sanção imposta ao executado, enquanto o seu cumprimento da obrigação, devendo ser analisado caso a caso. Em contrapartida, este poder amplo, estabelecido pelo magistrado, é limitado pelo princípio, disposto no art. 805 do CPC. O artigo mencionado estabelece que o juiz adote de maneira mais adequada e proporcional a medida necessária, conforme caso o concreto, para compelir o executado no cumprimento da obrigação, sendo restrito à escolha da maneira menos gravosa. As medidas constritivas atípicas, constituíram uma nova discussão, com grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial, acerca dos valores da “proporcionalidade” e “dignidade da pessoa humana”. Nesse passo, Gajardoni (2018), afirma que tais medidas sobrevém da própria tutela jurisdicional, pois se existir o descumprimento da execução, se torna inócuo a realização do direito material, “deixando a desejar a atividade jurisdicional”. Ainda sobre a temática, Rodrigues (2022), leciona que é valioso o emprego das medidas coercitivas atípicas como meio de coerção, com o fim dos executados que atuam de forma desleal disponham do seu patrimônio para tornar possível o seu cumprimento. Dessa forma, há julgados do STJ, sob a linha em que admitem as medidas executivas atípicas, desde que não limite o direito individual, ou seja, atue de maneira subsidiária, após esgotar as medidas típicas de satisfação do cumprimento da obrigação. Logo, com o viés de concretizar o direito do exequente, nota-se que as medidas executivas atípicas proporcionam mais eficácia, e evita a demanda se prolongar, onde ocorreria se estivesse utilizando do procedimento comum, pois as medidas atípicas utilizam o meio coercitivo mais eficaz. 10 4 DA APLICABILIDADE DOS MEIOS ATÍPICOS DE EXECUÇÃO E A EFETIVIDADE PROCESSUAL As medidas atípicas surgiram com a finalidade de auxiliar na obtenção da satisfação da obrigação, visto que nem sempre as medidas típicas conseguem atingir o resultado esperado. Assim, a inserção da Cláusula Geral Executivo, no artigo 139, inciso IV do CPC, objetivou atender tal demanda, estabelecendo que incumbe ao juiz “determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária” (BRASIL, 2015). Dentre as medidas atípicas comumente relacionadas na doutrina, há a suspensão da CNH, restrição de passaporte, cancelamento de cartão de crédito e até mesmo a intervenção judicial no condomínio. Tais medidas serão analisadas com base em doutrinas e julgados de alguns tribunais visando facilitar o entendimento sobre cada uma, bem como o entendimento predominante nas referidas Cortes. No caso da suspensão da CNH, admite-se esta hipótese como uma forma de substituição da prisão civil quando se trata de obrigação alimentar, porém, deve ser analisado cada caso e, somente adotada essa medida quando todos os outros meios típicos tiverem sido esgotados. Tratando-se de dívida alimentar e na excepcionalidade do esgotamento dos meios coercitivos, inexistindo qualquer indício de que o devedor busca adimplir o débito, cabível a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação. Outra medida atípica é a restrição de passaporte, sendo entendida como uma limitação do direito de ir e vir. No TJSC, por meio do julgamento do de Agravo de Instrumento n. 4015926- 46.2019.8.24.0000, em 05 de março de 2020, onde figurou como relator o Desembargador Álvaro Luiz Pereira de Andrade, da Sétima Câmara de Direito Civil, adotou-se a percepção de que tal restrição seria uma violação dos direitos do devedor, afrontando, inclusive, o direito constitucional de locomoção, sendo também desproporcional ao fim que se destina, pois agride a pessoado devedor e não o seu patrimônio (SANTA CATARINA, 2020b).Ainda, há a medida atípica do cancelamento de Cartão de Crédito que, assim como a restrição de passaporte, é criticada, não somente pelo TJSC, mas principalmente pela doutrina, isso porque, de acordo com Carreira e Abreu (2020), o principal entrave na utilização dessa medida é a interferência em uma relação contratual estranha ao processo, envolvendo a instituição financeira, bem como violando