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DIREITO PENAL

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Página | 8
DIREITO PENAL
TEORIA GERAL DA PENA
NOÇÕES GERAIS
Quando se fala de PENA, remete-se a uma sanção do Estado às pessoas que cometem um crime.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Existe uma evolução histórica das penas, a Lei de Talião existia antigamente, depois veio a Lei Mosaica que trouxe a composição das penas, criando uma proporcionalidade na aplicação das penas, substituindo as leis talionais e vingacionais.
Na Idade Média houve uma junção da Igreja com o Estado, a partir daí todas as pessoas que contrariassem a igreja eram consideradas criminosas, o que caracterizou um Período de Terror. Foi nessa época que se deu início as penas privativas de liberdade, através das prisões canônicas ou prisões eclesiásticas, onde os membros da igreja não eram submetidos as sanções normais, mas eram presos em celas monacais, caracterizando o início da pena privativa de liberdade, permanecendo o resto de suas vidas em penitência.
No decorrer da história verificou-se a criação de Casas de Punição, onde os presos eram punidos através de trabalho forçado, o que veio a originar as atuais cadeias, onde as pessoas condenadas eram direcionadas para o cumprimento de suas respectivas penas, utilizando-se de sua mão de obra para cumprimento das penas. Isso mudou posteriormente com o Iluminismo, modificando drasticamente o Direito Penal e seu conceito punitivo.
CONCEITO DE PENA
A pena é uma resposta do Estado ao crime ou contravenção penal cometido por um indivíduo, mas essa resposta estatal pode ser dada através de outras medidas, como Medidas de Segurança (loucos) ou Medidas Socioeducativas (jovens).
CONCEITO GENÉRICO (lato sensu): pena é a reação que a sociedade juridicamente organizada impõe a quem viola alguma das normas fundamentais da sua estrutura, norma esta, definida na lei como uma infração penal;
CONCEITO ESPECÍFICO (stricto sensu): pena é a sanção consistente na privação de liberdade ou na restrição de determinados bens jurídicos do condenado, aplicada pelo Estado em decorrência da prática de uma infração penal, como a finalidade de castigar o infrator, bem como readaptá-lo ao convívio social, e, através da intimidação, a sociedade busca evitar a prática de novas infrações penais.
*** PRISÃO CAUTELAR ou PREVENTIVA: o indivíduo é preso durante o transcorrer do processo, não tendo, desta forma, prazo determinado;
*** PRISÃO TEMPORÁRIA: prisão com prazo determinado;
*** PRISÃO – PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: A) Reclusão; B) detenção e C) Prisão Simples.
*** RESTRIÇÃO DO BEM JURÍDICO DO INDIVÍDUO:
		- MULTA: atinge o patrimônio (Art. 49, CP);
		- PERDIMENTO DE BENS (Art. 5º, XLVI, b, CF) ou PERDIMENTO DE CARGO PÚBLICO;
*** PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE.
PRINCÍPIOS
Princípio é uma norma abstrata supralegal que orienta o juiz na aplicação da lei.
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: não há pena sem lei anterior que a defina (Art. 19, CP);
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: só a legislação federal pode criar uma lei;
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: a lei que comina a pena deve ser anterior ao fato praticado (Art. 5º, XXXIX, CF);
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE DA PENA: a pena não pode passar da figura do condenado;
PRINCÍPIO DA INDERROGABILIDADE OU INEVITABILIDADE: a pena não pode deixar de ser aplicada ao réu (o pecado não pode deixar de ser punido);
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS: respeito à dignidade da pessoa humana na execução das penas;
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DA PENA: deve ser aplicado a pena estabelecida em lei, utilizando-se de alguns princípios para fazer a dosagem da pena, analisando-se as circunstâncias do crime;
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA (Art. 5º, XLVI, caput): a pena deve se fixar sobre a pessoa condenada. Essa individualização pode ser: 
JUDICIAL: o juiz deve aplicar individualmente naquele caso;
EXECUTIVA: ocorre no momento da execução da pena.
O Estado tem um prazo para poder aplicar a pena, para que o crime não caia no prazo prescricional. Contudo, existem alguns crimes que são imprescritíveis, como A) racismo, B) crimes contra a estrutura democrática (Art. 5º, XLII, CF).
O juiz pode, através de seu poder discricionário, perdoar crimes culposos no âmbito familiar, devendo haver grau de afinidade entre as partes.
TEORIAS DA PENA
TEORIA ABSOLUTA (finalidade retributiva): também chamada de Teoria Retributiva. Para essa teoria, a pena serve para punir, com a ideia no Contrato Social de Rousseau, onde quem viola o contrato deve pagar, ou seja, devolver o mal praticado, porém, de forma justa. Essa teoria se pauta na ideia vingativa do Direito. Essa teoria destaca que a pena não tem finalidade prática, ou seja, não se pensa em defender sociedade ou ressocializar o criminoso, tem-se apenas o objetivo aflitivo. É dado um castigo de ordem moral, visando restabelecer a ordem. Kant defendia a ideia da FUNDAMENTAÇÃO DA PENALIDADE através da Imperativo Categórico Moral.
TEORIAS RELATIVAS (finalidade preventiva): essas teorias diminuem essa característica retributiva da pena, dando outra finalidade para as penas, além do caráter aflitivo. Essa teoria defende que a pena deve ter um caráter prático, sendo útil para a sociedade, fazendo isso de forma preventiva ao crime, sendo uma espécie de remédio, em que a penalização serve de exemplo para os outros, evitando desta forma o nascimento de outros criminosos, pautando-se na ideia de DEFESA SOCIAL. Esse método preventivo pode ser
	
	
	NEGATIVA
	
	GERAL
	
	
	
	POSTIVA
	PREVENÇÃO
	
	
	
	
	NEGATIVA
	
	ESPECIAL
	
	
	
