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2 - FISIOLOGIA DA NUTRIÇÃO

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FISIOLOGIA APLICADA
 À 
NUTRIÇÃO
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TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TRATO GASTRINTESTINAL
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No trato gastrintestinal ocorrem dois tipos básicos de movimentos:
(1) MOVIMENTOS PROPULSIVOS, que fazem com que o alimento se mova para adiante ao longo do trato digestivo, numa velocidade apropriada para a digestão e a absorção.
(2) MOVIMENTO DE MISTURA, que permanentemente mantêm o conteúdo intestinal misturado por completo.
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Movimento Propulsivo
Peristaltismo
O movimento propulsivo básico do trato gastrintestinal é o PERISTALTISMO.
Um anel contrátil surge ao redor do intestino e, depois, move-se para adiante.
Exemplo deste movimento seria um tubo de pasta de dente, quando se comprime o tubo, a pasta de dente ela sai do tubo para frente.
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O estímulo habitual para o peristaltismo é a DISTENSÃO DO INTESTINO.
Isto é, se grande quantidade de alimento se acumula em qualquer ponto do intestino, o estiramento da parede intestinal estimula o sistema nervoso entérico, e 2 a 3 cm acima desse ponto surge um anel contrátil que inicia um movimento peristáltico.
Este complexo padrão do peristaltismo não ocorre na ausência do plexo mientérico.
Por isso, tal padrão é com freqüência chamado de REFLEXO MIENTÉRICO ou, simplesmente, REFLEXO PERISTÁLTICO.
O reflexo peristáltico, associado à direção anal do movimento peristáltico, é denominado “LEI DO INTESTINO”.
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Movimentos de Mistura
Os movimentos de mistura são muito diferentes nas diversas partes do tubo alimentar.
Em algumas áreas, as próprias contrações peristálticas causam a maior parte da mistura.
Quando a progressão do conteúdo intestinal é bloqueada por um esfíncter, o que faz com que a onda peristáltica só possa então misturar o conteúdo intestinal, ao invés de impulsioná-lo para frente.
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Outras vezes, ocorrem “CONTRAÇÕES CONSTRITIVAS LOCAIS” a intervalos de poucos centímetros na parede intestinal.
Essas CONSTRIÇÕES geralmente duram apenas alguns segundos; do então ocorrem novas constrições em outros pontos do intestino, dessa maneira “segmentando” o conteúdo aqui e ali.
Esses movimentos peristálticos e constritivos se modificam em diferentes partes do trato gastrintestinal, de modo a produzir propulsão e mistura adequadas.
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Deglutição
Em geral, a deglutição pode ser dividida em 
(1) numa etapa voluntária, que dá início ao processo de deglutição;
(2) numa etapa faríngea, que é involuntária e que consiste na passagem do alimento através da faringe para o esôfago ;
(3) numa etapa esofágica, outra fase involuntária que promove a passagem do alimento do esôfago para o estômago.
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Etapa Voluntária da Deglutição
Quando o alimento está pronto para ser deglutido, é “voluntariamente” comprimido ou empurrado para trás, até a faringe, como conseqüência da pressão que a língua exerce para cima e para trás contra o palato.
Daí em diante, o processo da deglutição passa a ser totalmente ou quase totalmente automático e , em geral, não pode ser interrompido.
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Etapa Faríngea da Deglutição
À medida que o bolo alimentar entra na parte posterior da boca e na faringe, ele estimula as ÁREAS RECEPTORAS DA DEGLUTIÇÃO, situadas ao redor da abertura da faringe, principalmente nos pilares das tonsilas, e impulsos provenientes dessas áreas dirigem-se ao tronco cerebral para dar início a uma série de contrações automáticas da musculatura da faringe, da seguinte forma:
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1) O palato mole é empurrado para cima, fechando a parte posterior as narinas.
2) As pregas palatofaríngeas, situadas de cada lado da faringe, são puxadas medialmente e aproximam-se uma da outra, dessa maneira, essas pregas formam uma fenda sagital através da qual o alimento tem que passar para a faringe posterior.