princípios como o contraditório e a ampla defesa. Quando da existência de condômino-devedor, há também possibilidade de utilização de medidas atípicas, como proibição de acesso à área comum, corte de água, gás, TV a cabo, dentre outros (CARREIRA; ABREU, 2020). Por meio dos posicionamentos acima mencionados, em especial entendimentos jurisprudenciais, verifica-se que há uma certa resistência na imposição das medidas atípicas no âmbito das execuções. Durante 11 o Seminário “O Poder Judiciário e o novo CPC”, realizado no mês de agosto do ano de 2015, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), aprovou o enunciado 48, asseverando que “o art. 139, IV, do CPC/2015 traduz um poder geral de efetivação, permitindo a aplicação de medidas atípicas para garantir o cumprimento de qualquer ordem judicial, inclusive no âmbito do cumprimento de sentença e no processo de execução baseado em títulos extrajudiciais” (STRECK, NUNES, 2016).Porém, apesar desse entendimento, a aplicação das medidas atípicas não pode ser algo ilimitado. Ou seja, as medidas atípicas previstas no artigo 139 do Código de Processo Civil precisam estar limitadas à implementação de direitos não discricionários, sob pena de ferir-se o devido processo constitucional (STRECK, NUNES, 2016). 7. Assim, há situações que elas poderiam auxiliar no cumprimento da obrigação, promovendo efetividade processual, desde que adequadas ao caso concreto e não aplicadas de forma ilimitada. Nesta perspectiva, Marinoni (2018, p. 426) leciona que “quando o uso das modalidades executivas está subordinado ao que está na lei, a liberdade do litigante está garantida pelo princípio da tipicidade", entretanto "[...] jamais o vencedor ou o juiz poderão eleger modalidade executiva qualquer, uma vez que o controle do juiz, quando não é feito pela lei, deve tomar em conta as necessidades de tutela dos direitos", além das circunstâncias do caso concreto e o princípio da proporcionalidade. Em conformidade com o que foi lecionado por Marinoni (2018), Neves (2020) também aduz que, quando da aplicação ou não de medidas atípicas, o que deve ser analisado é o caso concreto, ou seja, se a medida executiva não causa prejuízos aos direitos fundamentais estabelecidos na Constituição Federal de 1988, não há por que serem negadas. Apesar de serem excepcionais, quando possível, são medidas que auxiliam na efetivação da tutela jurisdicional. 12 5 HISTÓRICO DAS MEDIDAS TÍPICAS E ATÍPICAS NA EXECUÇÃO O Estado Democrático, não se limita mais à esfera jurídicas individuais, isso significa que não se baseia apenas no conhecimento da relação jurídica individual, mas sim, no instrumento unido de valores de igualdade e assistência, buscando através do título jurisdicional proteger direitos, estabelecidos ou reprimidos em ações, ou autorizando tal exercício independe da relação jurídica. (...) a inidoneidade da tutela ressarcitória pelo equivalente diante das novas situações substanciais de caráter não patrimonial, e a percepção da necessidade de tutelá-las, assim como a outros direitos há muito conhecidos, mediante formas preventivas, fez com que surgisse um evidente interesse em obter uma tutela jurisdicional capaz de inibir a violação do direito, impedindo a prática de um fazer. (Marinoni; Arenhart, 2014, p. 44). Pretendendo efetividade jurisdicional, na contemporaneidade, passaram a existir meios executivos aptos a estabelecer o cumprimento de deveres a garantir com precisão essa tutela. Dessa forma, é dado ao Estado na figura “Instituição” impor e estabelecer sanção, isto é, em regra a jurisdição é meio de resolver conflitos entre parte numa relação jurídica, cabendo também a aplicação da sanção como meio de impor o cumprimento de uma obrigação. Nesse contexto, o código elenca um rol taxativo de medidas executivas para satisfação do crédito e a maneira de impor uma obrigação, com a finalidade de coibir o devedor a cumprir com sua obrigação caso não vier a cumprir de maneira voluntária. O artigo 517 do CPC, leciona o protesto de sentença, na qual é uma espécie de medida coletivas típicas com a