	POSITIVA
Serve para toda a sociedade
Direito Penal direcionado em face do condenado
PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA: a pena é usada como instrumento de coerção geral, baseado na Teoria da Coerção Psicológica, onde a pena tem a finalidade de criar medo em cometer crime, fazendo isso através da aplicação de penas rigorosas;
PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: aqui o Direito Penal está demonstrando a sua validade, mostrando a sua eficácia através das penas;
PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: visa evitar a reincidência daquele criminoso, retirando-o da sociedade através da pena;
PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: não basta retirar o indivíduo do meio social, pois um dia ele voltará, contudo, nasce o ideal de ressocialização, através de um caráter pedagógico, readaptando-o para o retorno à vivência em sociedade.
TEORIA MISTA, OU UNIFICADA, OU ECLÉTICA OU CONCILIATÓRIA: a pena possui uma dupla finalidade, manifestando tanto o âmbito retributivo da Teoria Absoluta, quanto preventivo da Teoria Relativa.
O Direito Penal Brasileiro adota a Teoria Mista, mantendo uma natureza eclética. Esse posicionamento fica nítido com a análise do artigo 59, CP, onde traz que a pena deverá ser aplicada “conforme seja necessário e suficiente para a REPROVAÇÃO (caráter retributivo) e PREVENÇÃO (caráter preventivo)”, deixando claro a adoção de uma postura eclética.
Na mesma esteira, como o escopo de reafirmar o posicionamento eclético do Direito Penal Brasileiro, se nos apresenta o artigo 1º da LEP, versando que: “a execução penal tem por objetivo concretizar a sentença e propor condições harmônicas para a readaptação do condenado na sociedade”.
No mesmo sentido, o Pacto de San José da Costa Rica traz em seu artigo 5º, inciso 6 que “as penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados”. Assim, verifica-se que os países adeptos a esse pacto também se posicionam como ecléticos, através de uma Teoria Mista.
FUNDAMENTOS DA PENA
Um dos motivos para existência da pena é:
REPARAÇÃO: satisfação da violação causada;
REPROVAÇÃO SOCIAL: uma espécie de censura pública;
NEUTRALIZAR O CRIMINOSO: dentro da ideia de prevenção de novos crimes.
COMINAÇÃO DAS PENAS
Consiste na forma de aplicação das penas.
As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime.
MODALIDADES DE COMINAÇÃO DE PENAS
ISOLADA: crime que só prevê um tipo de pena em seu conteúdo sancionatório (Ex.: Art. 121, CP – reclusão);CUMULATIVA: cumulativamente há previsão de mais de uma pena (Ex.: Art. 168, CP – reclusão + multa);
ALTERNATIVA: crimes onde há a faculdade de aplicação de uma ou outra pena (Ex.: Art. 156, CP – detenção ou multa);
PARALELA: dentro dos tipos de penas o juiz pode escolher uma ou outra específica na modalidade privativa de liberdade, podendo ser detenção ou reclusão.
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS PENAS (Art. 32, CP)
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
Retirada do direito de locomoção física (ir, vir, ficar) ou ambulatorial por tempo determinado, justamente porque a CF veda a prisão perpétua e a pena de morte (Art. 5º, XLVI, a, CF), bem como estabelece o limite de 30 anos de permanência física dentro do cárcere (Art. 75, CP – limite da pena privativa de liberdade). As penas privativas de liberdade podem ser:
RECLUSÃO: pena aplicada aos crimes mais graves aos bens juridicamente de maior relevância/importância, bem como devido a maior periculosidade do agente. O cumprimento da pena pode ser iniciado em regime fechado, semiaberto ou aberto. Essa condenação eclode efeitos jurídicos mais graves, como por exemplo, a perda do direito de ser pai. Quando o indivíduo que não tem culpabilidade (deficiente mental) comete um crime que é apenado de reclusão, este será submetido a internação em hospital de custódia psiquiátrica. Para os crimes de reclusão, cabe PRISÃO PREVENTIVA, que são, via de regra, INAFIANÇÁVEIS.
DETENÇÃO: são penalidades aplicadas em crimes de menor gravidade, geralmente contra bens disponíveis. O cumprimento da pena pode se iniciar no regime semiaberto ou aberto. Quando um crime tem pena de detenção é cometido por enfermo mental, este será submetido ao tratamento ambulatorial. Não cabe prisão preventiva para os crimes apenados com detenção, e esses crimes são AFIANÇÁVEIS.
PRISÃO SIMPLES: modalidade de pena que só existe para as contravenções penais. É uma prisão que deve ser executada sem rigor carcerário, ou, doutrinariamente, sendo cumprida em regime aberto. As CONTRAVENÇÕES pode ter transação penal para o crime de menor potencial ofensivo, e desta maneira, podendo mudar a pena de prisão simples para a pena RESTRITAVA DE DIREITOS.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (Art. 43, CP)
Através desse tipo de pena há restrição a algum tipo de direito do condenado, são chamadas de PENAS SUBSTITUTIVAS OU ALTERNATIVAS, pois elas substituem as penas privativas de liberdade. São mecanismos de desencarceramento, ou seja, são medidas, de como o nome já diz, substituem o cárcere do indivíduo pela restrição de algum direito seu, podendo ser:
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (Art. 43, §1º, CP): quando o juiz condena o pagamento de quantia em dinheiro à vítima ou aos seus familiares, ou a entidades sociais. Pode ser dinheiro ou bens;
PERDA DE BENS OU VALORES (Art. 45, §3º, CP): perda de bens como uma casa ou até mesmo de quantia em dinheiro;
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE (Art. 46, CP): consiste em poeira histórica da pena de trabalho forçado, onde o indivíduo é obrigado à prestação de tarefas gratuitas;
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITO (Art. 47, CP): proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública;
LIMITAÇÃO DO FINAL DE SEMANA (Art. 48, CP): fica obrigado a permanecer, aos sábados e domingos, 5 horas diárias em casas de albergados ou outros estabelecimentos adequados.
PENAS DE MULTA (Art. 49, CP)
São penas estabelecidas através de um valor pecuniário imposto ao réu para o pagamento, onde o valor da multa será revertido para o Estado, diferente da pena de Prestação Pecuniária, em que o dinheiro é destina à vítima ou aos seus familiares.
A pena de multa é estabelecida pelo juiz como uma quantidade de dias/multa:
MÍNIMA – 10 dias/multa;
MÁXIMA – 360 dias/multa.	
O valor de cada dia é de responsabilidade do juiz, não podendo ser menos que 1/30 do SM vigente e nem mais que 5 vezes por dia. A multa poderá ser aumentada de acordo com a vontade do juiz (Art. 60, CP). É proibida a conversão da pena de multa em prisão, como era historicamente feito.
REGIMES PRISONAIS
É a maneira como se rege a execução da pena; que no Brasil é feito através do SISTEMA PROGRESSIVO DE PENA, com característica DECRESCENTE de rigor penal, que é feito pelo juiz da Vara de Execuções Criminais. O preso tem a possibilidade de diminuir a restrição de sua liberdade através de seu bom comportamento.
Enquanto a progressão da pena é feita de forma decrescente, passando por todas as espécies de regimes até chegar ao aberto, a regressão da pena acontece de forma DIRETA, voltando ao regime inicial.
REGIME PENSILVÂNICO OU FILADÉLFICO: esse foi o primeiro regime prisional da história, idealizado nos EUA. Esse sistema era extremamente rigoroso, que na 1ª fase tem uma parte solitária, na 2ª fase era de um confinamento por separação, onde a cela passou a ser aberta, onde o preso podia ter contato com as outras pessoas.
REGIME CARCERÁRIO ALBERIANO: os presos eram tirados das celas para o trabalho forçado, que foi a característica principal desse sistema. Também havia o silêncio absoluto que deveria ser obedecido pelo preso, com o risco de apanhar se ele fosse pego conversando com outro preso.
REGIME PANÓTICO: é o berço do livramento condicional, idealizado por Jeremias Bentham, buscando a diminuição das rebeliões e agressões. Era um presídio construído na forma circular com uma torre de vigilância no centro, colocando na mente do prisioneiro a sensação de ser vigiado 24horas.
REGIME PROGRESSIVO: nasceu na Inglaterra, fundamentado na ideia de colocar na cabeça do preso a possibilidade de ser libertado através de seu comportamento, fazendo com que o mesmo se policiasse quanto as suas atitudes, visando a liberdade através da progressão de pena. 
SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
PENITENCIÁRIA (Arts. 87 ao 90, LEP): a sua estruturação é de competência do Estado, com a exceção de 5 Penitenciárias Federais. Essas unidades aplicam o REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD). São destinadas aos condenados à pena de reclusão, em regime fechado, devido ao fato de via de regra, terem cometidos crimes mais graves. O artigo 88, LEP determina que “o condenado será alojado em cela individual”, o que claramente não acontece, devido a superpopulação carcerária. Os presos são obrigados a seguir as ordens internas, sob pena de terem perda de sua liberdade ou até mesmo a solitária, e está última sanção não pode ultrapassar 30 dias. Os presos não podem sair das dependências das penitenciárias, salvo em caso de permissão de saída, bem como a opção de os presos trabalharem em obras públicas fora dos presídios.
COLÔNIAS AGRÍCOLAS (Arts. 91 e 92, LEP): são destinadas às pessoas que cumprem pena em regime semiaberto. Nesse tipo de sistema não há grande preocupação com a segurança, isso devido ao menor grau de periculosidade dos indivíduos. Essas colônias consistem em lugares onde o preso vai para trabalhar e estudar, podendo ser colônia AGRÍCOLAS, INDUSTRIAIS ou SIMILARES. Agora os presos deixam de cumprir suas penas nas celas e passam a ficar em alojamentos coletivos, onde há diminuição de seguranças. Esse regime permite que o preso possa ser autorizado pelo juiz a trabalhar ou estudar em locais fora do sistema carcerário. Os artigos 120 e 121 da LEP preceituam a possibilidade das SAÍDAS TEMPORÁRIAS, o que costuma ocorrer em 5 datas do ano.
CASAS DE ALBERGADO (Art. 93 ao 95, LEP): consistem em prédios situados em centros urbanos e que não podem conter objetos físicos contra a fuga (Art. 94, LEP), onde os presos cumprem suas penas em regime aberto, tendo que se recolher no período noturno, o que caracteriza uma “semiliberdade”, o que segundo o artigo 113 da LEP faz com que “o ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação do seu programa e das condições impostas pelo juiz”. O artigo 117 da LEP admite a possibilidade de o sentenciado cumprir sua pena em regime aberto em residência particular – prisão albergue domiciliar – quando for maior de 70 anos de idade (I), acometido de doença grave (II), possui filho menor deficiente mental ou físico (III)ou condenada gestante (IV).
HOSPITAIS DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO (Art. 99 a 101, LEP): são hospitais prisões destinados aos inimputáveis e semi-imputáveis do Art. 26, CP.
CADEIAS PÚBLICAS (Art. 102 a 104, LEP): locais que abrigam os presos provisórios (prisão preventiva ou temporária).
CENTRO DE OBSERVAÇÃO CRIMINOLÓGICA: centro de triagem psicológica, uma espécie de estudo do preso, o que não deu certo no Brasil devido ao grande contingente de presos existentes, e ao fato de essa triagem ser um processo demorado, mas que possui grande eficácia, além da possibilidade de melhor detectar os aspectos psicológicos do criminoso, o que não acontece no sistema atual.
FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA
A pena de RECLUSÃO deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de DETENÇÃO em regime semiaberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado (Art. 33, CP).
As penas privativas de liberdade deverão ser executadas de forma progressiva, segundo o mérito do condenado (Art. 33, §2º, CP).
FIXAÇÃO DE REGIME NOS CRIMES DE NATUREZA HEDIONDA (Art. 1º, 9613/90)
Ao fixar a pena, o juiz deve obedecer o que a lei determinar, em nos casos de crimes hediondos, sempre se iniciará em regime fechado, não se baseando na tabela.
TABELA DE FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL
Quando o réu é primário, os juízes tendem a aplicar a pena mínima. No exemplo do artigo 157, CP, o fato de ter o uso de arma, aplica-se o §2º do mesmo artigo, aumentando a pena inicial em 1/3. Contudo, o juiz pode aplicar a pena a seu critério, haja vista, que o ladrão agiu com frieza, onde o juiz pode entender que o regime semiaberto não seja o indicado para o autor do devido a sua particularidade.
	PENA
	RECLUSÃO
	DETENÇÃO
	
	REINCIDENTE
	Ñ REINCIDENTE
	REINCIDENTE
	Ñ REINCIDENTE
	Superior a 08 anos
	Fechado
	Fechado
	Semiaberto
	Semiaberto
	Igual ou inferior a 08 anos e superior a 04 anos
	Fechado
	Semiaberto 
(Circ. Favoráveis)
	Semiaberto
	Semiaberto
	Inferior ou igual a 04 anos
	Semiaberto
(Circ. Favoráveis)
	Semiaberto
(Circ. Favoráveis)
	Semiaberto
	Aberto
SÚMULAS E JURISPRUDENCIAS
718, 611 e 719, STF
241, 269 e 440, STJ
Para que o juiz aplique uma pena diferenciada, ele deve fundamentar sua decisão, pois existem muitas súmulas que garantem essa motivação coerente do magistrado.
PROGRESSÃO DE REGIMES
O PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA COM BASE PROGRESSÃO DE REGIMES
O retorno ao convívio social acontece por etapas (Art. 5º, XLVI, CF e Art. 118, LEP). Não basta o simples cumprimento da pena para que haja progressão, deve haver mudanças no comportamento, sendo necessário o mérito carcerário para a progressão.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PROGRESSÃO
A progressão de regimes não é uma promoção automática, a mecanicidade da progressão de regimes é feita por julgamento do juiz da Vara de Execuções Criminais (VEC), como traz o Art. 66, III, b, LEP; em que o juiz analisa o processo de execução penal, onde pode pedir um exame criminológico, para saber se o preso vai aceitar as regras disciplinares do regime semiaberto. Cabe recurso na decisão do juiz quanto ao deferimento da progressão de regimes, é o RECURSO DE AGRAVO DE EXECUÇÕES PENAIS (Art. 197, LEP).
REQUISITOS PARA A PROGRESSÃO DE REGIMES
FUNCIONAMENTO LEGAL (Art. 2º, §2º, Lei 8072/90 e Art. 112, LEP – Lei 7210/84)
O preso que inicia o cumprimento da pena em regime fechado não pode pular para o regime aberto, proibindo assim a PROGRESSÃO POR SALTOS, sendo necessário o cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior para que o preso possa pedir a progressão (Art. 120, LEP).
Contudo, a falta de vagas nos regimes semiabertos no Brasil pela quantidade de presos dificulta essa progressão. 
Depois de cumprido um 1/6 da pena, o juiz da VEC emite uma Guia de Transferência, que será enviada ao diretor do presídio, que cumprirá essa ordem assim que tiver a vaga no regime semiaberto, o que demora uma média de 4 meses.
Pode acontecer que o preso cumpra a parcela da pena para ir pro semiaberto, e no período de espera pela vaga ele cumpra outra parcela, o que a doutrina majoritariamente entende que ele poderá ser promovido direto para o aberto, sendo essa a exceção da progressão por salto.
Ao passo que a progressão, via de regra, não pode ser por saltos; a regressão do regime poderá ser por saltos, onde o preso que cumpre pena em regime aberto pode regredir diretamente para o regime fechado (Art. 118, LEP).
ESPÉCIES DE REQUISITOS
Só poderá PEDIR a progressão de pena, o preso que preencher os seguintes requisitos:
OBJETIVO – lapso temporal
O preso só pode pedir progressão depois que ele cumprir PARTE DA PENA, que nos crimes comuns (sem natureza hedionda) é de 1/6 da pena do total; nos crimes hediondos (Art. 1º, 8072/90) e hediondos equiparados (tortura, tráfico e terrorismo), em caso de réu REINCIDENTE, ele deverá cumprir 3/5 da pena total, e se for PRIMÁRIO, ele cumprirá 2/5 da pena. Nos crimes comuns, a primariedade e a reincidência não mudam nada.
Exemplo:Pena a ser cumprida para se pedir a progressão de regime
	CRIMES COMUNS
	Fechado
	09 anos
	1/6
	1 ano e 6 meses
	
