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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER
FABIANO SILVA HARDT
O papel e a importância da fiscalização de contratos no serviço público
CIDADE
2018
FABIANO SILVA HARDT
O papel e a importância da fiscalização de contratos no serviço público
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado para o curso de MBA em Administração Pública e Gestão de Cidades pelo CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER.
Orientador: Prof. Me. EDUARDO VACOVSKI
CIDADE
2018
O papel e a importância da fiscalização de contratos no serviço público
HARDT, Fabiano Silva[2: 		Pós-graduando do Curso de Especialização MBA em Administração Pública e Gestão de Cidades pela Uninter. Técnologo em Gestão Pública Uniter.]
VACOVSKI, Eduardo[3: 		Professor Orientador. Especialista em Direito Processual Civil com ênfase em Litígios Públicos e Processo Coletivo pelo Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar. Especialista em Direito Processual Civil incluindo Metodologia do Ensino Superior pelo IBEJ. Graduando em Direito pela PUC-PR. Advogado atuante no Campo de Direito Administrativo e Cível. Professor orientador de TCC no Centro Universitário Uninter.]
RESUMO
A fiscalização de contratos administrativos é um dos pontos sensíveis das atribuições dos servidores públicos, principalmente devido a controvérsias sobre a clareza dessa função e de irregularidades em tantos processos que fazem parte dos noticiários. O objetivo desse trabalho é demonstrar a importância das ferramentas de controle e fiscalização de contratos públicos como instrumentos de gestão, controle e preservação da coisa pública e o papel do servidor nessa atribuição de grande relevância. Justifica-se pela importância de desenvolver estudos científicos na área pública que abordem o contexto de fiscalização contribuindo para o desempenho das atividades na gestão e controle de forma eficiente e eficaz. Em termos metodológicos, este trabalho classifica-se como pesquisa documental e bibliográfica para buscar fontes de informações referentes à fiscalização de contratos públicos, bem como a doutrina e a jurisprudência atual. A gestão de contratos ao ser operado por servidores capacitados e conhecedores da legislação aperfeiçoa o serviço e transforma a qualidade de controle e fiscalização dos contratos públicos, evitando assim futuras irregularidades na prestação de serviços e obras públicas.
Palavras - chave: Fiscalização. Contratos. Público. Servidor. Controle.
1 INTRODUÇÃO
Entre as atribuições dos Servidores Públicos encontra-se a fiscalização de contratos administrativos, este tem sido um ponto muito questionado por parte da Administração Pública atual devido aos inúmeros casos divulgados no meio de comunicação das irregularidades na prestação ou na execução de obras públicas, causando percas ao patrimônio público devido a superfaturamento, atrasos, má qualidade de materiais, obras inacabadas e exigindo então maior atenção aos mecanismos de gestão e controle da coisa pública. 
A Lei 8.666/93, conhecida como lei de licitações e contratos, diz em seu art.58, que “O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, inciso III - fiscalizar-lhes a execução”; (LEI Nº 8.666, 1993)
O presente trabalho tem como objetivo geral demonstrar a importância das ferramentas de controle e fiscalização como instrumentos de gestão, controle e preservação da coisa pública. Justificado pela importância de desenvolver estudos científicos na área pública que abordem o contexto de fiscalização e o papel do gestor público nos contratos públicos contribuindo para melhoria das atividades no seu controle. 
Dessa forma a presente pesquisa servirá como meio de orientação aos usuários e servidores públicos, no que tange as regras legais e cuidados que devem ter sobre a fiscalização de contratos públicos, bem como o papel e importância do servidor nessa atribuição, identificando suas responsabilidades e destacando a importância do controle da gestão de contratos público.
A metodologia de pesquisa utilizada é a da revisão de literatura documental e bibliográfica. Fontes utilizadas na pesquisa documental e bibliográfica: normas, legislação correlata, jurisprudência, livros, publicações em obras e periódicos especializados sobre o assunto trabalhos acadêmicos e sites especializados.
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA E SUA JUSTIFICATIVA
O contrato administrativo faz parte do bem em construção, como tal é patrimônio público, tornando obrigação do servidor público garantir sua correta execução e integração no real valor de aquisição. 
