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Penal II - Plano de aula 01

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Estácio de Sá
Curso de Direito
Penal II – Semana 1
CONCURSO DE PESSOAS
Sumário: 1.Conceitos; 1.1.Elementos; 1.2.Distinção entre concurso necessário e concurso eventual; 2.Natureza jurídica do concurso de pessoas; 2.1.Teoria pluralista; 2.2.Teoria dualista; 2.3.Teoria unitária ou monista; 3.Autoria; 3.1.Teoria unitária; 3.2.Teoria extensiva; 3.3.Teoria restritiva; 3.3.1.Teoria ou critério objetivo-formal; 3.3.2.Teoria ou critério objetivo-material; 3.3.3.Teoria do domínio final do fato; 3.4.Formas de concurso de pessoas; 3.4.1.Coautoria; 3.4.2.Autoria mediata; 3.4.3.Autoria colateral; 3.4.4.Autoria incerta; 4.Distinção entre autoria e participação; 5.Participação; 5.1.Teorias sobre a participação; 5.1.1.Acessoriedade extremada; 5.1.2.Acessoriedade mínima; 5.1.3.Acessoriedade limitada; 5.1.4.Hiperacessoriedade; 5.2.Espécies de participação; 5.2.1.Induzimento; 5.2.2.Instigação; 5.2.3.Punibilidade no concurso de pessoas; 5.2.3.1.Cooperação dolosamente distinta; 5.2.3.2.Participação de menor importância; 5.2.3.3.Participação sucessiva; 5.2.3.4.Multidão delinquente; 5.2.3.5.Participação mínima; 6.Concurso de pessoas em crimes culposos; 7.Concurso de pessoas em crimes omissivos; 8.Concurso de pessoas em crimes de mão própria; 9.Comunicabilidade das circunstâncias e condições pessoais.
Conceitos
Concurso de agentes ou concurso de pessoas é a ciente e voluntária participação, de forma concorrente ou colaborativa, de duas ou mais pessoas em um mesmo ilícito penal.
Elementos
Podemos definir como elementos do concurso de pessoas, a pluralidade de pessoas e de condutas, a relevância casual de cada conduta, ou seja, o quanto cada conduta individual colaborou para a execução do crime.
Ainda tem-se de ter em consideração o liame subjetivo, ou seja, um vínculo de vontades entre os agentes, devendo ser esse vínculo ciente e voluntário, com ou sem acordo prévio para a prática do delito, de maneira que cada conduta tenha uma relevância causal, na execução de um único ilícito penal tipificado.
Distinção entre concurso necessário e concurso eventual
Pode ocorrer concurso de agentes de duas formas:
O concurso eventual, também denominado unissubjetivos ou monosubjetivos, quando o crime pode ser praticados por apenas um sujeito, entretanto, admite-se a coautoria e a participação em que estes participam até o momento da consumação do ato delituso.
O concurso necessário de pessoas ou plurissubjetivos, quando o crime exige dois ou mais agentes para a prática do delito em virtude de sua conceituação típica, este tipo de concurso subdivide-se em três espécies de acordo com o modus operandi, podendo ser Crimes de Condutas Paralelas aqueles em que há colaboração nas ações dos sujeitos, Crimes de Condutas Convergentes aqueles em que as condutas encontram-se somente após o início da execução do delito, pois partem de pontos opostos e Crimes de Condutas Contrapostas aqueles em que as condutas desenvolvem-se umas contra as outras.
Natureza jurídica do concurso de pessoas
A natureza jurídica do concurso de agentes pode ser examinado mediante três teorias cerca da unidade do crime que explicam o concurso de agentes.
Teoria pluralista
Propõe que ao haver uma pluralidade de agentes há também uma pluralidade de crimes, ou seja, cada agente pratica um crime independente dos demais, mesmo tratando-se de uma mesma situação comum a todos.
