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FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS 1º PERÍODO - FARMÁCIA CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL Amós Nunes Canjão Caio Camacho Deborah Alves Feitosa Elismar Pereira dos Santos Kamylla Moreira dos Santos Marilete Duarte Luiz Marine Rodrigues Povoa Nataly Michelle A. Soares Nayara Keulle de Silva Santos Ranna Rabelo Muller ANÁPOLIS – GOIÁS A TEMPERATURA CORPORAL A temperatura corporal pode ser definida como o resultado da diferença entre a produção de calor (combustão alimentar, fígado e músculos) e o calor perdido pelo corpo. A temperatura corporal normal é denominada normotermia ou eutermia. O ser humano é homeotérmico, (consegue manter a temperatura estável mesmo em condições extremas de frio ou de calor, até certo ponto). Graças ao aparelho termorregulador, a temperatura central do corpo quase não se altera (variações de mais ou menos 0,6ºC), mesmo quando o organismo está exposto a grandes variações de temperatura. O hipotálamo é o órgão responsável pela manutenção da temperatura corporal, é ele que controla o metabolismo (processo que gera calor através de reações químicas que ocorrem nas células do corpo) de modo a manter a temperatura corporal a mais ou menos 37ºC, temperatura ideal para que ocorra a maior parte das funções do organismo. O calor produzido pelo corpo chega à pele através de vasos sanguíneos que originam o plexo vascular subcutâneo, mas devido ao tecido adiposo (isolante), pouco calor se dissipa para a superfície. A condução de calor para a pele é controlada pelo sistema nervoso simpático e se dá através pelo nível de constricção das arteríolas, quando chega à pele, o calor é transmitido do sangue para o exterior através de irradiação (corresponde a 60% do calor liberado pelo corpo), evaporação (22%), convecção (15%) e condução (3%). Figura 1. (Lucas Nicolau de Oliveira. 2014). Perda de calor da superfície cutânea para o ambiente. VARIAÇÕES DE TEMPERATURA A temperatura é influenciada por diversos fatores, mas vamos nos atentar a apenas três: VARIAÇÃO NO MESMO INDIVÍDUO: a temperatura varia de órgão para órgão, por exemplo, os órgãos internos tem uma temperatura maior que a pele, assim como os membros são mais frios do que os órgãos centrais. São variações normais da temperatura num mesmo indivíduo: Temperatura axilar: 35,8º a 37ºC. Temperatura oral: entre 36,3 e 37,4ºC. Temperatura retal: entre 37 e 38ºC. VARIAÇÃO FISIOLÓGICA: sono e repouso (diminuição do metabolismo), emoções (aumento da atividade metabólica), desnutrição (diminuição da atividade metabólica devido a falta de “combustível” para as células), exercícios (aumento da atividade metabólica para fornecer energia), uso de agasalhos (menor dissipação de calor), fatores hormonais no ciclo menstrual (a temperatura tende a ser mais baixa nas duas primeiras semanas do ciclo e tende a aumentar entre 0,5 e 0,8ºC após a ovulação), banhos muito quentes ou muito frios e ingestão de bebidas quentes ou geladas. VARIAÇÃO PATOLÓGICA: a variação patológica da temperatura corporal decorre da resposta a processos infecciosos e inflamatórios. O aumento da temperatura corporal é uma defesa (o organismo acelera o metabolismo para combater corpos estranhos e regenerar tecidos). Podem ser divididas em: HIPOTERMIA: refere-se à diminuição da temperatura corporal a níveis abaixo de 35ºC, apresentada mais comumente por crianças e idosos, quando em ambientes frios, devido à incapacidade de manter a temperatura corporal apropriada para continuidade das funções biológicas. HIPERTERMIA: refere-se à elevação da temperatura corporal a níveis superiores a 37ºC, geralmente após exercícios físicos, banhos quentes e emoções intensas. FEBRIL: refere-se à elevação da temperatura corporal acima da normal, causada por doença (entre 37,2ºC e 37,8ºC). FEBRE: refere-se à elevação da temperatura corporal, causada por infecções (entre 37,9ºC e 38,9ºC). PIREXIA e HIPERPIREXIA: referem-se respectivamente, a um estado de temperatura corporal entre 39 e 40ºC, considerada alta e acima de 40º C considerado temperatura altíssima. AFERIÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL A temperatura corporal é medida através de um instrumento chamado termômetro. Os mais utilizados atualmente são os termômetros digitais e os infravermelhos, visto que o analógico (mercúrio) foi proibido pela ANVISA, devido aos riscos à saúde e ao meio ambiente. Logo abaixo encontramos o modo correto de usar cada um desses equipamentos. Figura 2. (Viajarseguro.org) Tipos de termômetro mais comuns para medição da temperatura corporal. TERMÔMETRO DIGITAL TERMÔMETRO INFRAVERMELHO 1. Ligar o termômetro e verificar se aparece na tela o número zero. 2. Colocar a ponta do termômetro debaixo da axila/introduzir cuidadosamente no ânus. 3. Esperar até ouvir o sinal sonoro. 