	Semiaberto
	7 anos e 6 meses
	1/6
	1 ano e 3 meses
	CRIMES HEDIONDOS
(Primário)
	Fechado
	20 anos
	2/5
	8 anos
	
	Semiaberto
	12 anos
	2/5
	4 anos, 9 meses e 18 dias
No Direito Penal existe o PRINCÍPIO DA PRECEDÊNCIA DAS PENAS MAIS GRAVES (Art. 69, CP e Art. 681, CPP).
A Súmula 715, STF expressa que se um preso é condenado a 248 anos, ele só poderá cumprir 30 anos, que é a máxima permitida pelo Direito Penal Brasileiro, contudo, ele não conseguirá a progressão de regimes, uma vez que o ele não terá como cumprir o REQUISITO OBJETIVO (lapso temporal), pois o cálculo é feito sobre a pena total, o que totalizaria uma quantidade superior do que o teto estabelecido.
SUBJETIVO
Não basta o indivíduo cumprir uma parte da pena, ele também deve demonstrar uma motivação global de seu pensamento, mostrando que sempre cumpriu as regras internas da penitenciária, para que ele possa ser incluído no processo de ressocialização. 
BOM COMPORTAMENTO é o simples fazer tudo certo, enquanto o MÉRITO demonstra que o preso realmente mudou. Visto isso, nota-se que parte da doutrina defende que não é possível o MÉRITO, uma vez que o ambiente da cadeia deturpa mais a pessoa.
O MÉRITO só era demonstrado através do EXAME CRIMINOLÓGICO, mas essa regra caiu em 2003, uma vez que não havia estrutura suficiente para fazê-lo, por força da Lei 10.782/03, onde bastava o atestado de conduta, fazendo com que o bom comportamento e mérito fossem equiparados.
Mesmo tendo acabado, alguns juízes estavam pedindo o exame, baseando-se na Súmula Vinculante 26, STF, que disciplinou essa questão, dizendo que “se o juiz entender necessário fazer o exame criminológico, ele deve fundamentar o pedido” (Súmula 439, STF).
REQUISITOS FORMAIS (Art. 194, LEP)
São atos formais a serem observados para a progressão de regime. Há necessidade de aviso prévio para a progressão, com a manifestação das partes, onde será emitido uma decisão do juiz, que deve ser fundamentada (Art. 93, IX, LEP), cabendo o Recurso de Agravo em Execução (Art. 157, LEP).
REGRESSÃO (Art. 118, LEP)
A prática de falta disciplinar do preso pode fazer com que seu regime possa sofrer regressão (Art. 150, LEP). Pode acontecer de o preso ser condenado por um novo crime, estando já preso no regime aberto ou semiaberto, quando a soma das penas ultrapassa 8 anos. Ou, até mesmo quando este é condenado por crime doloso. A REGRESSÃO se dá por uma decisão do juiz da VEC, que pode ser cautelar, como prevenção.
Homicídio e homicídio qualificado;
Latrocínio;
Extorsão qualificada pela morte;
Extorsão mediante sequestro;
Estupro e estupro de vulnerável;
Epidemia com resultado morte;
Falsificação de remédio;
Favorecimento de prostituição;
Genocídio – destruir grupo de pessoas.
HEDIONDOS EQUIPARADOS
Tráfico, tortura.
SÚMULAS DA PROGRESSÃO
716, STF – é possível a progressãona execução provisória da pena privativa de liberdade, onde pode haver progressão enquanto se aguarda o julgamento.
717, STF – as pessoas que estão em prisões especiais podem pedir progressão.
471, STJ – a jurisprudência pacificou o fato de permitir a progressão de regimes para CRIMES HEDIONDOS, previsto na Lei 11.464/07, que trouxe que o regime poderá ser inicialmente fechado, ao contrário de integralmente fechado, como era previsto anteriormente. Entendimento oriundo do caso do pastor, o qual teve permissão para a progressão de pena através do HC, e esse caso teria eficácia “erga omnes”, sendo uma “renovatio in pejus”, sem aplicação em cumprimento de penas por crimes anteriores ao dia 28-03-07, sendo aplicada apenas em crimes depois dessa data.
Súmula Vinculante 26, STF – para o preso que cumpre pena por CRIME HEDIONDO (sendo primário ou reincidente), praticado antes do dia 28-03-07 era necessário cumprir 1/6, e depois dessa data, o requisito Objetivo do Lapso Temporal passou a ser de 2/5 para PRIMÁRIOS e de 3/5 para REINCIDENTES. Essa regra só se aplica na progressão de regimes.
Se o preso pratica falta disciplinar no regime fechado, haverá uma INTERRUPÇÃO DE CONTAGEM DO LAPSO OBJETIVO, zerando a contagem para que possa pedir a progressão.
REMIÇÃO DE PENAS
NOÇÕES GERAIS
Consiste na abreviação da pena, reduzindo-a através de trabalho e do estudo, visando a ressocialização, servindo de estímulo para o sentenciado, para que esse possa alcança sua liberdade.
ORIGEM HISTÓRICA
Esse instituto foi criado pelo Direito Espanhol de 1922, durante a Guerra Civil Espanhola, onde criou-se a Redenção de Penas para trabalho, para que dessa forma pudesse tirar as pessoas paradas das prisões, evitando dessa forma, uma facilitação para a organização de revoltas entre eles.
CONCEITO TÉCNICO
É um direito do condenado em reduzir a sua pena privativa de liberdade cumprida em regime fechado ou semiaberto através do TRABALHO ou do ESTUDO PRISIONAL. Trata-se de um meio para se abreviar parte da pena, consistindo em um estímulo ao preso.
SENTIDO VERNACULAR (Expressão “Remição”)
Esse termo se diferencia do Direito Civil pelo fato de REMIÇÃO significar ‘resgate’, que no caso se aplica ao resgate da liberdade pelo estudo ou trabalho do preso. Ao passo que, o termo REMISSÃO, usado no Direito Civil, significar “perdão”, se aplicando ao perdão total da pena, onde essa é extinta.
BASE NORMATIVA
Encontra-se nos artigos 126 ao 129 da LEP, onde o instituto da remição de penas foi completamente renovado pela Lei 12.433/11, regulamentando a remição pelo estudo.
ASPECTOS GERAIS DO TRABALHO PRISIONAL
O trabalho prisional tem dupla natureza jurídica, sendo um DIREITO e um DEVER/OBRIGAÇÃO. O preso tem o direito de lhe ser atribuído um trabalho (Art. 41, II, LEP e Art. 5º, XLI, CF), e ao mesmo tempo ele tem o Dever, onde, a partir do momento em que se comprometeu a exercer aquela determinada função, o preso terá o DEVER de execução do citado trabalho (Art. 31, LEP e Art. 41, VI, LEP).
CONTAGEM DA REMIÇÃO PELO TRABALHO (Art. 126, §1º, II, LEP)
Cada 3 dias trabalhados equivalem ao abatimento de 1 dia da pena. Pode-se descontar da pena total, ou no lapso para poder pedir progressão. Atualmente, o Art. 128, LEP diz que se deve incluir o tempo remido no lapso penal.
BENEFICIÁRIOS DA REMIÇÃO DE PENAS
Podem se beneficiar da Remição de Penas os presos com CONDENAÇÃO DEFINITIVA, ou seja, com pena transitado em julgado, cumprindo-a em regime fechado ou semiaberto. Por outro lado, os que estão em LIVRAMENTO CONDICIONAL ou em REGIME ABERTO não podem pedir a REMIÇÃO DE PENAS PELO TRABALHO, pelo fato de o trabalho já ser uma condição dos regimes aos quais estes estão inseridos.
REMIÇÃO DE PENAS PELO ESTUDO (Art. 126, VI, LEP)
Além da Remição de Penas pelo trabalho, há também a Remição pelo Estudo (Art. 205, CF), baseado na premissa Constitucional de que todas as pessoas têm direito ao Ensino Fundamental (Art. 12 ao 21, LEP e Art. 126, LEP). 
Os presos em LIVRAMENTO CONDICIONAL ou em REGIME ABERTO, podem pedir REMIÇÃO DE PENA PELO ESTUDO.
Não cabe Remição de Penas (por estudo e por trabalho) para quem cumpre medida de segurança, pois há finalidade terapêutica.
O PRESO PROVISÓRIO tem direito de Remição de Penas, onde o trabalho é um Direito dele, onde ele tem a faculdade de trabalhar, pelo fato de estar esperando uma sentença, onde ocorre a possibilidade de ser absolvido, ou de ser condenado, onde ele utilizará o tempo gasto no cárcere.
Não cabe Remição de Penas para os PRESOS POLÍTICOS (pessoas que cometeram crime políticos – Lei 1079/50), pois não preveem penas privativas de liberdade, apenas o afastamento da função.
SISTEMÁTICA DE CONTAGEM DA REMIÇÃO PELO ESTUDO
Há cada 12 horas estudadas equivalem ao abatimento de 1 dia da pena (Art. 126, §1º, I, LEP).
A carga horária do trabalho dos presos é aproximada do estipulado na CLT, podendo receber salários, que não podem ser menos que ¾ dos Salário Mínimo (Art. 29 e 34, LEP).
O TRABALHO ARTESANAL, desde que acompanhado e com o mínimo de finalidade produtiva, pode servir como Remição de Pena.
O trabalho é conduzido e fiscalizado pelo órgão interno do CENTRO DE PRODUÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, onde o diretor emite um Atestado de Trabalho que vai comprovar a Remição de Penas (Art. 129, LEP).
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A remição produz efeitos a partir de uma decisão judicial (Art. 66, III, c, LEP e Art. 126, §8º, LEP), declarando o direito do preso, mandando para a realização de cálculos. O preso pode acumular a remição por TRABALHO e pelo ESTUDO cumulativamente, desde que compatíveis os horários. Não há prazo para a remição.
REVOGAÇÃO DA REMIÇÃO DE PENAS (Art. 127, LEP)
Se o condenado que ganhou ou tem tempo a se remir vier a praticar uma falta disciplina de natureza grave (Art. 50 e 52, LEP), haverá a revogação do tempo a se remir, podendo ser revogado até 1/3 desse tempo. Após a sindicância, o diretor do presídio aplicará a pena, e o juiz da VEC declarará a perda do tempo a remir.
A REMIÇÃO é um direito condicional, e não um direito adquirido, pois essa remição fica condicionada ao bom comportamento do preso, caracterizando um direito “Rebus sic stantibus” (enquanto a situação for assim, ou enquanto ela durar), que é o princípio da remição.
DETRAÇÃO DE PENAS 
(Art. 42, CP e 111, LEP) 
FUNDAMENTO
É o abatimento na Pena Privativa de Liberdade ou na Medida de Segurança, do tempo que o agente ficou preso antes da prolação da sentença definitiva.
