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Economia do Setor Público
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Estado enquanto organização, como sistema social formalmente estruturado, que como as demais organizações, precisa ser efetivo e eficiente.
Eficiente – dimensão do desempenho expressa pela relação do processo envolvido, seu meio. Assim possui foco interno e refere-se aos custos envolvidos.
Eficácia – dimensão do desempenho expressa pelo alcance dos objetivos ou metas. Possui foco externo e refere-se aos resultados.
Efetividade – dimensão que representa a relação entre os resultados alcançados e as transformações ocorridas. Possui foco externo e refere-se aos impactos.
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Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Estado é a instituição que organiza a ação coletiva dos cidadãos de cada Estado-Nação, através da constituição nacional, e de todas as demais instituições legais ou jurídicas que cria ou legitima, e que fazem parte constitutiva dele próprio.
Aparelho do Estado – organização estatal: governo; burocracia ou tecnoburocracia; força policial e militar (poder coercitivo).
Sistema institucional normativo constituído por leis relativamente permanentes e por políticas públicas mais transitórias. (poder extroverso)
Estado-Nação é a entidade política soberana que serve de base para o sistema global em que vivemos, formado pela sociedade, um Estado e o território.
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Governo: entendido como a cúpula político-administrativa do Estado.
Estado liberal ou Estado burocrático – tipo de regime político adotado pelo Estado
Estado capitalista ou Estado socialista – tipo de sistema econômico
Povo – cidadãos com direitos teoricamente iguais.
Sociedade civil – é o povo, ou seja, o conjunto dos cidadãos, organizado e ponderado de acordo com o poder de cada indivíduo e de cada grupo social. Engloba todas as relações sociais que estão à margem do Estado mas que exercem algum tipo de influência sobre ele. O poder político que cada indivíduo possui na sociedade civil é extremamente variável. No estado democrático o poder emana do povo, na prática, se a própria sociedade civil for democrática, ou seja, quando ela está crescentemente identificada com o povo.
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Estado como a res publica, como a coisa pública – como propriedade coletiva de todos os cidadãos: patrimônio e fluxo financeiro (impostos).
Na prática essa identidade é dada historicamente, com a passagem do Estado patrimonialista para o Estado democrático.
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Objetivos políticos fundamentais: ordem ou estabilidade social, liberdade, bem-estar e justiça social.
Ordem ou estabilidade social: garantia da propriedade e dos contratos
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Teorias básicas de Estado: histórica, normativa e contratualista.
Histórica: Aristóteles, Hegel, Marx – vê o estado como um fenômeno histórico decorrente da luta pela apropriação do excedente, que passa do exercício da força para um sistema administrativo.
Contratualistas: Hobbes, Locke, Rosseau e Kant – o Estado a partir de um contrato voluntário, no qual os indivíduos cedem sua liberdade ao monarca absoluto e, portanto, ao Estado, em troca da segurança que este lhes oferecerá. Rompem com o direito divino. Estado como consequência lógica da necessidade de ordem.
Normativa: Cícero, Maquiavel, Monstesquieu - estão preocupado em definir como o governo do Estado é e deve ser exercido. 
Institucionalistas: neoclássicos da escolha racional, que trabalham o individuo como egoísta e assimetria de informação. Olson – bandido estacionário que por sua vontade e força impõe a sua ordem. Quanto mais o Estado garantir sua função mínima mais ele permite a prosperidade.
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Crítica – ignoram que a racionalidade dos súditos muda historicamente e não há poder estável sem legitimidade.
Historicamente tem-se:
Estado Mínimo
Estado de Direito
Estado de Bem Estar Social
Estado-Nação, Estado e Aparelho do Estado
Em qualquer da linhas o Estado é uma estrutura política, um poder organizacional que permite à classe economicamente dominante tornar-se também politicamente dirigente e assim garantir para si a apropriação do excedente.
Estado e Desenvolvimento
Dos quatro objetivos político das sociedades modernas, o desenvolvimento econômico ou a busca do bem-estar material é o único objetivo econômico.
Foi só depois da revolução capitalista é que surgiu a instituição fundamental dos tempos modernos – o Estado nacional – e as sociedades passaram a ter condições de promover seu desenvolvimento como algo deliberado e autosustentável
Estados absolutos garantiam o mercado. Da revolução comercial se deu a revolução industrial e a revolução capitalista.