4. Retira o termômetro e verificar a temperatura na tela. 5. Limpar a ponta metalizada com algodão e álcool. NA TESTA 1. Ligar o termômetro e verificar se aparece na tela o número zero. 2. Apontar o termômetro para o centro da testa. 3. Ler o valor da temperatura. NO OUVIDO 1. Colocar a ponta do termômetro dentro do ouvido e aponta-la em direção ao nariz. 2. Apertar o botão de ligar até o sinal sonoro. 3. Ler a temperatura. 4. Retirar o termômetro A temperatura pode ser medida em diversos locais do corpo, variando sua precisão. BOCA: é um local que apresenta bons resultados. Para a medição o termômetro deve ser colocado embaixo da língua. Quando utilizado dessa forma, deve-se evitar a ingestão de líquidos quentes ou frios por 15 minutos. A febre é observada com valores superiores a 37,2ºC. AXILAS: é o local mais comum para medição apesar de não ser o mais preciso, mas costuma indicar um bom resultado. Para a medição, deve-se deixar o termômetro embaixo do braço seco. É considerada febre valores acima de 37,8ºC. RETO: é o local que apresenta a melhor precisão, mas como é um local que aponta temperaturas maiores, só considera-se febre quando os valores obtidos ultrapassam os 38ºC. Técnica invasiva. Deve ser medido com o indivíduo em posição decúbito lateral e deve-se lubrificar o termômetro. Não é recomendada em crianças. Figura 3. A. (Santos, 2009) Medição correta da temperatura oral. B. (WikiHow) Medição da temperatura axilar. C. (Taylor, 2007). Posição de decúbito lateral para aferição da temperatura retal. REGULAÇÂO DA TEMPERATURA CORPORAL Para a manutenção da temperatura corporal é essencial a integridade de todos os elementos envolvidos na sua regulação: os sensores térmicos, o centro integrador e os sistemas eferentes. SENSORES TÉRMICOS: sistema de órgãos sensoriais somáticos e viscerais mais as vias aferentes periféricos que detectam e monitoram constantemente os sinais ambientais internos e externos do corpo, enviando as informações coletadas ao hipotálamo – que é o centro integrador. CENTRO INTEGRADOR: formado pelos sistemas nervoso central e endócrino. É responsável pela análise e processamento das informações enviadas pelos sensores térmicos e também por comandar ações aos órgãos de modo a manter a temperatura corporal sempre constante. A. B. C. SISTEMAS EFERENTES: formado pelas vias eferentes + músculos e glândulas. É responsável por produzir a resposta regulatória advinda dos comandos do hipotálamo, Figura 4. Esquema da regulação da temperatura corporal. MECANISMOS PARA CONTROLE DA TEMPERATURA CORPORAL Normalmente, os sensores térmicos do corpo observam variações da temperatura corporal central e cutânea, transmitindo ao centro integrado, que por sua vez, gera estímulos que têm por objetivo regular a temperatura do corpo, conservando ou dissipando calor. Abaixo listamos os principais mecanismos do organismo para termorregulação da temperatura: VASOCONSTRICÇÃO E VASODILATAÇÃO: o sangue é um importante condutor de calor, quando a temperatura está muito elevada os vasos sanguíneos dilatam permitindo que mais sangue chegue à superfície do corpo, fazendo com que mais calor escape, promovendo o resfriamento do corpo. Quando a temperatura está muito baixa, pelo contrário, os vasos se contraem, reduzindo a quantidade de sangue que chega à pele, diminuindo assim a perda de calor. Figura 5. Esquema da vasodilatação dos vasos sanguíneos. Figura 6. Esquema da vasoconstricção dos vasos sanguíneos. ARREPIO: quanto a temperatura do corpo cai os folículos se fecham para impedir que o calor escape, por isso os pelos do corpo ficam eriçados, de modo a criar uma camada de isolamento. Com o aumento da temperatura, eles se abrem para que o calor seja liberado mais facilmente. SUDORESE: para controlar a temperatura, o sistema nervoso autônomo estima a produção e liberação de suor, que é sintetizado pela glândula sudorípara e começa a ser produzido quando a temperatura corporal está elevada. O suor é formado por 99% de água e 1% de sódio, cloro, potássio e magnésio. Ao ser liberado na pele, o suor inicia um processo de evaporação, onde ocorre a liberação de energia calorífica, esfriando assim o corpo. BARREIRAS TÉRMICAS: o tecido adiposo age como um isolante térmico, dificultando a perda de calor para o meio. TREMORES: é uma movimentação involuntária dos músculos do corpo a partir da qual é gerada uma quantidade de calor para aquecer o corpo. Mas algumas vezes, observamos uma ruptura nesse equilíbrio fisiológico do corpo, que pode ocorrer devido a danos estruturais ou patogênicos, que levam à perda da capacidade de