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Cristiane Criscibene Pantaleao unlocked

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
CIDADES INTELIGENTES E SUSTENTÁVEIS 
 
 
 
 
CRISTIANE CRISCIBENE PANTALEÃO 
 
 
 
 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO COMO LABORATÓRIO VIVO PARA 
SUSTENTABILIDADE: PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS ANALÍTICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2017 
 
 
Cristiane Criscibene Pantaleão 
 
 
 
 
 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO COMO LABORATÓRIO VIVO PARA 
SUSTENTABILIDADE: PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS ANALÍTICOS 
 
UNIVERSITY CAMPUS AS A LIVING LABORATORY FOR 
SUSTAINABILITY: PROPOSAL OF ANALYTICAL CRITERIA 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis – UNINOVE, como requisito 
parcial para obtenção do grau de Mestre em 
Cidades Inteligentes e Sustentáveis. 
 
Orientadora: Profa. Dra. Tatiana Tucunduva 
Philippi Cortese 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pantaleão, Cristiane Criscibene. 
 Campus universitário como laboratório vivo para sustentabilidade: 
proposição de critérios analíticos. / Cristiane Criscibene Pantaleão. 
2017. 
 
 150 f. 
 Dissertação (Mestrado) - Universidade Nove de Julho - UNINOVE, 
São Paulo, 2017. 
 Orientador (a): Profª. Drª. Tatiana Tucunduva Philippi Cortese. 
 
1. Instituições de ensino superior. 2. Gestão ambiental. 3. Campus 
sustentável. 4. Laboratório vivo para sustentabilidade. 
I. Cortese, Tatiana Tucunduva Philippi. II. Titulo. 
 
CDU 711.4 
 
 
 
 
 
 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO COMO LABORATÓRIO VIVO PARA 
SUSTENTABILIDADE: PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS ANALÍTICOS 
 
POR 
 
Cristiane Criscibene Pantaleão 
 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós 
Graduação em Cidades Inteligentes e 
Sustentáveis – PPGCIS da Universidade 
Nove de Julho – UNINOVE, como requisito 
parcial para obtenção do título de Mestre em 
Cidades Inteligentes e Sustentáveis, sendo a 
banca examinadora formada por: 
 
 
 
______________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Tatiana Tucunduva Philippi Cortese - Universidade Nove de Julho - 
UNINOVE 
 
 
_____________________________________________________________________ 
Profa. Dra. Ana Cristina de Faria - Universidade Nove de Julho - UNINOVE 
 
 
_____________________________________________________________________ 
Prof. Dr. Marcelo de Andrade Romero - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da 
Universidade de São Paulo - FAU USP 
 
 
São Paulo, 21 de junho de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedido este trabalho aos futuros 
tomadores de decisões das novas 
gerações e desejo que possam se 
beneficiar e transformar o planeta, 
por meio dos estudos em prol do 
desenvolvimento sustentável. Que 
assim seja! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Boa parte do movimento 
ambiental comtemporâneo é 
motivado pelo medo do fim do 
mundo como nós o conhecemos, 
pelo temor do desastre ambiental. 
Esta não é a motivação correta para 
um futuro verdadeiramente 
sutentável. Amor e reverência pela 
Terra resultarão automaticamente 
em sustentabilidade, coerência e 
harmonia”. 
Satish Kumar 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente aos meus amados Elizabeth e Roberto, mãe e pai, pelo desejo de 
me trazer a esta vida e me conduzir até aqui com todo carinho e apoio. 
Ao meu companheiro da vida, Leandro, pela paciência, parceria, amor e 
compreensão durante o período do curso. 
Aos familiares mais próximos que acompanharam toda esta trajetória, com 
incentivos e participando de todas as conquistas. Em especial ao meu tio Sergio, que me 
conduziu ao mundo acadêmico e acompanhou de perto este novo ciclo da minha vida. 
A minha querida e inspiradora orientadora, Profa Dra Tatiana Tucunduva Philippi 
Cortese, por compartilhar comigo sua experiência e conhecimento com tanta dedicação, 
carinho e generosidade. 
Aos colegas de turma do PPGCIS, companheiros nesta jornada, pelo encontro, 
troca de conhecimentos e experiências, apoio e amizade. 
Aos professores do programa PPGCIS da Universidade Nove de Julho, pela 
dedicação e luz do conhecimento. 
A Profa Dra Ana Cristina de Faria e Prof Dr Marcelo de Andrade Romero, pelas 
contribuições a este trabalho. 
Aos professores e colaboradores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) pela 
atenção e carinho com que me receberam e por compartilharem importantes exemplos e 
informações preciosas. 
 
Gratidão a todos, retribuo de coração. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
As Instituições de Ensino Superior (IES) podem funcionar como pequenos núcleos 
urbanos, além de laboratórios vivos e referência na disseminação dos conceitos de 
sustentabilidade, fomentando esta cultura na comunidade global, e não somente se 
limitando ao seu perímetro. O presente trabalho tem por objetivo propor quadro analítico 
adaptativo com critérios que levam um campus universitário a ser caracterizado como 
Laboratório Vivo para Sustentabilidade. Neste estudo, foi realizada pesquisa aplicada 
com abordagem qualitativa e estratégia de pesquisa que se enquadra na categoria 
exploratória com estudo de caso. Inicialmente, foram realizadas análise sistemática da 
literatura e revisão bibliométrica, com o objetivo de encontrar trabalhos científicos 
ligados ao tema, além de servir como norte para o direcionamento, possíveis revisões e 
posterior validação das escolhas. O objeto do estudo de caso foi uma IES brasileira 
engajada na busca do desenvolvimento sustentável, que possui muitas ações de 
sustentabilidade em operação e que teve seu campus considerado como o mais sustentável 
da América Latina em 2015 e 2016. Estas ações manifestam indícios de que a IES possa 
vir a ser considerada Laboratório Vivo para Sustentabilidade. Além desta análise 
empírica, foi desenvolvida análise documental de uma IES internacional, que considera 
seu campus Laboratório Vivo para Sustentabilidade. As evidências encontradas 
apresentam exemplos de IES com políticas ambientais bem estabelecidas, diversas ações 
em operação, projetos e campanhas em andamento. De acordo com os resultados, a fim 
de que um Laboratório Vivo para Sustentabilidade se caracterize, é necessário que haja 
vivência e experimentação das práticas, comunicação e cooperação entre os indivíduos 
da comunidade acadêmica, e interação com a comunidade externa. Além da contribuição 
à comunidade acadêmica, este estudo científico poderá nortear as IES e outras 
organizações que desejam seguir pelo caminho do desenvolvimento sustentável, se 
tornando referência em gestão ambiental junto a sociedade e na formação de indivíduos 
conscientes de seu papel no planeta. 
Palavras-chave: Instituições de Ensino Superior, Gestão Ambiental, Campus 
Sustentável, Laboratório Vivo para Sustentabilidade. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Higher Education Institutions (HEI) can function as small urban centers, as well as living 
laboratories and reference in the dissemination of sustainability concepts, fostering this 
culture in the global community, and are notlimiting its perimeter. The objective of this 
work is to propose an adaptive analytical framework with criteria that lead a university 
campus to be characterized as a Living Laboratory for Sustainability. In this study, an 
applied research was carried out with a qualitative approach and a research strategy and 
an exploratory category with a case study. Initially, a systematic analysis of the literature 
and bibliometric revision were carried out, with the objective of finding scientific papers 
related to the topic, besides serving as a guide for the direction, revisions and later 
validation of the choices. The object of the case study for a Brazilian HEI engaged in the 
pursuit of sustainable development, which has many sustainability actions in operations 
and which had its campus considered the most sustainable in Latin America in 2015 and 
2016. These actions show signs that the IES may come Living Laboratory for 
Sustainability. In addition to the empirical analysis, a documentary analysis of an 
international HEI was developed, Which considers its campus as a Living Lab for 
Sustainability. The evidences found present examples of HEI with well established 
environmental policies, several actions in operation, projects and campaigns in progress. 
According to the results, an end to a Living Lab for Sustainability is characterized, it is 
necessary that live and experienced practices, communication and community building 
of the academic community and interaction with an external community. In addition to 
contributing to the academic community, this scientific study can guide how HEI and 
other organizations that wish to follow the path of sustainable development, becoming a 
reference in environmental management in a society and in the formation of people aware 
of their planetless role. 
Keywords: Institutions of Higher Education, Environmental Management, Sustainable 
Campus, Living Laboratory for Sustainability. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Evolução anual de artigos científicos relacionados ao tema de pesquisa 25 
Figura 2 – Termos chave para análise sistemática 26 
Figura 3 – Número de artigos da base de dados Web of Science 26 
Figura 4 – Número de artigos da base de dados Science Direct 27 
Figura 5 – Termos chave para revisão bibliométrica 27 
Figura 6 – Locais de análise por termo chave 28 
Figura 7 – Locais de publicação por termo chave 29 
Figura 8 – Vínculo institucional dos autores e seus países correspondentes 30 
Figura 9 – Frequência de autores 30 
Figura 10 – Número de citações Grupo 1 31 
Figura 11 – Número de citações Grupo 2 32 
Figura 12 – Metodologias de pesquisa 33 
Figura 13 – Incidência dos termos chave 33 
Figura 14 – Destaques entre periódicos 34 
Figura 15 – Linha do tempo das principais declarações internacionais 38 
Figura 16 – Seis princípios PRME 41 
Figura 17 – Mapa stakeholders 42 
Figura 18 – Resultados do inquérito sobre as funções centrais do sistema de ensino 
superior 43 
Figura 19 – Mapa mental das atividades em campus universitário 44 
Figura 20 – Esquema de funcionamento do campus como Laboratório Vivo 49 
Figura 21 – Desenho metodológico de triangulação das evidências 52 
Figura 22 – Painel de atores analisados no estudo de caso 55 
Figura 23 – Atividades e estratégias de pesquisa 57 
Figura 24 – Número de relatórios de sustentabilidade publicados pelas IES (por ano) na 
Base de Dados de Divulgação da GRI 58 
Figura 25 – Vista aérea do campus da UFLA 63 
Figura 26 – Organograma DMA da UFLA 65 
Figura 27 – Ações da UFLA em Gestão da Energia 66 
Figura 28 – Projetos da UFLA em Gestão da Energia 67 
Figura 29 – Campanhas da UFLA em Gestão da Energia 67 
 
