Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* CRITÉRIOS PARA A INDICAÇÃO CIRÚRGICA * Epidemiologia da Obesidade Obesidade mais que dobrou desde a década de 80 Em 2014, mais de 1.9 bilhão (39%) adultos apresentaram sobrepeso. Desses mais de 600 milhões (13%) eram obesos Em 2013, 42 milhões de crianças - <5 anos tem sobrepeso ou obesas. Vigitel 2014 * Epidemiologia Obesidade * Excesso peso Obesidade Vigitel 2014 * * Excesso peso * Obesidade * * * * * * No levantamento realizado pelo IBGE 2015, o índice de SP beira 60% ! (conflito Vigitel 2014) Cerca de 82 milhões de pessoas apresentaram IMC igual ou maior do que 25 (sobrepeso ou obesidade) Isso indica uma prevalência maior de excesso de peso no sexo feminino (58,2%), que no sexo masculino (55,6%) O dados anunciados pelo IBGE traduzem a urgência de se pensar políticas públicas adequadas à prevenção e tratamento do sobrepeso e obesidade. * De acordo com o estudo, o excesso de peso aumenta com a idade, mais rápido para os homens, que na faixa de 25 a 29 anos chega a 50,4% Nas mulheres a partir de 35 a 44 anos a prevalência do excesso de peso (63,6%) ultrapassa a dos homens (62,3%), chegando a mais de 70,0% na faixa de 55 a 64 anos A partir dos 65 anos de idade, observa-se um declínio da prevalência do excesso de peso, tanto no sexo masculino quanto no feminino. * Etiologia * COMPLICAÇÕES * PREVENÇÃO * PREVENÇÃO * IMC X CIRURGIA * Custos Obesidade * ESTATÍSTICA : CIRURGIA * SBCBM, março 2016 As cirurgias de redução de estômago cresceram 6,25% em 2015, em relação a 2014, segundo novo balanço da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Em 2015, 93,5 mil pessoas foram submetidas ao procedimento, ante 88 mil em 2014 * Candidatos Insucesso no tratamento clínico convencional (medicamentoso, orientação alimentar, atividade física, acompanhamento psicológico) IMC ≥ 35 com co-morbidades ou IMC ≥ 40 IMC entre 30 e 35 na presença de comorbidade que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. Também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um(a) Endocrinologista. Recomendação: a equipe cirúrgica e a instituição hospitalar envolvidas devem manter registro de “indicação especial por comorbidez grave” nestes casos, anexando documento emitido por especialista na área respectiva da doença SBCBM * Candidatos Abaixo de 16 anos : não há estudos suficientes que corroborem esta indicação, com exceção aos casos Síndromes Genéticas onde devem ser operados com o consentimento da família disposta ao acompanhamento de longo prazo do paciente. Por outro lado, não há dados seguros também que contra- indiquem os procedimentos ou comprovem haver prejuízos aos pacientes submetidos a cirurgias da obesidade nesta faixa etária. Recomendação : avaliação de riscos pelo cirurgião e respectiva equipe multidisciplinar, registro e documentação detalhada, aprovação expressa dos pais ou responsáveis. SBCBM * Candidatos Entre 16 a 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família e equipe multidisciplinar Entre 18 e 65 anos: sem restrições, quando indicado Acima de 65 anos : avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida, benefícios do emagrecimento. Levar em conta na escolha do procedimento limitações orgânicas da idade, como dismotilidade esofágica e osteoporose. Não há contra-indicação formal em relação a essa faixa etária isoladamente. SBCBM * Candidatos Em relação ao tempo da doença Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco há pelo menos 2 anos e ter realizado tratamentos convencionais prévios e ter tido insucesso ou recidiva do peso, através de dados colhidos na história clínica. Essa exigência não se aplica: em casos de pacientes com IMC maior que 50 e para pacientes com IMC entre 35 a 50 com doenças de evolução progressiva ou risco elevado. SBCBM * Candidatos Condições Adversas Risco anestésico classificado como ASA IV. . Hipertensão portal com varizes esofagogástricas. . Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado. . Quadro de transtorno psiquiátrico atual nao controlado, incluindo-se uso de álcool ou drogas ilícitas. Observação: Quadros psiquiátricos graves, porém sob controle, não contra-indicam os procedimentos. SBCBM, * Candidatos Risco cirúrgico aceitável Laudo psicológico Conduta : orientar participação nas reuniões, informações pré operatórias, incluindo as complicações, consentimento informado (direitos e deveres bilaterais) SBCBM * Complicações Associadas a Obesidade Apnéia Sono Hiperuricemia Ovários policísticos. infertilidade Esteatose hepática RPI Cardiopatias Artropatias Limitações físicas Transtornos psicológicos provocados pela OB * CONSENSOS CONSENSO BRASILEIRO, SBCBM, 2008 www.sbcbm.org.br AMERICAN ASSOC. OF CLINICAL, ENDOCRINOLOGISTS,THE OBESITY SOCIETY, AND AMERICAN SOCIETY FOR METABOLIC & BARIATRIC SURGERY MEDICAL GUIDELINES (AACE) CLINICAL PRACTICE FOR THE PERIOPERATIVE NUTRITIONAL, METABOLIC, AND NONSURGICAL SUPPORT OF THE BARIATRIC SURGERY PATIENT (AACE, GUIDELINES, 2013) Legislações : SAS/MS 492/ 2007 ; CFM : 1942 / 2010 * Fisiologia e Absorção : antes e depois * Técnicas Cirúrgicas Restritivas (gastroplastias vertical com bandagem ; bandagem gástrica ajustável, Sleeve) Balão intra gástrico : técnica alternativa Limitação mecânica da capacidade gástrica Restritivas com derivação Y Roux (mista) : Fobi- Capella (com anel) e Técnica de Higa (sem anel) Componente disabsortivo associado a restrição do esvaziamento gástrico * Técnicas Cirúrgicas Mistas, porém com componente mais Disabsortivas (Scopinaro : derivação biliopancreática com gastrectomia distal; Duodenal Switch : derivação biliopancreática com gastrectomia vertical e preservação do piloro) Cirurgias disabsortivas: derivação jejuno-ileal e jejuno cólica (bypass jejuno-ileal, Payne). Objetivo reduzir a absorção pela derivação de grande parte do intestino delgado. * Banda Gástrica * Sleeve Ferro: ingestão reduzida e a diminuição de suco gástrico. Déficit 25-52%. Mínima suplementação de 50mg ferro elementar/dia. Cálcio e Vitamina D: ingestão reduzida e diminuição de suco gástrico. Déficit 10-50%. Mínima suplementação de 1000-1500mg cálcio /dia. Vitamina B12: ingestão reduzida, diminuição de suco gástrico e ausência fator intrínseco. Déficit 37%. * Mistas Restritivas * DEFICIÊNCIAS MAIS FREQUENTES * TÉCNICAS MISTAS VANTAGENS Segura Eficiente Longa avaliação disponível Gastrorestritiva e disabsortiva DESVANTAGENS Operação de grande porte Controle clínico permanente Exclusão gastroduodenal Vômitos (Fobi Capella) Estenose (Higa) * Mistas (Disabsortivas) * Derivação Biliopancreática _ Scopinaro VANTAGENS Segura Eficiência em grandes obesos Longa avaliação disponível Maior conforto na ingestão DESVANTAGENS Operação de grande porte Alterações metabólicas e eletrolíticas importantes Controle clínico permanente Exclusão de duodeno DEP importante * Nova Fisiologia Redução volume Modulação hormonal Redução da extensão absortiva Hipocloridria Gástrica Modificação da microbiota intestinal Tolerânciaalimentar e paladar * Complicações no POI Fístulas Deiscência da anastomose Embolia pulmonar Tromboembolia * Resultados Esperados Perda significativa de peso Redução ou eliminação da morbidade Mínimo de complicações Manutenção da perda de peso Melhora da qualidade de vida * Perda Excesso Peso Banda gástrica laparoscópica 38 a 50% Gastroplastia vertical 40 a 50% Bypass gástrico 50 a 65% Desvio biliopancreático 60 a 80% * Perda Excesso Peso Cálculo da perda excesso peso : 100 x (P0 – P6/ EP0), onde : P0 : peso pré operatório P6 : peso 6º mês EP0 : excesso peso antes da cirurgia (Peso atual pré op - peso IMC 24,9) * ALTERAÇÕES HORMONAIS NO PÓS OPERATÓRIO * Grelina Hidalgo et al (2004) observaram que os níveis de grelina diminuíram em torno de 65% Resultados contrários foram observados nos estudos de Leonetti et al (2003) e Dixon et al (2005), que observaram que os níveis de grelina apresentaram aumento pós-cirurgia comparado a níveis pré-operativos * Leptina Garrido Júnior (2000) confirma que a dinâmica da leptina, no período pós-operatório, é caracterizada por reações da resposta da fase aguda. Há supressão do aumento da leptina comparado com níveis iniciais. * Segundo Nãslund et al (1998),indivíduos obesos no pós operatório apresentaram valores de CCK menores do que indivíduos normais após 20, 30 e 40 minutos da ingestão de uma refeição A explicação se deve ao fato de que, ocorrem mudanças nas preferências alimentares, no desejo de comer, redução na taxa de esvaziamento gástrico e alterações na concentração de hormônios intestinais pós-prandial. Estas mudanças ocorrem, provavelmente, devido à combinação de fatores relacionados a motilidade gastrointestinal e influências hormonais no comportamento * Para Cummings et al (2005) Mecanismo da perda de peso e da tolerância à glicose após RYGB Restrição gástrica Saciedade precoce Pequeno volume de refeição Desvio da secreção de grelina e estimulação da liberação de PYY, aumento GLP1 * Naslund et al (1997) observaram que, em geral, CCK pós-prandial, motilina, neurotensina (NT), PYY e peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1) estavam elevados após a cirurgia quando comparados com voluntários obesos não operados * Alteração dos hormônios intestinais Mudança na morfologia e função do intestino delgado Hiperplasia, dilatação e prolongamento do intestino intacto O enteroglucagom é um provável hormônio candidato a mediar parte da hiperplasia observada, e este hormônio é secretado paralelamente com o GLP-1 * Diabetes e Cirurgia GLP1 : regula os níveis séricos de glicose sanguínea por meio da estimulação da liberação de insulina e pela inibição da ingestão alimentar, secreção de glucagon e esvaziamento gástrico Foi constatado que o tratamento com GLP-1 melhorava o controle glicêmico de forma bastante satisfatória em indivíduos portadores de diabetes mellitus tipo 2. * Pré Operatório Consultas pré-operatórias: Cirurgião, Clínico(a) ou Cardiologista, Psiquiatra, Psicólogo(a) e Nutricionista Informações na Fase Preparatória: recomenda-se que o paciente e seus familiares tenham amplo acesso às informações sobre os riscos, benefícios e opções de técnicas cirúrgicas Estas informações devem ser fornecidas em consultas detalhadas com a equipe multidisciplinar ou através de reunião preparatória com a equipe responsável. * Pré Operatório Antecedentes clínicos, doenças associadas, história familiar, tratamentos anteriores x tempo, perfil metabólico, anamnese clínico-nutricional Super Obesos (IMC ≥50 : maior risco insuficiência coronariana, apnéia do sono, eventos tromboembólicos) Exames pré-operatórios laboratoriais (* seletivamente) * Avaliação da perda de peso no pré operatório Associação com início da obesidade (fase da vida) Histórico de tratamentos Desmistificar conceitos e preconceitos Sedimentar o senso de responsabilidades Fortalecer a importância do auto-cuidado Hábitos alimentares : bulimia x binge Preferências : doces ou salgados “Beliscador” ou Grandes Volumes Restrições alimentares: filosófico - cultural, religiosas, alergias... * NUTRIÇÃO E CIRURGIA Informações consistentes de hábitos alimentares pós cirurgia Esclarecimentos sobre sinais de possíveis deficiências Monitoramento da ingestão alimentar/suplementação Avaliação da curva ponderal Controle bioquímico de nutrientes Troca de informações sistemática com a equipe Participação efetiva no programa Acompanhamento 15 e 30 dias. No primeiro ano trimestral. * Repercurssões da Cirurgia no Estado Nutricional Redução da Reserva Calórica Maciça perda de peso * Redução das Reserva Protéica Perda de massa muscular Redução síntese protéica Redução resposta imune Repercurssões da Cirurgia no Estado Nutricional * Repercurssões da Cirurgia no Estado