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3) As cordas vocais são fortemente aproximadas, e a laringe é puxada para cima e para frente pelos músculos do pescoço. Essa ação, combinada com a presença de ligamentos que impedem o movimento da epiglote para cima, faz com que esta se dobre para trás, recobrindo a abertura da laringe. Esses dois efeitos impedem a passagem do alimento para a traquéia.
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epiglote 
 se dobre para trás
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4) O movimento da laringe para cima também traciona para cima a abertura do esôfago, alargando-a.
 Ao mesmo tempo, os 3 a 4 cm superiores da parede muscular do esôfago, área denominada ESFÍNCTER ESOFÁGICO SUPERIOR ou ESFÍNCTER FARINGOESOFÁGICO,
 relaxam-se, assim permitindo que o alimento se desloque fácil e livremente da porção posterior da faringe para a parte superior do esôfago.
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5) Ao mesmo tempo em que a laringe é elevada e o esfíncter faringoesofágico se relaxa, uma contração varre toda a parede muscular da faringe, começando em sua parte superior e propagando-se para baixo como uma rápida onda peristáltica que passa pelas porções média e inferior da faringe e alcança o esôfago, impulsionando o alimento para este órgão.
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Etapa Esofágica da Deglutição
A principal função do esôfago é a de conduzir o alimento da faringe para o estômago, e seus movimentos são organizados especificamente para essa função.
Normalmente o esôfago apresenta dois tipos de movimentos peristálticos “PERISTALTISMO PRIMÁRIO E PERISTALTISMO SECUNDÁRIO”.
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Peristaltismo Primário
 É simplesmente a continuação da onda peristáltica que se inicia na faríngea da deglutição.
 Essa onda percorre todo o trajeto da faringe até o estômago em aproximadamente 8 a 10 segundos. 
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Peristaltismo Secundário
Se a onda peristáltica primária não consegue deslocar todo alimento para o estômago, surgem as ONDAS PERISTÁLTICAS SECUNDÁRIAS, resultante da distensão do estômago pelo alimento retido, que perduram até que todo o alimento tenha passado para o estômago.
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ONDAS PERISTÁLTICAS SECUNDÁRIAS
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Movimentos do Intestino
Delgado
Como em outras partes do trato gastrintestinal, os movimentos do intestino delgado podem ser divididos em CONTRAÇOES DE MISTURA E CONTRAÇÕES PROPULSIVAS.
Entretanto, em grande parte, essa separação é artificial, pois quase todos os movimentos do intestino delgado podem causar ao mesmos algum grau de mistura e de propulsão ao mesmo tempo. 
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Contrações de Mistura
Quando uma parte do intestino delgado é distendida pelo quimo, a distensão da parede intestinal produz contrações concêntricas localizadas, espaçadas a intervalos ao longo do intestino.
O comprimento longitudinal de cada uma dessas contrações é de apenas 1 cm, de modo que cada grupo de contrações causa “segmentação” do intestino delgado. 
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Dividindo o intestino em segmentos espaçados que possuem o aspecto de uma cadeia de salsichas.
Quando um grupo de contrações de segmentação se relaxa, surge um novo grupo, mas as novas contrações ocorrem em pontos situados entre as contrações anteriores.
Essas contrações de segmentação “fragmentam” o quimo, em geral cerca de duas a três vezes por minuto, desse modo promovendo a mistura progressiva das partículas de alimentos sólidos com as secreções do intestino delgado.
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Movimentos Propulsivos
O quimo é impulsionado ao longo do intestino delgado por ONDAS PERISTÁLTICAS.
Elas podem ocorrer em qualquer parte do intestino delgado e se deslocam em direção ao ânus com velocidade de 0.5 a 2 cm/s, muito mais rápida na porção proximal do intestino e muito mais lenta na porção na porção terminal do intestino.
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Entretanto, normalmente são muito fracas e em geral desaparecem após percorrerem apenas 3 a 5 cm.
Assim, o movimento do quimo também é muito lento, tão lento, de fato, que o movimento efetivo do quimo ao longo do intestino delgado é, em condições normais, são necessária 3 a 5 horas para que o quimo se desloque do piloro até a válvula ileocecal.
A atividade peristáltica do intestino
delgado aumenta grandemente após uma refeição.
