Buscar

ARQUIVO FINAL NIVEA 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE PITÁGORAS
CIRO TAVARES
ELIZANGELA ANDRADE
JANETE DA SILVA
MARIANA
MICHELLE DIAS
DESENVOLVIMENTO HUM 1
NÍVEA FÁTIMA
CAMA COMPARTILHADA / CO-LEITO
Divinópolis
2018
Co – Leito/ Cama Compartilhada
Sobre o tema:
 
O que é o Co- Leito ? 
Co – Leito é a pratica realizada pelos pais, na qual eles compartilham a cama ou o quarto com o bebê/criança.
Existem muitas maneiras de Co-leitar ( compartilhar a cama/ quarto); na mesma cama; com duas camas juntas ( cama de casal e cama de solteiro ); com o berço unido a cama do casal no mesmo quarto; em camas separadas... 
Co- leito seguro, medidas de segurança 
Alguns ambientes de Co-Leito, especialmente entre lactentes, são claramente perigosos, e os pais devem ser conscientizados sobre quais são as circunstâncias perigosas e como evitá-las.
Evidentemente, para dormir junto com o bebê de forma segura temos que preservar certas condições básicas de segurança. Não são muitas, porém são de muito importância: 
A cama deve ser de colchão firme, nunca compartilhar cama que tenha colchão de água , sofá ou almofadas onde ele possa se encaixar. Ao juntar uma cama ou colchão um ao outro, assegurar- se que estão bem encostados e também na mesma altura.
 Evitar fitas ou cordões nas roupas do bebê, na acama ou junto aos pais.
 
Prós e Contras do Co- Leito/ Cama Compartilhada
 
Diante deste cenário, surge uma grande polêmica. Afinal, ela é ou não recomendada ? 
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) contraindica a prática porque argumenta que ela apresenta mais malefícios do que benefícios. Citaremos a seguir alguns deles para ilustrar as opiniões. 
Benefícios
Os que aderem ou compartilham da ideia defendem que:
Diminuem o desgaste físico e emocional da mãe, pois a rotina principalmente dos primeiros meses se torna muito desgastante. Bebê chora - pais acordam, pais acordam- buscam o bebê, bebê mama- colocam o bebe pra arrotar ... pais voltam para o quarto dormem por alguns minutos até tudo começar novamente.... Por isso muitos defendem que o bebê compartilhando a cama dos pais, torna esse processo menos cansativo. 
Importante para a criação com apego, pois acreditam que estando perto do filho em todos os momentos, se fortalece os laços afetivos não só da criança, mas de toda a família, estabelecendo assim um ambiente seguro afetivamente para que a criança cresça bem. 
O artigo publicado na Revista Brasileira de Indicação Científica, Itapetininga, v.4, n.2 em 2017 por Charlene Gozzo Perretti afirma que: 
Em todo mundo na maior parte dos países , a utilização do co-leito é unânime. Ásia, África, parte do Sul da Europa e América do Sul e Central, há compartilhamento de cama. Nesses locais é a norma, até que as crianças deixem o aleitamento materno ou fiquem mais velhas. Tem havido um maior aumento do número de praticantes do co-leito, segundo apontam estudos de Mackenna J.J, McDade Thomas (2005). 
Os autores Madansky D, Edelbrock C (1990); McKenna J.J (2000) defendem a ideia de que, crianças pequenas, que dormem com os pais, crescem com uma maior autoestima, tornam-se independentes mais cedo, menos ansiosas; têm melhor comportamento na escola, sentem-se bem quando acarinhadas e têm menos problemas psiquiátricos. 
Segundo Geib (2007), a interrupção e diminuição do sono profundo podem estar associados a casos de depressão pós-parto, da mesma forma para a criança que apresenta problemas para dormir, há prejuízos relacionados à depressão materna, dentre os quais: falta de atenção, cansaço, irritabilidade, diminuição do desempenho cognitivo, dificuldade de aprendizagem, ansiedade, medo, dificuldade de apego; de controle de impulsos e emoções. 
Muitos são os problemas em relação ao desmame precoce; à dificuldade da pratica da amamentação durante o período noturno (Smith et al, 2016) e ao cansaço de acordar durante as noites, figurando-se como fatores importantes na decisão para o desmame.
Malefícios 
Alguns Pediatras defendem a ideia de que dormir com bebês podem causar acidentes fatais devido ao alto risco de sufocamento.
 