Detrair significa diminuir/descontar. É o desconto na pena posterior imposta pelo juiz. É computado na pena privativa de liberdade, ou na Medida de Segurança, onde o abatimento é feito no prazo da 1ª perícia (Art. 97, §1º, CP), no tempo de prisão a ser cumprida no Brasil ou no exterior, tanto processuais quanto administrativos.
Pode-se aplicar a detração nas penas que não ultrapassam 2 anos. No SURSIS (Art. 77, CP) não se aplica a detração, pois a pena não está sendo cumprida, pois houve uma suspensão da pena. Se houver a revogação do SURSIS, então caberá a detração.
A detração é viável em qualquer tipo de regime, pois ela está ligada a pena privativa de liberdade. Nas penas restritivas de direitos (prestação de serviço à comunidade, restrição temporária de direitos, limitação do final de semana) é possível a detração, pois o Art. 55, CP diz que esta tem a mesma duração das penas privativas de liberdade, desde que a pena seja superior a 6 meses de privação de liberdade (Art. 46, CP).
Na hipótese de PRESCRIÇÃO PENAL, existem dois posicionamentos da doutrina:
A detração pode produzir efeitos, pois a detração penal se equipara ao livramento condicional, onde a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena (Art. 113, CP), com interpretação em “bonam partem”;
Não cabe detração para esse modo, pois violaria o Princípio da Legalidade, esse é o posicionamento adotado pelo STF, onde se conta a prescrição pela PENAL TOTAL.
O momento em que a detração de penas é reconhecida, tendo valor jurídico. Em 2012só existia na execução de pena pelo juiz, que emitia uma GUIA DE RECOLHIMENTO, que tem o cálculo do fim da pena, estando computado o tempo de detração (Art. 111, LEP), podendo ser descontado durante o cumprimento da pena (Art. 66, I, c, LEP).
A Lei 12.736/12 possibilitou ao juiz do processo reconhecer a detração no momento da fixação da pena (Art. 35587, §2º, CPP).
DETRAÇÃO DE PENAS EM PROCESSOS DISTINTOS
	1º FURTO
	2º FURTO
	3º FURTO
	3ª VC/PP
	1ª VC/PP
	VC PIRAPOZINHO
	30-12-12
	30-12-13
	15-10-14
	1 anos e 6 meses
	Ficou 30 dias preso, mas foi solto por não ter cometido o crime
	2 ANOS
NÃO SE PODE SOMAR os 30 dias cumpridos por inexistir previsão normativa, pois a detração exige o nexo processual, pois só pode ser aplicada à pena oriunda daquele processo.
Esse é o posicionamento adotado pelo Brasil, em que PODE HAVER DETRAÇÃO DE PENAS DE PROCESSO DISTINTOS, mas com a com condição de que a da DATA DO FATO (crime), pelo qual ficou preso provisoriamente tem que, OBRIGATORIAMENTE, ser posterior à data do crime cuja pena se quer detrair (só pode haver detração a ser aplicada em processos que versem sobre crimes praticado no passado – anteriormente), pois o Direito Penal proíbe a “POUPANÇA DE PENAS”.
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
ORIGEM HISTÓRICA
Esse regime nasceu no Estado de São Paulo, em fevereiro de 2001. Como já se sabiam da formação das facções criminosas, que executaram rebeliões simultâneas em inúmeras penitenciárias, como forma de retaliação à essa ocorrência, a Secretaria de Administração Penitenciária criou a resolução normativa 26/01, inovando o sistema carcerário com 3 novas principais características:
Isolamento individual do preso por no prazo de 180 a 360 dias;
Restrição de todas as visitas;
Direito de tomar banho de sol pelo período de 1 hora por dia.
Todos os líderes da rebelião foram incluídos no RDD, e com base no Princípio da Legalidade, todos os HC que foram impetrados a favor destes, foram negados.
Em 2002 foi apresentado o projeto de lei para que o RDD fosse transformado em lei, o que demorou muito no Congresso, até que no começo de 2003 houve a execução de um Juiz da VEC, e isso fez com que o projeto de lei fosse aprovado, devido a morte de um outro juiz no Espírito Santo que foi assassinado, fazendo com que houvesse a aprovação da Lei 10.792/03.
Antes disso, o RDD só existia nas penitenciarias de Venceslau e Taubaté.
Essa lei produziu inúmeras modificações nas LEP, como no Art. 52, 53, 54 e 57 até o 60, e também modificou com CPP.
CONCEITO E DEFINIÇÃO
O RDD não é um regime penal, pois ele existe dentro do REGIME FECHADO, sendo uma punição disciplinar carcerária especial, com característica principal no isolamento do preso, um instrumento de restrição ao contato exterior.
Existem várias teses de inconstitucionalidade do RDD, indicando sua violação nos seguintes pontos:
PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS, pois há uma deterioração do psicológico do preso (Art. 5º, XLVII, CF);
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE DA PENA, em decorrência de em alguns casos ser desproporcional;
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, em determinados casos, a lei não é muito clara quanto ao procedimento de inclusão;
TRANSGRESSÃO DE NORMAS INTERNACIONAIS, como as regras mínimas de tratamento do preso da ONU e do Pacto de San José da Costa Rica.
Por outro lado, há posicionamentos de CONSTITUCIONALIDADE DO RDD, baseado no PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO, que diz que as facções criminosas devem ser combatidas veementemente, onde o Código Penal é aplicado de forma rígida, caracterizando um Direito Penal do Inimigo, pois A SEGURANÇA É O INTERESSE SUPREMO.
ESPÉCIES DE PRESOS QUE PODEM ENTRAR NO RDD
PRESOS PROVISÓRIOS: preso por prisão preventiva, que ainda não possui sentença definitiva;
PRESO DEFINITIVO: preso que possui condenação transitada em julgado ou sentenciado, este já tem uma pena definitiva.
Ambos os presos podem entrar no RDD, desde de estrangeiros ou nacionais, haja vista que foi um estrangeiro quem mais permaneceu no RDD, totalizando o tempo de 8 anos (Art. 52, §1º e 2º, LEP).
RESTRIÇÕES QUE CARACTERIZAM O RDD
Prazo máximo de 360 de isolamento individual do preso, podendo ser repetido até o limite de 1/6 do total da pena (Art. 52, I, LEP). Contudo, vale observar que essa prática pode ferir o Princípio da Humanidade da Pena, ou até mesmo o Princípio do Isolamento das Penas;
Recolhimento em cela individual (Art. 52, II, LEP), que no RDD é cumprido rigorosamente;
Limitação de visitas com duração de 2 horas (Art. 52, III, LEP), com direito a duas pessoas, sem contar as crianças (filhos), que é feita no PARLATÓRIO. É liberada a visita de parentes, sendo necessária uma investigação se o visitante for amigo do preso;
Direito de banho de sol por 2 horas diárias, ficando o restando do tempo na cela (Art. 52, IV, LEP). O preso pode ler livros do acervo da Biblioteca Penitenciária.
RESTRIÇÃO AOS MEIO DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
Atendimento com advogado deve ser cadastrado e previamente agendado, pois é direito do preso (Art. 41, IX, LEP);
O estabelecimento do RDD deve ter equipamento de segurança e bloqueadores de celular, onde TODOS se submetem a ingerência corporal, com a finalidade de proporcionar segurança.
Rodízio e sigilo dos agentes que trabalham no RDD, visando evitar a corrupção.
A União deverá priorizar a construção de presídios, pois a regra é que o RDD seja aplicado em presídios Federais, que no Brasil só tem 5: Catanduva/PR, Campo Grande/MS, Mossoró/RN, Porto Velho/RO e Brasília/DF, sendo que das penitenciárias estaduais, só se aplica ao RDD em Bernardes/SP.
HIPÓTESES DE INCLUSÃO AO RDD (Art. 52, LEP) – SÃO CUMULATIVOS
Prática de falta grave consistente em crime doloso que ocasione subversão da ordem ou da disciplina interna (Art. 52, caput, LEP);
O recluso que causar alto risco para a ordem e para a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade (Art. 52, §1º, LEP), ou seja, um preso de alta periculosidade.
Preso sobre o qual pairam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação em organizações criminosas/quadrilha/bando – Lei 12.850/13 – (Art. 52, §2º, LEP). Haja vista, que o RDD foi criado com o escopo de ser o instrumento de retaliação das organizações criminosas, sobretudo, o PCC, que é uma das maiores (se não a maior) do país. Contudo, esse fundamento é vago, uma vez que TODO preso no Brasil, faz parte de alguma facção criminosa, o que ensejaria a inserção de todos no RDD. Existem históricos jurisprudenciais que indicam que a participação daquela pessoa deve ser apenas em facção criminosa que esteja na instituição onde o preso esteja cumprindo pena.
PROCEDIMENTO PARA INCLUSÃO NO RDD (Art. 60, LEP)
Quando preso pratica alguma falta disciplinar interna grave, o diretor do presídio poderá de imediato direcioná-lo para a cela de isolamento preventivo, para que o preso espere a abertura da sindicância, que deve ser feita no prazo máximo de 10 dias. Se a sindicância não for apurada nesse prazo, então o preso retornará ao seu regime normal para aguardar o resultado, e se culpado, voltará para a CELA DE ISOLAMENTO DISCIPLINAR.
A inclusão no RDD só pode ser feita pelo juiz da VEC. O juiz manda o preso para o RDD através de um simples requerimento emitido pelo diretor do presídio, que é um TERMO CIRCUNSTANCIADO – simples explanação. A emissão desse termo também pode ser feita pelo promotor (Art. 68, II, LEP), pelo próprio juiz (Art. 66, VI, LEP).
É necessário o despacho do Juiz da VEC possa ser determinado a inclusão cautelar do preso no RDD (Art. 60, LEP), que poderá ficar até o prazo máximo de 10 dias também, prazo em que o juiz deverá emitir uma sentença definitiva no RDD, ouvidos o Ministério Público e a defesa do preso, conforme preceitua o Princípio do Contraditório.
