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Cartilha finalizada

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Elaborado por:
Cândida Martins de Moraes
Cleyce Maiara Cardoso
Débora Póvoa Moraes
Eduarda Bini Ferraz Bueno
Julio de Sales Lima Neto Bellan
Lucas Samuel Nunes Teixeira
Luiz Gustavo Mori
Luiz Antonio Othechar
Mariana Luppi Guedes Pádua
Naiara Mendes Ross
Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”
. 
MORAES,C,M., CARDOSO, C,M., MORAES, D, P., BUENO, E,B,F., BELLAN, J,S,L,Neto., TEIXEIRA, L,S,N., MORI, L,G., OTHECHAR, L,G., PÁDUA, M,L,G., ROSS, N,M. 2018. Beba Leite . Ilha Solteira. FEIS-UNESP. 
APRESENTAÇÃO
A bovinocultura leiteira no Brasil começou em 1532, caminhando lentamente ao longo dos anos, sem apresentar grandes evoluções tecnológicas, porém, com boas previsões de crescimento produtivo. Segundo dados divulgados pela FAOSTAT (2017), a produção nacional de leite, em 2015, estimada em 34 bilhões de litros, colocou o Brasil em quarto lugar no ranking mundial dos países produtores. Mesmo o país ocupando essa posição, o consumo per capita de leite é de 178 L/pessoa/ano, inferior ao recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de 210 L/pessoa/ano.
Desse modo, esta cartilha tem como objetivo informar ao leitor a cadeia produtiva do leite, destacando os principais benefícios do produto.
BOA LEITURA!!!
Como e quando começamos a beber leite?
Atualmente ao lado do pão, o leite é considerado um dos alimentos mais básicos e importantes na mesa da população ocidental. Nos EUA, por exemplo, ao lado dos estoques de pão, são os primeiros itens a serem esgotados quando há ameaças de furacões e tempestades avassaladoras.
Há 10.000 anos nossa relação com o leite era semelhante à de outros mamíferos. Esse rico alimento devia alimentar a cria durante os primeiros anos de vida, até que fosse mais ou menos independente da mãe. Para garantir que isso acontecesse ocorreu a eliminação do gene que produz a lactase, a enzima intestinal que permite digerir a lactose, o principal nutriente do leite.
Mas, no final da última era do gelo, os humanos pouco a pouco foram selecionando os animais mais dóceis para comer sua carne, utilizar sua pele e, depois de um tempo, aproveitar seu leite. 
Embora o organismo daquelas pessoas ainda não pudesse digerir aquele alimento elas se deram conta de que quando era fermentado para se tornar iogurte ou queijo mantinha as propriedades nutritivas sem causar problemas digestivos.
Nessas populações de criadores de gado apareceu uma mutação que parecia adequar-se completamente à natureza. Os indivíduos daquelas populações recuperaram a capacidade de digerir o leite durante toda a vida e, com isso, conseguiram acesso a um alimento nutritivo que lhes poderia salvar a pele quando outros recursos fossem escassos. 
Cada país teve suas próprias variações da história, e conforme a ciência se aprofundou em conhecimentos sobre nutrição, estudiosos passaram a considerar o leite como um “alimento perfeito”, de fontes ricas de vitaminas e minerais e a ideia de que de alguma forma poderia corrigir deficiências de outras dietas.
A definição do leite de acordo com a Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2002) é: “produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas”. Portanto, produzir leite de qualidade, não é uma opção do produtor, mas sim uma exigência da legislação.
Sistemas de produção 
O sistema de produção é basicamente dividido em 3 tipos: confinado, semi-confinado e a pasto.
 
Independente do sistema produtivo adotado é viável o uso de práticas de manejo que favoreçam o bem-estar dos animais.
Um sistema muito utilizado hoje em grandes industrias é o confinado, onde os animais ficam em climas controlados, com camas confortáveis e macias onde as vacas possam descansar, lá elas recebem manejos e cuidados adequados visando o melhor para elas, também apresenta coçadores para melhorar o Bem Estar Animal.
Hmmm.. 
QUE DELICIA
Independente do sistema produtivo, a qualidade da mão-de-obra em uma propriedade leiteira é um fator de grande interferência no BEA. A maneira como ocorre a interação humano-animal afeta diretamente no comportamento e na produtividade da vaca leiteira.
Para se implementar um programa eficaz de BEA, o NUPEA (Núcleo de Pesquisa em Ambiência/ Esalq-USP) sugere utilizar manuais de Boas Práticas de Bem-estar de Animais de Produção.
	Princípios
	Critérios
	Alimentação
	Ausência de fome prolongada
	
