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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESCOLA POLITÉCNICA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CRISTIANO MAGNO SALES LIMA ANÁLISE DE TRELIÇAS: MODELO DE APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DOS NÓS E DAS SEÇÕES. CURITIBA 2014 CRISTIANO MAGNO SALES LIMA ANÁLISE DE TRELIÇAS: MODELO DE APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DOS NÓS E DAS SEÇÕES. Relatório analítico apresentado na disciplina de Estática dos Corpos Rígidos ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial de avaliação. Profº.Roberto Borges França CURITIBA 2014 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 2 METODOLOGIA ............................................................................................ 5 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 7 4 CONCLUSÃO .............................................................................................. 14 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 15 MEMORIAL DE CÁLCULO............................................................................... 16 4 1. INTRODUÇÃO “A treliça é um dos principais tipos de estruturas da engenharia. Ela oferece, ao mesmo tempo, uma solução prática e econômica a muitas situações de engenharia, especialmente no projeto de pontes e edifícios.” (BEER,2009) Segundo Beer, 2009, treliças são projetadas para apoiar cargas. Uma treliça é uma estrutura composta por cinco ou mais unidades triangulares construídas com elementos retos cujas extremidades são ligadas em pontos conhecidos como nós. A ideia de elaborar este relatório surgiu da necessidade de melhorar o entendimento e compreensão do leitor/a no que diz respeito ao equilíbrio de um corpo rígido. Neste relatório, o/a leitor/a encontrará um modelo real de aplicação que trata do equilíbrio de uma estrutura feita de várias partes interligadas, ou seja, uma treliça. Porém, é tomado como objetivo principal, analisar e determinar as forças internas e externas que agem sobre essa estrutura e apresentar uma solução através dos métodos dos nós e das seções. 5 2. METODOLOGIA Inicialmente foi escolhido o objeto de análise, uma viga treliçada em aço galvanizado. (Figura 1) Figura 1- Viga treliçada localizada no estacionamento da PUCPR. Fonte: Cristiano Magno Em seguida, através de medições, foi feito o dimensionamento da estrutura. Primeiramente, obtemos as medidas da viga, como um todo (Tabela 1) e logo depois as medidas de cada cantoneira (Figura 2) Tabela 1-Tabela de dimensionamento da viga em estudo. Vão (m) 10,0 Altura(m) 0,90 Espessura(m) 0.1 Área lateral (m²) 0,09 Fonte: Cristiano Magno 6 Figura 2- Dimensionamento da seção transversal da cantoneira em estudo. Fonte: http://www.cqfd-international.com Os valores do dimensionamento de cada cantoneira se encontram na tabela 2. Tabela 2-Tabela de dimensionamento da canaleta em estudo. Dimensões Medidas(mm) a 100 b 50 c 85 e 7,5 Fonte: Cristiano Magno Depois de todo o dimensionamento do objeto de estudos, para facilitar os cálculos, foi considerado dois tipos de apoio nas extremidades da estrutura, sendo um apoio rotular móvel e o outro engaste. (Figura 3) Na sequência, foi realizado os cálculos das forças externas. São elas as cargas permanentes (Peso da própria estrutura e peso da coberta) e o vento. Além dessas forças foi considerado uma sobrecarga no valor de 25,0 Kgf/m² sobre a estrutura, de acordo com a norma NBR 6120. Finalmente foi aplicada a condição de equilíbrio para o cálculo das reações assim como os métodos dos nós e das seções para cálculo dos esforços internos da estrutura. 