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Sucessão Legítima e Testamentária

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9. A SUCESSÃO LEGÍTIMA 
Conceitos. Ordem de Vocação hereditária. Classe. Linha. Grau. Critérios sucessórios. 
9.1. Conceitos
Considerando a sua fonte, a sucessão pode ser legítima ou testamentária, conforme dispõe o art. 1786: “A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade”.
- Sucessão legítima (ab intestato) é aquela que decorre da lei. A expressão “ab intestato” significa sem testamento, ou seja, o autor da herança não deixou testamento (ou nas hipóteses de nulidade, anulabilidade ou caducidade do testamento), transmitindo-se a herança a seus herdeiros legítimos, expressamente indicados na lei, conforme definem os artigos 1788 e 1829, respectivamente. A sucessão legítima representa a vontade presumida do de cujus de transmitir seus bens para as pessoas indicadas na lei. Há o entendimento de que, se esta não fosse a sua vontade, deixaria testamento.
A sucessão será legítima também nos casos em que, havendo testamento, este caducar ou for considerado nulo (art. 1788). O testamento pode caducar, ou seja, tornar-se ineficaz em decorrência de causa ulterior, como por exemplo a falta do beneficiário nomeado pelo testador.
- Sucessão testamentária é a que decorre da disposição de última vontade do falecido. Havendo herdeiros necessários – ascendentes, descendentes ou cônjuge – o testador só poderá dispor da metade da herança (art.1789) porque a outra metade corresponde à legítima, ou seja, a parte da herança assegurada por lei aos herdeiros necessários (art. 1846). Não havendo herdeiros necessários, a liberdade de testar será plena, podendo o testador afastar da sucessão os herdeiros colaterais, se assim desejar (art. 1850). 
- A sucessão pode ser, simultaneamente, legítima e testamentária, quando o testamento não inclui todos os bens, sendo os não incluídos destinados aos herdeiros legítimos, segundo a ordem de vocação hereditária, conforme o art. 1788, 2ª parte. A parte reservada para os herdeiros legítimos necessários é denominada legítima ou reserva, enquanto que a outra metade é conhecida como parte disponível, podendo ser destinada por testamento aos herdeiros nomeados pelo testador.
a) Sucessão legítima
Denomina-se sucessão legítima àquela deferida por determinação legal. Morrendo o de cujus sem testamento, a sucessão é também chamada ab intestato. Considerando processar-se sob o comando exclusivo da lei, sem a participação da vontade, pode também ser chamada de sucessão legal. 
Para alguns autores, a sucessão legítima tem caráter subsidiário, pelo fato de não ter o falecido deixado testamento, ou, tendo deixado, este foi declarado inválido. Este entendimento estaria referendado pela redação do art. 1788, que define: “Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo”.
A sucessão legítima é a mais frequente no Brasil, sendo o uso do testamento pouco difundido. Na sucessão testamentária, o sucessor é aquele designado no testamento, enquanto na legítima é a lei que diretamente o designa. 
b) Herdeiros
Os sucessores são os sujeitos passivos da transmissão hereditária. Poderão ser chamados segundo uma definição legal, ou poderão ser instituídos por testamento. 
 - Herdeiro testamentário é o sucessor a título universal nomeado em testamento.
 - Herdeiro legítimo é a pessoa indicada na lei como sucessor, a quem são transmitidos os bens em sua totalidade, ou uma quota-parte da herança. Dentre estes, encontram-se os necessários, e os facultativos. 
 = herdeiro necessário é o parente e o cônjuge com direito a uma quota-parte da herança, da qual não pode ser privado. São eles os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. A parte que lhe é reservada pela lei denomina-se legítima ou reserva. Havendo herdeiros necessários, não poderá haver a disposição por ato de última vontade do total dos bens constitutivos da legítima, segundo dispõe o art. 1789: “Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança”. 
 = herdeiro facultativo é aquele que herda na falta de herdeiros necessários e de testamento que disponha por inteiro de seu patrimônio, sem contemplá-los. 
A qualificação do herdeiro legítimo tem origem na organização da família. Neste sentido, o seu chamamento obedece a três ordens distintas: por direito de família estrito senso, em favor dos parentes legítimos: jus familiae. Por direito de sangue, dos filhos e pais: jus sanguinis. Por direito matrimonial, do cônjuge: jus conjugii.
Os legitimados para suceder são verificados no momento da morte do de cujus, pois é nesta ocasião que o patrimônio é automaticamente transmitido aos herdeiros legítimos e testamentários, segundo o princípio da saisine. 
Consoante o art. 1787: “Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão”. Isto significa que as sucessões abertas até o último dia de vigência do Código Civil de 1916 continuam regidas por esta lei, somente seguindo o Código de 2002 aquelas abertas após a sua entrada em vigor, conforme o art. 2041 do Livro Complementar das Disposições Finais e Transitórias deste último diploma legal: “As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1829 a 1844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei no. 3071, de 1º de janeiro de 1916)
9.2. A Ordem da Vocação Hereditária
Ao ocorrer a morte de uma pessoa, seus herdeiros são chamados a suceder, devendo este chamamento observar a vontade do testador, ou obedecer ao impulso lei. No primeiro caso, trata-se da sucessão testamentária, e no segundo da sucessão legítima, conforme já mencionado. A vocação tem em vista as relações familiares. 