	Ausência de sede prolongada
	Alojamento
	Conforto em relação ao descanso
	
	Conforto térmico
	
	Facilidade de movimento
	Estado sanitário
	Ausência de lesões
	
	Ausência de doenças
	
	Ausência de dor causada pelo manejo
	Comportamento
	Expressão de comportamento social adequado
	
	Expressão adequada de outras condutas
	
	Relação humano-animal positiva
	
	Estado emocional positivo
Deve-se salientar que para cada sistema existem as adaptações específicas e lembrar que quando as vacas estão felizes elas produzem mais. 
Ordenha
O leite que nós consumimos é adquirido através da ordenha, que pode ser realizada de 2 modos: manual ou mecanizada.
O método de ordenha mais utilizado na indústria é a ordenha mecanizada, onde existem vários passos na rotina de ordenha que devem ser seguidos para se obter leite de ótima qualidade, garantindo boa higiene e evitando contaminação para chegar ao consumidor. 
A rotina de ordenha consiste em:Caso detecte mastite o leite deve ser descartado!!
1 - Retirar os primeiros jatos de leite para realizar o teste da caneca de fundo preto para detectar presença de mastite clínica;
2 – Lavar os tetos com água corrente;
3- Imergir os tetos em solução desinfetante (Pré-dipping) e esperar 30 segundos para esperar a ação;
4 – Secar os tetos com papel toalha descartável; 
5 – Colocar as teteiras nos tetos da vaca e ajustar a pressão para que não machuque o animal; 
6 – Após a coleta do leite retirar as teteiras com cuidado; 
7- Imergir os tetos em solução desinfetante (Pré-dipping); 
Todos esses processos são realizados de formar rápidas, onde a maioria das vacas são ordenhadas em 5 minutos. 
 
 
 
 	
 