7 Figura 3- Esquema de apoios arbitrado pelo professor França para simplificar os cálculos. Fonte: Cristiano Magno 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 CÁLCULO DAS CARGAS PERMANENTES 3.1.1 PESO DA COBERTA A estrutura em análise está sob o peso de uma cobertura metálica (Figura 4) com uma carga de 5 kg/m². Esse peso foi arbitrado, baseando-se em uma tabela fornecida pela Marko Sistemas Metálico. Através de uma medição, a área da cobertura 𝑨𝒄 foi determinada. Ac = 150 m² Multiplicando 𝐀𝐜 por 5 Kg/m², pode-se determinar a carga total da coberta 𝐦𝐭. mt = 750 Kg Pela segunda Lei de Newton, foi determinado o peso da cobertura 𝐏′𝐜. P′c = mtg Eq. 1 Substituindo os valores, e considerando 𝐠 a gravidade tabelada de Curitiba (9,76m/s²), obtemos o valor do peso da cobertura. P′c = 7320 N Porém, esse peso é distribuindo em 3 vigas, logo o peso da cobertura que age sobre a estrutura em análise 𝐏𝐜 será: 𝐏𝐜 = 𝟐𝟒𝟒𝟎 𝐍 8 Figura 4- Vista superior da cobertura metálica Fonte: Google Maps 3.1.2 PESO PRÓRPIO DA ESTRUTURA A estrutura em análise apresenta banzo duplo e é reforçada por montantes e diagonais. (Figura 5) Figura 5- Elementos da estrutura em análise. Fonte: Cristiano Magno Todos os elementos da estrutura apresentam um formato único (ver Figura 2), o que facilita os cálculos do peso próprio. Com os dados da tabela 2, foi possível determinar a área da seção transversal 𝐴𝑡 de cada elemento da estrutura. Considerando a densidade do Aço 𝜌𝑎 igual a 7,85 g/cm³ , pode-se encontrar o peso próprio da estrutura através de uma equação (Eq. 2) usada pelos calculistas para este fim. 9 Pest [ Kgf m⁄ ] = At[cm²] ∙ 0,785 Eq.2 Com o valor de 𝑨𝒕 determinado em 13,87 cm², pode-se encontrar o peso da estrutura 𝐏𝐞𝐬𝐭 em Kgf/m. 𝐏𝒆𝒔𝒕 = 𝟏𝟎, 𝟖𝟗 𝐊𝐠𝐟/𝐦 Convertendo para Newtons, multiplica-se a equação por 9,8. Logo o peso próprio da estrutura é de: 𝐏𝒆𝒔𝒕 = 𝟏𝟎𝟔, 𝟕𝟐 𝐍/𝐦 Eq.3 Importante ressaltar que esse peso depende da linearidade de cada elemento da estrutura. É preferível deixa-lo em função da linearidade pois mais a frente este modelo será útil na hora de distribuir as cargas em cada nó. 3.2 FORÇA DO VENTO É preciso considerar também a ação do vento sobre a estrutura, para isso, foi necessário consultar a NBR 6123 que trata das forças devidas ao vento em edificações. Figura 6- Isopletas da Velocidade básica V(m/s) Fonte: NBR 6123 10 Pode-se obter a velocidade média do vento em Curitiba Vc analisando o mapa da figura 6 acima: Vc = 43 m/s Segundo a NBR 6123, pode-se obter a pressão em relação à velocidade do vento através da equação abaixo: 𝑞 = 01613 ∙ 𝑉² Eq.4 Sendo 𝑞 a pressão dinâmica e 𝑉 a velocidade característica do vento, pode-se encontrar a pressão do vento em Curitiba 𝑞𝑐substituindo 𝑉 por Vc na Eq 4.𝑞𝑐 = 01613 ∙ 𝑉𝑐 2 Fazendo as devidas substituições determinamos que: qc = 1133,44 N/m² Determinando a ação do vento sobre a área lateral 𝐴𝑙 da viga (Ver tabela 1), pode-se obter a força do vento 𝐹𝑣 através da equação (Eq.5) abaixo: 𝐹𝑣 = q ∙ 𝐴𝑙 Eq. 5 Logo: 𝐅𝐯 = 𝟏𝟎𝟐 𝐍 3.3 SOBRECARGA Foi determinada a aplicação de uma carga de 25 kgf/m², de acordo com a NBR 6120. Foi calculado então a área de Aa aplicação dessa carga. Com os dados da tabela 1, concluímos que: Aa = 1m² Logo a sobrecarga o peso da sobrecarga Psb vale: 𝐏𝐬𝐛 = 𝟐𝟒𝟓 𝐍 11 3.4 DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS 3.4.1 PESO PRÓPRIO DA ESTRUTURA Para facilitar os cálculos, o peso da estrutura foi distribuído nos nós do banzo superior. (Figura7) Figura 7- Distribuição do peso próprio da estrutura. Fonte: Cristiano Magno Através dos dados da tabela 1 e utilizando a equação 3(ver Eq. 3), pôde-se calcular o peso de cada diagonal PD, o peso de cada montante PM, assim como o peso do banzo PB, porém esse último conveio ser dividido por 10. 