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Interferência do Estado na Economia

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Universidade de São Paulo 
Escola de Artes, Ciências e Humanidades 
ACH-3574: Economia do Setor Público 
Professora Responsável: Flávia Mori Sarti 
 
LISTA DE EXERCÍCIOS 
Estado e Mercado. 
1. Quais as razões para existência do governo e sua interferência na economia? A existência de falhas de 
mercado requer a interferência do governo na economia, dado que os mercados nem sempre 
apresentam resultados socialmente desejáveis. 
2. Qual seria o tamanho ideal do Estado em uma economia? Não existe um tamanho ideal do Estado em 
termos de interferência na economia. A interferência do Estado na economia é necessária em diversas 
situações, tendo em vista a ocorrência de falhas de mercado, no entanto, o tamanho do Estado também 
deve considerar outras questões, como a concepção do papel do governo, a cultura e o nível de 
benefícios providos pelo Estado à população. 
 
Falhas de Mercado. Funções de Governo. 
1. Quais são as principais falhas de mercado? Quais as possíveis formas de intervenção do governo sobre as 
falhas de mercado mencionadas? As principais falhas de mercado são: existência de bens públicos 
(produção de bens públicos) e externalidades (concessão de incentivos no setor produtivo privado – 
impostos ou subsídios, regulamentação, fiscalização e multa, etc.), falhas de competição (produção pelo 
setor público ou regulação do mercado) e informação (regulamentação, fiscalização e multa), mercados 
incompletos (produção pelo setor público ou incentivo à produção pelo setor privado), ocorrência de 
desemprego e inflação (políticas econômicas – ou seja, políticas fiscais e políticas monetárias). 
2. Explique por que a estabilização econômica pode ser considerada um bem público. A estabilização 
econômica resulta em benefícios extensivos à população inteira, ou seja, constitui um “bem” que não é 
sujeito à exclusão ou rivalidade. 
3. Enumere e explique as funções do governo. (1) Função alocativa – refere-se à alocação de recursos para 
produção de bens públicos; (2) Função distributiva – refere-se ao papel do governo na distribuição de 
renda, por meio do sistema tributário; (3) Função estabilizadora – refere-se à atuação do governo na 
estabilização da economia. 
 
Teoria da Tributação. 
1. Enumere e explique os princípios para construção de um sistema tributário ideal. (1) Princípio da equidade – 
refere-se à proporcionalidade entre tributação e uso dos bens públicos; (2) Princípio da progressividade 
– refere-se à proporcionalidade entre tributação e capacidade de pagamento do indivíduo; (3) Princípio 
da neutralidade – refere-se à minimização de interferência do sistema tributário sobre o funcionamento 
do mercado; e (4) Princípio da simplicidade – refere-se à facilidade de compreensão e fiscalização do 
sistema tributário. 
2. Explique a frase: “Um imposto sobre o consumo de um bem de uso massivo é intrinsecamente regressivo”. O 
imposto sobre o consumo de um bem de uso massivo é intrinsecamente regressivo, tendo em vista a 
proporção entre o valor do tributo pago pelos indivíduos no consumo do bem em relação à sua renda – 
indivíduos de menor renda pagam proporcionalmente maior percentual de sua renda em tributação no 
consumo de bens de uso massivo. 
 
Incidência de Impostos. Tributação no Brasil. 
1. Explique as vantagens e desvantagens da tributação sobre: renda, patrimônio e vendas. Renda – vantagens: 
ampla base de cálculo da tributação e progressividade; desvantagem: desincentivo à poupança e 
investimento. Patrimônio – vantagem: imposto de base pessoal; desvantagem: menor base de cálculo 
para tributação; Vendas – vantagem: impostos sobre vendas gerais e uniformes podem apresentar 
neutralidade; desvantagens: regressividade e cumulatividade. 
2. Examine as características do sistema tributário brasileiro face às características de um sistema tributário 
ideal. A maior parte da arrecadação tributária no Brasil refere-se a tributação sobre vendas, ou seja, é 
iminentemente regressiva. 
3. Avalie os efeitos de: 
a. Elasticidade sobre a distribuição da carga tributária. Quanto menor a elasticidade, maior a 
proporção de pagamento de tributos [lembrar os gráficos de oferta e demanda!]. 
b. Elevação de alíquotas sobre receita tributária. Curva de Laffer – quanto maior a alíquota 
tributária, maior a arrecadação do governo até um determinado limite – a partir do limite 
máximo, novas elevações de alíquota tributária conduzirão a uma redução da arrecadação. 
 
