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Bens Públicos e Externalidades 2 de Novembro Bens Públicos e Externalidades ▪ Bens Públicos ▪ [1] Intermediate Microeconomics: cap. 36 ▪ [2] Microeconomic Analysis: cap. 23 ▪ [3] Microeconomics: cap. 14 ▪ Externalidades ▪ [1] Intermediate Microeconomics: cap. 34 ▪ [2] Microeconomic Analysis: cap. 24 ▪ [3]. Microeconomics: cap. 14 Roadmap Bens Públicos e Externalidades ▪ Falhas de Mercado ▪ Bens Públicos ▪ Externalidades Falhas de Mercado Falhas de Mercado ▪ O estado “mínimo” deve intervir apenas para garantir o funcionamento da economia. ▪ Se essa intervenção “mínima” é capaz de alcançar a eficiência depende da estrutura da economia. ▪ A eficiência será alcançada no mercado competitivo - uma economia sem poder de mercado em que agentes igualmente informados interagem apenas com o "mercado". ▪ Fora desta configuração, existem muitas circunstâncias em que a eficiência não será alcançada. Falhas de Mercado ▪ A falha de mercado surge quando a eficiência não é alcançada. ▪ As fontes de falha do mercado são: ▪ competição imperfeita ▪ bens públicos ▪ externalidades ▪ informação assimétrica ▪ … Falhas de Mercado ▪ Quando existe falha do mercado, há argumentos económicos para considerar que a intervenção do governo possa ser benéfica. ▪ Mas isso não implica que a intervenção seja sempre benéfica. ▪ Em todos os casos, deve ser demonstrado que essa intervenção tem a capacidade de melhorar o que a economia não regulamentada pode alcançar. ▪ Isso pode não ser possível se a escolha das ferramentas de política são limitadas ou a informação do governo é restrita. ▪ É preciso reconhecer que as ações do estado e as políticas que pode escolher, muitas vezes são restritas mesmo pelas características da economia o que pode tornar o resultado do mercado ainda mais ineficiente (intervenção do governo pode falhar) Razões para que a intervenção do governo possa falhar ▪ O Governo não tem incentivos para corrigir o problema. ▪ O Governo não possui informações suficientes para lidar com o problema. ▪ A intervenção nos mercados é quase sempre mais complicada do que parece inicialmente. ▪ A natureza burocrática da intervenção governamental não permite por vezes a atuação mais apropriada ▪ A intervenção governamental leva a mais intervenção governamental Bens Públicos Definições ▪ Bens Públicos são bens económicos com características específicas: ▪ (1) Propriedade de Não Rivalidade no Consumo ▪ São bens em que o facto de uma pessoa consumir, não impede que a outra consuma. ▪ (2) Propriedade de Impossibilidade de exclusão ▪ É impossível evitar que os outro consumam, quem quiser consumir pode sempre fazê-lo Tipologia dos bens públicos Exclusão Não Exclusão Rival Bem privado Ex: gelado Recursos Comuns (Common Property Resource) Ex: Pescar no oceano Não Rival “Bem de Clube” (Club Good) Ex: Cinema Bem público Ex: Defesa Nacional ▪ Características dos bens públicos e privados: Alguns exemplos ▪ Defesa nacional: todos os habitantes são simultaneamente protegidos ▪ Transmissão de rádio: recebida simultaneamente por todos os ouvintes no alcance do transmissor ▪ Estes são bens públicos ▪ Se muitos consumidores beneficiem de uma única unidade de provisão do bem, os teoremas de eficiência não se aplicam Problemas com a provisão de bens públicos ▪ Impossibilidade de exclusão: ▪ Exclusão é necessária para estabelecer o preço de um bem ▪ Temos de poder negar o consumo de um bem se o preço não for pago ▪ Não Rivalidade ▪ um consumidor adicional pode desfrutar do bem sem custo de provisão. ▪ O equilíbrio eficiente não será mais onde: ▪ a taxa marginal substituição = preço relativo = taxa marginal de transformação Provisão do bem público ▪ Exemplo: ▪ 2 indivíduos: A e B ▪ Preferências dadas por ▪ G é o bem público que ambos têm de consumir ▪ X é um bem privado ▪ Fronteira de possibilidades de produção: ( ,G) e ( ,G)A A B Bx x p G e p G A G A B G Bx M x M G + GA BG Provisão do bem público ▪ Se os agentes pudessem determinar o ótimo individualmente teríamos: A B TMT TMS A B TMS G A B A B G GP X X Nota: Assumimos que Preço de X=1, caso contrário a solução seria Preço de G/Preço de X (preço relativo) A BTMS TMT TMS Provisão eficiente do bem público , , ( ,G) ( ,G) s.a p G + A B A A B B x x G A B G A B Max x x x x M M