Figura 30 – Antes e depois da troca de lâmpadas na avenida central do campus 68 
Figura 31 – Gráfico da relação entre número de estudantes e consumo de energia na 
UFLA 68 
Figura 32 – Medidor do consumo de energia para controle de demanda 69 
Figura 33 – Ações da UFLA em Gestão da Água 70 
Figura 34 – Projetos da UFLA em Gestão da Água 70 
Figura 35 – Campanhas da UFLA em Gestão da Água 71 
Figura 36 – A mais nova barragem da UFLA 71 
Figura 37 – Estação de tratamento de água da UFLA 72 
Figura 38 – Ações da UFLA em Gestão de Materiais, Equipamentos e Fornecedores 72 
Figura 39 – Projetos da UFLA em Gestão de Materiais, Equipamentos e 
Fornecedores 73 
Figura 40 – Campanhas da UFLA em Gestão de Materiais, Equipamentos e Fornecedores
 73 
Figura 41 – Ações da UFLA em Gestão de Resíduos, Efluentes e Emissões 74 
Figura 42 – Projetos da UFLA em Gestão de Resíduos, Efluentes e Emissões 75 
Figura 43 – Campanhas da UFLA em Gestão de Resíduos, Efluentes e Emissões 75 
Figura 44 – Estação de tratamento de esgoto da UFLA 75 
Figura 45 – Experimento dos alunos do curso de Biologia 76 
Figura 46 – Ações da UFLA em Meio Ambiente 78 
Figura 47 – Projetos da UFLA em Meio Ambiente 78 
Figura 48 – Campanhas da UFLA em Meio Ambiente 79 
Figura 49 – Antiga rede de energia elétrica do campus da UFLA 79 
Figura 50 – Imagens das áreas de recuperação ambiental 80 
Figura 51 – Ações da UFLA em Mobilidade 81 
Figura 52 – Projetos da UFLA em Mobilidade 81 
Figura 53 – Campanhas da UFLA em Mobilidade 81 
Figura 54 – Módulo do bicicletário 82 
Figura 55 – Ações da UFLA em Mudanças Climáticas 83 
Figura 56 – Projetos da UFLA em Mudanças Climáticas 83 
Figura 57 – Campanhas da UFLA em Mudanças Climáticas 83 
Figura 58 – Ações da UFLA em Ambiente Construído 84 
Figura 59 – Projetos da UFLA em Ambiente Construído 84 
Figura 60 – Campanhas da UFLA em Ambiente Construído 85 
 
Figura 61 – Centro de Convivência 85 
Figura 62 – Ações da UFLA em Comunicação e Treinamento 86 
Figura 63 – Projetos da UFLA em Comunicação e Treinamento 86 
Figura 64 – Campanhas da UFLA em Comunicação e Treinamento 86 
Figura 65 – Ações da UFLA em Relação com Cidade e Comunidade 87 
Figura 66 – Projetos da UFLA em Relação com Cidade e Comunidade 88 
Figura 67 – Campanhas da UFLA em Relação com Cidade e Comunidade 88 
Figura 68 – Iniciativas da CAM em Projetos Acadêmicos 91 
Figura 69 – Iniciativas da CAM em Projetos Voluntários 92 
Figura 70 – Iniciativas da CAM em Estágios 93 
Figura 71 – Iniciativas da CAM em Premiações e Reconhecimentos 94 
Figura 72 – Evolução anual do projeto Living Lab for Sustainability 94 
Figura 73 – Ações da CAM em Gestão da Energia 95 
Figura 74 – Ações da CAM em Gestão da Água 96 
Figura 75 – Ações da CAM em Gestão de Materiais, Equipamentos e Fornecedores 96 
Figura 76 – Ações da CAM em Gestão de Resíduos, Emissões e Efluentes 96 
Figura 77 – Ações da CAM em Meio Ambiente 97 
Figura 78 – Ações da CAM em Mobilidade 97 
Figura 79 – Ações da CAM em Mudanças Climáticas 98 
Figura 80 – Ações da CAM em Ambiente Construído 98 
Figura 81 – Ações da CAM em Comunicação e Treinamento 98 
Figura 82 – Ações da CAM em Relação com Cidade e Comunidade 99 
Figura 83 – Ações da CAM em Alimentação Sustentável 99 
Figura 84 – Quadro de critérios: Gestão Administrativa 100 
Figura 85 – Quadro de critérios: Gestão Financeira 101 
Figura 86 – Quadro de critérios: Infraestrutura do Campus 101 
Figura 87 – Quadro de critérios: Ensino e Pesquisa 102 
Figura 88 – Quadro de critérios: Comunicação e Treinamento 103 
Figura 89 – Classificação geral da UFLA no ranking UI GreenMetric 105 
Figura 90 – Classificação da UFLA por indicadores no ranking UI GreenMetric 106 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Fator de impacto dos periódicos 35 
Tabela 2 – IES brasileiras no ranking UI GreenMetric 47 
Tabela 3 – IES internacionais no ranking UI GreenMetric 47 
Tabela 4 – Critérios e ponderação de pontos do ranking UI GreenMetric 53LISTA DE SIGLAS 
AASHE – Association for the Advancement of Sustainability in Higher Education 
(Associação para o Avanço da Sustentabilidade no Ensino Superior) 
ACAMAR – Associação dos Catadores de Material Reciclável de Lavras 
AE – Alojamento Estudantil 
ALLIANCE COPERNICUS – European Network on Higher Education for Sustainable 
Development (Rede Europeia de Educação Superior para o Desenvolvimento 
Sustentável) 
APP – Área de Preservação Permanente 
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
BREEAM – Building Research Establishment Environmental Assessment Method 
(Método de Avaliação Ambiental do Estabelecimento de Pesquisa de Construção) 
CAM – University of Cambridge 
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais 
CRC – Compromisso de Redução de Carbono 
CS – Campus Sustentável 
DMA – Diretoria de Meio Ambiente 
ENAP – Escola Nacional de Administração Pública 
EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais 
ETA – Estação de Tratamento de Água 
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto 
FPDA – Fundação Pró Defesa Ambiental 
GHESP - Global Higher Education for Sustainability Partnership (Parceria de Ensino 
Superior Global para a Sustentabilidade) 
GRI – Global Reporting Initiative (Iniciativa Global de Informação) 
IARU – International Alliance of Research Universities (Aliança Internacional das 
 
Universidades de Pesquisa) 
IES – Instituição de Ensino Superior 
IRD – Institut de Recherche pour le Developpement 
LEED – Leadership in Energy and Environmental Design (Liderança em Energia e 
Design Ambiental) 
LGRQ – Laboratório de Gestão de Resíduos Químicos 
MEC – Ministério da Educação 
MMA – Ministério do Meio Ambiente 
MP – Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão 
ONG – Organização Não Governamental 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PLS – Plano de Logística Sustentável 
PRME – Principles for Responsible Management Education (Princípios para a Educação 
Empresarial Responsável) 
Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica 
REUNI – Reestruturação e Expansão das Universidades Federais 
RS – Relatórios de Sustentabilidade 
RU – Restaurante Universitário 
RUPEA – Rede Universitária de Programas de Educação Ambiental 
SAQ – Sustainability Assessment Questionnaire (Questionário de Avaliação de 
Sustentabilidade) 
SEMESP – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior 
SGA – Sistema de Gestão Ambiental 
STARS – Sustainability Tracking, Assessment & Rating System (Sistema de 
Rastreamento, Avaliação e Classificação de Sustentabilidade) 
TBL – Triple Bottom Line (Tripé da Sustentabilidade) 
 
TCU – Tribunal de Contas da União 
UFLA – Universidade Federal de Lavras 
UI GreenMetric – Universitas Indonesia GreenMetric: World Univesrity Ranking on 
Sustainability (Universitas Indonesia MétricaVerde: Ranking Mundial de Universidades 
sobre Sustentabilidade) 
ULSF – University Leaders for a Sustainable Future (Líderes Universitários para um 
Futuro Sustentável) 
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization 
(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) 
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas 
US – Universidade Sustentável 
USP – Universidade de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 18 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ........................ 20 
1.2 OBJETIVOS ................................................................................................ 21 
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 21 
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 21 
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA PARA ESTUDO DO TEMA .............. 22 
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 22 
2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................... 24 
2.1 REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM ANÁLISE 
BIBLIOMÉTRICA ....................................................................................... 24 
2.1.1 Locais de análise e publicação ...................................................................... 28 
2.1.2 Frequência de autores e número de citações .................................................. 30 
2.1.3 Metodologia de pesquisa mais utilizada ........................................................ 32 
2.1.4 Destaques em título e palavras-chave ........................................................... 33 
2.1.5 Periódicos e fator de impacto ........................................................................ 34 
2.2 PRINCIPAIS CONCEITOS ......................................................................... 35 
2.2.1 As IES laborando como pequenos núcleos urbanos ....................................... 36 
2.2.2 Gestão ambiental no contexto educacional .................................................... 38 
2.2.3 Campus Sustentável, do discurso à prática .................................................... 42 
2.2.4 Laboratório Vivo para Sustentabilidade e seu papel na IES ........................... 48 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................... 51 
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................. 51 
3.2 INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR ESCOLHIDA ............................. 53 
3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS........................................ 54 
 