Há também questões subjetivas implicadas, consideradas “fatais” pelos psicanalistas, pois ao ocupar a cama dos pais, a criança ocupa um lugar subjetivo na família que não é o dela. 
Outro ponto defendido pelos profissionais da saúde, é que existe o aspecto do desenvolvimento de uma dependência do filho, de sempre dormir com alguma pessoa ao seu lado, que prejudica a criança a compreender a sua individualidade. 
Outro ponto que muito se comenta é o quanto a prática do co-leito, afeta consideravelmente a intimidade do casal. 
O artigo publicado na Revista Brasileira de Indicação Cientifica, Itapetininga, v.4, n.2 em 2017 por Charlene Gozzo Perretti afirma que : 
 No tocante à prática do co-leito, um item importante para os pais refere- se à aceitação moral de suas condutas no meio onde vivem; ser considerados “bons ou maus” pais (Garcira, 2016). Conforme apontam Shweder et al (1995), três questões morais surgem desse julgamento: a) a santidade-separação do bebê do relacionamento marital; b) a forma de evitar o incesto e c) a importância de ensinar a criança a independência e autoconfiança, impondo-lhe a prática de dormir sozinha. 
Como afirma R,Carpenter (2012), é relevante a informação sobre a relação de perigo existente entre o compartilhar da cama com o bebê e a síndrome de morte súbita do lactente (SMSL). 
Entrevistas Psicólogos: 
Entrevista 01:
Psicóloga Entrevistada: Silvane Correa Mourão, Psicóloga Clinica , Especialista em Saúde Mental
Qual a opinião do profissional sobre o assunto ? 
A cama compartilhada é um tema que gera muitos questionamentos. Muitos pais optam em compartilhar a cama considerando-se o afeto, o apego, alegando que ao compartilhar a cama poderá fortalecer os laços familiares. Porém nem sempre esse argumento é aceito por especialistas, os quais defendem que outros comportamentos e atitudes desempenham o mesmo impacto positivo pois, o vinculo é construído através de interações entre pais e filhos, o qual não está estabelecido apenas ao ato de dormir .
Quais os pontos negativos e positivos do ponto de vista do profissional? 
Podemos pensar em vários pontos negativos a saber: O prejuízo na relação matrimonial do casal, na perda de intimidade de ambos. Pode desencadear na criança uma dependência, em acreditar que somente conseguirá dormir na companhia de alguém, desencadeando um sentimento de insegurança, ansiedade e medos. 
Qual a relação entre o Co-Leito e a criação do apego?
Pode favorecer um medo em ir dormir sozinho, uma dificuldade no processo de individualização, autonomia e independência.
Em algum momento o profissional pode sugerir a prática ou intervir? Se sim em que momento e em qual idade?
É importante o profissional intervir de modo assertivo com os pais na prevenção de um afastamento sexual dos pais, assim como para favorecer uma auto- regulação das emoções nas crianças. 
Entrevista 02:
Psicologa Entrevistada: Cynthia do Carmo Dias Miranda, Psicóloga 
Insta; psi.cynthiadias 
Qual a opinião do profissional sobre o assunto ? 
Existem controvérsias sobre o assunto, os pediatras não recomendam por risco de morte súbita dos bebês ( os pais podem rolar em cima do bebê), mas alguns estudiosos defendem a cama compartilhada por incentivar a amamentação por mais tempo e a cama dos pais tem uma representação muito forte para as crianças por significar afeto, segurança e o estar junto, pois para a criança não é fácil ficar sozinha em outro quarto pois pode representar solidão. 
Quais os pontos negativos e positivos do ponto de vista do profissional?
Não existe um certo ou errado. 
Qual a relação entre o co-leito e a criação do apego?
A teoria da criação com apego diz que cada família deve achar seu arranjo para dormir, o correto é achar uma forma que todosdurmam bem, tem que haver o bom senso, desde que não se torne algo viciante para a criança. 
Em algum momento o profissional pode sugerir a prática ou intervir? Se sim em que momento e com qual idade?
Defende-se que a criança nos 6 primeiros meses de vida deveria dormir próximo aos pais, não necessariamente na cama mas podendo ser um berço ao lado da cama ou até mesmo acoplado para que ele sinta segurança e a mãe fique atenta aos movimentos do bebê.O bebê foi gerado por 9 meses no útero da mãe, em conexão e simbiose profundas, e daí querer que a criança aprenda do dia para a noite a conviver sozinho, num ambiente distante e frio, gerando ansiedade e frustração para essa criança que passa a encarar a hora do sono como desconexão e desespero. Mas deve ser uma decisão tomada pelo casal, num bom senso, pois muitos questionam sobre a intimidade do casal que pode ser “atrapalhada”.
Entrevista/Depoimento
Júlia dormiu no meu quarto até os 3 meses num berço portátil ao lado da minha cama. Quando ela completou 3 meses a levei para seu quarto, mas dormi durante dois meses na cama do quarto dela. Até consegui deixar ela sozinha, mas aí uma vez ela adoeceu teve bronquiolite aí coloquei ela a primeira vez na cama comigo, aí até hoje quando ela acorda muito a noite, ou quando tem vacina febre levo ela pra cama comigo e todo dia cedinho mesmo quando ela dorme no berço, quando ela acorda por volta das 5h da manhã à levo ela pra minha cama.
Entrevista 03:
Psicóloga Entrevistada: Marcela Linhares Soares Santos – Graduada em Psicologia pela UFMG. MBA em Liderança e Gestão de Pessoas. 
Qual a opinião do profissional sobre o assunto?
Esse é um assunto ainda polêmico entre os profissionais de Psicologia e, por extensão, entre outros profissionais da saúde e também para os pais. O sono da criança e tudo que ele envolve geram muitos questionamentos.
A cama compartilhada entre pais e bebês é um hábito ainda muito condenado pela maior parte das academias de pediatria em todo mundo, incluindo a Sociedade Brasileira de Pediatria. A principalmente justificativa que embasa esse posicionamento é o risco de morte súbita do recém-nascido. 
No entanto, várias outras pesquisas, aliadas aos hábitos de pais que optaram por praticar a cama compartilhada, têm revelado importantes benefícios dessa prática, sendo contraindicada somente em circunstâncias específicas como utilização de drogas e álcool por parte dos pais ou local de dormir impróprio como sofá ou para bebês prematuros. 
Os benefícios viriam principalmente por estimular a amamentação, se traduzindo em menos infecção, menor risco de obesidade e outras doenças no futuro, além de melhor capacidade afetiva e cognitiva pelo contato mais freqüente com a mãe. Já se sabe que o vínculo entre mãe e bebê é de extrema importância para ambos, ajudando desde a diminuição do estresse materno até para o estabelecimento das conexões cerebrais dos bebês. 
Para tentar dar conta de todas essas discordâncias, muitos especialistas defendem o quarto compartilhado, com o berço ao lado da cama dos pais, próximo à mãe, de forma que o bebê possa sentir sua presença. 
Como psicóloga, entendo que a forma que dormimos faz parte da intimidade e escolha dos membros da família. O melhor lugar para colocar o filho para dormir é aquele que garante o descanso dele e o dos pais e que leve em consideração as reais necessidades da criança. Escutamos frequentemente as pessoas opinarem a respeito da cama compartilhada e essas diferentes visões virem acompanhadas, muitas vezes, de comentários que reforçam o desmame precoce (“o bebê não deveria mamar mais à noite”) ou de outros baseados no senso comum que não levam em consideração essas necessidades do bebê como “deixe o bebê chorar porque faz bem para os pulmões”; “essa criança está ficando mimada de tanto ficar no colo”, etc., além da constante comparação em relação a outras crianças recém-nascidas que já dormem a noite toda.
Diante disso, costumo explicar sobre a exterogestação. O bebê nasce absolutamente dependente e por um período, depois do parto e enquanto se desenvolve, ainda precisa ter mais apoio, o que seria a continuidade da gestação, mas fora do útero. Então, é preciso entender que o bebê não nasce condicionado aos hábitos dos adultos e ainda precisa do máximo de contato para se sentir seguro. A menos que os pais não se adaptem ou não se sintam à vontade para praticar a cama compartilhada, eu acredito muito nos seus benefícios e que, se praticada com os devidos cuidados, ela pode ser fundamental para a criação de vínculos sólidos entre pais e bebês. Porém, acredito que cada família é única para fazer a melhor escolha, dentro da sua dinâmica e desejo familiar. 
Qual relação entre o Co-leito/ Cama compartilhada e a criação com apego?
A criação com apego consiste na proximidade entre os pais e filhos e a demonstração efetiva de amor incondicional, através da atenção às necessidades emocionais e físicas dos filhos. O objetivo desse tipo de criação é a participação mais ativa dos pais na criação dos filhos, incentivando os vínculos através de práticas como a cama compartilhada, o colo, o contato físico mais freqüente com o bebê, a amamentação em livre demanda e outras ferramentas, com o intuito de cuidar de forma consistente e amorosa, criando habilidades sociais e de vida como empatia e compaixão.
O principal benefício da criação com apego é o fortalecimento do laço emocional. Com isso, a cama compartilhada é um dos caminhos por onde muitos pais descobrem a criação com apego, já que acreditam que através dela os pais têm mais sensibilidade para responder às necessidades, sobretudo emocionais dos bebês. Isso seria a base do vínculo de apego seguro, pois é aonde os valores vão sendo construídos. 
Quais os pontos positivos e negativos do ponto de vista do profissional?
Em relação a essa pergunta, gostaria de trazer alguns temas que têm sido muito questionados quando se trata de cama compartilhada e, junto a eles, a visão positiva e negativa direcionada a cada aspecto.
Sobre a amamentação, muitos pais vêem na cama compartilhada uma questão de praticidade para terem mais qualidade de sono e facilitar os cuidados com o bebê e a amamentação. Aliado a isso, cientistas ingleses notaram que bebês que dormem com as mães têm maior probabilidade de serem alimentados no peito após os 6 (seis) meses de vida. Outra pesquisa norte-americana corrobora essa recomendação dos bebês permanecerem no quarto dos pais até os 6 (seis) meses de vida, porém, acredita que se o filho fica tempo demais nesse ambiente, o efeito pode ser negativo pelo fato de intensificar o vínculo entre as partes e ser mais difícil fazer a transição para o próprio quarto da criança. Particularmente, acredito no fundamental benefício da amamentação para a vida da criança e seu desenvolvimento futuro. Dessa forma, se a cama compartilhada for uma prática que ajude na manutenção da amamentação, vejo como ponto positivo.