A atividade de fiscalização deve garantir os objetivos da licitação, isonomia, proposta mais vantajosa para a administração e também a promoção do desenvolvimento nacional de forma sustentável conforme se cumpre o contrato.
Com o objetivo de manter a administração pública eficiente e eficaz é importante que os profissionais envolvidos conheçam suas responsabilidades e as penalidades que estão sujeitos. 
A Lei 8.666/93 que institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências prevê que os contratos administrativos devem ser fiscalizados e geridos, para garantir grau de eficiência administrativa na consecução do interesse público.
Essa temática do controle de atividades administrativas contratual, fundamental para a eficiência da administração pública, já se encontrava instituída no ordenamento pátrio, na Lei nº 4320/64 (Lei geral de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal) e do Decreto Lei nº 200/67 (dispõe sobre a organização da Administração Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa).
Sabendo do dever atribuído ao servidor no decorrer do contrato administrativo percebe-se a importância do fazer bem ao que lhe é confiado e garantir a eficiente aplicação do recurso público. A obrigação de fiscalização da atividade administrativa contratual encontra-se positivada por efeito de lei. 
Neste sentido, resta a tentativa de se buscar um controle efetivo no atendimento aos resultados esperados, evitando fraudes e inexecuções nos contratos que proporcionam no desperdício de recursos públicos.
Em uma administração eficiente e eficaz da coisa pública é importante que os profissionais envolvidos conheçam suas responsabilidades e as penalidades que estão sujeitos no não cumprimento das leis e normas que regem e definem a atividade, tenha em suas rotinas de trabalho o foco, estabelecer critérios de fiscalização, controle e responsabilidades em virtude das prestações e obras da administração utilizar todo o aparato colocado a sua disposição para registro e controle dos contratos, através do processamento eletrônico dos dados, bem como da constante atualização e modernização de programas informatizados das unidades gestoras, caso estes instrumentos não estejam disponíveis cabe ao profissional implantar métodos que permitam desenvolver o seu trabalho dentro das leis e normas que regulamentam a sua atividade.
 3 PROBLEMATIZAÇÃO
No Brasil a terceirização vem crescendo , inclusive nos serviços públicos , o fiscal de contrato figura prevista na lei 8666/93 traz consigo a responsabilidade de ser o braço direito do ente Pública e a via de acesso entre as empresas prestadoras de mão de obra terceirizada e a Administração Pública. Nesse tocante qual o papel e a importância do Gestor/fiscal de contratos para a União ?
 4 JUSTIFICATIVA
A fiscalização e gestão de contratos nos serviços públicos deve ser visto como papel principal para o sucesso de uma prestação de serviços terceirizados de qualidade e eficiente na Administração Púbilca , sendo essencial e necessária para o desenvolvimento de partes dos orgãos públicos do Estado
 5 OBJETIVOS 
Analisar a importância da
Fiscalização de Contratos nos Serviços Públicos.
 6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Apresentar conceitos denifidos sobres o tema: Gestão e fiscalização de contratos públicos.
-Demonstrar as legislações vigentes na qual regulamentam o tema.
-Apresentar a importância do ente público na fiscalização das atividades-meio para a Adminstração Pública.
7 A CONTRATAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO
A determinação de contrato deve ser elucidada de forma jurídica devido a sua abrangência, segundo a AGU,
O significado de contrato no âmbito do Direito leva ao entendimento de que é um acordo de vontades que integra uma relação jurídica em que as partes transferem entre si alguns direitos ou sujeitam-se a algumas obrigações, sendo que nenhum dos contratantes pode unilateralmente alterar ou extinguir o resultado desse acordo. Contrato é um instituto típico de Direito Privado que obedece a tais princípios fundamentais: o principio da Lex inter partes (o da lei entre as partes), segundo o qual aquilo que foi convencionado pelas partes não pode ser alterado, e o princípio da pacta sunt servanda (observância do pactuado), segundo o qual as partes estão obrigadas a cumprir fielmente o que declararam reciprocamente. (Manual de Fiscalização de Contratos, 2008)
A administração Pública somente pode atuar onde a leio autoriza. Portanto o Poder Público necessita adotar um procedimento preliminar rigorosamente determinado e preestabelecido na conformidade da Lei para realizar suas compras. Tal procedimento denomina-se Licitação, e está previsto no artigo 37, inciso XXI, da Constituição da Republica do Brasil, como sendo a regra geral para a Administração Pública.