regulação térmica do organismo. Como exemplo de casos assim, podemos citar a febre, a hipertermia e a hipotermia. FEBRE: é um mecanismo de defesa do organismo contra infecções. Quando há uma infecção, o organismo aumenta o metabolismo e favorece a replicação dos leucócitos, que favorecem o aumento das prostaglandinas, uma substância que modifica o ajuste de temperatura do hipotálamo, aumentando a temperatura que deve ser obtida pelo corpo, como essa temperatura é maior que a normal, o corpo sente frio (fase dos calafrios) e produz arrepios e calafrios para aumentar a temperatura corporal. Quando a temperatura do corpo aumenta temos a fase da febre, que cria condições desfavoráveis para os patógenos (que são sensíveis a variações de temperatura) e favorece a atividade imunológica. Depois de um tempo, faz-se o uso de medicação antitérmica que diminui o nível de substância pirogênica, assim o hipotálamo volta ao seu ajuste normal de temperatura, como o corpo está acima dessa temperatura, ele estimula a sudorese de modo a diminuir a temperatura corporal, marcando assim o fim da febre. o ANTITERMICOS: utilizados no combate e para a diminuição da febre. Sua ação inibe a atuação da enzima prostaglandinas, que causam o desequilíbrio no hipotálamo, fazendo com que o corpo vá voltando naturalmente à sua temperatura normal. HIPERTERMIA: é caracterizada pelo aumento da temperatura corporal acima dos 40ºC. Ocorre quando o corpo produz e/ou absorve mais calor do que consegue dissipar. É um caso de emergência médica e deve ser tratado imediatamente. o CAUSAS: exposição solar, proximidade de locais com elevadas temperaturas, prática excessiva de atividade física, fatores que impedem a perda de calor (umidade + calor) desidratação, intoxicação, drogas e agentes patológicos. o SINTOMAS: suor intenso, confusão mental, câimbras, náuseas, convulsões, vômitos, aumento da frequência cardíaca, respiração intensa e perda da coordenação. o CONSEQUÊNCIAS: A hipertermia pode levar o indivíduo à drásticas consequências, como insuficiências respiratória, renal aguda e hepática, lesão intestinal isquêmica, pancreatite, trombocitopenia, hemorragia gastrointestinal, coagulação intravascular disseminada e lesão cerebral (aos 41ºC o cérebro começa a sofrer danos e aos 50ºC ele enrijece levando o indivíduo a morte. o TRATAMENTO: Como tratamento deve-se ventilar o corpo do indivíduo, cobrir com toalhas molhadas, usar gelo na virilha, pescoço e axilas, cobrir o corpo com gelo ou cobertor gelado. HIPOTERMIA: é caracterizada pela queda da temperatura corporal do organismo para valores menores que 35ºC. Ocorre quando o corpo não consegue produzir calor suficiente para manter o organismo aquecido. o CAUSAS: exposição ao frio intenso, a chuvas e ventos frios, reações adversas a medicamentos. o SINTOMAS: tremores intensos, esfriamento das mãos e pés, dormência nos membros, pouca energia, dificuldade em respirar, pulsação lenta, inchaço na face, perda de controle da bexiga, em casos mais extremos, perda de memória e do controle dos membros, perda dos sentidos e da pulsação e pupilas dilatadas. o CONSEQUÊNCIAS: pode ocorrer o congelamento e morte dos tecidos, frieiras/ danos nos nervos sanguíneos, nervos e vasos sanguíneos destruídos devido à imersão em água gelada. Óbito decorrente da diminuição da atividade celular. o TRATAMENTO: massagens vigorosas no corpo, ingestão de bexigas quentes, retirar as roupas úmidas, deitar junto à vítima (transmissão de calor), jamais dê bebidas alcoolicas, em casos extremos, no hospital são adotados infusão com soros aquecidos, aquecimento do tecido sanguíneo através da circulação extracorpórea, que consiste na substituição temporária das funções de órgãos vitais de um paciente, como coração e pulmão, quando eles estão inoperantes durante uma complexa cirurgia cardíaca, por exemplo. BIBLIOGRAFIA MELDAU, D. C. Temperatura Corporal. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisiologia/temperatura-corporal/> Acesso em: 20 out. 2018. REIS, M. Como usar os diferentes tipos de termômetro. Disponível em: < https://www.tuasaude.com/como-usar-o-termometro/> Acesso em: 20 out. 2018. QUEVEDO. R. T. Termômetro. Disponível em: < https://www.infoescola.com/materiais-de-laboratorio/termometro/> Acesso em: 20 out. 2018. 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Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/a-agua-como- reguladora-temperatura.htm > Acesso em: 21 out. 2018. POVEDA, V. B. Avaliação e Controle da Temperatura. Disponível em < https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/432607/mod_resource/content/1/AIF- temperatura%202017_Poveda.pdf> Acesso em: 21 out 2018.
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