Um dos principais receios sobre a cama compartilhada, que pode ser vista como um ponto negativo, trata-se da intimidade do casal. Pode ser que alguns casais ainda se sintam receosos para buscar outros espaços para se relacionarem, vendo a cama como único espaço possível para isso. E, na verdade, a relação do casal é diretamente afetada, mas não somente pela cama compartilhada e sim pela chegada do bebê, que traz impactos em toda estrutura familiar. E, mais ainda, esses impactos no casamento/ relacionamento tem muita ligação com todos os desafios experimentados com a vivência da maternidade/ paternidade como cansaço, pensamentos diferentes na hora de educar, sentimentos aflorados, dentre outros fatores. Então, acredito que seria importante desvincular essa relação direta da cama compartilhada à saúde do relacionamento do casal. O relacionamento sem dúvida será afetado com a chegada do bebê, então, cabe ao casal decidir se a cama compartilhada pode ter mais benefícios ou interferências negativas na relação. Um ponto importante é que a cama compartilhadapode trazer noites mal dormidas aos pais por não sentirem-se confortáveis ou pelo receio de machucar a criança de alguma forma, o que reforça que a cama compartilhada deve ser uma decisão da família.
Outro aspecto muito citado como algo negativo é sobre a dependência emocional do bebê em relação aos pais. No entanto, acredito que cabe destacar que a dependência emocional da criança existe independente da forma de dormir. Essa dependência é necessária para o seu saudável crescimento e desenvolvimento e é por isso que ela reage tão positivamente ao contato com outro corpo. E é através desse atendimento às suas necessidades que a criança cria bases sólidas para que possa se tornar independente no futuro através do seu processo de individuação. A cama compartilhada pode servir para oferecer mais segurança emocional ao bebê no que refere-se ao sono. Quando o bebê é atendido em suas necessidades de segurança, ele poderá, conforme seu próprio ritmo, buscar sua individualidade e seu espaço. Cabe aos pais estarem atentos a esses sinais para ajudar a criança no seu processo de autonomia e independência. 
Sobre a questão da morte súbita do bebê, podemos acessar estudos totalmente contraditórios em relação a essa questão. Alguns estudos reforçam de maneira veemente a contraindicação da cama compartilhada por acreditarem que essa prática não somente é um risco à vida do bebê, como aumentaria esse risco. No entanto, outros tantos afirmam que os bebês que dormem perto dos pais reduzem consideravelmente o risco de morte súbita. Como os especialistas divergem nessa questão e estão longe de um consenso, acredito que a cama compartilhada possa trazer mais benefícios para a relação pais e bebê DESDE QUE e SOMENTE SE praticada com os cuidados e prevenções de segurança necessárias.
Em algum momento o profissional pode sugerir o Co-leito ou intervir? Se sim, em que momento e com qual idade?
Como respondido em questões anteriores, acredito muito que a forma de dormir é uma decisão única e exclusiva da família, pois vários fatores devem ser levados em consideração para essa prática e a principal é de que os pais sintam-se confortáveis com a decisão tomada. Geralmente o que se percebe é que é uma prática de pais que buscam a criação com apego e acreditam que podem fortalecer a relação familiar, proporcionando um ambiente afetivamente seguro para que a criança cresça e se desenvolva de forma saudável. 
Alguns profissionais, inclusive psicólogos, tratam do momento ideal que a criança deveria deixar de dormir na cama/quarto dos pais para compreender melhor sua individualidade. No meu ponto de vista, não consigo pensar em uma idade ou momento ideal para intervir nessa questão, pois trata-se de um sentimento de segurança que é adquirido paulatinamente pelas crianças. O que eu acredito é que os pais precisam estar atentos a esse processo de individuação e possibilitar o desenvolvimento da autonomia na criança, não fazendo por ela aquilo que ela já é capaz de fazer sozinha. Esse movimento de autonomia e responsabilização ajuda a criança a se sentir segura e preparada, no seu tempo, para a independência da forma de dormir. 
Marcela Linhares Soares Santos – Casada, mãe da Lavínia e da Milla. Graduada em Psicologia pela UFMG. MBA em Liderança e Gestão de Pessoas. Psicóloga atuante na área de psicologia infantil e familiar, apoiando as mães no processo de autoconhecimento e vivência de uma maternidade mais leve, prazerosa e conectada com as crianças. Atuação na área de Gestão de Pessoas há 14 anos. Coordenadora de RH de empresa do ramo metalúrgico por 11 anos. Consultora de empresas de diferentes segmentos na área de Gestão de Pessoas. Prestadora de Serviços em Avaliação Psicológica para Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. Professora do curso de Psicologia da FACED e da pós-graduação da PUC, em Divinópolis e Arcos. 
Cel: (37)98826.4318
Instagram: @psicologa_marcela_linhares
E-mail: marcelalinhares@yahoo.com.br
Entrevista Pediatra:
DR. João Henrique Gomes de Camargos
Qual a opinião do profissional sobre o assunto ?