Entre a revolução comercial e a industrial houve o desenvolvimento de um grande e complexo número de instituições, que se consubstanciaram na formação dos Estado-nação.
Com o Estado-nação a sociedade passa a contar com uma matriz para as demais instituições formais, que é o Estado.
Instituições são fundamentais, pois ao definirem os valores e as normas sociais, elas determinam o comportamento social.
Estado e Desenvolvimento
 Para Marx as estruturas econômicas e sociais estavam relacionadas com o grau de desenvolvimento tecnológico, e condicionavam as instituições.
As instituições só ganham legitimidade e efetividade quando correspondem às estruturas econômicas e sociais existentes, e respeitam o respectivo sistema – pressuposto conservador se entendido de forma absoluta
As instituições só fazem sentido se logram mudar comportamentos, e assim contribuir para o alcance dos objetivos políticos da sociedade.
Isto torna as instituições e sua reforma um processo extraordinariamente complexo – instituição não se exportam, podem ser importadas. As instituição podem atrapalhar o desenvolvimento.
Estado e Desenvolvimento
 - Importância das instituições para o desenvolvimento:
Estado é a instituição capaz de promover uma estratégia de desenvolvimento
Estado é a matriz das demais instituições
O mercado competitivo é uma construção social, é a principal instituição e a principal estratégia que uma sociedade usa para promover seu desenvolvimento
Para que o mercado funcione e os investimentos se realizem, é preciso que as instituições assegurem a propriedade e o contrato; e boas oportunidades de investimento
As instituições devem corrigir falhas de mercado, a estabilidade macroeconômica (inflação, contas externas, contas públicas, pleno emprego)
Bom Estado e a Democracia
O bom Estado se revela em instituições que assegurem que os objetivos políticos básicos da sociedade sejam alcançados; que permita a escolha de governantes competentes e representativos; em uma organização ou aparelho estatal efetivo e eficiente; garanta os direitos dos cidadãos.
Em termos de regime político, o bom Estado é o estado democrático, que começa liberal, afirmando os direitos civis e políticos e torna-se social-democrático, quando também os direitos sociais são atendidos.
Há um circulo virtuoso entre democracia e desenvolvimento. 
A revolução capitalista promove o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento político.
Em uma sociedade democrática, as instituições constitucionais do Estado visam tornar os governos mais legítimos e as decisões políticas mais voltadas para o interesse público ou o interesse nacional. Já as instituições econômicas visam tornar a organização ou o aparelho do Estado mais sadio no plano fiscal e mais competente em regular e garantir o mercado, enquanto as administrativas visam torná-lo mais efetivo e eficiente.
A teoria marxista do Estado
A afirmação de que o Estado representa a classe dominante é uma simplificação, improvável na realidade das sociedades capitalistas contemporâneas.
Formação da classe tecnoburocrática detentora de conhecimento técnico e organizacional.
Com maior frequência temos os pactos políticos, coalizões de classes.
Estado como o espaço dos conflitos sociais,no qual as concessões as classes dominadas aparecem com o fortalecimento da democracia.
Poulantzas – autonomia relativa do Estado. Sai da teoria da lógica do capital. Estado como a condensação ou a expressão do poder das classes e não o comitê da burguesia.
A teoria marxista do Estado
Estado além de ser uma relação política que dá forma legal às formações sociais capitalistas, é também um aparelho burocrático. O estado não é um entidade puramente capitalista porque está fundada sobre uma organização burocrática ou um aparelho e não sobre uma relação mercantil.
Quando o Estado cresce, ampliando o seu raio de ação (regulação, bem estar social, produção) então o conflito e a cooperação entre o Estado e o capital tornou-se clara.
O estado, enquanto aparelho burocrático, deixa de ser simplesmente o instrumento do capital para também desafiá-lo.
O Estado contemporâneo deveria ser visto como uma organização, um aparelho que está sob a influência de três tipos de agentes sociais: 1) a alta tecnoburocracia ; 2) as classes ou elites dirigentes. 3) sociedade civil como um todo. Em consequencia, a ação do Estado não é apenas a expressão da vontade das classes dominantes, nem é o resultado da autonomia da burocracia pública. É o resultado contraditório e sempre em mudança das coalizões de classe que ser formam na sociedade civil e da autonomia relativa do Estado garantida por sua burocracia interna.