finalidade ao adimplemento da obrigação. Outras medidas executivas típicas estão inseridas no artigo 855, a penhora virtual de dinheiro, e o artigo 871, da penhora de créditos do devedor previstos no referido código. No contexto da tutela específica, o artigo 537 do CPC, é estabelecida a fixação de multa, com o viés coercitivo, podendo majorar ou reduzir, com o fim de ter efeito satisfação da obrigação. Nesse tema, Moreira (2012), entende que a fixação de multa em pecuniária, são possibilidades de indução compulsória do executado ao cumprimento da obrigação principal. Já aos procedimentos executivos especiais, o código estabelece medidas executivas típicas, em razão da execução de alimentos, sendo esta, a prisão do devedor, vejamos: O CPC não estabelece gradação entre os meios disponíveis para a tutela da 13 obrigação alimentar. A par disso, nos termos desta lei, haveria apenas três instrumentos para a proteção do alimentando – desconto em folha de salário, expropriação e prisão civil. Aparentemente, portanto, toca ao credor optar livremente pelo mecanismo que deseja ver aplicado, não existindo uma quarta forma para a tutela jurisdicional dos alimentos. (Marinoni; Arenhart, 2014, p. 389) Sob tal ótica, a execução seria a sanção estabelecida pelo Estado por meio de atos materiais, o que indiscutivelmente objetiva o cumprimento de uma obrigação. Contudo, ao recorrer ao Judiciário, ainda se enfrenta resistência pela parte vencida, mesmo existindo sentença em trânsito julgado. Afirma-se que, após a fase de conhecimento, com largo lapso temporal, acarreta sendo inútil todo os esforços, despesas pagas pelo credor, porque passa a vim a fase da execução, ainda mais demorada, prorrogando a satisfação da sua demanda. (Assis, 2004, p. 14) Rompida a inércia jurisdicional, com o requerimento de instauração de processo ou fase executiva, ao prestar a tutela jurisdicional, deve o Estado valer-se dos meios existentes para a efetividade e utilidade da execução, mesmo que não haja qualquer outro pedido específico. O processo deve dar à parte aquilo e exatamente aquilo a que ela teria direito se o devedor tivesse cumprido espontaneamente a sua obrigação. (Bueno, 2006, p. 21). Em razão disso, as medidas atípicas no meio executivo tornam a medida mais adequada, a sanção imposta ao executado, enquanto o seu cumprimento da obrigação, devendo ser analisado caso a caso. Em contrapartida, este poder amplo, estabelecido pelo magistrado, é limitado pelo princípio, disposto no art. 805 do CPC. O artigo mencionado estabelece que o juiz adote de maneira mais adequada e proporcional a medida necessária, conforme caso o concreto, para compelir o executado no cumprimento da obrigação, sendo restrito à escolha da maneira menos gravosa. As medidas constritivas atípicas, constituíram uma nova discussão, com grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial, acerca dos valores da “proporcionalidade” e “dignidade da pessoa humana”. Nesse passo, Gajardoni (2018), afirma que tais medidas sobrevém da própria tutela jurisdicional, pois se existir o descumprimentoda execução, se torna inócuo a realização do direito material, “deixando a desejar a atividade jurisdicional”. Ainda sobre a temática, Rodrigues (2022), leciona que é valioso o emprego das medidas 14 coercitivas atípicas como meio de coerção, com o fim dos executados que atuam de forma desleal disponham do seu patrimônio para tornar possível o seu cumprimento. Dessa forma, há julgados do STJ, sob a linha em que admitem as medidas executivas atípicas, desde que não limite o direito individual, ou seja, atue de maneira subsidiária, após esgotar as medidas típicas de satisfação do cumprimento da obrigação. Logo, com o viés de concretizar o direito do exequente, nota-se que as medidas executivas atípicas proporcionam mais eficácia, e evita a demanda se prolongar, onde ocorreria se estivesse utilizando do procedimento comum, pois as medidas atípicas utilizam o meio coercitivo mais eficaz. 