Na definição de Helly Lopes Meirelles(1999).
Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a Administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos (MEIRELLES, 1999)
 Completando ainda com Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, conhecida como Lei das Licitações e Contratos Administrativos, ela doutrina que a Administração Pública ao contratar terceiros para a realização de obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações, deverá fazê-lo mediante licitação, ressalvadas as hipóteses previstas na referida na própria Lei.
7.1 A FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
A recomendação para a nomeação do fiscal de contrato é que seja tão logo que se perceba a necessidade de contratar, ou seja, antes mesmo de assinar o contrato, isso possibilitando que o fiscal possa então acompanhar os procedimentos cabíveis ao preparo do contrato tomando parte ativa do conteúdo que se pretende controlar.
O Contrato administrativo deve ser formalizado através da sua materialização, devendo ser escrito, pois todos os negócios administrativos dependem de comprovação documental e de registro nos órgãos de controle para sua legalidade. Essa afirmação é fundamentada no art. 60 da lei 8.666/93;
“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.” (Manual de Fiscalização de Contratos, 2008)
De acordo com o art. 67 da lei 8.666/93,
a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Portanto a administração tem o poder de fiscalizar o contrato e usar meios legais para isso. Devendo ainda nomear formalmente o fiscal para sua execução. 
A propósito, vale registrar que a prerrogativa conferida à Administração de fiscalizar a implementação da avença deve ser interpretada também como uma obrigação. Por isso, fala-se em um poder-dever, porquanto, em deferência ao princípio do interesse público, não pode a Administração esperar o término do contrato para verificar se o objeto fora de fato concluído conforme o programado, uma vez que, no momento do seu recebimento, muitos vícios podem já se encontrar encobertos. (União, 2009)
Os contratos devem ser executados com o devido acompanhamento e fiscalização a cargo de um Representante da Administração especialmente designado para esse fim, conforme exigido pelo art. 67 da Lei n.o 8.666/93. (Câmara, 2009)
O fiscal de contrato deve ser do quadro efetivo da Administração, e sendo ainda permitida a contratação de terceiros para auxiliá-lo quando se fizer necessário a conhecimento técnico para então se posicionar sobre a correta execução do contrato, devido há isso muito comum é que sejam nomeados responsáveis de áreas correlatas ao serviço que está em processo, tendo o fiscal então conhecimento mais aprofundado sobre o tema. 
No discorrer sobre o tema, Amauri Alves Nery e Leonardo José Alves Leal Neri apresentam as seguintes ponderações a respeito da “qualidade” do servidor escolhido como fiscal[20]:
Todos os fiscais devem ter um treinamento acadêmico compatível com o tipo de contrato que irá gerenciar. Um contrato de obra, deverá ser gerenciado, preferencialmente, por engenheiro ou arquiteto. Um contrato de conservação e limpeza, por sua vez, preferencialmente, por um profissional formado em Administração. Isso pelo fato de que cada contrato tem suas peculiaridades dominadas por profissionais habilitados. Capacitação em Direito: É essencial, ainda, que os fiscais tenham conhecimento no campo do Direito, principalmente, Administrativo, Tributário, Previdenciário e Trabalhista. Todos os contratos públicos, independentemente de objeto e valor, possuem repercussão no campo do direito. (...) (Neri, 2010)
A fim de se evitar qualquer ingerência nas atividades de fiscalização, não deve o fiscal de contratos ser subordinado ao gestor de contratos, e, a bem do princípio da segregação de funções, as atividades de gestor de contratos e fiscal de contratos não devem ser atribuídas a uma mesma pessoa. “Não obstante a não segregação dessas duas atribuições não possam ser consideradas ilegais, ela deve ser evitada”. (FURTADO, 2012)
7.3 OS PAPÉIS DO FISCAL,GESTOR, PREPOSTO, TERCEIRO E AUDITOR
O fiscal de contrato é a pessoa que pertence ao quadro da Administração pública, deve ser formalmente designada, cabendo e esse o registro de todas as ocorrências relacionadas à execução do contrato e determinar o que se fizer necessário para regulamentar faltas ou desvios ocorridos.