Teoria dualista
Propõe que ao haver a pluralidade de agentes têm-se um único crime, porém é compreendido que há diferenciação entre o autor e o partícipe na execução do ilícito penal.
Teoria unitária ou monista
Propõe que ao ocorrer a pluralidade de agentes não há diferença entre autor e partícipe de maneira que todos praticam uma mesma ação de forma que ambos são condenados pelo mesmo crime. Esta é a teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro, cabendo a esta duas exceções.
1ª Exceção
Pertinentes aos casos de aborto consentido em clínica clandestina:
Art 124 CP – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Aplicado à gestante)
Art 126 CP – Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Aplicado ao médico.)
2ª Exceção
Pertinentes a casos de suborno a um agente público:
Art 333 CP – Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa (Aplicado a quem oferece o suborno)
Art 317 CP – Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa (Aplica-se a quem recebe o suborno).
Estas são as únicas duas exceções existentes no ordenamento jurídico brasileiros, em que os agentes respondem por tipificações diferentes na execução de um mesmo crime.
Autoria
Define-se como autor o sujeito que pratica o crime, entretanto, esta definição pode variar de acordo com uma das três teorias existentes.
Teoria unitária
Propõe que todos são considerados autores, não existindo a figura do partícipe, de forma que autor é todo o causador do resultado típico sem distinção, tomando como base a teoria da condition sine qua non, segundo a qual, qualquer contribuição para o resultado é considerada sua causa.
Teoria extensiva
Sua proposição é muito semelhantes a da Teoria Unitária, porém mais moderada admitindo a existência de causas de diminuição de pena com vistas de estabelecer diferentes graus de autor, sugerindo a figura do cúmplice, o autor menos relevante ao qual se aplicam as causas de diminuição de pena. 
Teoria restritiva
Propõe a diferenciação entre autor e partícipe, de maneira que autoria não decorre da mera causação do resultado, pois não é qualquer contribuição para o desfecho típico que se pode enquadrar nesse conceito, comportando assim três vertentes.
Teoria ou critério objetivo-formal
De acordo com essa teoria, somente é considerado autor aquele que pratica o verbo, isto é, quem realiza a conduta principal entendida como tal descrita na definição legal. Em contrapartida partícipe será aquele que sem realizar a conduta principal concorrer para o resultado, de forma que o mandante de um crime não é consdierado seu autor, da mesma forma que o autor intelectual, aquele que arquiteta o crime.
Teoria ou critério objetivo-material
Autor não é aquele que realiza o verbo do tipo, mas a contribuição objetiva mais importante, o que acaba caracterizando esta teoria como um critério gerador de insegurança, na medida em que não se sabe com precisão a definição de “contribuição objetiva mais importante”, ficando tal definição a critério do intérprete, por esse motivo, esta teoria não é aplicada.
Teoria do domínio final do fato
É a teoria adotada pelo ordenamento brasileiro, ela adota um critério objetivo-subjetivo, segundo o qual, autor é aquele que detém o controle final do fato, dominando toda a realização delituosa, com plenos poderes para decidir sobra sua prática, interrupção e circunstâncias, não importando se o agente pratica ou não o verbo da descrito no tipo legal.
Dessa forma o mandante mesmo não exercendo a ação do verbo, também é considerado como autor uma vez que detém o controle final do fato, da mesma forma que o autor intelectual que planeja, coordena e dirige a atuação dos demais.
Formas de concurso de pessoas.
Coautoria
Ocorre coautoria quando várias pessoas participam da execução do crime, realizando ou não o verbo núcleo do tipo, possuindo o codomínio do fato, de forma que todos praticam fato próprio diferente do partícipe que contribui para fato alheio, devendo haver pluralidade de condutas, relevância causal e jurídica de cada uma, vínculo subjetivo entre os coautores, contando com uma parte objetiva, concretização do fato, e outra subjetiva, acordo explícito ou tácito entre os agentes.