A Sociedade Brasileira de Pediatria contraindica a pratica do co-leito/cama compartilhada. Este hábito aumenta em cinco vezes o risco de morte súbita e as pesquisas não deixam claro quais fatores seriam responsáveis pela associação. 
Qual a relação entre o Co-Leito/Cama Compartilhada e a criação do apego? 
Não adianta discutir a questão do vínculo quando há a possibilidade de que a criança perca a vida e mesmo depois de um ano, quando esta probabilidade diminui, filhos e pais devem ter cada um seu próprio espaço. O vínculo entre filhos e pais é fundamental, mas há outras maneiras de se estabelecer esse vínculo e que não expõe a criança a riscos. 	 
Quais os pontos positivos e negativos do ponto de vista do profissional ?
O principal ponto negativo é porque os pais colocam em risco a vida do bebê( risco de sufocamento, esmagamento) no momento em que compartilham a mesma cama. 
O ponto positivo é que principalmente nos primeiros dias de vida, o bebê necessita de uma atenção maior, pois , algumas vulnerabilidades do bebê precisam ser levadas em conta: nos primeiros seis meses seu controle respiratório esta em processo de amadurecimento, sua capacidade de despertar esta diminuída, facilitando o risco de acidentes. Estando próximo aos pais fica mais seguro e se torna mais precisa a vigilância ( mas nunca na mesma cama e sim, em um berço ao lado da cama). 
Em algum momento o profissional pode sugerir o Co-leito ou intervir ?! Se sim; em que momento e com qual idade ?
Com já havia dito antes, sugiro uso da prática mas com o berço ao lado da cama dos pais, nunca na mesma cama, bem próximo a mãe de maneira que ela possa tocar o bebê para que o mesmo sinta sua presença. É difícil amamentar quando o bebê dorme separado da mãe, o bebê percebe quando está isolado e precisa do cheiro, do calor e da movimentação dos cuidadores para se tranquilizar. No contato pele a pele com os pais, desenvolve-se e aprimora-se seus aspectos cognitivos e comportamentais. Portanto ,nos primeiros dias não deveriam ser separados os bebês de seus pais. 
Matéria revista Lunetas - Dr. Carlos Eduardo Corrêa – Pediatra
A decisão da forma como a família irá dormir pertence exclusivamente á cada família. Cama compartilhada, co- sleeper (berçoacoplado) , berço, qualquer forma pode, desde que funcione bem e agrade a família. Nos primeiros meses, os bebês costumam mamar muito à noite. Dormir junto pode facilitar a aproximação da mãe com seu bebê e de uma amamentação mais segura e tranquila.
A segurança para trazer um bebê para uma cama de adulto tem sido assunto de muito debate ultimamente. Em 1999 a Comissão de Segurança de Produtos ao Consumidor nos Estados Unidos (Consumer Product Safety Comission – CPSC), anunciou uma recomendação contra a prática da cama compartilhada com um bebê de idade inferior a dois anos. Todavia, pesquisas de opinião pública demonstram que aproximadamente 70% dos pais dormem com seus bebês durante parte da noite ou durante toda a noite e encontram benefícios na prática.
Entrevista com os Pais:
Entrevista 01:
Casal D e F - 1 Filho com 2 anos e 8 mêses 
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ Cama Compartilhada? 
Não fazemos uso do co-leito. Desde o primeiro mês de vida do L, hoje com 2 anos e 8 mêses, nós o colocamos em seu quartinho e talvez por isso ele tenha acostumado a dormir em seu berço/cama! 
Em que momento foi tomada a decisão?
Desde de sempre, rsrs... sempre ouvimos falar do risco imposto ao bebê quando colocado na cama dos pais. Sempre tivemos muito medo.
A decisão foi de comum acordo entre o casal ? 
Sim.
A intimidade do casal foi um dos motivos que os levaram a decisão de não fazerem uso do co-leito ? 
Sim. Nos preocupamos em manter a nossa intimidade, porque com certeza a presença do filho no quarto dos pais causa alguma interferência, por mais que seja mínima comoa inibição de uma conversa, enfim.... Apesar de tudo isso não abominamos a cama compartilhada! Por algumas vezes tentei colocá- lo em nossa cama e ele rejeitou, preferiu a sua cama! Em casos de febre as vezes o coloco em nossa cama, por receio dele passar mal e não estarmos próximos!
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista dos profissionais da área da saúde, Psicólogos e Pediatra?
Sim. Principalmente através de perfis de profissionais da área, e como tudo na vida, tem um lado positivo e negativo! No nosso caso a escolha de não faze-la foi natural das três partes ( Pai, Mãe e Filho) 
Resposta do Marido: No começo o L dormiu no seu quarto e fazemos a cama compartilhada somente quando ele está adoecido, mais isso é mais pela minha esposa do que por mim, mesmo porque ele tem no quarto uma excelente babá eletrônica. 
Entrevista 02:
Casal L e D - 1 Filha M com 3 anos e 3 meses 
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ Cama Compartilhada? 
O principal motivo foi a inconsistência do sono da minha filha, que tem um sono muito agitado, às vezes chora. Então facilita o meu sono, diante dessa situação.
Em que momento foi tomada a decisão?
Não teve um momento certo, foi aos poucos, quando percebi ela já estava em nossa cama praticamente todas as noites. 
A decisão foi de comum acordo entre o casal? 
Não. Nunca conversamos sobre isso. 
A intimidade do casal foi afetada? 
 