O gestor de contrato também deve pertencer ao quadro da Administração e tem o dever de exigir o cumprimento do contrato, comunicar faltas e ainda recusar o serviço em decorrência de inconformidades com o projeto ou com o termo de referencia. Ao servidor não é facultado o aceite a função de fiscal de contrato, de acordo com a prevê o art. 116 da Lei nº 8.112/90, que:
“Art. 116.  São deveres do servidor: (…) IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;” (Lei n. 8.112/, 1990)
A subordinação é elemento essencial na relação de emprego tanta nas empresas privadas quanto públicas, conforme dispõe o art. 3º da CLT, ao estabelecer que:
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob dependência deste e mediante salário”. 
Dessa forma a insubordinação poderá implicar
na responsabilização funcional do servidor público. Devido ao descumprimento injustificado aos comandos da autoridade do órgão, e caberá à Administração analisar o caso tomar providencia.
Outro fato é que não cabe ao servidor o argumento de que não pode atuar como gestor do contrato por “falta de conhecimento técnico na área do objeto contratual”, para isso são ofertadas soluções como a contratação de profissionais técnicos além da possibilidade de capacitação do próprio servidor.
O terceiro é a pessoa física que pode se houver necessidade ser contrata para prestar apoio técnico ao fiscal do contrato. A contratação, portanto não é obrigatória, cabendo a administração verificar a complexidade que exige o contrato para tomar sua decisão. 
O art. 67 da Lei 8.666/1993 exige a designação, pela Administração, de representante para acompanhar e fiscalizar a execução, facultando-se a contratação de empresa supervisora para assisti-lo. Assim, (...) o contrato de supervisão tem natureza eminentemente assistencial ou subsidiária, no sentido de que a responsabilidade última pela fiscalização da execução não se altera com sua presença, permanecendo com a Administração Pública. (Acórdão 1930/2009 - TCU , 2009)
O Auditor, (ALMEIDA, 2009, p. 54) explica que esse processo
 
consiste na verificação das ações de gestores e fiscais, de maneira a permitir a avaliação geral dos procedimentos implementados, tanto do ponto de vista estritamente legal quanto do ponto de vista da qualidade da gestão e da fiscalização.
O Preposto trata-se do representante do contratado, que é uma espécie de interlocutor com a Administração pública, tendo em vista que é impossível a presença pontual do responsável por parte da contratada, é nomeado via procuração e tem além das demais funções deve receber demandas, acompanhar processos, fiscalizar a execução, tomar providências quando necessário, sua indicação é pactuada na lei 8.666/96 no art. 68, 
“O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução contrato”.
8 SOBRE PENALIDADES CABÍVEIS
Os contratos administrativos são regidos pelas normas de direito administrativo, que tem como base a supremacia do interesse público sobre o interesse privado. 
A aplicação de penalidades são prerrogativas contidas na Lei 8.666/93, onde impõe ao particular o aceite a acréscimos e supressões no objeto contrato além da possibilidade de rescisão contratual sem recorrer ao Poder Judiciário, desde que aberto processo administrativo para ampla defesa do contratado.
Também é poder da administração pública promover sanções administrativas ao contratado, como a advertência, multa, suspensão temporária ou parcial de participação em processo licitatório.
Contudo a aplicação de tais medidas só é possível com a efetiva fiscalização do contrato e o registro de quaisquer falhas, pois isso que é levado ao processo administrativo servindo como fundamentação para embasamento das decisões da instituição pública. 
Segundo prevê o artigo 71 da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, o contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. A inadimplência do contratado em relação aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não os transfere à Administração Pública.
No entanto, conforme estipulado por meio da Lei n.º 9.032/95, que alterou a redação do parágrafo 2º, do artigo 71, da Lei n.º 8.666/93, a Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato. Sobre o recebimento do objeto contratual, após sua execução, veja as disposições do artigo 73 da Lei n.º 8.666/93:
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei.
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente aceitação.
§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.
§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 3º O prazo a que se refere à alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
Ainda sobre o recebimento do objeto contratual, prevê a Lei n.º 8.666/93 que ele pode ser provisório em alguns casos. Veja quais:
Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:
I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
II - serviços profissionais;
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.
Caso o objeto contratual seja executado em desacordo com o contrato, a Administração Pública deverá rejeitá-lo, total ou parcialmente, conforme o caso.