3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS ......................................... 58 
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................ 63 
4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS................................................ 63 
4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA ANÁLISE DOCUMENTAL 
DA UNIVERSITY OF CAMBRIDGE ............................................................ 90 
4.3 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS .......................................................... 105 
5 PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS PARA CAMPUS COMO 
LABORATÓRIO VIVO PARA SUSTENTABILIDADE ......................... 99 
6 CONCLUSÕES ......................................................................................... 112 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 116 
APÊNDICE A – PROTOCOLO PARA ESTUDO DE CASO ............................. 124 
ANEXO A – QUESTIONÁRIO GREENMETRIC 2016 (CRITÉRIOS E 
INDICADORES) ....................................................................................... 132 
ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA 
UNIVERSITY LEADERS FOR A SUSTAINABLE FUTURE (ULSF) ..... 143 
ANEXO C – STARS 2.0. AC8: CAMPUS AS A LIVING LABORATORY ............ 149 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
1 INTRODUÇÃO 
Quando foi ratificada, há mais de quinze anos, a Carta da Terra já demonstrava 
preocupação com a crítica realidade que continuaria se apresentando anos depois. Este 
importante documento trouxe um alerta às nações em relação ao futuro da humanidade e 
a necessidade de que a sociedade se torne responsável pela proteção e preservação do 
meio ambiente global. 
De acordo com o documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) [2000], os 
desafios são muitos: políticos, econômicos, sociais, espirituais e ambientais, para evitar a 
destruição da humanidade e manter a diversidade da vida; mas, uma aliança global pode 
garantir um novo começopara o bem estar das sociedades atuais e das futuras gerações. 
As Instituições de Ensino Superior (IES) são parte relevante no processo de 
formação de líderes e cidadãos que contribuirão para o desenvolvimento das cidades com 
sustentabilidade e inteligência. Estas, para se desenvolverem, precisam de esforços 
multidimensionais e interconectados, partindo do modelo pré-existente, mas 
considerando seus problemas e desafios (Ferreira, Oliveira, Cortese, Kniess, Quaresma, 
& Paschoalin, 2015). 
Moldar a sustentabilidade, de forma a influenciar o comportamento dos alunos, 
funcionários e comunidades locais, indica o movimento da IES em direção a um maior 
alinhamento entre as práticas operadas no campus e o conhecimento transmitido em sala 
de aula (Tilbury, 2011). 
A disseminação da cultura de sustentabilidade, por meio da cooperação entre 
indivíduos, empresas e instituições governamentais, acontece quando existe vivência em 
um ambiente adequado por meio do aprendizado. A educação ambiental, como base do 
desenvolvimento sustentável, gera equilíbrio entre crescimento econômico, bem estar 
humano e preservação da natureza (Almeida, 2015). 
Desde os anos de 1970, começaram a surgir associações interessadas em envolver 
as universidades com o objetivo de um desenvolvimento sustentável, mas ainda não 
destacaram muitas ações efetivas dentro das IES, incorporando o conceito de 
sustentabilidade em seus currículos, pesquisas e operações de seus campi. 
Historicamente, os primeiros sinais apareceram em 1972, com a realização da 
Conferência em Desenvolvimento Humano que aconteceu em Estocolmo, organizada 
20 
 
pela Organização das Nações Unidas (ONU). Posteriormente, em 1990, com a Declaração 
de Taillores na França e em 1994, com o lançamento do Cooperation Programme in 
Europe for Research on Nature and Industry through Coordinated University Studies 
(COPERNICUS) na Conferência de Reitores da Europa (Machado, Fracasso, Tometich, 
& Nascimento, 2013). 
Ceulemans, Lozano e Alonso-Almeida, (2015) apresentam em seus estudos, que 
existem, aproximadamente, 20.000 IES privadas e públicas em todo o mundo. No Brasil, 
de acordo com dados do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior [SEMESP] 
(2016), em 2014 haviam 2.368 IES no país, sendo 2.070 IES privadas e 298 públicas. 
Conforme Tauchen e Brandli (2006), à grande maioria das IES, que possui 
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) incorporados a sua governança se encontram na 
Europa e nos EUA, algumas experiências relevantes, também aparecem no Canadá e na 
Nova Zelândia. 
No Brasil, existem algumas iniciativas com programas em operação, como por 
exemplo a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e outras em fase de projeto, 
tal como a Universidade de São Paulo (USP) que possui um plano de transformar 
completamente seu campus até 2034 (USP, 2014); mas a maioria das IES opera com ações 
pontuais, não abrangendo todas as esferas de atuação. 
Redes e iniciativas globais apoiam as IES engajadas em aplicar o SGA nas suas 
atividades dentro do campus e têm como objetivo medir as realizações, possibilidades de 
adaptações e partilha de informações com outras organizações por meio de Relatórios de 
Sustentabilidade (RS). Estudos apresentados em artigos científicos mostram a 
importância dos RS dentro deste contexto, a implantação destes dentro da gestão 
administrativa das IES ainda está em estágio inicial e é considerado um desafio 
(Ceulemans, Lozano & Alonso-Almeida, 2015). 
A adoção de planos, políticas de sustentabilidade e cartas de princípios, pelas IES, 
possibilitam que os conceitos de sustentabilidade sejam incorporados na missão, filosofia 
dos gestores e atividades de todas as áreas de ação e operação da instituição (Von Hauff 
& Nguyen, 2014). 
De acordo com Termignoni (2012), os exemplos praticados nos campi 
universitários por meio da aplicação de SGA e compartilhados entre as IES podem tornar-
se referências de Pequenos Núcleos Urbanos, educando também as cidades e as 
transformando em espaços inteligentes e sustentáveis que proporcionem qualidade de 
vida aos seus habitantes. 
21 
 
Dentro do contexto urbano, as IES surgem como veículos importantes no 
desenvolvimento desta capacidade de adaptação, por meio da educação e conscientização 
do ser humano, além de servir como exemplo. As IES podem se tornar Laboratórios 
Vivos, fomentando a cultura de sustentabilidade na comunidade global, e não somente se 
limitando ao seu perímetro (Termignoni, 2012). 
Diferentes termos são utilizados para conceituar a prática da sustentabilidade nas 
IES, mas quando se trata especificamente das ações em operação e vivenciadas pelos 
atores internos e externos, surge um conceito que parece mais adequado a este contexto: 
Laboratório Vivo para Sustentabilidade. 
Com foco na transformação das relações, a metodologia de inovação social que é 
Laboratório Vivo, proporciona um diálogo entre universidade e comunidade externa. A 
cidade recebe uma valorosa colaboração no seu desenvolvimento urbano e social ao 
absorver recursos educativos advindos das práticas acadêmicas que se manifestam na 
temática do campus (Catalão, Layrargues & Zaneti, 2011). 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA E QUESTÃO DE PESQUISA 
O tema abordado neste estudo está relacionado a Campi de Universidades que 
possuem ações de sustentabilidade em operação, e que por meio de uma visão holística, 
missão, valores e estratégias aplicam em sua gestão um desenvolvimento sustentável. 
Partindo de uma análise macro com base no conceito de Campus Sustentável (CS) 
e identificando a existência das políticas de sustentabilidade nos sistemas de gestão das 
IES, o espaço da universidade pode ser considerado um Laboratório Vivo em muitas 
dimensões: sociais, econômicas, culturais, ambientais e até mesmo urbanas (Veeckman, 
Schuurman, Leminen & Westerlund, 2013). 
O estudo será baseado no Triple Bottom Line (TBL), também conhecido como 
Tripé da Sustentabilidade, que se apoia na integração de três dimensões: a social, a 
econômica e a ambiental. Havendo equilíbrio entre estas dimensões, a gestão de uma IES 
pode ser considerada sustentável (Serralvo & Belloque, 2014). 
Nesta perspectiva, o trabalho busca responder à seguinte questão de pesquisa: 
 Quais são os critérios que caracterizam um campus universitário como 
Laboratório Vivo para Sustentabilidade? 
Para que esta questão possa ser respondida ao final deste trabalho, objetivos gerais 
22 
 
e específicos, além de algumas hipóteses, foram definidos no próximo item. 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
1.2.1 Objetivo geral 
Propor critérios analíticos que levam um campus universitário a ser caracterizado 
como Laboratório Vivo para Sustentabilidade. 
 