Autoriamediata
Ocorre autoria mediata quando o autor domina a vontade alheia e, desse modo, se serve de outra pessoa que atua como instrumento, devendo haver pluralidade de pessoas, mas não co-autoria nem participação o que descaracteriza o concurso de pessoas. O executor é utilizado como instrumento pelo autor mediato o qual tem o domínio do fato dominando a vontade do executor material de forma que o autor mediato não realiza o fato pessoalmente, nem direta nem indiretamente.
Autoria colateral
Ocorre quando dois agentes, desconhecendo a conduta um do outro, agem para atingir o mesmo resultado, que ocorre em razão, apenas, de um dos comportamentos, de forma que cada um deles responderá por um crime diferente, ou seja, um responderá pelo crime consumado e o outro, pela tentativa, o que automaticamente afasta a incidência das regras do concurso de pessoas, que tem como requisito indispensável a unidade de infração.
Autoria incerta
Ocorre quando na autoria colateral, não se descobre quem produziu o resultado ofensivo ao bem jurídico, a solução, menos ruim, nesse caso consistente em punir todos por tentativa e no caso de autoria incerta no crime culposo (no exemplo das duas pessoas que autonomamente começaram a rolar pedras do alto de uma colina, culminando com a morte de um transeunte, que foi atingido por uma delas, não se descobrindo qual exatamente atingiu a vítima) a solução penal é outra: não há como punir os dois pela tentativa porque não existe tentativa em crime culposo. Também não há como puni-los (ambos) pelo crime culposo consumado. Logo, a impunidade de ambos é inevitável.
Distinção entre autoria e participação
Diferencia-se o autor e o partícipe pelo fato de que o primeiro é aquele que realiza a conduta escrita no tipo incriminador, enquanto o segundo é aquele que sem realizar conduta descrita no tipo , concorre para a realização deste.
Participação
Participação strito sensu é o desenvolvimento de uma ação que não é a principal, é uma intervenção em fato alheio podendo ser uma partição em âmbito moral ou material.
Teorias sobre a participação
Acessoriedade extremada
De acordo com essa teoria, pune-se a participação quando o fato principal for típico, antijurídico e culpável, ou seja, tem de possuir estes três elementos para que o partícipe seja punido.
Acessoriedade mínima
De acordo com essa teoria, pune-se a participação quando o fato principal for típico, ou seja, sendo necessário só o fato de ser típico não implicando qualquer outro elementos para que o partícipe seja punido.
Acessoriedade limitada
De acordo com essa teoria, pune-se a participação quando o fato principal for típico e antijurídico, ou seja, tem de possuir estes dois elementos para que o partícipe seja punido. Esta é a teoria utilizada pelo sistema jurídico brasileiro de forma geral.
Hiperacessoriedade
De acordo com essa teoria, pune-se a participação quando o fato principal for típico, antijurídico, culpavel e punível, ou seja, tem de possuir estes quatro elementos para que o partícipe seja punido. Esta teoria é utilizada pelo sistema jurídico brasileiro em casos especiais como os pertinentes ao direito tributário, para evitar que o autor seja inocentado como é o caso do art. 168-A §2º CP e o e o partícipe arque com toda a responsabilidade, visto que esta aplicação limitase únicamente ao autor.
Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional, recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público, recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços, pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. – Art. 168-A §2º CP.
Espécies de participação
As participações de âmbito moral são aquelas praticadas sem que haja a materialidade da ação por parte do partícipe, sendo classificada em induzimento e instigação, havendo também a participação em âmbito mateirla, em que há a materialidade por parte do partícipe.
Induzimento
É a classificação da aparticipação moral que abrange a geração do intuito criminoso na mente do autor, ou seja, é a criação da ideia na mente do agente.
Instigação
Além das participações de âmbito moral, existe também a participação de âmbito material que abrange o auxílio, em que o partícipe fornece os meios para que o agente pratique o crime.