Orçamento Público. 
1. Por que a evolução dos gastos públicos apresenta necessariamente trajetória crescente? A trajetória crescente 
da evolução dos gastos públicos é explicada pela Lei de Wagner, que inclui como principais 
determinantes do incremento nos gastos públicos: (1) transição demográfica, especialmente no que 
tange ao envelhecimento populacional; (2) urbanização; (3) elevação da renda per capita; e (4) elevação 
dos preços relativos de serviços. 
 
Déficit Público e Financiamento do Governo. 
1. É possível que um país apresente, simultaneamente, déficit primário e relação dívida pública/PIB constante? 
Qual a condição para a ocorrência de tal situação? Sim, a condição necessária para que um determinado 
país apresente, simultaneamente, registro de déficit primário e relação dívida pública/PIB constante é a 
existência de crescimento econômico – assim, mesmo em face de um incremento no estoque da dívida 
pública, há compensação pelo crescimento do PIB no cálculo da relação dívida pública/PIB. 
2. Quais os fatores limitantes do déficit público? O que é senhoriagem? Os fatores limitantes do déficit público 
são decorrentes de: (1) limitações na obtenção de crédito pelo governo junto aos credores no mercado 
financeiro; (2) pressão inflacionária decorrente de emissão de moeda; e (3) limitações de endividamento 
do governo junto a fornecedores e outras instituições da sociedade. 
 
Ajuste Fiscal. 
1. Analise o principal efeito macroeconômico da adoção da Lei de Responsabilidade Fiscal. O principal efeito 
macroeconômico da LRF refere-se ao controle das despesas de níveis de governo subnacionais, que 
corresponde a um maior domínio da função estabilizadora do governo, em nível nacional, mesmo face 
ao processo de descentralização. Entretanto, a LRF pode, simultaneamente, impossibilitar o emprego 
de instrumentos de política fiscal expansionista em situações de crise para garantia de crescimento 
econômico – o que compromete a amplitude de emprego da função estabilizadora do governo em 
momentos adversos. 
 
Privatização. 
1. Qual o principal efeito positivo das privatizações realizadas no Brasil durante a década de 1990? O principal 
efeito positivo do processo de privatização ocorrido no Brasil refere-se à recuperação da imagem do 
país no exterior, que constituiu um benefício intangível obtido a partir da demonstração de 
comprometimento com as reformas estruturais necessárias para desenvolvimento econômico do país, 
via ajuste fiscal e estabilização econômica. 
2. Quais os principais aspectos das privatizações em termos de contas nacionais? A privatização não foi 
considerada diretamente responsável pela redução da dívida pública brasileira no processo de ajuste 
fiscal, tendo em vista que o montante obtido pela venda das empresas estatais brasileiras não foi 
relevante face às dimensões da economia brasileira. Seu principal efeito residiu na melhoria da 
reputação do país em nível internacional, conforme destacado na questão anterior. 
 