L= ( ,G) ( ,G) p G A B A A B B A B G M M x x M x x Condições de primeira ordem: pA B G A A B B G G x x Provisão do bem público ▪ Resolvendo o problema obtemos: A B A B TMT TMS TMS G A B A B G G P X X A BTMS TMS TMT Externalidades Externalidades ▪ Situações em que o Bem-Estar de cada agente depende de ações e decisões de outros agentes que não ele próprio ▪ Ações que vêm extra mercado – fora do mercado ▪ As externalidades podem ser positivas ou negativas ▪ As externalidades tanto podem ser no consumo como na produção ▪ As externalidades são uma falha de mercado porque levam a ineficiência Externalidades ▪ Exemplos: Efeito nos outros Origem no Consumo Origem na produção Positivo Educação Polinização da flor devido à proximidade do apiário Negativo Rádio que toca muito alto na rua Descarga de fábrica química de água contaminada para os sistemas de água Externalidade Negativa – análise gráfica S0 = Custo Marginal privado D Custos, P S1 = Custo Marginal Social P0 P1 Q0 Q1 Custo da externalidade Q ▪ Sem externalidades, o equilíbrio seria dado por P0Q0 ▪ Com externalidades, o custo marginal social é diferente do custo marginal privado, e P0 é pequeno e Q0 é grande para maximizar bem estar social ▪ A intervenção do govero poderá ser necessária para reduzir a produção Externalidade Positiva – análise gráfica ▪ Sem externalidades, o equilíbrio seria dado por P0Q0 ▪ Com externalidades, o benefício marginal social é diferente do benefício marginal privado, e P0 é grande e Q0 é pequeno para maximizar bem estar social ▪ A intervenção do govero poderá ser necessária para aumentar o consumo S = Custo marginal Privado D0 = Benefício marginal privado Custos, P Q P0 P1 Q0 Q1 Benefício da externalidade D1 = Beneficio marginal Social 21-23 Mais um exemplo… Externalidades negativas na produção (formalização do problema) ▪ Duas empresas 1 e 2, geograficamente próximas cujos outputs são dados por q1 e q2, respectivamente; ▪ O único fator de produção usado pelas empresas é o trabalho (L) e a atividade da empresa 2 impõe uma externalidade sobre a atividade da empresa 1 tal que: 1 1 1 1 2 1 2 2 2 2 1 2 2 (L , ) com 0 e L (L ) com 0 0 L externalidade negativa q q q q q q q q q A produção da empresa 1 depende negativamente da atividade da empresa 2 Equilíbrio das empresas: ótimo privado ▪ Em equilíbrio, cada empresa escolhe L de forma a maximizar os lucros: ▪ Sendo as condições de 1ª ordem de maximizaçãodos lucros dadas por: 1 2 1 1 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 (L , (L )) L (L ) L L L Max p q q w Max p q w 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 0 0 L L 0 0 L L L L L Pmg L Pmg q w p w p q w p mg P p P mgw CONCLUSÃO I ▪ Na situação de equilíbrio de mercado “tradicional” ou óptimo privado, não internaliza os efeitos negativos que a actividade da empresa 2 impõe à produção da empresa 1 e, consequentemente sobre os lucros da empresa1. ▪ A empresa 1 sofre perdas de lucros provocadas pela atividade da empresa 2 a empresa 2 impõe à sociedade um custo pelo qual não paga Se existirem externalidades, então há uma diferença entre o equilíbrio do ótimo privado e o equilíbrio do ótimo social. Equilíbrio das empresas: ótimo social ▪ Na ótica social, cada empresa escolhe L de forma a maximizar os lucros conjuntos (ou seja, decidem como se fossem um cartel) ▪ Esta decisão é equivalente à decisão que as empresas tomariam se se fundissem: ▪ Sendo as condições de 1ª ordem de maximização dos lucros dadas por: 1 2 1 2 1 1 1 2 2 2 1 22 2 , ( ) (L , ) (L )(L (L L )) L L qMax q q p q p q w 1 1 1 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 1 2 2 2 2 1 2 2 1 2 ( ) 0 0 L L ( ) 0 0 L L L L L L L L Pmg L Pmg Pmg q q q w w p w p p q q Pm q q q g Pmg P w p p w p p m q qgq CONCLUSÃO II: ▪ Comparando as condições do ótimo privado com as condições do ótimo social podemos concluir que: ▪ O ótimo social da empresa 1 é igual ao seu ótimo privado ▪ O ótimo social da empresa 2 difere do seu ótimo privado no montante do custo associado à externalidade ( ) ▪ é o valor da perda de produção da empresa 1 provocada pela externalidade produzida pela empresa 2. ▪ A fusão das empresas implicou a internalização da externalidade nos custos totais de produção da empresa 2. 