6 EFETIVIDADE DAS MEDIDAS EXECUTIVAS ATÍPICAS EM COBRANÇA DE ALIMENTOS Do ponto de vista processual, e único que aqui importa, haja vista o propósito de tratar da realização da obrigação alimentar, os alimentos constituem crédito, porque participam, nesta qualidade, da estrutura concebida pelo CPC” (Assis, 2004, p. 112). Destaca-se que o direito alimentar se rege por caracteres próprios que orientam o magistrado nas demandas de cada um em particular, inclusive para fins de fixação do quantum alimentar, devendo ser fixados na “proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada” (art. 1694, §1º do Código Civil). Por se tratar de crédito mais sensível ao tempo, exige flexibilidade e pluralidade dos meios executivos. Do mesmo modo, embora possa variar de acordo com a imposição legal, comumente se expressa como crédito pecuniário garantido por procedimento especial reservado aos alimentos (arts. 911/913 com aplicabilidade as regras dos arts. 824 e ss. do CPC) e por legislação extravagante específica (Lei n.º 5.478/68). Não obstante seguir rito próprio e por constituir fonte primária e imediata para garantia das necessidades básicas não propiciadas pela execução tradicional, o beneficiário dos alimentos pode utilizar-se de todos os instrumentos executivos previstos na lei processual para que a obrigação seja prestada da maneira mais efetiva possível. Consigna-se que embora existam diversos critérios para classificar as prestações alimentícias, o ponto de maior controvérsia se localiza hoje, na aplicabilidade dos meios que o tutelem na hipótese de inadimplemento. Assim, as singelas medidas para premir o devedor a pagar os alimentos são – para dizer o menos – pífias! 15 Dispõe o credor de um leque de opções executórias: – Desconto em folha de pagamento (art. 529 e 912 do CPC); – Desconto de rendimentos ou rendas (art. 529, § 3º, do CPC); e – Expropriação de bens (art. 528, § 8º e 913 do CPC). Outras providências, apesar de não servirem para a satisfação do encargo alimentar, são meios de coerção para que o devedor voluntariamente acabe realizando o pagamento. Para isso serve: – O protesto (art. 528, §§ 1º e 3º, do CPC); – A inscrição no cadastro dos inadimplementos (art. 782, § 3º, do CPC); – O aprisionamento (art. 528, § 3º, do CPC); – Medidas atípicas sub-rogatórias e coercitivas determinadas pelo juiz (art. 139, IV, do CPC). Como diz Araken de Assis, na abundância da terapia executiva, o legislador expressou o interesse público prevalente na rápida realização forçada do crédito alimentar. Mas há um detalhe que merece ser chamado, no mínimo, de insólito. Quanto mais o devedor deve, maior é a chance de não ir para a cadeia. A mora produz uma alquimia: transforma os alimentos. O aumento do tamanho da dívida faz com que os alimentos mudem de natureza. Ainda que a Constituição Federal reconheça o direito à alimentação como direito social (art. 6º da CF), com o passar do tempo os alimentos deixam de ser alimentos. Pelo jeito, apodrecem! Somente dívidas recentes, vencidas no máximo até três meses, autorizam o uso da execução sob a ameaça de prisão. Esse não senso cristalizou-se na via jurisprudencial, tanto que o Superior Tribunal de Justiça 4 sumulou esta orientação. O Código de Processo Civil acolheu esta absurda limitação, restringindo a cobrança do débito pelo rito da coação pessoal, a três prestações (art. 528, § 7º, do CPC). A eleição do meio executório depende do número de parcelas impagas. Somente o não pagamento das três prestações mais recentes pode levar o devedor à prisão. Débitos mais antigos comportam execução por meio de penhora, sob o fundamento de terem perdido o caráter de urgência. Quando a dívida alcança prestações recentes e antigas, a justiça sempre exigiu o uso de procedimentos distintos: – Um pelo rito da coação pessoal para cobrar as três últimas parcelas vencidas e as vincendas; – Outro, pela via expropriatória, para a cobrança das prestações anteriores. O credor sempre precisou optar: – Ou entrar com duas execuções: um referente às três últimas parcelas e outra para haver as parcelas anteriores; 16 – Ou cobrar toda a dívida pela via expropriatória, renunciando à possibilidade de