O Artigo 54, §2º da LEP fala sobre o prazo de 15 dias para a emissão da decisão definitiva, o que causa uma incongruência, porém, a jurisprudência é pacificada, estabelecendo que o prazo legal e aceitável é de 10 dias.
REGIMEESPECIAL
Art. 37, CP
Recebe esse nome pois a execução de pena para as mulheres é diferenciada/especial. O artigo 37 do Código Penal preceitua alguns aspectos relevantes concernentes às mulheres, como os direitos e deveres. O CP traz poucos artigos que falam sobre o regime carcerário das mulheres, insinuando que elas não se encontram no cenário carcerário, pois não cometem tantos crimes quantos os homens, o que relativamente pode ser tomado como verdade, levando em consideração o ano de sua publicação, que data 1940; uma realidade bem diferente da encontrada atualmente.
No regime fechado, deve-se observar a separação de estabelecimentos penais de homens e mulheres, conforme prescreve o artigo 5º, XLVIII, CF, bem como presença de estabelecimentos distintos por idade e pela natureza do delito.
A presa pode ser grávida, a CF põe a salvo seu direito de amamentação de no prazo mínimo de 6 meses (Art. 5º, L, CF e Art. 89, LEP). A lei 11.942/09 modificou alguns artigos da LEP, como o artigo 14, §3º, onde diz que a presidiária gestante tem direito a acompanhamento médico, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
O artigo 89 menciona que a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente, além de creche para abrigar crianças de mais de 6 meses e menos de 7 anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada pela responsável que está presa.
DIREITO DOS PRESOS
Art. 38, CP e Art. 41, LEP
Os presos têm seus direitos à integridade física e moral respeitados à luz da Constituição, salvo o direito de liberdade (Art. 5º, XLIX, CF e Art. 40, LEP). O artigo 41 da LEP traz 16 incisos que contem direitos dos presos.
A lei diz que o preso deve ser chamado pelo nome (Art. 41, XI, LEP – chamamento nominal), para evitar a coisificação do mesmo, contudo, na prática ele é chamado pelo seu número de inscrição ou por seu apelido.
O preso pode ter alguns tipos de contatos com o mundo exterior, como por exemplo, o envio de cartas (Art. 41, XV, LEP – correspondência escrita), mas essa prática possui fiscalização, onde há um setor de segurança que faz a leitura delas antes de enviar. Essa prática não viola o Princípio de Sigilo de Correspondência constante no artigo 5º, XII, CF, uma vez que essa prática é prevista em legislação específica, sobretudo, na LEP, que no artigo 41, § único, visando a manutenção da seguridade.
O preso que possui contra si uma sentença penal transitado em julgado tem seus direitos políticos suspensos. Contudo, o preso provisório ainda não tem a suspensão de seus direitos políticos, portanto, esse poderá votar (Art. 15, III, CF).
O uso de algemas não possui legislação própria de regulamentação, utilizando-se de leis esparsas, como a Resolução da PF. Esse tema é pacificado pelo repertório jurisprudencial pátrio, havendo inclusive, uma Súmula Vinculante do STF sobre o assunto, mais especificamente a de nº 11, que diz que “o uso de algemas só é permitido em caso de resistência e de fundado receio de fuga, ou em perigo à integridade física própria ou alheia”.
Na mesma esteira, o artigo 474, §3º do Código de Processo Penal destaca 0que não é permitido o uso de algemas no acusado enquanto este permanecer no plenário do júri, salvo se for absolutamente necessário para a manutenção da segurança dos presentes.
APLICAÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
NOÇÕES GERAIS
É uma atividade EXCLUSIVAMENTE judicial, onde só o juiz que possui competência para julgar o processo é quem poderá aplicá-la, caracterizando um ato vinculado. A pena exige algumas condições:
Ser aplicada por um juiz;
Ser aplicada através de um processo.
O juiz não possui o Poder Discricionário Absoluto de aplicar a pena como ele bem entender, haja vista que este deverá considerar os pressupostos processuais de aplicação da pena, além de fundamentação de sua decisão, fazendo jus ao Princípio do Livre Convencimento Motivado.
PRESSUPOSTOS
Para a aplicação da pena, são necessários alguns pressupostos para que esta seja aplicada:
Existência de culpabilidade;
Adoção de Critérios de Aplicação da Pena. 
SISTEMAS E CRITÉRIOS DE APLICAÇÃO DA PENA
SISTEMA BIFÁSICO: a aplicação da pena feita pelo juiz se dá aos moldes do Art. 49, CP em duas fases:
Num primeiro momento estipula-se a pena base, observadas as circunstâncias judiciais e as agravantes e atenuantes; 
Num segundo momento ele aplica as causas de aumento/diminuição da pena. 
SISTEMA TRIFÁSICO (Art. 68, CP): é o sistema adotado pelo Código Penal Brasileiro, porque, segundo Luiz Regis Prado “esse sistema permite o completo conhecimento da operação realizada pelo juiz e a exata determinação dos elementos incorporados à dosimetria”, e se dá por:
Num primeiro momento há a APLICAÇÃO DA PENA BASE, considerando as circunstâncias judiciais;
Num segundo momento seguem as CIRCUNSTANCIAS AGRAVANTES/ATENUANTES GENÉRICAS, tanto as contidas no Art. 61, quanto as que estão descritas no tipo penal;
Na terceira fase vem as CAUSAS AUMENTO/DIMINUIÇÃO da pena, que diferente das outras fases, poderá ultrapassar os limites legais. São encontradas descritas na forma fracionária.
Atualmente, defende-se a existência de um SISTEMA TETRAFÁSICO, onde a quarta fase consistiria na etapa de substituição da pena, pois só aí o juiz deveria avaliar se haveria ou não essa possibilidade.
ESTUDO DO SISTEMA TRIFÁSICO
ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS
Elementares são elementos que constituem o tipo fundamental do crime, aqueles encontrados no “caput” do artigo. Quando esse elemento deixa de existir, o crime poderá mudar o tipo de crime (crime de peculato, sem a qualificadora de ser funcionário público se transforma em crime de furto).
Circunstâncias são fatores agregados ao tipo, servindo para aumentar ou diminuir a quantidade da pena, que, via de regra, se encontram nos parágrafos dos artigos. As circunstâncias podem ser:
LEGAIS: quando vêm previstas na própria lei, qualificando o crime;
JUDICIAIS (Art. 59, II, CP): valoração do caso concreto pelo próprio JUIZ, que, em análise ao caso, poderá aumentar ou diminuir a pena, sem ultrapassar os limites legais, valendo-se do PRUDENTE ARBÍTRIO DO JUIZ, podendo ser:
QUALIFICADORAS: aumentam a pena;
PRIVILEGIADORAS: diminuem a pena.
As CIRCUNSTÂNCIAS podem ser:
Subjetivas: só recai sobre o réu;
Objetivas: diz respeito ao modo pelo qual o crime foi praticado (Art. 61, II, c, CP).
As Circunstancias são genéricas quando estão na parte Geral do Código Penal. Existem agravantes genéricas em leis especiais, como no Art. 298, CTB, onde qualquer crime de trânsito praticado sob essas circunstâncias terá sua pena agravada.
Crimes contra a fauna brasileira, se praticados por meios cruéis, incidirão em uma agravante genérica (Art. 14 e 15, Lei 9605/98).
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES GENÉRICAS
São circunstâncias legais que possuem caráter genérico, que se aplicam a TODOS OS CRIMES, indistintamente, estão elencadas nos Artigos 61 e 62 do Código Penal. Essas agravantes possuem duas características principais:
ROL TAXATIVO (“numerus clausus”), ou seja, o juiz só poderá aplicar o que está contido nessa lei;
A lei não prevê uma especificidade de quantidade de pena a ser aumentada, isso ficará a critério do juiz, que se norteará pela jurisprudência, que tem pacificado a quantidade de 1/6 da pena para ser aumentado, devendo ser respeitado esse teto máximo, abstratamente estabelecido no tipo penal.
Sempre agravam a pena quando o crime que é cometido por motivo fútil (desproporcional, banal) ou torpe (é um motivo repugnante, que gera um desprezo social), quando o agente pratica um crime para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Nesse caso há CONEXÃO DE CRIMES, que pode ser:
Teleológica: quando o crime é cometido para assegurar outro crime.
Ex.: bater em alguém para garantir o estupro.
Consequencial: crime praticado para garantir a impunidade de um outro crime.
Ex.: matar pessoa para evitar que ela testemunhe em processo.
Também são circunstâncias agravantes,conforme o Art. 61, CP, crimes praticados à traição, emboscada (tocaia), dissimulação (disfarce), tudo que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima (dopar a vítima, ou a vítima estar dormindo). Quando há emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel (asfixia), ou de que podia resultar perigo comum (desastres naturais). O crime praticado a pessoas ligadas à um vínculo de parentesco. Praticado com abuso de autoridade ou prevalecendo-se das relações domésticas (pai e filho), ou com violência contra a mulher (feminicídio). Com abuso de poder, prevalecendo-se de cargo. Crime praticado contra crianças e pessoas com mais de 60 anos, enfermo ou mulher grávida. Quando o ofendido estava sob custódia de uma autoridade. Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública ou desgraça particular do ofendido. Em estado de embriaguez preordenada (se embriaga com a finalidade de cometer o crime).