1 1 2 q p q 1 1 2 q p q CONCLUSÃO II: ▪ A internalização dos custos externos na função de custos da empresa 2 ▪ faz com que a sua curva de oferta inversa (= custo marginal de produção) se desloque para cima e para a esquerda ▪ refletindo o aumento dos custos de produção associados à internalização da externalidade Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ 1º tipo de medidas: Impor limites quantitativos ▪ Atuação sobre a quantidade do bem em causa ▪ Funciona melhor com externalidades negativas ▪ Na externalidade negativa o limite quantitativo seria impor Qsocial (<Qprivado) ▪ 2º tipo de medidas: Atuar ao nível dos preços ▪ Impostos ou Subsídios ▪ O lançamento de um imposto (ou subsídio), dependendo do tipo de externalidade, leva a um deslocamento dos custos marginais (ou benefícios marginais) ▪ Qual o montante a fixar? Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ 3º tipo de medidas: permitir que o mercado funcione ▪ A externalidae é algo à margem do mercado ▪ Exemplo ▪ 2 agentes em interação ▪ Decidem quanto produzir na economia, com a particularidade de o produto em causa ser um bem para um e um mal para o outro ▪ Ideia subjacente: Se fôr criado um mercado para o fumo podemos resolver o nosso problema ▪ O que é necessário?: Definição dos direitos de propriedade Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ Definição dos direitos de propriedade ▪ Hipótese (i) : A lei não permitir fumar (situação inicial), mas as partes podem chegar a um acordo ▪ O que acontece depois? ▪ Vai haver algum fumo através de pagamento do fumador para o não fumador. ▪ Como? ▪ Há mais fumo, mas o indivíduo fumador cede a quantidade de outro bem (por exemplo dinheiro), ou seja troca de um outro bem (dinheiro) por fumo. ▪ O indivíduo que não fuma recebe esse pagamento e suporta algum fumo. Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ Definição dos direitos de propriedade ▪ Hipótese (ii) : ter como situação inicial o direito de propriedade aos fumadores ▪ O que acontece depois? ▪ Vai haver menos fumo através de pagamento do não fumador para o fumador. ▪ Como? ▪ Há menos fumo, mas o indivíduo não fumador cede a quantidade de outro bem (por exemplo dinheiro), ou seja troca de um outro bem (dinheiro) para ter menos fumo. ▪ O indivíduo que fuma recebe esse pagamento e suporta ter menos fumo. Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ 3º tipo de medidas: ▪ permitir que o mercado funcione ▪ Equilíbrio depende da definição dos direitos de propriedade Externalidades – Como corrigir o problema de ineficiência? ▪ Teorema de Coase ▪ Se as diversas partes envolvidas puderem negociar livremente entre si (negociar qualquer coisa que seja relevante) sem custos de transação, ▪ a solução que se obtém é eficiente, independentemente da distribuição de direitos de propriedade solução privada do problema Tragédia dos Comuns Tipologia dos bens Exclusão Não Exclusão Rival Bem privado Ex: gelado Recursos Comuns (Common Property Resource) Ex: Pescar no oceano Não Rival “Bem de Clube” (Club Good) Ex: Cinema Bem público Ex: Defesa Nacional ▪ Recursos comuns: são rivais mas não exclusivos. ▪ A tragédia dos comuns ilustra o que pode suceder numa sociedade que não tem os direitos de propriedade bem estabelecidos Tragédia dos Comuns ▪ Considere-se uma área de pasto que é detida “em comum” por todos os membros de uma aldeia. ▪ Os habitantes levam as suas vacas a pastar no pasto comum. ▪ Quando vão v vacas a pastar, a produção total de leite é f(v), com f’>0 e f”<0. ▪ Como devem os indivíduos levar as suas vacas a pastar, de forma a maximizar o seu rendimento? ▪ O lucro económico de introduzir mais uma vaca é positivo. ▪ A entrada continua até o lucro económico de levar mais uma vaca a pastar ser zero. Tragédia dos Comuns ▪ Uma vez que ninguém detém o pasto comum, a entrada é irrestrita. ▪ Os pastos comuns são sobre-explorados, “tragicamente”. ▪ Razão para a “tragédia”: ▪ Quando um habitante introduz mais uma vaca, o seu rendimento aumenta mas o rendimento de todos os outros desce. ▪ O habitante que introduz uma vaca extra não leva em conta o custo inflingido ao resto da aldeia. Tragédia dos Comuns ▪ Exemplos de “tragédias dos comuns” dos dias de hoje: ▪ sobre-exploração da pesca nos mares altos ▪ uso sobre-intensivo dos parques públicos ▪ congestão de trânsito nas cidades. ▪ …
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