1.2.2 Objetivos específicos 
a) Realizar revisão sistemática da literatura com análise bibliométrica, utilizando os 
termos chave: Campus Sustentável, Eco Campus, Campus Verde, Laboratório 
Vivo, e Laboratório Vivo para Sustentabilidade; 
b) Identificar e analisar as iniciativas de sustentabilidade planejadas e ou executadas 
pela IES nacional, objeto do estudo de caso, com base no seu plano ambiental; 
c) Analisar as iniciativas de uma IES internacional, como Laboratório Vivo para 
Sustentabilidade; e 
d) Confrontar os resultados, por meio de triangulação, gerados nos itens “a”, “b” e 
“c”, organizando os dados e analisando pontos comuns, diferenças e 
especificidades. 
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA PARA ESTUDO DO TEMA 
As universidades têm papel importante na coordenação com a sociedade, frente 
ao desenvolvimento sustentável, orientando mentes que possam encarar desafios, e na 
formação e transformação dos indivíduos que virão a se tornar futuros tomadores de 
decisão.Partindo destes princípios, o estudo se justifica como base para as IES que buscam 
melhoria do desempenho de sua infraestrutura de campus universitário e que desejam 
transformar-se em Laboratório Vivo para Sustentabilidade, além de servir como exemplo 
para a sociedade, comunidades e, até mesmo, para a gestão das cidades, foco deste PPG. 
As IES com boa governança corporativa contribuem para o desenvolvimento 
sustentável, proporcionando vivência da sustentabilidade em seus campi, junto aos atores 
internos e compartilhando suas experiências com a comunidade local e global (Gomides 
& Silva, 2015). 
23 
 
Estudos acerca do tema Campi de Universidades Sustentáveis já foram elaborados 
por alguns autores nacionais e internacionais, em artigos científicos e livros, tais como: 
Michael Von Haulf e Thuan Nguyen (2014), Caroline Rodrigues Vaz et al. (2010) e 
Luciana Dalfollo Ferreira Termignoni (2012), entre outros. 
Esta pesquisa diferencia-se destes devido ao seu recorte para o conceito de 
Laboratório Vivo para Sustentabilidade no contexto das IES, sendo que grande parte dos 
autores apresenta trabalhos abordando o campus universitário de uma forma mais 
abrangente. Além disso, o presente trabalho introduz o campus como um pequeno núcleo 
urbano que pode vir a ser um modelo de Planejamento Urbano e Regional para a 
transformação das cidades, por meio da Educação e se encaixa na linha de pesquisa 
Construções Sustentáveis. 
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO 
Esta dissertação está estruturada em seis capítulos. Na introdução são 
apresentadas a delimitação do tema, a questão de pesquisa, os objetivos, justificativa, e 
relevância do estudo. O segundo capítulo traz a fundamentação teórica apresentada por 
meio de uma revisão sistemática com levantamento bibliométrico, além dos principais 
conceitos abordados. O terceiro capítulo descreve os aspectos metodológicos utilizados, 
detalhando seus procedimentos e o quarto capítulo retrata os resultados do estudo de caso, 
incluindo discussões que promovem articulação teórica dos resultados com a revisão de 
literatura. No quinto capítulo é apresentado o objeto geral do trabalho, proposição dos 
critérios analíticos e no sexto capítulo são elaboradas as conclusões da pesquisa. 
Ao final, são apresentadas as referências bibliográficas, além dos anexos e 
apêndices que contemplam os modelos que foram utilizados para elaboração da análise 
dos dados e entrevistas. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Este capítulo se inicia com a apresentação dos resultados de análise bibliométrica 
proveniente de revisão sistemática da literatura, descrevendo o método utilizado no 
processo. Na sequência, os principais constructos abordados neste estudo são 
apresentados com o desafio de proporcionar um diálogo entre os autores. 
O trabalho foi concebido abordando o conceito de CS, tema central da pesquisa, 
e como ele se caracteriza para poder assim ser denominado. O campus universitário é 
parte importante da estrutura urbana e pode ser considerado como uma pequena cidade 
em função das atividades e práticas que possui. 
 
2.1 REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA COM ANÁLISE 
BIBLIOMÉTRICA 
 
Com os objetivos de gerar embasamento à pesquisa e colaborar com o avanço da 
comunidade científica, foi elaborado um levantamento dos artigos publicados em 
periódicos nos últimos dez anos. Seguindo este posicionamento temporal, foi definido o 
período de publicação entre 2007 e 2017 com a busca nas bases de dados iniciando-se em 
março de 2016. 
Como uma síntese criteriosa de um período específico, a análise sistemática reúne 
evidências científicas de determinada área do conhecimento, proporcionando 
direcionamentos no esclarecimento de temas relevantes e preenchendo lacunas deixadas 
pelas revisões narrativas (Kitchenham et al., 2009; Gomes & Oliveira, 2014). 
As bases de dados, Web of Science e Science Direct (Elsevier), foram escolhidas 
devido a sua multidisciplinariedade facilitando a aderência dos trabalhos ao tema de 
pesquisa do presente trabalho. Um fato importante a ser mencionado é que, além das duas 
bases citadas, a Scopus também seria analisada, mas devido às limitações que apresenta 
no acesso aos artigos foi descartada. 
Para o levantamento do número de citações de cada artigo foi utilizada como 
referência a base de dados Google Acadêmico, já que ela apresenta números gerais de 
todos os periódicos relacionados. 
A escolha do período de análise justifica-se devido a um prévio levantamento feito 
nas bases de dados, que mostrou o baixo número de artigos, tratando sobre os temas 
escolhidos antes do ano de 2007. Na Figura 1 é possível visualizar a evolução anual de 
25 
 
artigos científicos publicados tratando sobre os temas. O número de trabalhos com foco 
em CS começa a crescer a partir de 2010, com uma queda em 2014 e atingindo o pico de 
produção em 2015. Já os que tratam sobre o tema Living Lab começam a aparecer em 
2003, atingem a melhor marca entre 2015 e 2016 e seguem decrescendo até os dias atuais. 
 
 
Figura 1 – Evolução anual de artigos científicos relacionados ao tema da pesquisa 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Com base em Gomes e Oliveira (2014), este processo de análise sistemática com 
revisão bibliométrica foi dividido em duas etapas, cada uma delas com suas sub etapas: 
● Análise sistemática - definição dos termos chave, escolha das bases de dados mais 
indicadas, realização da busca utilizando os termos chave, aplicação de filtros, 
seleção dos artigos, leitura dos artigos selecionados; e 
● Revisão bibliométrica – coleta de dados por meio da análise dos artigos 
selecionados, interpretação dos dados por meio de indicadores bibliométricos, 
compilação gráfica dos resultados e descrição por meio de relatório para 
apresentação dos dados. 
 
Iniciando a análise sistemática foram definidos os termos chave a serem utilizados 
na busca dos artigos, escritos em inglês com objetivo de alcançar um número maior de 
publicações aderentes ao tema central desta pesquisa, já que a maioria dos estudos sobre 
o tema são internacionais. Estes termos foram divididos em dois grupos, como ilustrado 
0
1
2
3
4
5
6
2008 2010 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Sustainable Campus / Eco Campus / Green Campus
Living Lab / Living Lab for Sustainability
26 
 
na Figura 2. 
 
GRUPO 1 GRUPO 2 
Sustainable Campus Living Lab 
Eco Campus Living Lab for Sustainability 
Green Campus Living Laboratory 
Sustainable Universities Living Laboratory for Sustainability 
 
Figura 2 – Termos chave para análise sistemática 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
Os dados coletados nas bases de dados foram compilados e ilustrados por meio de 
gráficos, salientando que foram considerados apenas trabalhos categorizados como: 
article, proceedings paper e journal. A Figura 3 apresenta o número de artigos levantados 
por termo chave, do período determinado na busca à base de dados Web of Science. 
 
 
Figura 3 – Número de artigos da base de dados Web of Science 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
A Figura 4 apresenta o número de artigos levantados por termo chave, do período 
determinado na busca à base de dados Science Direct. 
0 50 100 150 200 250 300 350
Sustainable Campus
Eco Campus
Green Campus
Sustainable Universities
Living Laboratory for Sustainability
Living Lab for Sustainability
Living Lab
Living Laboratory
27 
 
 
Figura 4 – Número de artigos da base de dados Science Direct 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Analisando os dois gráficos apresentados, surge uma diferença significativa entre 
as bases de dados, principalmente em relação ao termosLiving Laboratory e Sustainable 
Universities. Na base Web of Science, os termos Living Lab for Sustainability e Living 
Laboratory for Sustainability não apresentam nenhuma ocorrência, já na Science Direct 
aparecem apenas quatro e três artigos com os termos respectivamente. 
Diante dos dados apresentados na busca, alguns termos chave foram eliminados 
por não se mostrarem relevantes ao processo, conforme ilustrado pela Figura 5. No caso 
do termo chave Sustainable Universities, a eliminação se justifica devido à ampla gama 
de possibilidades que traz a busca, fugindo do foco definido para este trabalho. Já os 
termos chave Living Laboratory e Living Laboratory for Sustainability, apresentaram 
resultados repetidos em relação aos outros similares e que fazem parte do mesmo grupo. 
GRUPO 1 GRUPO 2 
Sustainable Campus Living Lab 
Eco Campus Living Lab for Sustainability 
Green Campus 
 
Figura 5 – Termos chave para revisão bibliométrica 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
Nos artigos previamente coletados foram aplicados filtros de seleção, 
relacionados ao título, resumo e palavras-chave, para um recorte dos que, de fato, seriam 
analisados. Após esta etapa, a redução foi significativa e restaram um total de vinte e seis 
trabalhos, sendo vinte e um do Grupo 1 e cinco do Grupo 2, os quais foram utilizados 
para execução da revisão bibliométrica. 
0 100 200 300 400 500 600
Sustainable Campus
Eco Campus
Green Campus
Sustainable Universities
Living Laboratory for Sustainability
Living Lab for Sustainability
Living Lab
Living Laboratory
28 
 
Dos artigos selecionados na análise sistemática, foi realizada uma análise de 
conteúdo em que foram extraídas as informações que resultaram na revisão bibliométrica. 
Estudos de Arruda, Benevides, Farina & Faria (2013) apresentam pesquisa bibliométrica 
como um método estatístico de análise quantitativa que identifica a produção científica 
de determinada área do conhecimento descrevendo padrões de publicação. 
A tabulação dos resultados de revisão bibliométrica foi feita por meio do software 
Excel, assim como a produção de gráficos e planilhas. 
Como parte da fundamentação teórica e por meio de uma revisão sistemática serão 
apresentados, nos próximos itens, os resultados da análise bibliométrica de 26 artigos 
científicos publicados em periódicos. Dentro deste processo metodológico, os trabalhos 
foram identificados e analisados por etapas estruturadas e citadas anteriormente, gerando 
um portfólio bibliográfico sobre os temas tratados e ampliando a confiabilidade da 
pesquisa. 
 