O chamamento dos sucessores é feito segundo uma sequência denominada ordem de vocação hereditária, que consiste em relação preferencial mediante a qual a lei chama determinadas pessoas à sucessão hereditária. 
Assim, pode-se conceituar a ordem de vocação hereditária como a distribuição dos herdeiros em classes preferenciais, conjugando as duas idéias de grau e de ordem (segundo Caio Mário da Silva Pereira). Predomina a idéia de parentesco, não no sentido de exclusividade, porque os sucessíveis não se limitam aos parentes, mas com o objetivo de esclarecer que a distribuição dos convocados não perde o parentesco de vista. Assim, o parentesco consiste em elemento básico informativo da sucessão.
O chamamento é realizado por classes, excluindo o mais próximo aquele mais remoto dentro de uma mesma classe. Ou seja, dentro da mesma classe, os herdeiros mais próximos excluem os mais remotos. A preferência é estabelecida pelo grau, sendo o mais afastado excluído pelo mais próximo. Por outro lado, a classe prioritária no que diz respeito à ordem da vocação hereditária exclui as subseqüentes.
Há, portanto, uma hierarquia de classes, obedecendo a uma ordem. O chamamento de um herdeiro de uma classe exclui o chamamento de herdeiros da classe subsequente. E, uma classe só será chamada se faltarem herdeiros na classe precedente. 
A sucessão que não obedecer a esta ordem preferencial é denominada anômala ou irregular.
No Código Civil de 2002, ocorreram três importantes inovações no que tange à ordem da vocação hereditária: 
a) a retirada do Estado do rol dos herdeiros legítimos, considerando que somente recebe os bens nas hipóteses de herança vacante;
b) a colocação do cônjuge no elenco dos herdeiros necessários, concorrendo com os herdeiros das outras ordens de vocação para suceder;
c) a ausência de previsão do benefício do direito real de usufruto em favor do cônjuge sobrevivente, como consequência da mencionada concorrência com os demais herdeiros, destinada à aquisição de direito mais amplo sobre uma parte do acervo, que é o direito de propriedade, não obstante a manutenção do direito real dehabitação sobre o a residência familiar, desde que seja este o único bem com tal destinação. 
9.3. Classe
A ordem de vocação hereditária está disciplinada no art. 1829 do Código Civil, em seus incisos I a IV. 
- A primeira classe é a dos descendentes, ou seja, os parentes em linha reta descendente, assim considerados os filhos, netos, bisnetos, etc. (art. 1829,I). Existindo algum herdeiro nesta classe, são afastados todos os herdeiros pertencentes às classes subsequentes.
- A segunda classe é a dos ascendentes: parentes em linha reta ascendente, tais como pais, avós, bisavós, etc. Serão chamados à sucessão somente se não existir nenhum descendente. (art. 1829, II). 
- A terceira classe é constituída pelo cônjuge sobrevivente, chamado a receber a herança por inteiro, caso não existam herdeiros descendentes nem ascendentes (art. 1829, III). Seu direito sucessório não decorre do parentesco. Além disso, tem direito a uma fração do patrimônio do falecido a título de concorrência sucessória. 
Na divisão da herança, antes de se quantificar a legítima, faz-se necessário observar qual o estado civil do de cujus para identificar se existe meação, consoante o regime de bens do casamento. No regime de comunhão universal de bens, a meação incide sobre quase todos os bens. Nos outros regimes, deve-se verificar se existem bens adquiridos onerosamente durante o casamento: os denominados aquestos. Somente no regime de separação convencional de bens é que não existe nada a ser dividido. No regime de separação obrigatória, comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento, de acordo com a Súmula 377 do STF: “No regime de separação legal de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento”.
Identificado o acervo comum, retira-se a meação. Ou seja, divide-se o patrimônio do casal em duas partes iguais; destas partes, uma consiste na meação do cônjuge e a outra é a herança. Importante ressaltar que meação não é herança. Daí a necessidade de ser retirada a meação antes de se apurar a legítima dos herdeiros necessários.
 Meação Herança
- A quarta classe compreende os parentes colaterais até o quarto grau, chamados na ausência de cônjuge (art. 1829,IV). Nesta classe estão incluídos os irmãos, sobrinhos, tios, sobrinhos-neto, tios-avós e primos. Serão chamados à sucessão caso não existam herdeiros necessários.
Na falta de todos estes herdeiros elencados, será chamado o Município, o Distrito Federal ou a União para receber a herança vacante.