Punibilidade no concurso de pessoas
Cooperação dolosamente distinta
É aquela em que o partícipe desejava participar de um crime diferente do praticado pelo autor, nesse caso o participante responde pelo crime que pretendia cometer e não pelo crime que ocorreu, desde que o resultado final seja imprevisível, do contrário caso o resultado pudesse ser previsto, a pena poderá ser aumentada até a metade.
Participação de menor importância
Somente terá aplicação nos casos de participação (instigação e cumplicidade), não se aplicando às hipóteses de coautoria, não se poderá falar, portanto, em coautoria de menor importância, a fim de atribuir a redução de pena a um dos coautores. 
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida da sua culpabilidade. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. – Art. 29, § 1º CP
Participação sucessiva
É a parte da participação que se semelhança com a autoria colateral, podendo ser denominada também de participação colateral. Ocorre quando um partícipe instiga o autor ao cometimento de determinado crime e, o outro partícipe, sem saber da atuação do primeiro, também instiga o mesmo autor ao cometimento dom mesmo crime.
Multidão delinquente
São crimes que ocorrem coletivamente em que normalmente há vínculo psicológico sendo geralmente de conexão intersubjetiva por simultaneidade podendo incidir a autoria colateral, de forma deve-se individualizar a participação de cada um dos intervenientes, podendo as penas serem atenuadas para aqueles que cometerem o crime sob a influência de multidão em tumulto se não o provocaram, sendo esta agravada para os lideres, aquelas que promoveram ou organizaram a cooperação no crime ou dirigiram a atividade dos demais agentes.
Participação impunível
Participação impunível se dá quando o delito não é consumado, ou seja, o autor não completa a fase executória, não chega a ingressar em sua fase executória, sendo assim não há que se falar em punição e com isto a participação também restará impune.
O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. – Art. 31 CP.
Concurso de pessoas em crimes culposos.
Existem duas vertentes no direito a respeito do concurso de pessoas nos crimes culposos. A primeira vertente não admite crimes culposos no concurso de pessoas, sob a alegação de que se existes um resultado ilícito, o ato por si só já pode ser considerado doloso, dessa forma os envolvidos são considerados como autores.
Ordenamento jurídico brasileiro adota esta vertente, entretanto compreende os envolvidos como autor e coautores.
A segunda vertente admite que mesmo que exista um resultado ilícito, admite-se o concurso de pessoas de forma culposa na execução do ato, assim sendo, os envolvidos são considerados como autor e partícipes.
Concurso de pessoas em crimes omissivos.
A participação no crime omissivo ocorre de forma comissiva pelo partícipe quando este instiga, estimula ou auxilia o autor adescumprir o comando legal no pertinente aos crimes omissivos, lembrando que os crimes omissivos podem ser de dois tipos, os Omissivos Próprios quando o simples descumprimento da norma já caracteriza a omissão tipificada em lei e o Omissivo Impróprio ou Comissivo por Omissão quando é necessário um resultado à omissão para caracterizar esta como tal.
O que é impossível de ocorrer é a participação omissiva em um crime omissivo pela absoluta falta de eficácia causal dessa inatividade. 
Concurso de pessoas em crimes de mão própria.
Os crimes de mão própria estão descritos em figuras típicas necessariamente formuladas de tal forma que só pode ser autor quem esteja em situação de realizar pessoalmente e de forma direta o fato punível, o que não admite coautoria ou participação. Entretanto, o STJ firmou compreensão de que, apesar do crime de falso testemunho ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu cometimento.
Comunicabilidade das circunstâncias e condições pessoais
Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. – Art 30 CP.
Para se compreender melhor o art. 30 CP é entender que Circunstâncias são dados acessórios, não fundamentais para a existência da figura típica, que ficam a ela agregados, com a função de influenciar na pena, podendo ser subjetivas, quando dizem respeito ao agente e não ao fato ou objetivas quando relacionam-se ao fato, e não ao agente.