2.1.1 Locais de análise e publicação 
Analisando os objetos de estudo dos artigos selecionados observa-se na Figura 6, 
um interesse maior em dois países: EUA e Malásia, ambos com a mesma incidência de 
análises em relação ao termos chave do Grupo 1. O Reino Unido é o único país que 
apresenta estudos relacionados aos dois grupos de termos chave, já os países mais 
pesquisados do Grupo 2 se concentram, em grande parte, no continente Europeu. 
 
 
Figura 6 – Locais de análise por termo chave 
Fonte: Elaborada pela autora 
2
1
2 2
5
1 1
2
1
5
2 2
1 1
2
1 1 1
0
1
2
3
4
5
6
A
ra
b
ia
 S
au
d
it
a
A
u
st
rá
li
a
C
an
ad
á
C
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S
u
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ia
P
o
lô
n
ia
N
o
ru
eg
a
D
in
am
ar
ca
Living Lab / Living Lab for Sustainability
Sustainable Campus / Eco Campus / Green Campus
29 
 
Quando se observa os países de publicação, a Malásia continua despontando, mas 
agora sozinha, além de apresentar estudos com foco nos termos chave dos dois grupos. 
Nesta análise, o Brasil aparece, com apenas uma publicação, mas se mantendo equilibrado 
entre a maioria dos países relacionados. A Figura 7 ilustra estes dados. 
 
 
 
Figura 7 – Locais de publicação por termo chave 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
 
Como forma de identificar e apresentar as IES, dos respectivos autores, que se 
interessam por estudos voltados ao tema deste trabalho, foi elaborado o mapa apresentado 
na Figura 8. Nele estão apontados com círculos coloridos os países citados na Figura 7 e 
na legenda do mapa estão listadas as IES de vínculo dos autores correspondentes a estes 
países. 
1 1
2 2 2
1 1
2
1
6
2 2
1 1
0
1
2
3
4
5
6
7
A
ra
b
ia
 S
au
d
it
a
A
u
st
rá
li
a
C
an
ad
á
C
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F
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C
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ré
ia
 d
o
 S
u
l
M
al
ás
ia
R
ei
n
o
 U
n
id
o
F
in
lâ
n
d
ia
S
u
éc
ia
P
o
lô
n
ia
Living Lab / Living Lab for Sustainability
Sustainable Campus / Eco Campus / Green Campus
30 
 
 
 
Figura 8 – Vínculo institucional dos autores e seus países correspondentes 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
2.1.2 Frequência de autores e número de citações 
Por meio de dados constantes nos próprios artigos, foram levantadas informações 
sobre os 74 autores internacionais identificados, eles foram separados individualmente 
para que se pudesse medir a frequência de cada um nas pesquisas que tratam sobre os 
temas escolhidos. A Figura 9 apresenta os três autores mais frequentes com duas 
publicações cada, os setenta e um restantes classificados como outros, aparecem em 
apenas uma publicação cada, caracterizando um cenário pouco prolífico. 
 
 
 Figura 9 – Frequência de autores 
 Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
 
0 0,5 1 1,5 2 2,5
Riri Fitri Sari
Nyoman Suwartha
Habib M. Alshuwaikhat
Outros
31 
 
Para a medição do número de citações relacionadas a cada artigo, foram utilizadas 
informações de acesso livre disponíveis na base de dados Google Acadêmico até abril de 
2017. Para um melhor entendimento dos dados, eles foram divididos em dois gráficos 
sendo um para cada grupo de termos chave. Na Figura 10 encontram-se números 
referentes ao Grupo 1: Sustainable Campus, Eco Campus e Green Campus. 
 
 
 
Figura 10 – Número de citações Grupo 1 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
 
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Nyström et al. (2014)
Lauder, Sari, Suwartha & Tjahjono (2015)
Townsend & Barrett (2015)
Lidstone, Wrigh & Sherren (2015)
Choi, Oh, Kang & Lutzenhiser (2017)
Zou, Zhao, Mason & Li (2015)
Krasny & Delia (2015)
Zen et al. (2016)
Lima et al. (2016)
Hooi, Hassan & Mat (2012)
Olszak (2012)
Baboulet & Lenzen (2010)
Alshuwaikhat, Adenle & Saghir (2016)
Derahim et al. (2012)
Foo (2013)
Alshuwaikhat & Abubakar (2008)
Tan, Chen, Shi & Wang (2014)
Suwartha & Sari (2013)
Saadatian, Sopian & Salleh (2013)
Matloob et al. (2014)
Hajrasouliha (2017)
32 
 
Analisando a Figura 10, um trabalho de 2008 se destaca com quase 350 citações, 
dado que se justifica devido ao tempo que a publicação está disponível. Os artigos 
científicos menos citados, em sua maioria, foram publicados nos últimos anos de 2015 a 
2017. De qualquer maneira, excluindo o único artigo de 2008, todos os outros possuem 
um baixo índice de citações, com número máximo de 50. 
 
Na Figura 11 encontram-se números referentes ao Grupo 2: Living Lab e Living 
Lab for Sustainability. Neste grupo, os trabalhos selecionados são recentes, do período de 
2014 a 2016, com número máximo de 50 citações no caso do artigo de 2014. 
 
 
 
Figura 11 – Número de citaçõesGrupo 2 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
 
2.1.3 Metodologia de pesquisa mais utilizada 
Não por acaso, a mesma metodologia escolhida para esta pesquisa desponta como 
a mais utilizada nos artigos selecionados para revisão: Pesquisa Qualitativa com Estudo 
de Caso. A segunda mais utilizada, também segue a mesma linha de análise qualitativa 
só que com outra estratégia de pesquisa que é a análise documental, ambas se destacam 
nos dois grupos de termos chave. 
Os dados da Figura 12 destacam a quantidade de trabalhos que buscam obter 
dados empíricos para elaborar suas pesquisas por meio de estudo de caso, enfatizando a 
importância da estratégia nesta área do conhecimento. 
0 10 20 30 40 50 60
Nyström et al. (2014)
Zawada & Starostka-Patyk (2016)
Evans et al. (2015)
Voytenko et al. (2016)
Eriksson et al. (2015)
33 
 
 
Figura 12 – Metodologias de pesquisa 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
2.1.4 Destaques em título e palavras-chave 
Em relação à constância dos termos chave, se destacam Sustainable Campus e 
Campus Sustainability nos títulos e Green Campus e Green Universities nas palavras-
chave. O conceito Living Lab for Sustainability é o termo que menos aparece nos títulos 
e não aparece em nenhuma palavra-chave, como ilustrado na Figura 13. 
 
Figura 13 – Incidência dos termos chaves 
Fonte: Elaborada pela autora 
4
5
14
1
1
Pesquisa mista (quantitativa e qualitativa) com
estudo de caso
Pesquisa qualitativa com análise documental
Pesquisa qualitativa com estudo de caso
Pesquisa qualitativa com pesquisa-ação
participativa
Pesquisa quantitativa com Estudo de Caso
0 5 10 15
Sustainable Campus / Eco Campus / Green Campus
Living Lab / Living Lab for Sustainability
50%
0%
29%
7%
14%
TÍTULO
Sustainable Campus / Campus Sustainability
Eco Campus
Green Campus / Green University
Living Lab for Sustainability
Living Lab
11%
0%
67%
0%
22%
PALAVRA-CHAVE
Sustainable Campus / Campus Sustainability
Eco Campus
Green Campus / Green University
Living Lab for Sustainability
Living Lab
34 
 
2.1.5 Periódicos e fator de impacto 
Dentre os periódicos, o Journal of Cleaner Production é o que mais possui 
publicações e se destaca como líder absoluto em relação aos termos chave do Grupo 1, 
mas também apresenta trabalhos do Grupo 2. Em relação aos temas relacionados ao 
Grupo 2, se observa uma variedade maior de periódicos, mas sem nenhum destaque, como 
se observa na Figura 14. 
Em segundo lugar, desponta um nome não tão conhecido entre os periódicos da 
área Sustainability, com publicações sobre os termos do Grupo 1 em uma crescente nos 
últimos três anos. 
 
 
Figura 14 – Destaques entre periódicos 
Fonte: Elaborada pela autora 
 
Na Tabela 1, apresentam-se os fatores de impacto dos periódicos citados 
anteriormente, com maior valor para o Journal of Cleaner Production que foi o destaque 
entre as publicações analisadas. Já o periódico Sustainability, que ficou em segundo lugar, 
12
1 1 1
4
3
1 1 1 1
0
2
4
6
8
10
12
14
Living Lab / Living Lab for Sustainability
Sustainable Campus / Eco Campus / Green Campus
35 
 
possui uma das menores pontuações do ranking e em alguns deles os dados não foram 
encontrados. 
 