Na hipótese de ter o de cujus companheiro, a ordem da vocação hereditária será aquela do art. 1790 do Código Civil, inserido no capítulo referente às Disposições Gerais, no título “Da Sucessão em Geral”. Esta disposição fora do capítulo que trata da ordem da vocação hereditária, no título “Da Sucessão Legítima” vem sendo criticada pela doutrina como uma omissão que não se justifica, além de ser inconstitucional.
Vale salientar que as disposições legais referentes à vocação hereditária consistem em normas de ordem pública, pelo fato de afetar a sociedade como um todo e o poder do Estado relativo aos cidadãos, embora se relacione a um direito próprio dos herdeiros.
9.4. Grau
Dentro de uma mesma classe existem prioridades com relação ao chamamento dos herdeiros, recaindo a preferência naqueles que têm grau de parentesco mais próximo com o falecido (arts. 1833, 1836 parágrafo 1º, e art.1840).
Sabendo-se que a primeira classe na ordem da vocação hereditária é a constituída pelos parentes em linha reta descendente, a preferência nesta classe recai sobre os parentes de primeiro grau, que são os filhos. Os netos, parentes em linha reta de 2º grau, somente serão chamados na ausência de filhos do falecido (art. 1834). 
Como exceção, a lei prevê o direito de representação, o que ocorre, por exemplo, quando o neto recebe a herança do avô representando seu pai (filho do de cujus), falecido anteriormente, ou seja, é pré-morto.
Na segunda classe, a dos ascendentes, ocorre, também, o chamamento pelo grau de parentesco: primeiro herdam os pais, que são os ascendentes de primeiro grau. Na falta dos pais, são chamados os avós. Na falta destes, os bisavós.
Na classe dos colaterais, a preferência recai sobre os irmãos do falecido, que são parentes colaterais em 2º grau. Vale lembrar que não existe parentesco colateral de 1º grau. Na falta de irmãos, são convocados os colaterais de 3º grau, que são os sobrinhos e tios do de cujus. Nesta situação existe preferência para os sobrinhos, parentes colaterais em linha descendente, conforme o art. 1843. Na ausência dos colaterais em terceiro grau, são chamados os colaterais em quarto grau, os primos do falecido, sobrinhos-netos e tios-avós. Neste grau, não há preferência pela linha descendente, recebendo todos igualmente a herança, que será dividida por cabeça.
9.5. Linha
A lei estabelece mais um critério diferenciador, pertinente à linha de parentesco, necessária para a identificação do herdeiro a ser chamado preferencialmente. Significa que, além do grau de parentesco, deve-se verificar a linha, se ascendente ou descendente. Por exemplo: pais e filhos são parentes do falecido em primeiro grau; porém, os filhos são parentes em linha descendente, enquanto que os pais o são em linha ascendente.
 
 Linha descendente Linha ascendente
No direito sucessório, a lei concede preferência à linha descendente, e por este motivo, entre pais e filhos, são preferidos os filhos. Entre netos e avós, são preferidos os netos. Entre sobrinhos e tios, são preferidos os sobrinhos.
Na sucessão dos ascendentes, os primeiros chamados são os pais. Existindo os dois, recebem a herança do filho em partes iguais. Estando apenas um vivo, recebe a totalidade da herança, porque entre os ascendentes não existe o direito de representação.
Na hipótese de já terem falecido os pais do de cujus, são chamados os avós, e neste caso, será necessário verificar a linha de ascendência, a materna e a paterna. Existindo avós nas duas linhas ascendentes, metade da herança caberá aos ascendentes maternos e a outra metade aos ascendentes paternos.
9.6. Critérios sucessórios
A lei estabelece alguns critérios norteadores da sucessão:
1.Os herdeiros da linha descendente preferem aos demais. Ou seja, os filhos têm preferência sobre os pais, os sobrinhos sobre os tios (arts. 1836 e 1843)
2.Os parentes mais próximos excluem os mais remotos, tanto no que se refere às classes dos herdeiros (art. 1829), como no que diz respeito aos graus de parentesco (arts. 1833, 1836 parágrafo 1º e art. 1840).
3.Os herdeiros da mesma classe e do mesmo grau recebem quinhões iguais. Ou seja, “herdam por cabeça”. Disputam em igualdade de condições, ocorrendo a divisão pelo número de herdeiros. Pelo fato de pertencerem à mesma classe na ordem da vocação hereditária e terem o mesmo grau de parentesco com o falecido, herdam por direito próprio.
Na classe dos descendentes, existe uma exceção, referente ao direito de representação (art. 1833) quando concorrem herdeiros da mesma classe, mas de graus diferentes. Isto acontece nos casos em que há mais de um herdeiro do mesmo grau, porém um deles faleceu antes do de cujus, ou foi declarado indigno, ou foi deserdado. Nestes casos, os sucessores do pré-morto, do indigno e do deserdado recebem a herança no lugar deles, recebem o quinhão que a eles seria destinado e esta fração recebida é dividida entre os herdeiros em partes iguais. Por isso se diz que herdam por estirpe, em decorrência do tronco familiar.
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