O momento da ordenha é realizado com cuidado e sempre se atentando se a vaca está confortavél com a situação, e nesse momento utiliza-se de técnicas para que elas fiquem mais tranquilas, utilizando até trilhas sonoras para os animais neste momento. 
Após realizar a ordenha, é fornecida alimentação aos animais para mantê-los de pé, a fim de evitar que o teto entre em contato com sujidades e evitando possível contaminação por bactérias, sempre pensando no melhor para os animais. 
Mas o que é Mastite? Como ela surge? 
A mastite é uma inflamação da glândula mamária que é causada principalmente por bactérias que entram pelo canal do teto.
Ela pode ser agrupada quanto a sua origem e modo de transmissão em dois grandes grupos: 
Mastite contagiosa: o principal reservatório desses patógenos é o úbere do animal infectado, e a infecção é transmitida de uma vaca a outra durante a ordenha por meio de equipamento contaminados, mãos dos ordenhadores, ou panos usados em mais de uma vaca;
Mastite ambiental: o principal reservatório desses patógenos é o ambiente em que o animal vive e a infecção é transmitida através do contato do teto com a terra, fezes e grama do local onde as vacas vivem.
A mastite também pode ser agrupada em dois grandes grupos quanto a sua sintomatologia: 
Mastite clínica: é perceptível visualmente por alterações físicas no leite (como a presença de grumos no leite- “leite talhado”) e o diagnóstico é feito por inspeção visual (teste da caneca)
Mastite subclínica: não é perceptível por inspeção visual e é caracterizado pelo aumento da CCS (células somáticas) que é identificadoatravés de testes para CCS.
  Mastite clínica
A mastite quando instalada no rebanho causa grandes prejuízos, portanto no setor de vacas de leite sempre se adota a rotina de ordenha adequada para prevenir essa doença evitando o sofrimento do animal e também evitando prejuízos econômicos.
Cadeia Produtiva
 E como que o leite chega até a minha casa?
A cadeia produtiva do leite é composta de várias etapas antes de chegar na sua casa e durante toda a cadeia deve-se seguir normas previamente estabelecidas para que o leite chegue com ótima qualidade para o consumidor. 
Produção: O leite é coletado do animal seguindo as normas de higiene e logo após a coleta é refrigerado em tanques de resfriamento.
O resfriamento é necessário para que não ocorra proliferação de microrganismos e é necessário manter o leite resfriado até a chegada na indústria. 
O transporte leva o leite coletado na propriedade até a indústria, e deve mantê-lo refrigerado durante todo o trajeto OU algumas pessoas compram o leite direto do produtor e consome em suas casas.
Ao chegar à indústria o leite passa por análises para ver se ele está dentro dos padrões e não contém patógeno para garantir a qualidade do leite. Ainda na indústria passa por tratamento térmico que visa eliminar microbiota patogênica e reduz microbiota deteriorante, prolongando sua conservação.
O leite é embalado na indústria.
O leite pronto chega aos supermercados.
Ao fazer a compra ele chega na sua casa com segurança e qualidade. 
Instrução Normativa 51/2002 iniciada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e com apoio de órgãos de ensino e pesquisa definiu regulamentos técnicos para produção, identidade e qualidade do leite, bem como a refrigeração na propriedade e no transporto do leite a granel até a indústria.
Composição do leite
O leite é uma combinação de diversos elementos sólidos em água, tais elementos sólidos representam aproximadamente 12 a 13% do leite e a água, aproximadamente 87%. Os principais elementos sólidos do leite são lipídios (gordura), carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas. Esses elementos, suas distribuições e interações são determinantes para a estrutura, propriedades funcionais e aptidão do leite para processamento. As micelas de caseína e os glóbulos de gordura são responsáveis pela maior parte das características físicas (estrutura e cor) encontradas nos produtos lácteos.
A composição do leite pode variar de acordo com o estágio de lactação, raça das vacas, alimentação (plano de nutrição e forma física da ração), temperatura ambiente, manejo e intervalo entre as ordenhas.
O que acontece quando ingerimos o leite?
Independentemente se o leite for materno, de vaca integral ou de fórmulas infantis, as proteínas presentes em sua composição são divididas em dois principais grupos: as proteínas do soro (principalmente a alfa-lacto-albumina – ALA e a beta-lacto-globulina – BLG) e a caseína além da grande quantidade de lactose. 
Para ser absorvida a lactose necessita ser hidrolisada no intestino pela lactase que é a enzima responsável por esse processo, esse processo nada mais é do que a separação da lactose em componentes menores, glicose e galactose, tais componentes adentram na corrente sanguínea e desempenham papeis importantes no organismo, a glicose como fonte energética e a galactose é um componente dos glicolipídios e das glicoproteínas. Já as proteínas são absorvidas na forma de peptídeos, entre estes peptídeos estão as casomorfinas (peptídeos que podem ter de 4 a 10 aminoácidos, derivados da α e ß-caseína). Em particular, as ß-casomorfinas podem reduzir a secreção gástrica e intestinal, proporcionando assim a regulação intestinal. 
Importantes benefícios do leite
Ajuda a controlar o humor e a depressão