Estado Regulador. 
1. Quais os principais instrumentos de regulação de que dispõe o governo? Os principais instrumentos de 
regulação à disposição do governo, via agências reguladoras, são relativos ao controle de: tarifas para 
cobrança ao consumidor, quantidade de produto/serviço ofertado, restrições à entrada ou saída de 
firmas do mercado regulado e padrões de desempenho. 
2. Descreva as principais críticas à regulação. As críticas à regulação referem-se à: (1) existência de 
mercados contestáveis,ou seja, o argumento de que há atração de concorrência mesmo em setores 
caracterizados como monopólios naturais (argumento refutado pela demonstração de existência de 
custos irrecuperáveis nos setores em questão); e (2) possibilidade de captura das agências reguladoras 
pelas empresas concessionárias reguladas, dado o relacionamento de proximidade entre o corpo técnico 
fiscalizador da agência reguladora e as empresas fiscalizadas, o que poderia resultar em favorecimento 
por fixação de tarifas elevadas ou estabelecimento de barreiras à entrada de novos concorrentes. 
 
Sistema Federativo e Descentralização. 
1. Quais os motivos para a ampla adesão à descentralização em diversos países atualmente? Pode-se destacar a 
existência de fatores econômicos (alocação mais eficiente de recursos, proximidade com beneficiários 
locais e determinação da esfera de governo mais apropriada para gestão das políticas públicas – tanto 
na coleta de tributos como na oferta de bens e serviços públicos), fatores cultural-político-institucionais 
(favorecimento da integração nacional, reforço à transparência das ações governamentais, aumento da 
governabilidade e fortalecimento das instituições democráticas) e fatores geográficos (ganhos de 
eficiência decorrentes de melhor logística em países de ampla área territorial). 
2. Qual o tipo de descentralização adotado no Brasil? O modelo de descentralização adotado no Brasil é 
caracterizado como modelo de descentralização misto, que compreende tanto características relativas 
ao modelo agente-principal (p.ex., transferência de recursos do nível federal aos governos subnacionais) 
quanto ao modelo de eleição pública local (p.ex., ênfase no processo de tomada de decisão dos cidadãos, 
como nos Conselhos de Saúde). 
 
Contabilidade Social. 
1. A partir de qual identidade macroeconômica básica é definido o fluxo circular da renda? Qual a relação entre 
as variáveis que compõem tal identidade macroeconômica? A partir da identidade macroeconômica que 
estabelece igualdade entre produto, renda e dispêndio. Entretanto, deve-se destacar que a identidade 
entre fluxos de produto, renda e dispêndio refere-se somente à igualdade contábil de tais variáveis e não 
implica em relações de causalidade (relação causa-efeito) ou precedência de uma variável em relação à 
outra (em termos de importância ou tempo). 
 
Medidas de Desigualdade e Pobreza. 
1. Qual a conexão entre economia do setor público e medidas de desigualdade e pobreza? A economia do setor 
público pode considerar medidas de desigualdade e pobreza tanto como diagnóstico da situação atual 
da sociedade (ponto de partida para ação do governo), quanto como resultado final das ações realizadas 
em governos anteriores (impacto social e econômico das medidas adotadas pelo setor público em 
períodos prévios). Dentro do contexto apontado, indicadores de desigualdade e pobreza podem ser 
utilizados como forma de analisar prioridades de políticas públicas. 
2. Descreva duas medidas de desigualdade e pobreza, apresentando uma vantagem e uma desvantagem do uso de 
cada uma em políticas públicas. Índice de Gini: medida do grau de concentração de renda em uma 
sociedade, calculado a partir da curva de Lorenz (Vantagem: É uma medida com padrão ouro - 
concentração de renda nula -, ou seja, pode ser utilizada por si só como forma de analisar a 
concentração de renda em um país para guiar implementação de políticas públicas de combate à 
pobreza. Desvantagem: O índice de Gini, por si só, não apresenta informações sobre dimensões de 
políticas públicas que possam ser consideradas prioritárias para melhoria na distribuição de renda da 
sociedade em questão). 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): medida de desenvolvimento humano de uma sociedade, 
baseada em indicadores de três vertentes - longevidade, educação e renda (Vantagem: É uma medida 
que aponta claramente dimensões de desenvolvimento humano a serem melhoradas no contexto das 
políticas públicas de um país. Desvantagem: A interpretação do índice deve considerar que seu cálculo é 
baseado em um padrão ouro tomado a partir de medidas comparativas entre países).

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