𝐏𝐃 = 𝟏𝟒𝟒, 𝟏 𝐍 𝐏𝐌 = 𝟗𝟔, 𝟎𝟓 𝐍 𝐏𝐁 = 𝟏𝟎𝟔, 𝟕𝟐 𝐍 3.4.2 PESO DA COBERTA Figura 8- Distribuição do peso da coberta. Fonte: Cristiano Magno 12 O peso da coberta foi distribuído igualmente ao longo da estrutura Pcob. Como o peso da coberta que age sobre a estrutura já foi calculado (Ver seção 3.1.1), determinou-se que: 𝐏𝐂𝐎𝐁 = 𝟐𝟐𝟏, 𝟖 𝐍 3.4.3 FORÇA DO VENTO Figura 8- Distribuição da força do vento. Fonte: Cristiano Magno A força do vento foi distribuída igualmente na lateral da estrutura FV’. Como a força do vento que age sobre a estrutura já foi calculada (Ver seção 3.2), determinou-se que: 𝐅𝐕′ = 𝟓𝟏 𝐍 3.4.4 SOBRECARGA Figura 9- Distribuição da sobrecarga. Fonte: Cristiano Magno O peso da sobrecarga também foi distribuído igualmente ao longo da estrutura PS. Como o peso da sobrecarga que age sobre a estrutura já foi calculado (Ver seção 3.3), determinou-se que: 𝐏𝐒 = 𝟐𝟐, 𝟑 𝐍 13 3.5 CARGA TOTAL Por fim, a distribuição das cargas ficou representada de acordo com a figura 10. Figura 10- Distribuição total das cargas. Fonte: Cristiano Magno 3.6 REPRESENTAÇÃO DOS ESFORÇOS INTERNOS DA ESTRUTURA Figura 11- Numeração das forças internas da estrutura. Fonte: Cristiano Magno 3.7 CÁLCULO DAS REAÇÕES E DOS ESFORÇOS INTERNOS PELO FTOOL Figura 12-Reações e esforços internos calculados no Ftool em N. Fonte: Cristiano Magno 14 3. CONCLUSÃO As reações de apoio, assim como os esforços internos calculados estão representados na tabela abaixo: Tabela 3-Tabela das Forças calculadas. FORÇA CALCULADA (KN) FTOOL (KN) FORÇA CALCULADA (KN) FTOOL (KN) VA 3,65 3,65 F20 -9,66 -9,72 HA 0,10 0,10 F21 -0,70 -0,70 VB 3,66 3,66 F22 -9,66 -9,72 F1 -3,65 -3,65 F23 0,53 0,53 F2 0,05 0,05 F24 9,27 9,32 F3 4,68 4,69 F25 -1,05 -1,05 F4 -3,51 -3,53 F26 -9,27 -9,32 F5 -3,14 -3,14 F27 1,57 1,57 F6 3,51 3,53 F28 8,11 8,16 F7 3,64 3,64 F29 -1,75 -1,75 F8 -6,21 -6,24 F30 -8,11 -8,16 F9 -2,44 -2,44 F31 2,61 2,61 F10 6,21 6,24 F32 6,18 6,21 F11 2,60 2,60 F33 -2,45 -2,45 F12 -8,13 -8,18 F34 -6,18 -6,21 F13 -1,74 -1,74 F35 3,65 3,66 F14 8,13 8,18 F36 3,47 3,49 F15 1,56 1,56 F37 -3,14 -3,14 F16 -9,28 -9,33 F38 -3,47 -3,49 F17 -1,04 -1,04 F39 4,69 4,70 F18 9,28 9,33 F40 0 0 F19 0,51 0,51 F41 -3,66 -3,66 Fonte: Cristiano Magno O sinal negativo significa que a barra está sofrendo compressão e o positivo significa que a barra está sofrendo tração. Houve uma pequena diferença entre os valores calculados e os valores do Ftool devido a um erro de arredondamento, porém o resultado foi satisfatório. 15 REFERÊNCIAS BEER, Ferdinand Pierre, JOHNSTON, E. Russell – MECÂNICA VETORIAL PARA ENGENHEIROS. 5.ED. SÃO PAULO. C2009. CQFD – CQFD SOLUÇÕES. Disponível em: <http://www.cqfd- international.com> Acesso em 29 out. 2014 MARKO – MARKO SISTEMAS METÁLICOS. Disponível em: <http://www.marko.com.br/> Acesso em 29 out. 2014 NBR 6123 – FORÇAS DEVIDAS AO VENTO EM EDIFICAÇÕES. Acesso em 29 out. 2014 NBR 6120 – CARGAS PARA O CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE EDIFICAÇÕES. Acesso em 29 out. 2014 16 MEMORIAL DE CÁLCULO DETERMINAÇÃO DAS REAÇÕES 17 MÉTODO DOS NÓS 18 19 20 21 22 23 24 25 MÉTODO DAS SEÇÕES 26 27 28 29 30 31 32
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