A intimidade não. Mas acaba que já tivemos conflitos por ela acordar muito e eu perder a paciência.
O Casal se separou (separa) durante a noite para dar lugar a criança, ou seja, deixaram de dormir juntos ?
Não.
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista do profissional da área da saúde, Psicólogos e Pediatras? 
Sim, sei que todos que conversei foram contra a prática do Co-Leito. Mas na prática é muito complicado. No momento estou em contato com uma Consultora do Sono, para reverter a situação. Acho muito gostoso dormir com minha filha, mas não quero que crie uma dependência para ela ter um sono tranquilo.
Entrevista 03:
Casal M e E - 2 Filhos - B com 5 anos e V 1 ano e 6 mêses 
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ Cama compartilhada? 
O principal motivo comodidade e segurança. O B dorme no quarto desde que nasceu, quando o irmão mais novo nasceu ele quis ir para o seu quarto, mais com uma semana começou a ter febres e acabou voltando para nosso quarto. 
Em que momento foi tomada a decisão?
Não teve um momento certo, esta no nosso quarto desde que nasceu.
A decisão foi de comum acordo entre o casal ?
Sim. 
A intimidade do casal foi afetada? 
 
Sim. Atrapalha o casal. 
 
O Casal se separou(separa) durante a noite para dar lugar a criança, ou seja, deixaram de dormir juntos ?
Não. Coloco colchões no chão e dormimos os quatro no chão. O pai quis que ficássemos todos no mesmo quarto. 
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista do profissional da área da saúde, psicólogos e pediatras?
Não.
Entrevista 04:
Casal C e M - 2 filhos MT 6 anos L 13
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ Cama Compartilhada?
Devido ao cansaço físico. 
 