Tabela 1 
Fator de impacto dos periódicos 
 
PERIÓDICOS / EVENTOS 
FATOR DE 
IMPACTO 
Current Opinion in Environmental Sustainability 4658 
Ecological Indicators 3190 
Industrial Marketing Management 1930 
Journal of Cleaner Production 4959 
Landscape and Urban Planning 3654 
Procedia - Social and Behavioral Sciences Não encontrado 
Procedia Economics and Finance 21 Não encontrado 
Sustainability 1343 
Sustainable Cities and Society 1044 
Transportation Research Procedia Não encontrado 
 
Nota. Fonte: Elaborada pela autora 
 
Os resultados da evolução anual de artigos científicos que tratam do tema central 
deste trabalho, apresentam uma carência no número de pesquisas com foco na 
infraestrutura do Campus Universitário como Laboratório Vivo para Sustentabilidade. 
Existem muitos trabalhos tratando de questões pontuais relacionadas ao campus, mas 
ainda poucos o analisando como um todo e caracterizando seu espaço físico como uma 
área de vivência, troca e aprendizado em relação às práticas de sustentabilidade. 
Esta análise bibliométrica revela uma lacuna na literatura científica relacionada 
ao assunto tratado neste trabalho, assegurando a relevância do estudo e caracterizando a 
necessidade de pesquisas nesta linha de investigação. 
 
2.2 PRINCIPAIS CONCEITOS 
 
Com base na análise sistemática desenvolvida e na apreciação de outros trabalhos 
científicos relacionados a esta pesquisa, são apresentadas, neste item, reflexões de autores 
que asseguram um embasamento teórico ao trabalho. 
 
36 
 
2.2.1 As IES laborando como pequenos núcleos urbanos 
De acordo com Casagrande e Deeke (2009), existe uma relação direta entre a 
infraestrutura urbana e a de um campus universitário, levando em consideração a rotina 
de operação de suas práticas de sustentabilidade. Quando os estudantes vivenciam os 
espaços onde as práticas acontecem, desenvolvem capacidades de imaginar alternativas 
inteligentes que também podem ser aplicadas nas comunidades, sociedades e cidades. 
Pensando no conceito de pequenos núcleos urbanos, dentro da infraestrutura dos 
campi universitários, estes podem ser definidos como espaços com atividades similares 
às que acontecem nas cidades: espaços de convivência, alimentação, ensino, alojamentos, 
entre outras (Termignoni, 2012). 
O autor Milton Santos relaciona a natureza ao conceito de espaço e define 
pequenos núcleos urbanos como uma nova realidade urbana, uma pequena cidade ou 
dimensão espacial da sociedade com estrutura complexa extremamente atingida por 
níveis e determinações externas (Santos, 2014). 
Estes núcleos podem ser considerados vilas ou cidades locais que conservam 
práticas e valores característicos de áreas rurais, em que existe um maior contato com a 
natureza e preservação do meio ambiente, seja pela subsistência, entretenimento ou 
consciência ambiental (Mesquita, & Mendes, 2014). 
Oliveira (2009), apresenta uma relação direta entre o papel das IES e o 
Planejamento Urbano e Regional, afirmando que elas podem servir como referência ao 
praticarem o que ensinam, interferindo na infraestrutura das cidades e colaborando na 
redução da pegada de carbono. Aplicando o SGA em suas atividades cotidianas e em 
todas as suas dimensões, incorporando as práticas de sustentabilidade por meio de ações, 
métodos e técnicas adequadas, as IES contribuem para a construção de modelos urbanos 
mais resilientes e de sociedades ambientalmente justas e sustentáveis. 
A experiência adquirida pelas IES gera estudos e pesquisas de novas tecnologias, 
práticas voltadas ao desenvolvimento sustentável. Uma cidade inteligente, por exemplo, 
é um centro de ensino superior que promove uma vida criativa explorando o potencial 
humano. O desenvolvimento urbano sustentável só pode ser alcançado de forma 
inteligente, hábil, criativa, conectada e em rede (Albino, & Dangelico, 2015). 
O termo Cidades Inteligentes e Sustentáveis pode ser considerado como um 
conceito inovador e ainda pouco explorado na literatura científica nacional e 
internacional. A maioria dos autores que estuda a infraestrutura das cidades separa estes 
dois aspectos que poderiam caminhar interligados: inteligência e sustentabilidade. 
37 
 
Estudos de Ahvenniemi, Huovila, Pinto-Seppä, & Airaksinen (2017) procuram 
unir os dois aspectos e sugerem a utilização do termo cidades inteligentes e sustentáveis, 
queé uma terminologia recentemente adaptada. A sustentabilidade não pode ser 
esquecida no desenvolvimento da cidade inteligente, as tecnologias de inovação devem 
viabilizar o desenvolvimento urbano sustentável, de forma que os indicadores de 
sustentabilidade sejam incorporados aos quadros das cidades. 
O tema Cidades Inteligentes e Sustentáveis pode ser considerado uma nova 
maneira de se enxergar a cidade, mas, não é uma panaceia em relação aos problemas 
urbanos. Possui desafios conceituais e regulatórios, devido à união de dois termos: 
inteligente e sustentável, respectivamente o meio e o fim do sistema. A gestão inteligente, 
por meio de tecnologias e comunicação, tem o objetivo de viabilizar a sustentabilidade 
em todas as suas dimensões (Cortese, Kniess, & Maccari, 2017). 
De acordo com Batagan (2011), sistemas inteligentes facilitam o desenvolvimento 
sustentável por meio do uso eficiente dos recursos, para o desenvolvimento das cidades, 
a Economia deve ser baseada no conhecimento e em soluções inovadoras, criativas e 
inteligentes. 
Albino e Dangelico (2015), apresentaram alguns conceitos em que ambos os 
aspectos são contemplados e afirmaram que cidades inteligentes, por meio de soluções 
sustentáveis, devem atender às necessidades de seus indivíduos. Cabe aos governos se 
apropriarem da noção de inteligência para desenvolver políticas públicas com foco no 
desenvolvimento sustentável, prezando o crescimento econômico, mas sem deixar de lado 
as questões sociais. 
O conceito de Laboratório Vivo também pode ser aplicado ao contexto urbano, 
além do educacional, como um sistema de inovação aberto e centrado no usuário, 
projetado para lidar com os desafios multidimensionais das cidades, como uma 
ferramenta para compartilhar conhecimento, implementando e difundindo as inovações 
tecnológicas e o desenvolvimento urbano sustentável (Schliwa, 2013). 
As iniciativas de Laboratório Vivo para Sustentabilidade podem ser 
experimentadas e compartilhadas entre IES e cidades, oferecendo novos estilos de ensino 
e aprendizagem que contribuem para os desafios do desenvolvimento sustentável urbano 
(Evans, Jones, Karvonen, Millard & Wendler, 2015). 
Esta relação direta entre IES e cidades visa ao desenvolvimento sustentável 
contínuo, para ambas as partes, por meio da troca de experiências e tecnologias em gestão 
ambiental a partir do equilíbrio entre as dimensões da sustentabilidade. 
38 
 
2.2.2 Gestão ambiental no contexto educacional 
A gestão ambiental visa a diminuir o impacto das atividades econômicas nos 
recursos da natureza e pode colaborar para que IES se tornem referência em seu meio, na 
formação de indivíduos com “consciência ambiental”, atuantes em diversos setores da 
sociedade e no desenvolvimento sustentável das cidades (Termignoni, 2012). 
A Declaração de Talloires, já citada anteriormente, foi um marco para as IES se 
encaminharem rumo ao desenvolvimento sustentável, pois precedeu a assinatura de uma 
sequência de outras importantes declarações. A Figura 15 ilustra a linha do tempo das 
principais declarações e cartas internacionais que surgiram no período de 1990 a 2009. 
 