O Art. 62, CP destaca como circunstancia agravante genérica de Concurso de Pessoas, quando o agente é mentor intelectual do crime (I), crime praticado através de coação a outrem (II), instiga, encoraja, manda um subordinado ou pessoa não punível (III - menor) cometer o crime, comete o crime mediante promessa de pagamento de uma recompensa (IV - crime mercenário).
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES GENÉRICAS
Essas também estão previstas na Parte Geral do CP, e assim como as agravantes, a lei não estabelece a quantidade de pena a ser modificada. Essas também são aplicáveis em qualquer tipo de caso, previstas nos artigos 65 e 66 do CP.
As atenuantes genéricas são EXEMPLIFICATIVAS, pois o juiz pode atenuar a pena, mesmo que ela não esteja disposta no artigo 65 do CP. Essa possibilidade se encontra no texto do artigo 66 do CP, recebendo a nomenclatura de Atenuante Inominada.
A quantidade de atenuação da pena não é prevista na lei, porém, é pacificada pela jurisprudência, mantendo 1/6 da pena total. O juiz não pode aplicar a pena abaixo do mínimo legal se valendo das circunstâncias atenuantes.
O art. 65, CP destaca circunstâncias que SEMPRE atenuam a pena, sendo elas: agente com menos de 21 anos da DATA DO FATO, ou mais de 70 na DATA DA SENTENÇA, que pode ser em primeiro grau e ser absolvido, mas, após análise de recurso no Tribunal e emissão do acórdão ele tenha mais de 70 anos (I), desconhecimento da lei (II), matar estuprador (social) ou por amor (moral) (III, a), procurar após o crime, reparar os danos (III, b), crime cometido sob coação (III, c), confissão espontânea antes do transito em julgado (III, d), cometer sob influência de multidão (III, e).
Existe a CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE INOMINADA (Art. 66, CP), em que há possibilidade, de no caso concreto, atenuar a pena por circunstancia que não esteja prevista em lei, diferente da circunstância agravante que deve estar prevista em lei.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – Majorantes
Estão previstas tanto na Parte Geral, quanto Especial do Código Penal, além de se encontrarem em leis esparsas.
AUMENTO DE PENA NA PARTE GERAL
Concurso formal de crimes, crime continuado (Art. 71, CP e Art. 73, CP).
AUMENTO DE PENA NA PARTE ESPECIAL
Furto noturno (Art. 155, §1º, CP), roubo majorado – com uso de armas, participação de agentes – (Art. 157, §2º, I ao V, CP), corrupção passiva, quando praticado na intenção de retardar ou deixar de praticar (Art. 317, §1º, CP).
Traficante que vende drogas próximo às escolas, hospitais, clínicas de tratamento (Art. 40, Lei 11.343/06 – Lei de Drogas)
O quadro a seguir destaca as diferenças entre as CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES e as CAUSAS DE AUMENTO:
	CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES GENÉRICAS
	CAUSA DE AUMENTO (Majorantes)
		Genéricas
	Específicas
	A lei não prevê, a fração é determinada pela jurisprudência
	Fração vem prevista na lei
	Só está na Parte Geral do CP
	Está na Parte Geral e Especial, e leis esparsas
	Não pode ultrapassar o teto máximo
	Pode ultrapassar o teto máximo
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO - Minorantes
Estão previstas tanto na Parte Geral (Art. 16, CP – arrependimento posterior), quanto na Parte Especial (Art. 121, §1º, CP – homicídio privilegiado), como também em leis esparsas (Art. 8º, § único, lei 8072/90).
A lei traz claramente em seu contexto, a quantidade a ser diminuída (Art. 14, II, CP).
Pode haver a redução abaixo do mínimo legal.
FIXAÇÃO DA PENA BASE
Em todas as fases o juiz deverá fundamentar a sua decisão (Art. 93, IX, CF). Para a fixação da pena base, o juiz navegará dentro dos limites legais estabelecidos, não podendo estabelecer abaixo do mínimo e nem acima do máximo.
CAUSAS DE AUMENTO – preveem uma fração específica e entram na última etapa (3ª fase);
CIRCUNSTANCIAS AGRAVANTES GENÉRICAS – estão só na parte geral e não há fração legal, mas é definida pela jurisprudência por 1/6, entram na 2ª fase;
CIRCUNSTANCIAS JUDICIAIS QUALIFICADORAS – são específicas para cada tipo de crime (legais), elas incidem na 1ª fase da dosimetria. Como no caso do homicídio qualificado (Art. 121, §2º, CP), que estabelece as máximas de 12 a 30 anos.
Podem haver casos em que o crime pode ter mais de uma circunstância qualificadora, e nesse caso a lei é omissa quanto a isso, contudo, a jurisprudência estabelece a existência de UMA qualificadora já enquadra na pena mínima, enquanto o restante das circunstâncias será enquadrada como circunstâncias agravantes, desde que estejam contidas nos Artigos 61 e 62, CP, e entrarão na 2ª fase da dosimetria da pena. Porém, se as circunstâncias não constam nos artigos 61 e 62, elas funcionarão como CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS (circunstâncias judiciais), e influenciarão na aplicação da pena.
Em casos de excesso de pena, em que a parte apela e o Tribunal faz a modificação, haverá REDIMENSIONAMENTO DA PENA. No Brasil, a jurisprudência é pacífica no sentido de que muitos juízes fixam a pena base sempre no mínimo legal – CULTURA DA PENA MÍNIMA – não necessitando de motivação do magistrado, o que não ensejará na anulação do processo por falta de motivação, haja vista que já foi estabelecido o piso da pena.
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
O jurado do tribunal do júri é um juiz de fato, utilizado para julgar crimes dolosos contra a vida, bem como os crimes conexos aos crimes dolosos contra a vida humana, mas os jurados não precisam motivar suas posições, pois eles julgam as questões do fato, enquanto o juiz togado julgará as questões jurídicas (Art. 492, I, b, CPP), por esse fato é que a decisão do tribunal do júri é uma sentença complexa. As circunstâncias judiciais estão previstas no “caput” do artigo 59 do Código Penal:
CULPABILIDADE: é um juízo de reprovação;
ANTECEDENTES: a natureza jurídica dos maus antecedentes engloba os inquéritos arquivados, processos em andamento, ou processos arquivados, caracterizam maus antecedentes. Porém, para o STJ, isso não caracteriza maus antecedentes, conforme a súmula abaixo transcrita:
SÚMULA 444, STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”, 
Essa súmula se fundamenta no Princípio da Presunção da Inocência (Art. 5º, LVII, CF). Por outro lado, o STF diz que é possível considerar os inquéritos em curso ou arquivados, ações penais em curso ou em andamento, podem ser considerados como maus antecedentes. Esse termo não é a mesma coisa que Reincidência, que é quando o sujeito possui uma sentença condenatória transitado em julgado. O portador de maus antecedentes é aquele que possui fatos negativos da sua vida pregressa, como inquéritos arquivados ou em andamento, aquela pessoa que possui procedimentos no ECA. Se descobre sobre os antecedentes do sujeito através da Certidão de Antecedentes Criminais.
CONDUTA SOCIAL: o juiz deverá analisar os contatos sociais do indivíduo, pois a conduta social é utilizada em diversos âmbitos da vida pública.
PERSONALIDADE: o juiz deverá analisar o caráter, o temperamento do réu no momento de fixação da pena, analisando a periculosidade, porém, no Brasil, não existe a possibilidade de se fazer umexame criminológico para se averiguar a periculosidade do réu, portanto, o juiz irá retirar essa informação através de sua análise subjetiva.
MOTIVOS DO CRIME: análise dos motivos que levaram o réu a cometer o crime, pois dependendo do motivo, poderá haver aumento ou diminuição da pena.
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: versa sobre o ponto de vista objetivo do crime, sobre o “modus operandi” do agente para cometer o crime, como a arma utilizada, o tempo gasto para cometer o crime, local onde o crime aconteceu.
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME: são os efeitos danosos ocasionados pelo crime, não só no sentido físico, mas no âmbito psicológico.
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: é necessária essa análise, devido ao fato de muitos crimes acontecerem por culpa da vítima, como as vítimas provocadoras. A justiça restaurativa consiste na preocupação do Direito Penal para com a vítima.
REINCIDÊNCIA 
(Art. 63 e 64, CP e Art. 61, I, CP)
Verifica-se à reincidência, quando o agente comete novo crime depois de transitar em julgado sentença que no Brasil ou no estrangeiro o tenha condenado por crime anterior. Em contrapartida, aquele que não se encaixa na definição de reincidente, será considerado réu primário, uma vez que o Código Penal não estabeleceu sua definição.
O réu tecnicamente primário é aquele que cometeu várias infrações penais, mas que formalmente não havia anteriormente, nenhuma condenação definitiva transitada em julgado.
Existe também o multirreincidente, que são as pessoas que são reincidentes de forma contumaz (teimosa), após várias situações transitadas em julgado.
Por outro lado, há o portador de maus antecedentes, que são aqueles que apesar de ser primário, possui sindicâncias em andamento, etc. 
Observa-se o caráter retributivo da pena no fato de a reincidência servir para regular uma falha da aplicação da pena na primeira vez, justificando o caráter educador da pena, para que possa haver um cumprimento da finalidade ressocializadora da pena.
REQUISITOS PARA A REINCIDÊNCIA
Existência de um crime cometido no Brasil ou no exterior;
Condenação definitiva (transito em julgado);
A prática de novo crime – ou contravenção.
	CONDENAÇÃO
	