8.1 A RESPONSABILIDADE DO FISCAL DE CONTRATO
 
O fiscal deve zelar para que o objetivo da contratação seja plenamente atingido. Para alcançar tal finalidade, os fiscais possuem uma vasta gama de atribuições. Ao ser devidamente designado tem o dever de acompanhar a correta execução do contrato administrativo. Cabendo todas as anotações em registros de ocorrência, sugerir correções e enviar a superiores medidas que não forem de sua competência. 
Contudo seus registros dão norte para a liquidação das despesas e autorização do pagamento. Segundo Antônio França da Costa,
Dessa forma o fiscal deve ser diligente no acompanhamento da execução do contrato, não atestando de forma desatenta a prestação do serviço, a entrega do bem, a realização da obra, pois esses atos compõem a liquidação da despesa, fazendo nascer para ele um crédito perante a Administração, permitindo a autoridade competente realizar o devido pagamento. (COSTA, 2012)
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os limites e as regras para alterações contratuais definidos na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a obrigação de notificar seus superiores sobre a necessidade de realizar o devido aditivo contratual, evitando a atestação da execução de itens não previstos no ajuste, sob pena de ser-lhe aplicada a multa do (Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, 1992).
Uma atuação falha por parte do fiscal pode causar dano ao erário, atraindo ao próprio servidor a responsabilidade pela irregularidade, pois a
A negligência de fiscal da Administração na fiscalização de obra ou acompanhamento de contrato atrai para si a responsabilidade por eventuais danos que poderiam ter sido evitados, bem como às penas previstas nos arts. 57 e 58 da Lei n° 8.443/92. (Acórdão n. 859/2006 , Brasilia, 2006)
Ao atestar notas fiscais concernentes a serviços comprovadamente não prestados, o agente administrativo [...] tornou-se responsável pelo dano sofrido pelo erário e, conseqüentemente, assumiu a obrigação de ressarci-lo [...] [Acórdão 2512/2009 – TCU – Plenário]
A Lei 8.666/1993 deixa expresso em seu art. 82 que os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Por efeito de lei torna-se evidente que o servidor incumbido da fiscalização de contrato que atuar de forma omissa causando lesão ao erário, poderá responder por ação culposa ou dolosa, nesse último caso quando terá o dever de ressarcir o dano, responder ainda criminalmente e administrativamente por improbidade. 
O fiscal não deve achar que sua assinatura nos termos demonstre seu trabalho de fiscalização, é preciso a sua presença, a fim de garantir que o contrato atenda ao interesse das atividades públicas. 
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A administração pública tem o dever imposto por efeito de lei fiscalizar os seus contratos, para que isso seja possível faz-se necessária a nomeação do fiscal do contrato, que deve ser efetivo do quadro funcional de servidores e receberá a incumbência de acompanhar toda a execução dos trabalhos e tomar as providências para que sejam cumpridas as cláusulas contratuais.
A administração pode ainda recorrer à contratação de profissionais técnicos para auxiliar o fiscal no processo de aceite da obra ou serviço, além da possibilidade de capacitação do próprio servidor. 
Com a fiscalização tornam-se possível a correção dos erros encontrados e também a aplicação de penalidades as empresas que não trabalharem de acordo com o que foi acordado em contrato, é fato comum que a proposta mais vantajosa seja vista como a de melhor valor, contudo a qualidade e a técnica empregada são determinantes para o resultado final de todo projeto. Ao fiscal cabe, portanto atestar que houve a aplicação correta dos recursos e que todas as normais e promessas contratuais foram seguidas. 
Com isso o fiscal da aceite para a liquidação da despesa no órgão público, sendo também responsável pelo recebimento provisório da obra recaído sobre si a responsabilidade se houver irregularidade na execução do projeto e trazendo o risco de responder de forma civil, penal e administrativa em caso de comprovada alguma improbidade. Tendo exposto o seu papel, percebe-se que fiscal é de suma importância para garantir que o contrato e sua obra sejam executados com qualidade, responsabilidade e possa ser usufruída pela sociedade por um longo período de tempo.
A responsabilidade do fiscal e servidor público transcende o caráter funcional e alcança o dever social, sendo ele durante seu trabalho portador do poder para garantir o devido emprego dos impostos pagos pelo cidadão. 
REFERÊNCIAS

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