Figura 15 – Linha do tempo das principais declarações internacionais 
Fonte: Traduzida pela autora e adaptada de Tilbury (2011) 
 
Tilbury (2011), apresenta informações mais detalhadas e a importância das 
declarações citadas na Figura 1: 
1. Declaração de Talloires - Secretariada pela Associação de Líderes 
Universitários para um Futuro Sustentável (ULSF) na França. Reuniu 
aproximadamente 400 universidades de várias regiões do mundo; 
2. Declaração de Halifax – Consórcio de instituições canadenses e de outras 
regiões do mundo ligadas a ONU, com o propósito de dar forma ao 
desenvolvimento sustentável presente e futuro; 
3. Declaração de Kyoto – Aconteceu no Japão e foi um chamado para que os 
membros do protocolo, localizados em várias regiões do mundo, 
refletissem sobre operações das melhores práticas do desenvolvimento 
sustentável nas IES; 
4. Declaração de Swansea – Associação de universidades do governo 
australiano com foco em desenvolver mudanças em políticas públicas 
voltadas ao tema; 
5. Carta para o Desenvolvimento Sustentável COPERNICUS - Associação 
de universidades europeias para atuação regional com um compromisso 
39 
 
institucional intenso, envolvendo a comunidade acadêmica na 
disseminação de conhecimentos sobre o tema; 
6. Declaração de Luneburg - Parceria Global de Educação Superior para a 
Sustentabilidade (GHESP) envolvendo mais de mil universidades em todo 
o mundo, com o intuito de disseminar o conhecimento sobre 
desenvolvimento sustentável; 
7. Declaração de Unbuntu – Secretariada pela união de várias associações, 
conselhos e academias de outras declarações citadas, com a intenção de 
desenvolver um inventário das melhores práticas e estudos de caso das IES 
de forma global, entre outros objetivos; 
8. Declaração de Graz – Aconteceu na Áustria com o objetivo de 
comprometer as IES europeias com o desenvolvimento sustentável em 
suas estratégias e atividades; 
9. Comunicado de Bergen – Secretariado pelos ministros da Educação na 
Comissão Europeia para promover o sistema europeu de ensino superior 
em nível mundial, com base no princípio do desenvolvimento sustentável; 
10. Colegiado Europeu e Compromisso Climático de Presidentes das IES – 
Secretariado pela Associação para o Avanço da Sustentabilidade no 
Ensino Superior (AASHE), primeira associação da América do Norte 
(EUA e Canadá); 
11. CRES - Declaração da Conferência Regional sobre Educação Superior na 
América Latina e no Caribe secretariada pela Organização das Nações 
Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO); 
12. Sapporo - Declaração de Sustentabilidade secretariada pela Rede 
Universitária do G8, visa à formação de líderes nas universidades que 
devem trabalhar em estreita colaboração com os gestores políticos; 
13. Conferência Mundial sobre o Ensino Superior – Secretariada pela 
UNESCO visa a contribuir para educação de cidadãos éticos 
comprometidos; e 
14. Declaração de Turim – Aconteceu na Itália secretariada pela Rede 
Universitária do G8 com foco em ecossistemas sustentáveis por meio da 
educação e pesquisa para o desenvolvimento sustentável e responsável. 
 
 
40 
 
O Brasil começou a dar indícios de atenção às questões relacionadas ao 
desenvolvimento sustentável dentro das IES, a partir da Rio-92 e resultou no documento 
chamado Agenda 21 Global, que posteriormente, foi adaptado à realidade do país, sendo 
denominado Agenda 21 Brasileira, desenvolvido a partir das diretrizes do documento 
global (Termignoni, 2012). 
Nos processos de tomada de decisão, a sustentabilidade precisa ser abordada como 
uma dimensão que participa de todas as esferas que envolvem uma IES, por meio de uma 
metodologia em que ela possa ser implementada e avaliada (Vagnoni, & Cavicchi, 2015). 
A gestão ambiental universitária pode ser motivada por inúmeros quesitos, 
determinando um arcabouço de métodos para aplicação dos princípios de sustentabilidade 
em IES. Alguns deles são: posicionamento estratégico, redução de custos, 
responsabilidade social, razões éticas e morais, aquisição de benefícios, possibilidade de 
criar uma capacidade de mudança social, entre outros (Layrargues, & Lima, 2014). 
De acordo com Souza e Guimarães (2008), para que as IES possam contribuir com 
o desenvolvimento sustentável, de forma global, seus SGA precisam estar conectados em 
rede, a partir dos princípios que o termo constitui: horizontalidade, conectividade, 
multiliderança, diversidade e participação solidária, formando assim um movimento 
coletivo para que objetivos comuns sejam atingidos.Em 2007, no Pacto Global das Nações Unidas, foi criada uma plataforma baseada 
em princípios de engajamento global para o ensino de gestão responsável chamada 
Princípios para a Educação Empresarial Responsável (Bronzeri, & Cunha, 2014). A 
Figura 16 apresenta os seis princípios firmados entre IES com foco na educação para a 
sustentabilidade 
41 
 
 
Figura 16 – Seis princípios do Principles for Responsible Business Education (PRME) 
Fonte: Termignoni (2012, p. 67) 
 
As políticas ambientais visam a solucionar problemas de interesse público 
voltados às questões relacionadas ao meio ambiente, na busca de um equilíbrio entre 
exploração e preservação. Elas contemplam planos, ações, valores, metas e necessitam da 
participação de vários agentes para que sejam formuladas e implementadas, tais como: a 
sociedade civil, agentes públicos, acadêmicos, os veículos de comunicação, entre outros 
(Redin, & Silveira, 2012). 
Os planos ambientais das IES são desenvolvidos com o objetivo de planejar, 
praticar, orientar, institucionalizar e avaliar a sustentabilidade no campus, além de uma 
forma de comunicação com as partes interessadas. Para construção de políticas efetivas, 
planos que estimulem a inovação e reduzam os possíveis conflitos, o processo deve ser 
colaborativo, incluindo consulta e envolvimento das partes interessadas (Lidstone & 
Sherren, 2015). 
Para que exista comunicação entre as partes interessadas, a avaliação de 
sustentabilidade de um campus universitário precisa de indicadores que permitam medir 
o desempenho de suas ações e de políticas ambientais abertas e flexíveis que possibilitem 
mudanças e atualizações constantes. Estas políticas visam nortear os caminhos a serem 
seguidos pelo público interno e apresentar suas intenções ao público externo (Arroyo, 
2015). 
 
 
42 
 
A Figura 17 ilustra o mapa das partes interessadas ou stakeholders de um CS e 
suas relações com as funções centrais de uma IES. 
 
Figura 17 – Mapa dos Stakeholders 
Fonte: Traduzida pela autora de Arroyo (2015) 
 
Os stakeholders, apresentados na Figura 17, estão divididos em duas redes: 
interna e externa, em que os atores interagem entre si e entre redes. Na rede interna, em 
que acontece o desenvolvimento, implementação e utilização das práticas sustentáveis, 
eles estão envolvidos nas operações diárias do campus, nas pesquisas relacionadas ao 
desenvolvimento sustentável e na gestão ambiental por meio da administração. Já a rede 
externa interage por meio de políticas públicas, compartilhamento de experiências e 
conhecimento com outras IES, apoio a projetos educacionais em parceria com 
Organizações Não Governamentais (ONGs) e com diversas outras trocas entre 
organizações (Arroyo, 2015). 
 
2.2.3 Campus Sustentável, do discurso a prática 
Além do termo Campus Sustentável, outros como Campus Verde ou Eco Campus 
aparecem com frequência na literatura científica caracterizando o mesmo conceito. Neste 
estudo, os três termos foram considerados na pesquisa. 
Dea, Rosa e Sampaio (2010) entendem como Universidade Sustentável (US) a 
instituição que aplica os conceitos de sustentabilidade em seus campi levando a teoria à 
praxia, para contribuir com o desenvolvimento sustentável da sociedade, além de cumprir 
seu papel nas dimensões de ensino e pesquisa. Ela se empenha em conscientização e 
compartilhamento de experiências para minimização dos impactos ambientais e seus 
43 
 
efeitos. 
Para Too e Bajracharya (2015), o foco principal da implementação de um CS, 
geralmente, é envolver e promover a minimização dos impactos ambientais gerados por 
suas atividades, de forma a equilibrar o uso dos recursos naturais com as questões 
econômica, social, cultural e ligadas à saúde. 
As IES que incorporam a preocupação com a sustentabilidade em suas funções 
centrais, para que possam interagir por meio da comunicação e do engajamento, 
possibilitam que o desenvolvimento ambiental aconteça, de fato, dentro do campus. 
Bronzeri e Cunha (2014) dividem as funções de uma IES em quatro partes: 
✓ Ensino, aprendizagem: formação dos futuros líderes e tomadores de decisão; 
✓ Pesquisa: investigação de paradigmas, soluções e valores; 
✓ Operações e infraestrutura: modelos e exemplos práticos; e 
✓ Coordenação e comunicação com a sociedade (comunidade acadêmica e 
externa). 
Um estudo comparativo de Ceulemans, Lozano & Alonso-Almeida (2015) 
apresenta dados relevantes relacionados às práticas de sustentabilidade operadas 
mundialmente pelas IES. Os RS das instituições mostram que as universidades estão 
dando enfoque maior para a função operações do campus, as experiências no campus, 
também possuem um número significativo, como representado na Figura 18. 
 
Figura 18 – Resultados do inquérito sobre as funções centrais do sistema de ensino superior 
 Fonte: Traduzida pela autora e adaptada de Ceulemans, Lozano & Alonso-Almeida (2015, p. 8892) 
44 
 
Os principais fatores que caracterizam um CS são: gestão de infraestrutura, 
utilização de conceitos ambientais para o desenvolvimento sustentável e campanhas ou 
programas para adoção de boas práticas. A combinação entre eles deve estar aliada à 
comunicação que proporciona uma melhor articulação entre a comunidade acadêmica e 
as estratégias de gestão ambiental (König, 2013). 
A Figura 19 apresenta um mapa mental das atividades em um campus universitário, 
considerando sua infraestrutura. Estas atividades trabalhadas como práticas de 
sustentabilidade podem caracterizar um CS. 
 
 
 Figura 19 - Mapa mental das atividades em campus universitário 
 Fonte: Adaptado de Dea, Rosa, & Sampaio (2010). 
 