	O leite contém vitamina D que dá suporte à produção de serotonina, um hormônio associado ao humor, ao apetite e ao sono. A deficiência de vitamina D pode ser associada à depressão, fadiga crônica e sintomas da TPM. 
Contém proteínas e energia que ajudam na regeneração, no crescimento e no fortalecimento muscular
	O leite possui fontes ricas em proteínas que é essencial para o desenvolvimento muscular e para aumentar a massa muscular magra. Como é rico em gordura saturada ajuda na regeneração da massa muscular. 
Pode reduzir o risco de diabetes tipo dois
	Nutrientes benéficos encontrados em alimentos lácteos, incluindo cálcio e de magnésio, ou ao fato de os alimentos lácteos terem um baixo índice glicémico, o que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Cuida da pele
	Devido ao alto teor de vitamina A, o leite ajuda a melhorar a saúde da pele pelo seu potencial antioxidante que contribui para a eliminação dos radicais livres, prevenindo o envelhecimento. O ácido láctico presente no leite ajuda na remoção de células mortas da pele.
Leite hidrata
	A desidratação pode causar mal-estar, falta de concentração, irritabilidade e perda de memória. Há uma série de benefícios do leite através dos seus nutrientes referentes à reidratação do corpo. Ela é fundamental especialmente após os exercícios físicos para repor os líquidos perdidos.
Pode prevenir contra o câncer
	O cálcio e uma gordura que ocorre naturalmente em produtos lácteos, conhecida como Ácido Linoleico Conjugado (CLA), são as substâncias apontadas por pesquisadores como os componentes que protegem contra o câncer do cólon.
Melhora a ingestão de vitaminas e minerais
	O cálcio, juntamente com todos os outros minerais e vitaminas essenciais presentes no leite, precisam estar inclusos na nossa dieta diariamente a fim de garantir o bom funcionamento do nosso corpo em todos os aspectos. 
Protege a saúde óssea
	Leite e produtos lácteos são fontes de cálcio, fósforo, magnésio e proteínas, que são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos ossos e reconstituição da matriz óssea. 
Leite ajuda a ter dentes mais fortes e saudáveis
	A caseína, proteína mais abundante no leite, forma uma película fina na superfície do esmalte, o que evita a perda de cálcio e fosfato quando os dentes estão expostos a alimentos ácidos.
O consumo de leite pode ser relacionado à diminuição da pressão arterial
	Acredita-se que o cálcio, o potássio, o magnésio e as proteínas do leite sejam os fatores que levem a benefícios do leite como um fator para reduzir problemas de pressão arterial.
Possíveis benefícios do leite contra doenças cardiovasculares
	A ingestão elevada de cálcio pode reduzir os níveis do mau colesterol no sangue e aumentar os níveis do bom colesterol, fatores de risco para doenças do coração e sistema vascular.
Age como remédio contra a azia
	Existem muitos alimentos que contêm ácidos que causam azia. Uma das formas mais simples de aliviar esta dor é tomar um copo de leite. A refrescância e a consistência espessa do leite ajudam a revestir o esôfago e o estômago, diminuindo o mal-estar.
Aumenta a imunidade
	O leite possui um grande teor de proteínas que contribuem para o alto valor biológico do leite, aumentando a imunidade.
Regula o sistema nervoso
	Por ser rico em riboflavina, o leite é um importante aliado do organismo para que as atividades nervosas sejam realizadas.
Porque ainda tem tanta gente que fala mal do leite? 
Nossa, eu sempre gostei tanto de leite mas não sabia que ele tinha tantos benefícios assim !! 
]
	Tem muitas informações que são passadas sobre o leite de forma errada e que não é a verdade e as pessoas acabam acreditando e muitas vezes até param de consumir esse alimento. 
	Separamos alguns mitos e verdades sobre o leite para não ter mais dúvidas. 
	MITO
	VERDADE
	PRODUTOS LÁCTEOS TÊM MUITA GORDURA SATURADA
	LEITE É RICO EM NUTRIENTES
	GORDURA DO LEITE FAZ MAL
	INTOLERÂNCIA É DIFERENTE DE ALERGIA
	LEITE TEM ANTIBIÓTICOS E HORMÔNIOS APLICADOS ÀS VACAS
	MAIORIA DA POPULAÇÃO MUNDIAL NÃO PODE BEBER LEITE
	LEITE DESNATADO É LEITEINTEGRAL COM ADIÇÃO DE ÁGUA
	PROCESSO DE UHT REDUZ NUTRIENTES DO LEITE
	LEITE FAVORECE O RESFRIADO (PRODUÇÃO DE MUCO)
	TOMAR LEITE APÓS PRATICAR EXERCÍCIOS FÍSICOS AJUDA
	LEITE CONTRIBUI PARA A OSTEOPOROSE
	PESSOAS COM GASTRITE DEVEM EVITAR TOMAR LEITE
	LEITE CAUSA ACNE
	O LEITE AJUDA NO COMBATE CONTRA A ANEMIA
	LEITE DESNATADO NÃO TEM COLESTEROL
	MELHORA A VISÃO
Refrências Bibliográficas
BBC News Brasil, Por que tomamos leite? 2015. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150707_vert_fut_leite_ml. Acessado em: 18 jun. 2018.
BRASIL. Instrução Normativa n. 62, de 29 de dezembro de 2011. Regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade, coleta e transporte de leite. Brasília, DF: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Inspeção de Produto Animal, 2011, 24p.
MEDIAVILLA, Daniel. Como começamos a beber leite? 2015. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/20/ciencia/1442747482_528167.html>. Acesso em: 24 jun. 2018.
SANTOS, M. V. ; TOMAZI, T.. Mastite contagiosa ou ambiental: Um diagnóstico em nível de rebanho.Disponível em: <http://www.revistaleiteintegral.com.br/noticia/mastite-contagiosa-ou-ambiental-um-diagnostico-em-nivel-de-rebanho>. Acesso em: out. 2012.

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