o devedor ser colocado na cadeia; – Ou executar as três parcelas recentes, deixando de buscar as prestações anteriores, principalmente quando o devedor não tem bens. A exigência da duplicidade de execuções pela diferença de ritos (art. 780 do CPC), não se aplica à dívida alimentar, uma vez que se trata de um único título executivo que autoriza o uso de duplo procedimento. Mas a jurisprudência continua negando que, em um único procedimento, sejam utilizados ritos concomitantes: um pelo rito da prisão e outro pelo da penhora. É que a dificuldade do legislador de criar mecanismos eficazes a favor do credor de alimentos que somente prevê a constituição de capital quando a condenação decorre da prática de ato ilícito (art. 533 do CPC). Ora, o inadimplemento do dever de assistência aos filhos, que decorre do poder familiar, às claras, configura ato ilícito! Assim, nada justifica não admitir dita modalidade executória em se tratando de dívida alimentar a favor de quem ainda está sujeito ao poder familiar. De todo ineficaz a possibilidade de o devedor ser processado por crime de abandono material se flagrada postura procrastinatória (art. 532 do CPC). A condenação do devedor não enche a barriga do credor! O não pagamento de alimentos à mulher também constitui prática criminosa, configura violência doméstica – na modalidade de violência patrimonial (art. 7º, IV, do LMP), consistente na retenção e subtração de direitos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. De outro lado, de nada adianta prever a possibilidade de os alimentos serem descontados em folha de pagamento (art. 529 do CPC). Quem não tem vínculo empregatício ou simplesmente abandona o emprego para não pagar alimentos, a nada responde. A possibilidade de desconto de rendimentos ou rendas do executado também não dispõe de melhor sorte. Quem deve alimentos, de um modo geral, tem o cuidado de não ter nada em seu nome. E para quem não tem bens é inútil a execução mediante penhora. Não há patrimônio a ser vendido. No entanto, a falta de previsão legal não pode impedir que a justiça imprima mais eficácia às suas decisões. Esta é a postura de alguns juízes que têm ido além. Por exemplo, apreensão do passaporte, do cartão de crédito, da carteira de habilitação para dirigir do devedor, na tentativa de forçá-lo a atender ao débito alimentar. Não há como esperar pelo legislador para assegurar, a quem bate às portas do Poder Judiciário, uma resposta que atenda ao que a Constituição Federal promete a todos: a inviolabilidade do direito à vida. 177 MEIOS EXECUTÓRIOS É indiferente se os alimentos foram estabelecidos em juízo – por sentença ou acordo – ou extrajudicialmente, de forma consensual, para que a cobrança ocorra por meio da coerção pessoal, ou via expropriação. O Código de Processo Civil concede um capítulo para o cumprimento da sentença que reconhece a exigibilidade da obrigação de prestar alimentos (art. 528 a 533 do CPC) e um capítulo distinto para a execução de alimentos de acordos consensuais firmados extrajudicialmente (art. 911 a 913 do CPC). 8 DA PRISÃO DO DEVEDOR DE ALIMENTOS A prisão pelo inadimplemento de obrigação alimentar trata-se de possibilidade única assegurada pela Constituição Federal na esfera civil e de extrema relevância, em especial pelo bem jurídico protegido: a própria vida humana. O civilista Cahali (1984, p. 625), afasta qualquer semelhança do caráter coativo e a expressão “pena” contida na legislação. Em complemento, intitula como meio executivo de “finalidade econômica” forçando o devedor (executado) não para puni-lo na característica de criminoso, mas sim, com fito de forçá-lo coercitivamente e de forma indireta a pagar a dívida de alimentos, supondo-se que tenha meios de cumprir a obrigação e queira evitar a prisão ou readquirir sua liberdade. Depreende-se da análise das normas do direito civil brasileiro que nenhuma oferece tanto rigor quanto a execução de alimentos, sob o rito da prisão e mostra-se tão consagrada pelos magistrados para satisfação dos credores diante do confronto do direito à liberdade do devedor e