Em que momento foi tomada a decisão?
Quando L nasceu, foi direto para minha cama e ficou ate os três anos de idade dividindo a mesma cama e dos 3 aos 7, colocamos uma cama para ela no nosso quarto. 
A decisão foi de comum acordo entre o casal ?
Não. Não houve conversa entre o casal, a mãe tomou a decisão sozinha. 
A intimidade do casal foi afetada? 
 
Sim, afeta muito o relacionamento ( carinho, conversas, sexo). 
O Casal se separou(separa) durante a noite para dar lugar a criança, ou seja, deixaram de dormir juntos?
Sim. A mãe vai para o quarto da criança e a criança fica com o pai. 
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista do profissional da área da saúde, psicólogos e pediatras?
Não.
Entrevista 05:
Casal J e S - 1 Filha com 1 ano
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ cama compartilhada?
Esposa: O principal motivo foi o medo de morte súbita durante a noite, ficar vigiando o sono para ver se está respirando bem, e o outro motivo foi para ela sentir segurança.
Marido: Como nosso quarto não coube o berço, ela começou dormindo no carrinho ao lado da cama. Ela acordava e ainda acorda muito durante a noite e para facilitar a mamada no peito e ninar para dormir novamente, ficou mais fácil manter ela perto e está assim até hoje.
Em que momento foi tomada a decisão?
Esposa: A decisão foi tomada quando ela tinha 3 mêses e não cabia mais no carrinho aonde dormia ao lado da cama, por não caber o berço no quarto decidimos por colocar na cama.
Marido: Assim que ela ficou grane demais para dormir no carrinho de bebê. 
 
A decisão foi de comum acordo entre o casal?
Esposa: Na verdade não foi discutido sobre colocar ou não ela na cama, foi uma noite e está até hoje.
Marido: Sim. Apesar de eu ter sido um pouco relutante no início, mas entendi a situação e aceitei. 
 
