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FENÔMENO TRIBUTÁRIO CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO Para Paulo de Barros Carvalho “direito tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição, arrecadação e fiscalização de tributos”. Para Luciano Amaro: “o Direito Tributário é a disciplina jurídica dos tributos”. O Direito Tributário estuda a disciplina normativa de atividades estatais cuja finalidade precípua é a captação de recursos (receita) para custeio do Estado. Por essa razão, as regras tributárias aproximam-se da fronteira com o Direito Financeiro, ramo do direito público voltado à análise do regime jurídico das receitas e despesas do Estado. DIREITO TRIBUTÁRIO x DIREITO FINANCEIRO Para Alexandre Mazza: “Direito Tributário é o ramo do direito público que estuda princípios e normas disciplinadores do exercício das atividades de instituição, cobrança e fiscalização de tributos”. Quando o dinheiro do contribuinte ingressa nos cofres públicos termina o Direito Tributário e começa o Direito Financeiro. O objeto do Direito Tributário termina com o ingresso nos cofres públicos do dinheiro pago pelo contribuinte. Assim, o estudo da destinação do dinheiro arrecadado pelo fisco cabe ao Direito Financeiro. Direito Financeiro é o ramo do direito público que tem por objeto a disciplina jurídica das atividades financeiras do Estado, excetuadas aquelas de natureza tributária. De modo mais preciso, pode-se dizer que as atividades financeiras compreendidas no objeto do Direito Financeiro são despesa pública, receita pública, crédito público e orçamento público. O PAPEL DO ESTADO DE AGENTE DE SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES COLETIVAS O Estado Fiscal, nascido a partir do século XVIII e cujo modelo hoje evoluiu para o “Estado Social Fiscal”, tem como característica fundamental ser financiado essencialmente por meio de tributos, ou seja, os particulares são a fonte originária da riqueza, e não o próprio Estado. Para que o Estado Social Fiscal possa cumprir adequadamente todos os deveres impostos pela Constituição e pelas leis, ele necessita de recursos financeiros provenientes de diversas fontes. Dá-se o nome de atividade financeira do Estado ao conjunto de ações para obtenção de receitas e realização dos gastos visando atender às necessidades públicas. Referência: Mazza, Alexandre. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2015. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1) CONCEITO DE TRIBUTO Apesar de prever muitas questões importantes no que diz respeito ao Direito Tributário, o conceito de tributo não está previsto na Constituição e sim no Código Tributário Nacional. Veja só: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. PARA MINARDI (2015): a) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória: Quer dizer: o comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro independe da vontade do sujeito passivo, que deve efetivá-la, ainda que contra seu interesse. O Código Tributário Nacional ao se referir a palavra “toda” prestação, estabelece que qualquer prestação que se enquadre em todos os requisitos do art. 3º do CTN será tributo. b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: O legislador infraconstitucional incorreu em redundância ao repetir o caráter pecuniário da prestação, não havia a necessidade de insistir com a locução “em moeda” “ou cujo valor nela possa se exprimir”, pois ao tratar de obrigação pecuniária, é porque será paga em dinheiro. Ninguém poderá entregar ao fisco, como forma de pagamento, algo que não seja dinheiro, salvo o caso do art.156, XI do CTN, que trata sobre a dação de bem imóvel, quando houver expressa previsão em lei. Observa-se que mesmo nesse caso, por se tratar de uma exceção, há necessariamente a previsão em lei para autorizar o pagamento do tributo com a entrega de bem imóvel. c) Que não constitua sanção de ato ilícito: Ninguém paga o tributo por ter desrespeitado uma lei, tributo não é castigo. Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como hipótese de incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que uma vez praticada pelo sujeito, no mundo concreto, estará sujeita à incidência da norma tributária e por essa razão irá nascer a obrigação de pagar um tributo. A Lei prevê que a hipótese de incidência tributária do Imposto sobre Renda ou proventos de qualquer natureza - IR é “auferir renda”, o sujeito terá que pagar IR quando auferir renda, porque praticou o fato previsto em lei. Verifica-se que embora a hipótese de incidência tributária não possa ser algo ilícito, os frutos de uma atividade ilícita podem ser objeto de tributação. Veja no caso do Imposto sobre rendas ou proventos de qualquer natureza – IR, a hipótese de incidência, também chamada pelo legislador de “fato gerador” é “auferir renda”, assim o sujeito que auferir renda terá a obrigação de pagar IR, e não importa para fins de tributação como essa renda foi auferida. Ex: no caso de um sujeito que aufere renda pela venda de entorpecentes, a ilicitude é irrelevante para fins tributários, o que importa é que foi praticado o fato gerador, “auferir renda” e por essa razão o sujeito deverá pagar IR. Os Tribunais Superiores aplicam o Princípio “Pecunia non olet”, segundo o qual o tributo não tem cheiro, não importa de onde vem, nesse caso, a renda auferida, o que importa é que ocorreu o fato gerador do IR, “auferir renda”, e por essa razão deve-se haver a tributação. d) Instituída em lei – o tributo só pode ser instituído por meio de lei, de acordo com o art. 150, I da Constituição Federal e art. 97 do CTN, e por meio de instrumento normativo com força de lei, ou seja, por meio de Medida Provisória, conforme prevê o art. 62 da CF. e) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – O tributo será cobrado pelo Poder Público que não terá margens para escolhas discricionárias. O fiscal não poderá cobrar o tributo de acordo com a conveniência e oportunidade, irá exigir a obrigação tributária do contribuinte exatamente como está disposto na legislação. 2) ESPÉCIES DE TRIBUTOS SABBAG (2017) conceitua que para a maioria da doutrina existem cinco tributos no atual sistema tributário constitucional brasileiro (Teoria pentapartida). Também o Supremo Tribunal Federal adota a teoria pentapartida, em que seriam 5 espécies tributárias: a) impostos b) taxas c) contribuição de melhoria (previstos no art. 5º do CTN + art. 145 da CR1988). d) contribuição e) empréstimo compulsório (não previstos no CTN – previstos nos arts. 148 e 149 da CR1988). Referências: MINARDI, Josiane. Manual de Direito Tributário. Salvador: JusPodivm, 2015. SABBAG, Eduardo Moraes. Direito Tributário Essencial. Método, 04/2017. VitalBook file.
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