a sobrevivência do credor. A aplicação desse tipo de sanção remonta os tempos do sistema punitivo, refletido hoje, na execução pelo rito da coação física a que se submete o devedor para cumprimento da obrigação alimentar. Nesse sentido, Beccaria (1998, p. 97), em sua obra “Dos delitos e das penas” deu origem ao princípio da proporcionalidade ao defender que as sanções criminais deviam ser proporcionais aos delitos cometidos. Referindo-se que “para não ser um ato de violência contra o cidadão, a pena deve ser, de modo essencial, pública, pronta, necessária, a menor das penas aplicáveis nas circunstâncias referidas, proporcionada ao delito e determinada pela lei”. 18 Com analogia ao renomado pensamento e por extensão às obrigações civis, adverte-se que a prisão deveria ser utilizada como última ratio, não apenas pela hierarquia estabelecida pela lei processual, mas em situações que importam providências imediatas, a fim de garantir verba alimentícia ao credor verdadeiramente necessitado. Assim, para que seja decretada a prisão civil do devedor de alimentos, além do não pagamento das prestações alimentícias vencidas, o inadimplemento do alimentante deve ser voluntário e inescusável. Para apuração da referida voluntariedade e inescrutabilidade, a conduta do alimentante deverá ser investigada por meio de provas, requeridas pelas partes ou cuja produção deve ser determinada de ofício pelo magistrado observando-se que a não demonstração desses dois requisitos permite ao alimentante a utilização dos remédios constitucionais do habeas corpus e do mandado de segurança para revogar ou suspender a ordem prisional ou a prisão. (Aidar; Da Silva, 2009, p. 132). Discorre-se acerca da controvérsia sobre o momento oportuno para decretar a prisão civil do devedor, enquanto uns sustentam tratar-se de medida extrema, só utilizável em último caso, após fracassadas as tentativas mais brandas, outros argumentam que deve ser aplicada logo, sem tardanças e sem chicanas, face à urgência e à natureza da própria obrigação alimentar (Marmitt, 1989, p. 110). Diante da força coercitiva do Estado sobre o devedor de alimentos, defende-se cautela na aplicação da medida e apreciação cuidadosa caso a caso, a fim de evitar o agravamento da situação, tendo em vista que na prática são tomadas decisões uniformes e divergentes quanto à forma do cumprimento da medida, resultantes em atos reiterados do devedor após o cumprimento da prisão por outro período. Dessa forma, as prisões vão se sucedendo, as execuções aumentando, muitas vezes terminando em verdadeiro rompimento dos vínculos familiares. 19 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS As modificações enfrentadas pela legislação processual civil, em especial oriunda de leis esparsas no Código de Processo Civil de 1973 e hoje sedimentadas no processo civil contemporâneo deram forma a um novo sistema processual, fomentado, sem dúvidas pelo alcance de tutelas jurisdicionais satisfatórias, seja em fase de cognição ou execução. Os processos que envolvem obrigação alimentar são crescentes dia pós dia e adaptando-se a essa realidade o legislador preocupou-se em instituir mecanismos jurídicos capazes de garantir uma tutela executiva mais eficaz, conforme o contido no art. 139, IV do Código de Processo Civil que autoriza o magistrado como presidente do processo a determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento das ordens, inclusive as que tenham por objeto prestação pecuniária. Ocorre que se analisada a jurisprudência existente quanto a matéria em processos cíveis denota-se que embora a lei não preveja rol taxativo dessas medidas, a aplicação de medidas como suspensão da Carteira Nacional de Habilitação, passaporte, bloqueio de cartões de crédito e demais proibições considera-se uma afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana e da liberdade de ir e vir do executado. Motivo pelo qual alcança-se com essa justificativa, o objetivo deste trabalho reconhecendo a aplicabilidade das medidas atípicas antes mesmo da medida típica, a exemplo, a de prisão em se tratando