A intimidade do casal foi afetada? 
Esposa: Não. Não acho que tenha sido afetada pelo motivo da cama compartilhada, e sim pelo nascimento. 
Marido: Sim. Acho que de um modo geral a intimidade é afetada pela chegada de um filho(a) mais em se tratando de cama compartilhada afeta um pouco mais. 
O Casal se separou(separa) durante a noite para dar lugar a criança, ou seja, deixaram de dormir juntos ?
Esposa: Não . Dormimos os 3 juntos na cama.
Marido: Não. 
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista do profissional da área da saúde, psicólogos e pediatras?
Esposa: Sim. Através da pediatra da minha filha, ela tem duas. Uma é súper a favor, ela fala que passa segurança e tranquilidade na noite, e a outra já fala que por ela mamar no peito ela não dorme bem por sentir o cheiro do leite.
Marido: Não. O casal não sei, mais eu não tenho conhecimento. 
Entrevista 06:
Casal A e M - 2 Filhos P 9 anos e D 4 anos 
Quais os principais motivos levaram o casal a prática do Co-leito/ cama compartilhada? 
Em um primeiro momento o motivo foi o aconchego, vontade de estar perto sempre e o instinto de proteção . Além disso, a comodidade foi um fator importante para o compartilhamento, já que nos permitia um sono com interrupções menores sendo que, até mesmo as mamadeiras ficariam prontas no criado ao lado. Posteriormente, o fato de o pai trabalhar fora da cidade durante a semana, fez com que o leito compartilhado trouxesse mais um reforço à segurança e ao aconchego. 
Em que momento foi tomada a decisão?
Desde que foi possível retirar o bebê do berço com segurança para dormir conosco na cama e para que voltássemos a dormir no mesmo quarto, já que eu ( mãe ) dormia com o bebê em outro quarto. 
A decisão foi de comum acordo entre o casal ? 
Foi sim.
A intimidade do casal foi afetada? 
 
Foi um pouco, porém, a cama compartilhada é compensadora. 
O Casal se separou(separa) durante a noite para dar lugar a criança, ou seja, deixaram de dormir juntos ?
Sim, agora que são dois filhos não é mais possível dormirmos todos no mesmo quarto.
O casal já tinha conhecimento desta prática do ponto de vista do profissional da área da saúde, psicólogos e pediatras? 
Sim. Porém, como para toda e qualquer questão há sempre estudos/pontos de vista divergentes, não nos preocupamos com a prática. 
Entrevista Filhos: 
01 - P 9 anos:
Você dorme no seu quarto? 
Ficou pensativo e depois respondeu que não. 
Por que você vai para o quarto da sua mãe? 
Prefiro dormir com meus pais por ser mais confortável .
02 - D 4 anos 
Você dorme no seu quarto?
De imediato disse que não. 
Por que você vai para o quarto da sua mãe ?
Gosto de dormir na cama da minha mãe .
 
Obs: segundo a mãe, a criança é superdesprendido e frequentemente dorme sozinho no quarto dele.
03 - MT 6 anos: 
Você dorme em seu quarto ?
Sim, mais depois vou para o quarto da minha mãe.
Por que você vai para o quarto da sua mãe? 
Porque eu tenho pesadelo, sabe... ontem eu sonhei que eu estava andando de bicicleta na rua e veio um moço com um graveto e me prendeu no pé de acerola que não tem folha, mas minha mãe fica n a porta da minha casa, mais ela fica só no WhatsApp e não me olha. 
 04 - B 5 anos: 
 
Você dorme em seu quarto ?
Não , no quarto da minha mãe.
 
Por que você vai para o quarto da sua mãe? 
Porque o Vitor quer que eu durmo com ele e fica me chamando e o colchão no chão é mais macio que minha cama.
05- Is 9 anos:
Você dorme em seu quarto ?
As vezes. 
Por que você vai para o quarto da sua mãe?
Porque eu tenho pesadelos, eu não sei porque tenho mais tenho quase sempre. 
Conclusão 
“ Não, não dormimos com nossas crianças. Caso contrário elas não saberiam como ser afetivas . Sim ,nós dormimos com nossas crianças. Caso contrário elas não saberiam como ser afetivas”. Diante a este assunto tão polêmico , quem pode afirmar o que é certo ou errado? Certamente ninguém pode se intitular de ser ou não o detentor das verdades e certezas. Podemos apenas confirmar que cada um, cada cultura tem a sua própria forma de se fazer o que melhor lhe convém. 
Bibliografia:
. Artigo Cientifico Os significados socioculturais da Prática do Co- Leito 12/07/2016 
. Bebê.com.br por Luiza Massa
. Blog Paizinho Virgula www.paizinhovirgula.com
. Site Fodas da Psicanalise www.fodasdapsicanalise.com.br
. clinicapsi.com.br
. Site www.scielo.br Co- Leito em Perspectiva
.amapsicologia.com.br > vinculo
. insta/blog omeupediatra Pediatra, Reginaldo Freire

Continue navegando