	NOVA INFRAÇÃO
	CONDIÇÃO
	Contravenção praticada no Brasil
	+
	Contravenção
	Reincidente
(Art. 7º, LCP)
	Contravenção cometida no exterior
	+
	Contravenção
	Não reincidente
	Contravenção praticada no Brasil
	+
	Crime
	Não reincidente
	Crime praticado no Brasil ou no exterior
	+
	Crime
	Reincidente
(Art. 63, CP)
	Crime praticado no Brasil ou no exterior
	+
	Contravenção
	Reincidente
(Art. 7º, LCP)
Conforme posicionamento jurisprudencial pacífico e majoritário, se há o cometimento de um crime no mesmo dia do transito em julgado, não será considerado reincidente.
A reincidência também é caracterizada em caso de condenação estrangeira. Qualquer sentença estrangeira para ser reconhecida no Brasil, necessitará de homologação pelo STJ. Contudo, para caracterizar reincidência, não precisa da homologação, basta que haja a sentença.
Medidas socioeducativas não caracterizam reincidência.
No caso de indivíduo que foi sentenciado à uma pena que já foi cumprida e ao passar 5 anos da data de extinção da pena (período depurador), o indivíduo deixa de ser reincidente, e passa a ser tecnicamente primário (Art. 64, CP). Os registros SEMPRE constarão na ficha do indivíduo, mas essa matéria não servirá para fins de reincidência.
 O tipo/natureza da pena e do regime penal não influenciam na reincidência, pois ela existirá independente desses fatores. Existe uma tese inexpressiva que defende que se o juiz aplicar uma pena exclusiva de multa não haveria reincidência, mas esse posicionamento não foi aceito, e a pena de multa, no Brasil, será considerada como reincidência também.
Na questão da transação penal nos crimes de menor potencial ofensivo, como faz jus à pena alternativa, essa transação penal que foi aceita pelo indivíduo e que foi homologada pelo juiz não servirá para estabelecimento de reincidência (Art. 76 e seguintes da lei 9.099/95).
É uma circunstância agravante genérica de caráter pessoal/subjetivo. Existem dois posicionamentos a respeito da prova da reincidência:
A reincidência é provada somente por intermédio de certidão emitida em cartório, comprovando que houve o transito em julgado de determinada sentença anterior. Essa é a corrente ao qual o STJ aderiu;
Não há necessidade dessa certidão para se comprovar o transito em julgado, bastando apenas a Folha de Antecedentes que haja a presença da informação de transito em julgado de sentença anterior.
ESPÉCIES DE REINCIDENCIA
REINCIDÊNCIA REAL (Própria, verdadeira): é aquela que acontece quando o indivíduo pratica um crime, é processado, condenado, e após o cumprimento integral da pena, ele sai da cadeia e pratica outro crime;
REINCIDÊNCIA PRESUMIDA (ficta): é aquela que não exige que o indivíduo cumpra a pena do primeiro processo integralmente, exigindo apenas que haja o transito em julgado. Essa é a espécie de reincidência adotada pelo Brasil.
REINCIDÊNCIA GENÉRICA: é aquela em que não há identidade nos crimes praticados, como no caso do indivíduo que pratica crime de roubo, e que posteriormente pratica um crime de lesão corporal, não havendo semelhança entre os crimes;
REINCIDÊNCIA ESPECÍFICA: acontece nas hipóteses em que o indivíduo pratica crimes que estão definidos no mesmo tipo penal, como praticar reiterados roubos. Essa reincidência pode gerar efeitos em outros benefícios, como no caso de a Lei dos Crimes Hediondos, que não se poderá pedir Livramento Condicional (Art. 83, V, CP). Existem duas correntes que especificam as espécies de reincidência nos crimes hediondos:
CORRENTE RESTRITIVA: a reincidência específica nos casos de crimes hediondos, são aqueles cometidos da mesma espécie, como cometer dois latrocínios;
CORRENTE AMPLIATIVA: para essa corrente, os crimes não precisam ser da mesma espécie, basta que eles tenham a natureza hedionda. Como cometer um latrocínio e depois se comete um estupro. Essa é a corrente predominante no STF e no STJ.
TEMPORARIEDADE DA REINCIDÊNCIA (Art. 64, I, CP)
O sistema brasileiro tinha uma sistemática muito discutida, que consistia na perpetuidade da reincidência, onde uma vez reincidente, o indivíduo sempre seria reincidente. Contudo, em 1984, houve uma reforma na parte geral do Código Penal, onde surgiu uma possibilidade de a reincidência desaparecer, sendo chamado de PERÍODO DEPURADOR ou de SISTEMA DA CADUCIDADE, baseados nos fundamentos do artigo 64, I, CP, estabelecendo que não haverá reincidência se “entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos”.[1: O Art. 64, I do Código Penal estabelece que o lapso temporal para que a reincidência seja extinta é de 5 anos, e após esse período não há reincidência, e o réu é considerado “Tecnicamente Primário”. Vale ressaltar, que isso não exclui essa pena de seus antecedentes, outrossim, eles SEMPRE estarão lá, mas não servirão mais a título de reincidência.]
A temporariedade é algo que pode ser conquistado pelo decurso do tempo, onde o status anterior de reincidência não prevalece para o computo da pena.
O prazo para a reaquisição da primariedade deve ser superior a 5 anos, por ser um prazo material, aplica-se a regra do artigo 10, CP, incluindo o primeiro e excluindo o ultimo dia. Esses 5 anos começam a contar a partir da data do término da pena. Pode acontecer de a pena ser extinta, impedindo o cumprimento integral da pena, onde a extinção pode ser por:
Abolitio Criminis: surge uma nova lei que descriminaliza o fato;
Induto: perdão da pena.
Por esse fato, conclui-se que o começo da contagem do prazo se inicia-se com a inclusão do último dia de cumprimento da pena.
É importante ressaltar que o início da contagem NÃO SE INICIA DA DATA DE EMISSÃO DA SENTENÇA QUE DECLAROU EXTINTA A PUNIBILDADE, e sim da data efetiva do término da pena ou da data da lei que aboliu o crime, ou ainda da data de vigênciado induto.
SURSIS – Suspensão Condicional da Penal (Art. 77 a 82, CP e Art. 156 a 163, LEP)
Esse é um instituto de despenalização, com o objetivo de evitar o encarceramento, sendo este o SURSIS MATERIAL. Se aplica no momento final do processo, onde depois de estipulada a pena, o juiz destaca algumas condições para que a pena seja suspensa. O período de cumprimento do SURSIS será utilizado para o cômputo do PERÍODO DEPURADOR (prazo para restabelecer a primariedade), inicia-se a contagem do SURSIS no dia da AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA (Art. 158 e 160, LEP), onde o juiz irá admoestar o réu para a sua conduta durante o SURSIS.
Esse instituto não cabe em alguns tipos de crimes. Pode ser aplicado em penas iguais ou inferiores a 2 anos (detenção ou reclusão), mas o réu deve preencher alguns requisitos:
Não pode ser reincidente em crime doloso (Art. 77, I, CP);
Analisado seus antecedentes (Art. 77, II, CP).
Não seja cabível alguma hipótese de substituição prevista no Art. 44 (Art. 77, III, CP).
Para que seja aplicado o SURSIS, o réu será submetido a um PERÍODO DE ESTÁGIO COMPROBATÓRIO ou PERÍODO DE PROVA, que pode se estender no prazo de 2 a 4 anos, onde o juiz impõe condições, como de o réu comparecer em juízo, não frequentar determinados lugares, entre outras.
Contudo, se durante esse PERÍODO COMPROBATÓRIO o réu descumprir alguma das condições, então o juiz poderá revogar o SURSIS (Art. 81, CP).
Na Lei 9999/95 (Juizados Especiais) há um SURSIS PROCESSUAL, onde não há pena, este acontece no meio do processo, e só é aplicável, a princípio, no âmbito desta lei.
LIVRAMENTO CONDICIONAL (Art. 83 a 90, CP e Art. 131 a 146, LEP)
Esse instituto consiste em uma antecipação da liberdade, onde o indivíduo é preso e está cumprindo a pena. Porém, o sentenciado preenche alguns requisitos, e nesse caso, o juiz da VEC pode antecipar sua liberdade, onde o réu é solto, devendo seguir alguns requisitos. Esse instituto não se confundo com LIBERDADE PROVISÓRIA, uma vez que essa é um livramento temporário, como por meio de pagamento de fiança para responder processo em liberdade.
O LIVRAMENTO CONDICIONAL possui requisitos (Art. 83, CP):
OBJETIVOS
Só se aplica em penas superiores a 2 anos (Caput); 
Deve ter cumprido mais de 1/3 da pena se for réu primário (Inciso I), 
Se for reincidente de crime doloso ele deverá cumprir mais da 1/2 da pena (Inciso II);
Se o crime for hediondo ou equiparado (tráfico, terrorismo e tortura), independentemente de ser primário ou reincidente, ele deverá cumprir mais de 2/3 da pena (Inciso V).
SUBJETIVOS
Comportamento carcerário adequado (Inciso III);
Indenização da vítima, salvo impossibilidade de fazê-lo (Inciso IV);
Proposta de emprego.
O Livramento Condicional também possui uma AUDIÊNCIA DE CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL (Art. 136 e seguintes, LEP), onde a partir dessa data se começa a contar o PERÍODO DEPURADOR.
No caso de descumprimento de um dos requisitos do Livramento Condicional, o juiz poderá revogar o benefício, e a contagem do PERÍODO DEPURADOR será zerada.
O Art. 64, II, CP destaca que pessoas condenadas anteriormente por CRIMES POLÍTICOS (Lei 1079/50 e Lei 7170/83 – crimes de responsabilidade política e crimes que atentam contra a segurança nacional), então não se contará o crime praticado posteriormente como reincidente, da mesma forma, se aplica aos CRIMES MILITARES PRÓPRIOS, ou seja, aqueles crimes que possuem previsão única e exclusivamente no Código Penal Militar (Decreto Lei 1001/69 – crimes que só militares no exercício da função podem cometer). Esses dois tipos de crimes, possuem em suas legislações, espécies próprias de reincidência.
EFEITOS DA REINCIDÊNCIA
Impede a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos ou pena de multa;
Impede a concessão do SURSIS se a reincidência envolver crime doloso;
Aumenta o prazo de cumprimento da pena do livramento condicional, sendo de 1/3 para 2/3;
Impede livramento condicional por crime hediondo;
Impede o reconhecimento do privilégio em vários tipos de crimes, por exemplo:
Furto privilegiado (Art. 155, §2º, CP);
Apropriação indébita privilegiada (Art. 170, CP);
Receptação privilegiada (Art. 180, §5º, CP), dentre outros.
Obriga o réu a iniciar o cumprimento da pena em regime mais grave;
Impossibilita a transação penal e a suspensão condicional do processo no âmbito da Lei 9099/95.
CONCURSO DE CRIMES
NOÇÕES PRELIMINARES E CONCEITO
Constitui um instituto extremamente relevante, também chamado de CONCURSO DE DELITOS, onde o agente, mediante uma ou várias condutas venha cometer duas ou mais frações penais. Pode ocorrer de o indivíduo na mesma oportunidade cometer vários tipos de infrações penais. Para o concurso pode haver UNIDADE DE CONDUTA (única conduta) ou PLURALIDADE DE CONDUTA (várias condutas), com resultado de vários crimes.
ESPÉCIE DE CONCURSO DE CRIMES
CONCURSO MATERIAL (Art. 69, CP)
Quando há várias condutas, e cumulativamente, vários crimes.
Ex.: roubar um banco, e ao sair roubar um carro para a fuga, ou ainda direção perigosa durante a fuga, e quando a polícia vai prender o sujeito, este atira contra os policiais, caracterizando uma resistência à prisão. Observa-se várias condutas executadas pelo agente. 