Também é necessário entender que Elementares são dados fundamentais para a existência da figura típica, sem os quais esta desaparece (atipicidade absoluta) ou se transforma em outra (atipicidade relativa), podendo ser subjetivas quando dizem respeito ao agente e não ao fato ou objetivas quando se relacionam ao fato, e não ao agente.
Assim sendo por regra as circunstâncias e condições pessoais não se comunicam entre os agentes, porém quando estas influenciam no tipo penal, tornam-se comum a ambos, a exemplo de um crime de peculato, art. 312 CP.
Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio – Art. 312 CP.
Por exemplo, o individuo A funcionário público, circunstância elementar do crime de peculato, furta bem da administração pública com uma previamente ajustada ajuda de um amigo, indivíduo B o qual não é funcionário público. A circunstância elementar do crime, característica de funcionário público que qualifica o crime como peculato, será aplicada ao indivíduo B por ele ter se associado com A sabendo de sua condição de funcionário público. Dessa forma, tanto A quanto B responderão pelo crime de peculato.
Questão discursiva 1 – Leia o caso concreto abaixo e responda às questões formuladas com base nas leituras indicadas no plano de aula e pelo seu professor.1) Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade, disse para Lúcio, maior de idade, que pretendia subtrair aparelhos de som (CD player) do interior de um veículo. Para tanto, Lúcio emprestou-lhe uma chave falsa, plenamente apta a abrir a porta de qualquer automóvel. Utilizando a chave, Ricardo conseguiu seu intento. Na situação acima narrada, quem é partícipe de furto executado por menor de idade responde normalmente por esse crime? Fundamente sua resposta de acordo com teoria adotada pelo Código Penal quanto à natureza jurídica da participação.(135° Exame de Ordem/SP – 2ª Fase. Cespe/UnB).
(RESPOSTA) Sim o partícipe responde normalmente pelo crime, tomando como base a Teoria da Acessoriedade Limitada, em que para que o partícipe responda basta que a conduta seja típica e antijurídica.
Questão objetiva 1– Caio com a intenção de matar, coloca na xícara de chá servida a Tício certa dose de veneno. Mévio, igualmente interessado na morte de Tício, desconhecendo a ação de Caio, também coloca certa dose de veneno na mesma xícara. Tício vem a falecer por efeito combinado das duas doses ingeridas, já que cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente para produzir a morte, segundo conclusão da perícia. Caio e Mévio agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano, a intenção e a conduta do outro.(MPF- Procurador da República. 1ª Fase. XII Concurso)
a) Caio e Mévio respondem, como co-autores, por homicídio doloso, qualificado, consumado. (INCORRETA) Nesse caso não se trata de concurso de agentes, mas sim de autoria colateral, pois um não tinha conhecimento nem da intenção nem da ação do outro.
b) Caio e Mévio respondem por lesão corporal dolosa, seguida de morte.
 (INCORRETA) Ambos respondem por tentativa de homicídio.
c) Caio e Mévio respondem, cada um, por homicídio culposo.
(INCORRETA) Ambos agiram com dolo, pois tinham a intenção de me matar Tício.
d) Caio e Mévio respondem por tentativa de homicídio dolosa, qualificada.
(CORRETA)
Questão objetiva 2 – Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstancia entretanto desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos pela Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. Entende-se que: (Promotor de Justiça/SP)
a) Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado.
(INCORRETA) Eduardo responde por furto consumado, pois desconhecida que Bruno era funcionário público.
b) Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.
(CORRETA)
c) Bruno e Eduardo cometeram furto tentado.
(INCORRETA) Ambos consumaram a subtração, entretanto Bruno por ser funcionário público responde por peculato, enquanto Eduardo responde por furto, pois desconhecia que Bruno era funcionário público.
d) Bruno e Eduardo cometeram furto consumado.
(INCORRETA) Bruno por ser funcionário público responde por peculato.
e) Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto.
(INCORRETA) A situação configura peculato e não apropriação indébita, pois o montante não fora confiado aos cuidados de Bruno que se apropriou, mas subtraído por ele.

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