Trabalho Era Vargas - Getúlio Vargas

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Getúlio Dornelles Vargas, foi advogado e político brasileiro que contribuiu grandemente para a história do Brasil. Eleito em 1930, dando fim a República Velha, Vargas iniciou seu mandado de presidente do Brasil, período que ficou conhecido como Era Vargas, permanecendo no poder até 1945.
O governo de Getúlio Vargas ficou conhecido pela seguinte divisão: Governo Provisório, Governo Constitucional e Estado Novo. Além das mudanças governamentais, a Era Vargas também ficou conhecida pelas mudanças e elaborações da legislação brasileira, como as leis trabalhistas, o Código Penal e o Código de Processo Penal e a Constituição Brasileira.
O intuito deste trabalho é analisar as mudanças que Getúlio Vargas fez durante o período que foi titulado presidente e evidenciar as influencias que suas decisões tiveram para o Direito Brasileiro.
Era Vargas, 1930 a 1945
Em novembro de 1930, Getulio Vargas tornou-se Presidente do Brasil em caráter provisório. Até este período, o Brasil vivia seu primeiro regime republicano, conhecido atualmente como República Velha. 
“Na velha republica, a ausência de uma legislação laboral específica favorecia que os conflitos sociais e trabalhistas fossem regulados pelo aparato policial e legitimado pelo então vigente controle penal repressivo.” (WOLKMER, Antonio Carlos; História do Direito no Brasil; 1952; p.144)
A partir de 1930, deu-se início a Era Vargas, denominado desta forma visto as inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país, expulsando do poder a oligarquia cafeeira.
O primeiro governo, conhecido como Governo Provisório, teve vigência de 1930 a 1934, em que Vargas decide organizar a produção do café, comprando parte da produção e queimando-as pra valorizar o produto. Parafraseando o ex-presidente, as leis trabalhistas deveriam parar na porteira da fazenda, frase importante que influenciaria as então oligarquias.
Em 1934, elaborou a 3ª constituição brasileira, que foi baseada na constituição alemã e espanhola. Nesta constituição, prezava-se a restrição do federalismo, a criação da justiça eleitoral e justiça do trabalho, a fixação do salário mínimo e jornada do trabalho em 8 horas, o voto secreto e obrigatório para homens e o voto facultativo para mulheres, porém seria considerado obrigatório caso fossem funcionárias publicas. 
“É a constituição de 1943 que contempla pela primeira vez diversos direitos sociais sob a forma de diretrizes políticas. No Título IV incluem-se os direitos dos trabalhadores, entre os quais salário-mínimo, assistência médica, férias, bem como o reconhecimento dos sindicatos.” (LOPES, José Reinaldo de Lima; 2012; O Direito na História; p. 373)
O segundo período governamental ficou conhecido como Governo Constitucional, de 1934 a 1937, em que não foi um governo estável, visto que, embora o tenentismo estivesse saindo de cena, o socialismo e fascismo estavam ganhando espaço. Neste período, surgiu a instituição AIB - Ação Integralista Brasileira, que simpatizava com o totalitarismo, o conservadorismo e o nacionalismo, sendo estes de extrema direita, que tinham como lema “Deus, pátria e família”.
Contra os dizeres da AIB, surgiu a ANL - Aliança Nacional Libertadora, onde houve uma união dos setores populares de esquerda, que tinham como proposta combater ao imperialismo, fascismo e latifúndio. 
Por fim o Estado Novo, terceiro e último período do governo de Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, neste momento, Vargas deveria indicar alguém para a sucessão do governo, porém não apoiou nenhum candidato. O ex-presidente junto a outras influencias nacionais, forjaram o plano COHEN, afirmando que os comunistas queriam dar um golpe no Brasil junto à união soviética. Vargas se aproveita do estado de guerra e o medo populacional do COHEN e decreta o fechamento do congresso, a extinção dos partidos políticos e a não validade da constituição de 1934. 
“O golpe de 10 de novembro foi a concretização do desejo, há muito tempo evidente, de Vargas, de permanecer no cargo além de seu prazo legal, que deveria expirar em 1938. Desde 1935 vinha ele manobrando seus adversários para colocá-los em posição de poder desacreditá-los ou reprimi-los, ao mesmo tempo que cultivando cuidadosamente o apoio dos grupos de poder sòlidamente estabelecidos, tais como fazendeiros de café e os militares superiores.” (SKIDMORE, Thomas E.; 2000; Brasil: de Getúlio a Castelo, p. 50)
Com o golpe do Estado Novo, surgiu a 4ª constituição brasileira, que estava ligada a ideias fascistas e nacionalistas, sendo esta outorgada, inspirada na constituição polonesa, e permitiria a intervenção estatal no domínio sócio econômico, extinção dos partidos políticos, pena de morte, abolição da liberdade de imprensa e proibição de greves. 
“(...) a Constituição de 1937, inspirada no Fascismo europeu, instituiu o autoritarismo corporativista do Estado Novo e implantou uma ditadura do Executivo que se permitia legislar por decretos-leis e reduzir arbitrariamente a função do Congresso Nacional, bem como dirigir a economia do país, intervir nas organizações sociais, partidárias e representativas, além de restringir a prática efetiva e plena dos direitos dos cidadãos. O texto político-jurídico de 1946, por sua vez, restabeleceu a democracia formal representativa, a independência aparente dos poderes, a autonomia relativa das unidades federativas e a garantia dos direitos civis fundamentais.” (WOLKMER, Antonio Carlos; História do Direito no Brasil; 1952; p.113-114)
Vargas estabelece um estado totalitário, sendo considerado maquiavélico e manipulador das massas. Inaugura o estilo populista de governo, em que daria direitos e benefícios às classes baixas, porém sem não participariam de forma direta no governo. 
“Getúlio Vargas era o ditador menos carismático de então. Ele não tinha o encanto agitado de seu equivalente argentino Juan Perón e nunca cultivou a aparência pessoal melodramática de um Hitler ou de um Mussolini.” (SKIDMORE, Thomas E.; 2003; Uma história do Brasil; p. 163)
Em 1939 cria a justiça do trabalho, a lei do salário mínimo, o imposto sindical e as consolidações das leis trabalhistas, ficando conhecido como “pai dos pobres e mãe da burguesia”. Houve diversas manifestações populares querendo a democracia. Vargas então permite a criação dos partidos PTB, PSD e PCB e coloca fim á censura. 
Com a queda do Estado Novo, chegava ao fim a Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.
É notório que Getúlio Vargas foi um presidente marcante para a história do Brasil e do Direito Brasileiro, visto que seus diferentes mandatos tiveram grande influência para a trajetória governamental.
Embora Vargas tenha dado um golpe no Estado, não se deve esquecer das importantes contribuições que seu governo proporcionou, como as mudanças da constituição federal que auxiliaram para com o decorrer do tempo se tornasse mais humanitária e prezasse também pelas minorias, visto que por muito tempo foram esquecidas pelas autoridades. 
REFERENCIAS
Wolkmer, Antonio Carlos; 1952; História do Direito no Brasil.
Skidmore, Thomas E.; 2000; Brasil: de Getúlio a Castelo.
Lopes, José Reinaldo de Lima; 2012; O Direito na História.
Skidmore, Thomas E.; 2003; Uma história do Brasil.
Costa, Jorge Augusto; 1986; Fundação Getúlio Vargas.