 
Nos círculos coloridos, estão os aspectos principais que fazem parte do 
funcionamento de uma IES, cada um deles é desmembrado de forma a detalhar suas 
atividades. Os aspectos de entrada (inputs) são água, energia e materiais, os aspectos de 
saída (outputs) são resíduos e atmosfera. Já comunicação, extensão, pesquisa, educação 
ambiental e biodiversidade são considerados aspectos relativos à administração da IES. 
A figura contempla as quatro funções de uma IES, como citado anteriormente: ensino e 
45 
 
aprendizagem, pesquisa, operações e infraestrutura, e coordenação e comunicação com a 
sociedade. 
Estudos de Parrado e Trujillo Quintero (2015) concluem que, quando uma IES 
envolve e promove, de forma local e global, a minimização dos impactos ambientais, 
sociais e econômicos gerados pela ação humana em sua infraestrutura, seu campus pode 
ser considerado sustentável. 
Além de viabilizar o engajamento da comunidade acadêmica e externa, a IES 
sustentável precisa trabalhar em rede, não somente dentro do seu alcance e com suas 
partes interessadas, mas, também de forma a compartilhar suas abordagens em 
sustentabilidade com a comunidade e com outras universidades (Too, & Bajracharya, 
2015). 
Em todo o mundo, manifestam-se comunidades universitárias a caminho de um 
campus mais responsável, socialmente justo e sustentável. Muitas delas se organizam por 
meio de redes e alianças com o objetivo de compartilhar suas experiências. 
As redes e alianças mais citadas em trabalhos científicos e nas plataformas 
relacionadas à sustentabilidade no ensino superior, estão localizadas na Europa e EUA. 
Uma das mais importantes é a Aliança Internacional das Universidades de Pesquisa 
(IARU), que possui IES membros em vários continentes: Oceania, Europa, Ásia, 
América, África e Ásia (International Alliance of Research Universities [IARU], 2016). 
IARU, que teve início em 2006 nos Estados Unidos, foi criada com o objetivo 
inicial de compartilhar atividades como estágios de verão, colaborações de pesquisa,melhores práticas de benchmarking e identificação sobre questões públicas fundamentais. 
Hoje, a aliança é formada por onze instituições membros, que possuem compromisso de 
desenvolver, aplicar e compartilhar práticas em estratégias de gestão ambiental nos seus 
campi, promovendo uma comunidade sustentável para Educação (IARU, 2016). 
De acordo com IARU (2016), após dez anos de formação, muitos avanços e 
significativas contribuições globais, os líderes das IES membros consideram que seus 
campi estão se tornando Laboratórios Vivos para Sustentabilidade, alegando que os 
resultados alcançados se deram em função do conhecimento compartilhado e dos esforços 
conjuntos que possibilitam que instituições de todo o mundo se beneficiem. A finalidade 
deste compromisso é construir uma comunidade ecologicamente alfabetizada e formar 
futuros líderes mundiais conscientes de seu papel na sociedade, com resultados sendo 
apresentados por meio de RS. 
 
46 
 
Como exemplos de IES internacionais, que vivenciam a sustentabilidade em seus 
campi com o objetivo de perdurar como um Laboratório Vivo para Sustentabilidade, 
podem ser evidenciadas as instituições membros da IARU. São elas: 
1. Australian National University; 
2. ETH Zurich 
3. National University of Singapore; 
4. Peking University; 
5. UC Berkeley; 
6. University of Cape Town; 
7. University of Copenhagen; 
8. University of Oxford; 
9. The University of Tokio; 
10. Yale University; e 
11. University of Cambridge. 
 
O Brasil ainda está caminhando a passos lentos e possui apenas uma iniciativa 
similar à citada anteriormente que é a Rede Universitária de Programas de Educação 
Ambiental (RUPEA). A referida rede iniciou a sua formação em 1997 a partir da união 
de três universidades nacionais com a intenção de implementar programas de educação 
ambiental, atendendo apenas a sua área de abrangência. Atualmente, possui uma Carta de 
Princípios estabelecida, oito IES membros, e, aproximadamente, quinze em processo de 
aproximação (Rede Universitária de Programas de Educação Ambiental [RUPEA], 
2016). 
Nacionalmente, algumas IES despontam como precursoras do SGA 
implementado na infraestrutura de seus campi, e muitas delas já fazem parte de um 
ranking internacional que as classifica em relação a sustentabilidade de seus campi, 
chamado Universitas Indonesia GreenMetric: World University Ranking on 
Sustainability (UI GreenMetric). 
Este ranking, iniciativa da Universitas Indonesia, foi lançado em 2010 com o 
objetivo de promover a sustentabilidade nas IES e chamar a atenção dos líderes 
universitários e stakeholders. Hoje, aproximadamente 500 IES de todo o mundo 
participam do ranking, que disponibiliza os resultados on-line sobre a atual situação e as 
políticas adotadas por cada campus avaliado, incentivando a troca de experiências entre 
as comunidades acadêmicas (UI GreenMetric, 2016). 
47 
 
Com base nos dados disponibilizados no site do UI GreenMetric (2016), as IES 
brasileiras que participam do ranking estão listadas na Tabela 2 com suas respectivas 
classificações, geral e por país, em 2016. 
 
Tabela 2 
IES brasileiras no ranking UI GreenMetric 
CLASSIFICAÇÃO 
GERAL 
CLASSIFICAÇÃO 
BRASIL 
IES BRASILEIRAS 
38° 1° Universidade Federal de Lavras 
139° 2° Universidade Federal de Viçosa 
157° 3° Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 
209° 4° Universidade Federal de São Carlos 
217° 5° 
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do 
Sul de Minas Gerais 
245° 6° Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
278° 7° Universidade de São Paulo 
297° 8° Centro Universitário do Rio Grande do Norte 
345° 9° Universidade do Vale do Itajaí 
379° 10° Universidade Federal de São Paulo 
386° 11° Universidade Federal de Itajubá 
403° 12° Pontifícia Universidade Católica de Campinas 
428° 13° Universidade Estadual de Maringá 
492° 14° Universidade Federal de Pernambuco 
 
Nota. Fonte: Elaborada pela autora e adaptada de UI GreenMetric (2016) 
 
As cinco primeiras colocadas na última classificação divulgada pelo ranking geral 
estão apresentadas na Tabela 3 
Tabela 3 
IES internacionais no ranking UI GreenMetric 
CLASSIFICAÇÃO 
GERAL 
IES INTERNACIONAIS PAÍS 
1° University of California Davis EUA 
2° University of Nottingham Inglaterra 
3° Wageningen University & Research Holanda 
4° University of Connecticut EUA 
5° University of Oxford Inglaterra 
 
Nota. Fonte: Elaborada pela autora e adaptada de UI GreenMetric (2016) 
48 
 
Este é o único ranking encontrado, até o momento, que avalia os campi 
universitários por meio dos princípios da sustentabilidade e o Brasil está bem colocado, 
entre as quarenta IES mais sustentáveis do mundo. 
 
2.2.4 Laboratório Vivo para Sustentabilidade e seu papel na IES 
Laboratório Vivo pode ser considerado como uma forma aberta de inovação 
experimental e colaborativa, envolvendo partes interessadas (empresas, instituições, 
órgãos públicos ou privados, comunidades, pessoas) em formar parcerias para que 
possam compartilhar práticas, conhecimentos, pesquisas, e até mesmo recursos. Este é 
um conceito que começou a surgir na década de 1990, mas só foi disseminado a partir do 
ano de 2006, podendo ser discutido por meio de variadas perspectivas e abordagens 
(Veeckman et al., 2013). 
The Association for the Advancement of Sustainability in Higher Education 
[AASHE] (2014) delimitou o conceito aplicado ao tema central deste trabalho, CS como 
Laboratório Vivo. Aprimorando a sustentabilidade no campus, as IES que utilizam sua 
infraestrutura e práticas em operação como ambiente de aprendizagem e vivência, fazem 
com que seus estudantes e funcionários apliquem estes conhecimentos adquiridos em seu 
cotidiano e repliquem para a comunidade externa. 
Para König (2013), um Laboratório Vivo para Sustentabilidade caracteriza uma 
forma de vivência no campus que proporciona experiências ativas e criativas, gerando 
comunidades de aprendizagem. São muitas as perspectivas envolvidas, já que o 
desenvolvimento sustentável está inserido no currículo das IES, tais como: mudar a 
prática social, o ambiente construído, sistemas operacionais e resolver problemas no 
campus. 
Os Laboratórios Vivos de Sustentabilidade podem ser considerados como uma 
forma de gestão experimental, gerando soluções que contribuem para os desafios de 
sustentabilidade. Preparam os estudantes para a realidade do competitivo mercado de 
trabalho, promovendo a integração dos mesmos com outros stakeholders, objetivando 
produzir conhecimento sobre novas tecnologias e serviços de sustentabilidade (Evans et 
al., 2015). 
O espaço geográfico do campus que funciona como um Laboratório Vivo para 
Sustentabilidade pode ser considerado uma arena, desempenhando um papel fundamental 
na parceria entre setores: públicos, privados, sociedades e indivíduos (Voytenko, 
McCormick, Evans & Schliwa, 2016). 
49 
 
Schliwa (2013) estabelece uma ligação importante ao afirmar que Laboratórios 
Vivos são uma ferramenta de gestão urbana, uma infraestrutura de investigação integrada 
que impulsiona a inovação. Por meio desta ferramenta, tanto as cidades quanto os campi 
universitários funcionam como tablado para experiências da vida real, propiciando 
transições urbanas sustentáveis. 
A Figura 20 mostra o esquema de funcionamento de um campus universitário 
como Laboratório Vivo para Sustentabilidade, em que as principais funções de uma IES 
interagem por meio da comunicação e engajamento dos atores. 
 
 
Figura 20 – Esquema de funcionamento do campus como Laboratório Vivo 
Fonte: Marcelino (2016, p.31) 
 
Na opinião dos autores Eriksson,

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