de obrigação alimentar, uma vez que, embora existam novos meios de coagir o executado ao pagamento, como inscrição de seu nome nos órgãos de proteção ao crédito, desconto em folha de salário e protesto da decisão judicial, não há entre os mesmos hierarquia, fato que resulta em inúmeros processos onde o pleito principal dos credores reflete-se na prisão civil do executado. Essa conduta, por sua vez e considerando os princípios mencionados, acaba prejudicando ainda mais o executado, o qual fica privado de uma vida normal e ao mesmo tempo o credor que ao final permanece no adimplemento e em muitos casos de obrigação entre familiares, afastado do convívio com o devedor. Desse modo, a padronização das decisões e a aplicação das medidas atípicas embora admitidas somente após a ineficácia do método tradicional, em caráter subsidiário, mostra-se cabível antes da aplicação da medida típica de prisão. Partindo-se de uma análise singular do caso e que emana desde a origem da obrigação até as possibilidades de vias de cumprimento da obrigação alternativa, destaca-se que tais medidas são adequadas para que se atinja o resultado buscado, necessárias, pois causam menor restrição ao devedor e proporcionais aos interesses em conflito, se ponderadas suas vantagens e 20 desvantagens. Enfim, afastando-se medida coercitiva punitiva ao devedor e instrumento de vingança para o credor, busca-se o real domínio da atual situação das partes, em conformidade com uma análise ponderada do caso concreto sob o prisma de uma decisão motivada capaz de atingir o efeito prático desejado Concluiu-se que o ideal é analisar a situação de cada caso concreto, recomendando-se que as medidas atípicas sejam adotadas somente quando as medidas típicas forem ineficazes, baseando-se em critérios de proporcionalidade e razoabilidade, com a finalidade de não violar direitos das partes e, ao mesmo tempo, garantir a adequadatutela executiva ao credor. 21 REFERÊNCIAS ALEXY, R. (2008) Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros. BRASIL. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Presidência da República. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, DF, 16 de março de 2015. Disponível em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Acesso em: 16/06/2023 BUENO, C. S. A Nova Etapa da Reforma do Código de Processo Civil. Saraiva, 2ª ed, 2006, p. 21. GAJARDONI, Fernando da Fonseca; AZEVEDO, Júlio Camargo. Um novo capítulo na história das medidas executivas atípicas. Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e- analise/artigos/um-novo-capitulo-na-historia-das-medidas-executivas-atipicas-11062018. Acesso em: 16/06/2023. MARINONI, Luiz.; ARENHART, Sérgio. Execução. 5. ed. rev. e atual. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 44. MARINONI, Luiz.; ARENHART, Sérgio. Execução. 5. ed. rev. e atual. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 389 MOREIRA, A. M. A. As astreintes e sua efetividade na tutela específica: a provisoriedade ou definitividade da medida. 1. ed. Curitiba: Editora CRV, 2012. RODRIGUES, Marcelo Abelha. O executado cafajeste II: medida coercitiva como instrumento da medida sub-rogatória. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/267289/o- executado-cafajeste-ii---medida-coercitiva-como-instrumento-da-medida-sub-rogatoria Acesso em: 16/06/2023. https://revistaonisciencia.com/wp-content/uploads/2020/06/Artigo-03-Patr%C3%ADcia- Schreiber.pdf. Acesso em 30/072023. É entendimento desta Corte Superior que "a adoção de meios executivos atípicos é cabível desde que, verificando-se a existência de indícios de que o devedor possua patrimônio expropriável, tais medidas sejam adotadas de modo subsidiário, por meio de decisão que contenha fundamentação adequada às especificidades da hipótese concreta, com observância do contraditório substancial e do postulado da proporcionalidade" (REsp 1782418/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/04/2019, DJe 26/04/2019). Disponível em: Medidas executivas atípicas — Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br)
Compartilhar