Nutricional Baixa ingestão de vitaminas minerais Absorção comprometida sinais clínicos deficiência redução parâmetros bioquímicos + * Proteínas Vit B12 Vit B1 Ácido fólico Ferro Zinco Cálcio Deficiências mais freqüentes * . Hipoproteinemia Anemia Alopécia Alteração de memória Alterações metabolismo ósseo Hiperurecemia Complicações do By Pass Gástrico / Disabsortivas * Complicações do By Pass Gástrico / Disabsortivas Fadiga muscular Diarréia x Constipação Vômitos Bulimia Hipoglicemia / Dumping Consumo álcool * * Complicações Nutricionais no By Pass Gástrico Os nutrientes mais afetados são as proteínas, vitamina B12, ácido fólico, ferro e cálcio, além de Zn, Se. 44% pacientes podem apresentar níveis baixos de Hb, ferro sérico, ferritina (ASBS) A prevalência de deficiência de vitamina B12 é de 12-33% (ASBS) Após 4 anos de cirurgia 1/3 dos pacientes apresentaram deficiência B12 * A deficiência de tiamina pode ocorrer por uma combinação de fatores : diminuição na produção de ácido, restrição na ingestão e vômitos Os casos mais graves relatados na última década estão associados a vômitos persistentes ou hiperêmese * As anormalidades no metabolismo óseo estão relacionadas a baixa ingestão de cálcio associada a má absorção de cálcio e vitamina D Pode ocorrer diminuição da densidade óssea em pacientes submetidos ao by pass, sem alteração nos níveis séricos de vitamina D e do PTH O aumento na fosfatase alcalina pode indicar osteomalácia Monitorar a suplementação de cálcio (2g/dia) e vitamina D (400 UI) * A ingestão protéica é de cerca de 24g/dia ao final do 3º mês e 41g/dia ao final 12 meses (ideal mín 60-90g/dia) Dietas com menos de 50g/dia de proteínas estão associadas a maior consumo deMCM Fibras : Aos 6 meses de PO há redução em 50% na ingestão de fibras A média de ingestão aos 6 meses é de 7g/dia e aos 24 meses 10g/dia * Complicações nas Cirurgias Disabsortivas Aumenta a ocorrência de diarréia, anemia, DPC, deficiência de cálcio e vitaminas lipossolúveis Maior perda do excesso de peso : 80% Cuidado especial : mulheres fase reprodutiva e adolescentes Níveis anormais de albumina, hemoglobina e cálcio permanecem após 3 anos de cirurgia (2, 48 e 29% respectivamente) * Após 1 ano, 1/3 dos pacientes desenvolvem anemia e /ou deficiência de vitaminas lipossolúveis Segundo A ASBS a incidência de deficiência de ferro após cirurgia disabsortiva é de 21-26% A deficiência de tiamina associa-se episódios de vômitos Menos que 5% são hospitalizados para tratamento da DPC A deficiência de folato pode ser evitada mantendo oferta de 1mg/dia A deficiência de B12 é mais comum na técnica restritiva * As anormalidades no metabolismo de cálcio e vitamina D são freqüentes : exclusão duodeno e jejuno proximal Pode ocorrer aumento do PTH com risco osteoporose Níveis anormais de cálcio e vitamina D podem ser encontrados em 57% (1 ano) e 63% (4 ano) após a cirurgia A hipocalcemia é comum em 15% (1 ano) e 48% (4 ano) dos pacientes (ASBS) Hiperparatireoidismo secundário : 69 % dos pacientes após 4 anos (ASBS) Aumento da fosfatase alcalina : 6% casos * BENEFÍCIOS DA CIRURGIA * Benefícios Grupo operado redução de : 40% < morte 56% < morte por dç coronariana 92% < morte por DM 60% < por Câncer * Resultados Gerais acima 5 anos * Ingestão Calórico Protéica de acordo com o tempo cirurgia Calorias (Kcal) Proteínas (g) 1 mês 600 30 3 a 6 meses 550( 300 – 850 ) 30( 21 - 39 ) 6 a 12 meses 900( 450 – 1860 ) 43( 26 – 85 ) > 12 meses 1200( 700 – 2200 ) 55( 25 – 100) * * Email : andreia.sacramento@terra.com.br Andreia De Luca Sacramento Especialista em Nutrição Clínica PGMCG e Terapia Nutricional pela SBNPE Mestre pelo Programa de Saúde da Criança e da Mulher IFF / FIOCRUZ Professora Assistente do Curso de Nutrição da UNESA Nutricionista do NEP do HMMC / SMS Nutricionista da Clínica Fernando Valente Membro das COESAS (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica
Compartilhar