CONCURSO FORMAL (Art. 70, CP)
Quando há uma ÚNICA ação/omissão, que resulta em dois ou mais crimes simultaneamente.
Ex.: efetuar um disparo com arma e acertar mais de uma pessoa, além do alvo pretendido. A conduta unitária é o tiro desferido, e os resultados são as pessoas atingidas.
CRIME CONTNUADO (Art. 71, CP)
Situação em que o agente comete vários crimes com características idênticas em situações parecidas. Cometimento de vários furtos com utilidade do mesmo “modus operandi”, sendo crimes conexos, onde um crime acaba sendo uma continuidade de outra (continuidade delitiva).
Ex.: caixa de banco que dia após o outro vai roubando pequenas quantidades de dinheiro.
SISTEMAS DE APLICAÇÃO DE PENA NO CONCURSO DE CRIMES
SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL
Esse sistema se funda na adição/somatória das penas dos crimes cometidos, onde essa somatória é utilizada no Concurso Material (Art. 69, CP).
SISTEMA DE EXASPERAÇÃO
Ao invés de se somar todas as penas, nesse sistema, utiliza-se a pena do crime mais grave, e se houver identidade entre os crimes pega uma delas, e em cima dessas penas e acrescenta-se o aumento. Esse sistema é aplicado no Concurso Formal Próprio, também chamado de Concurso Formal Perfeito, assim como na regra do Crime Continuado. 
SISTEMA DE ABSORÇÃO
Esse é um sistema excepcional no Direito Penal Brasileiro, caracterizando-se pela aplicação da pena mais grave, que é aplicada EXCEPCIONALMENTE aos Crimes Falimentares (Lei de falência 11.101/05).
CONCURSO MATERIAL
Art. 69, CP
NOÇÕES GERAIS
Também chamado de Concurso Real, onde o agente, através de MAIS DE UMA AÇÃO/OMISSÃO, COMETE DOIS OU MAIS CRIMES IDÊNTICOS OU NÃO. São requisitos do Concurso Material:
PLURALIDADE DE CONDUTAS – duas ou mais condutas;
PLURALIDADE DE RESULTADOS – ofensa a vários bens jurídicos diversos (roubo – patrimônio; homicídio – vida).
ESPÉCIES
CONCURSO MATERIAL HOMOGÊNEO
O agente tem pluralidade de condutas e de infrações penais, infrações estas que devem ser IDÊNTICAS, ou seja, com a violação do mesmo dispositivo legal.
CONCURSO MATERIAL HETEROGÊNEO
O agente tem pluralidade de condutas e de infrações penais, contudo, essas infrações são DIFERENTES.
MOMENTO DA APLICAÇÃO DA PENA DO CONCURSO MATERIAL
O Concurso Material é apreciado NO MOMENTO EM QUE O JUIZ IRÁ FIXAR A PENA, ou seja, no momento da sentença condenatória, em que o juiz irá aplicar a regra do Concurso Material, onde há a somatória das penas.
Tecnicamente, o Concurso Material poderá ser aplicado na Fase da Execução, em que após a emissão das sentenças de processos distintos de crimes cometidos por um mesmo agente, haverá a somatória das penas que ele possui a serem executadas.
OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE CONCURSO MATERIAL DE CRIMES
Sempre se aplicará as penas mais graves conformeo Princípio da Precedência das Penas Mais Graves. O Art. 69, “caput” diz que o Concurso Material deveria somar as penas privativas de liberdade e as restritivas de direitos, o que se caracteriza por ser “contrario sensu”, onde não há compatibilidade de aplicação dessas duas formas espécies de penas, pois não há como prender o sujeito e ainda obriga-lo a prestar serviços à comunidade. Esse artigo 69 foi editado antes da Lei 9.714/98, que impõe que os crimes cuja pena máxima não ultrapasse 4 anos, poderá ter suas penas privativas de liberdade substituídas em restritivas de direitos, regra essa que trata sobre a substituição da pena.
O §2º diz que pode-se cumular as penas restritivas de direitos, desde que haja compatibilidade. Como a compatibilidade de prestação de serviço à comunidade e de pagamento pecuniário. Caso não haja compatibilidade, o cumprimento será sucessivo.
CONCUROS MATERIAL E FIANÇA (Art. 321 e seguintes, CPP)
Dependendo das práticas das infrações penais, se forem cumulativas ou se ultrapassarem o teto de 4 anos de pena, então será extinta a possibilidade de pagamento de fiança. Mesmo que a lei não autorize fiança, o juiz poderá aplicar medidas cautelares diversas, fazendo com que o sujeito tenha liberdade provisória (Lei 12.403/11 – Súmula 81, STJ)
BENEFÍCIOS DO JECRIM – Juizado Especial Criminal
Nos crimes de Pequeno Potencial Ofensivo (pena máxima não ultrapassa 2 anos), contudo, a prática de vários Crimes de Pequeno Potencial Ofensivo em concurso, a jurisprudência pátria tem pacificado que as penas serão somadas, e se ultrapassar o teto de 2 anos (limite desse tipo de crime), não haverá possibilidade de aplicação dos benefícios do JECRIM.
CONCURSO FORMAL
CONCEITO E BASE LEGAL (Art. 70, CP)
Concurso Formal é quando se tem uma ÚNICA CONDUTA (ação ou omissão), e em razão desta, há PLURALIDADE DE CRIMES PRATICADOS, QUE PODEM OU NÃO SER IDÊNTICOS. Esse concurso também é chamado de Concurso Ideal de Crimes. No Concurso Formal pode haver:
UNICIDADE DE DESÍGNIOS – o agente só tem uma vontade em mente;
PLURALIDADE DE DESÍGNIOS – o agente tem mais de uma vontade em mente.
O CONCURSO FORMAL ENTRA NA 3ª FASE DA DOSAGEM DE PENA.
Ex.: atirador que mira em uma pessoa, mas com o mesmo tiro ele mata mais pessoas além da pretendida.
CONCEITO UNITÁRIO DE AÇÃO
NÃO SE PODE CONFUNDIR CONDUTA ÚNICA EM ATOS ÚNICOS, pois a primeira pode ser preenchida por vários atos. Pois a CONDUTA é uma ação/omissão voltada para um fim, que poderá ser formada por vários atos. 
Ex.: sujeito que planta uma bomba, mas para isso ele pega a bomba, leva até o local e depois a planta no local desejado, ou seja, existem vários atos até se chegar à finalidade.
O primeiro requisito do Concurso Formal é a unicidade da conduta (Ex.: colocar veneno na pizza), conduta esta que pode se desdobrar em vários atos. Desta única conduta surgem dois ou mais fatos típicos (resultados da conduta que atinge bem jurídico).
ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL DE CRIMES
HOMOGÊNEO E HETEROGÊNEO
HOMOGÊNEO é aquele que através de uma conduta haverá vários crimes IDÊNTICOS. 
HETEROGÊNEO é o que através de uma conduta se comete vários crimes DIFERENTES.
CONCURSO FORMAL PERFEITO (Próprio)
Nesse tipo de concurso o agente tem em seu elemento psíquico (em mente) apenas UMA VONTADE/DOLO, tecnicamente chamado de ÚNICO DESÍGNIO, ou seja, não existem desígnios autônomos, há apenas um impulso volitivo.
Têm-se como regra no Concurso Formal Perfeito para aplicação de pena, o uso do Sistema da Exasperação (vários que crimes, idênticos ou não, aplica-se a pena do crime mais grave, mas se forem todos iguais, aplica-se a pena de qualquer um. Além disso, deverá acrescentar o aumento de 1/6 até 1/2 – Art. 70, CP). Sobre o sistema de aplicação da pena, pacificou-se que o juiz poderá variar a pena entre 1/6 até a 1/2, baseando-se na quantidade de crimes que o réu praticou naquela conduta, conforme a Tabela do STJ a seguir:
2 CRIMES__________ 1/6
3 CRIMES _________ 3/5
4 CRIMES _________ ¼
5 CRIMES _________ 1/3
6 CRIMES _________ ½
Se o juiz entender que houve Concurso Formal, ele poderá responder por um só delito. Sob esse vértice, analisa-se que esse dispositivo é benéfico ao réu, uma vez que ele não é obrigado a cumprir a pena de todos os crimes. 
Ex.: atirador que atira com a intenção de matar uma única pessoa, contudo, ao efetuar o disparo, o projétil acerta outras pessoas além da desejada, causando a morte dessas.
CONCURSO FORMAL IMPERFEITO (Impróprio)
No Concurso Formal Imperfeito o agente possui UMA PLURALIDADE DE DESÍGNIOS/VONTADE que se exteriorizam através de uma única ação/omissão, que tecnicamente são chamados de DESÍGNIOS AUTÔNOMOS, ou seja, com sua conduta, ele quis causar mais de um crime. Ele pode ter Dolo Direto (quando se quer matar uma pessoa) ou Eventual (quer acertar uma pessoa conhecendo a possibilidade de acertar outras).
Nesse caso, o Sistema da Exasperação causaria uma injustiça, por esse fato, no Concurso Formal Impróprio aplica-se a primeira parte do Artigo 70 “As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos”, que é idêntico ao Art. 69, CP. Pelo fato de existir vários dolos (vários resultados desejados), adota-se o Sistema da Cumulação, as penas serão somadas, da mesma forma que o Concurso Material de Crimes, porém, a pena não poderá exceder ao que seria cabível pela regra do Art. 69 (§único). Esse parágrafo único trata sobre o Concurso Material Benéfico, se referindo à primeira parte do Artigo 70.
Em situações excepcionais, o Sistema da Exasperação poderá prejudicar o réu, dependendo do tipo de crime cometido. E de acordo com o parágrafo único do Art. 70, se o Sistema da Exasperação for prejudicial, aplicar-se-á a regra do Art. 69.
Ex.: em uma corrida de bicicleta, onde um dos competidores empurra o outro com a intenção de apenas desestabilizar o indivíduo desejado. Porém, ao empurrar o corredor A, ele bate no Corredor B. o Corredor A cai no barranco e morre (homicídio – pena mínima 12 anos), enquanto o Corredor B sofre lesões corporais (pena mínima – 2 meses). Nesse caso há Concurso Formal Perfeito, pois a intenção foi única de atingir o Corredor A. Aplicando-se o Sistema da Exasperação, a pena seria de 12 anos mais 1/6 da pena, totalizando 14 anos. Ao passo que pela Sistema do Cúmulo Material, a pena seria de 12 anos e 2 meses.
CRIME CONTINUADO 
(Art. 71, CP)
CONCEITO
Esse crime também é chamado de CONTINUIDADE DELITIVA, ou UNIDADE DELITIVA. Esse tema é alvo de vários posicionamentos doutrinários. Esse crime ocorre quando o agente, mediante DUAS OU MAIS CONDUTAS (pluralidade de condutas), comete DOIS CRIMES OU MAIS (pluralidade de crimes), que devem ser OBRIGATORIAMENTE da MESMA ESPÉCIE (condições semelhantes), praticados pelas mesmas condições de TEMPO, LOCAL E MODO DE EXECUÇÃO, e ainda, outras semelhantes, onde um crime é continuação do outro crime. No Crime Continuado há a aplicação do Sistema da Exasperação.
Ex.: caixa de banco que resolve pegar dinheiro no caixa, que em um determinado espaço de tempo, vai pegando de pouco em pouco.
O Crime Continuado foi criado na Itália, que na época era aplicada a pena de morte para a pessoa que praticava 3 crimes. A partir daí, surgem teorias que defendiam que o indivíduo não havia cometido 3 crimes, outrossim, tinha praticado um crime em 3 “pedaços”.
Esse instituto existe em favor do réu, por razões humanitárias. No Brasil, existem duas teorias sobre a natureza jurídica do Crime Continuado. São elas:
TEORIA DA FICÇÃO JURÍDICA
Para essa teoria, no plano concreto existem vários crimes, onde o Crime Continuado existe apenas no âmbito da ficção jurídica, onde ao invés de se aplicar todas as penas, aplica-se uma só pena com as causas de aumento (Sistema da Exasperação). O Crime Continuado só existe para fim de aplicação da pena.
Essa é a teoria adotada pelo Brasil, pois pode haver a possibilidade de o indivíduo ser julgado em processos diferentes.
TEORIA DA REALIDADE

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