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Movimento do Cólon
As principais funções do cólon são:
(1) absorção de água e eletrólitos existentes no quimo;
(2) armazenamento da matéria fecal até que possa ser expelida.
A metade proximal do cólon, está envolvida em grande parte com absorção, e a metade distal, com o armazenamento.
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Como não são necessários movimentos intensos para execução dessas funções, os movimentos do cólon são normalmente lentos.
Porém, ainda que lentos, tais movimentos têm características semelhantes às do intestino delgado e também podem ser divididos em movimentos de mistura e movimentos propulsivos.
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Defecação
Na maioria das vezes, o reto não contém fezes.
Isso resulta, em parte, do fato de que existe um débil esfíncter funcional a aproximadamente 20 centímetros do ânus, na junção entre o cólon sigmóide e o reto.
Entretanto, quando um movimento de massa força a passagem das fezes para o reto, normalmente produz-se o desejo de defecar, incluindo a contração reflexa do reto e o relaxamento dos esfíncteres anais.
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Os sinais aferentes que chegam à medula espinhal produzem também outros efeitos, como fazer uma inspiração profunda, fechar a glote, contrair os músculos da parede abdominal para forçar para baixo o conteúdo fecal do cólon e, ao mesmo tempo, fazer com que o assoalho pélvico se estenda para baixo e puxe para fora o anel anal para expelir as fezes.
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Funções Secretoras do Trato Digestivo
 
 Mecanismo Básico da Secreção
 pelas 
 Células Glandulares
 Secreção de Substâncias Orgânicas.
 
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Secreção Diária de Sucos Intestinais
 volume diário(ml) pH
Saliva 1.000 6,0-7,0
Secreção gástrica 1.500 1,0-3,5
Secreção pancreática 1.000 8,0-8,3
Bile 1.000 7,8
Secreção do intestino delgado 1.800 7,5-8,0
Secreção das glândulas de Brunner 200 8,0-8,9
Secreção do intestino grosso 200 7,5-8,0
TOTAL 6.700
Obs: Ácido < 6,0 para baixo
 Base > 7,0 para cima
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Os princípios básicos da secreção pelas células glandulares são:
1. O material nutriente necessário para a formação de secreção tem que se difundir ou ser ativamente “transportado do capilar para a base da célula glandular”.
2. Várias mitocôndrias localizadas no interior da célula, próximas à sua base, utilizam energia oxidativa para formação de trifosfato de adenosina (ATP).
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3. A energia do ATP, juntamente com os substratos apropriados, fornecidos pelas substâncias nutrientes, é então utilizada para a síntese das substâncias orgânicas; essa síntese ocorre quase inteiramente no retículo endoplasmático e no complexo de Golgi.
Os ribossomas aderentes a esse retículo são especificamente responsáveis pela formação das proteínas que serão secretadas.
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4. O material a ser secretado é transportado através dos túbulos do retículo endoplasmático, percorrendo, por cerca de 20 minutos, todo o trajeto até as vesículas do complexo de Golgi, localizadas próximas às extremidades secretoras das células. 
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5. No complexo de Golgi, as substâncias são modificadas, agregadas, concentradas e descarregadas no citoplasma sob a forma de vesículas secretoras, que são armazenadas nas extremidades apicais das células secretoras.
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6. Essas vesículas permanecem armazenadas até que sinais controladores, nervosos ou hormonais, façam com que as células expulsem seu conteúdo vesicular através da superfície celular.
Isto provavelmente ocorre da seguinte maneira:
- o sinal controlador aumenta primeiro a permeabilidade da membrana celular ao cálcio, elemento que entra na célula e, por sua vez, leva muitas vesículas a se fundirem com a membrana celular e, em seguida, a se romperem para a superfície externa, lançando assim seu conteúdo para o exterior; esse processo é denominado EXOCITOSE.
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EXOCITOSE.
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Secreção de Água e Eletrólitos
Uma segunda condição para a secreção glandular é a presença de água e eletrólitos em quantidade suficiente para serem secretados junto com as substâncias orgânicas.
Um mecanismo proposto para explicar a maneira pela qual a estimulação nervosa provoca a passagem de água e sais em profusão através das células glandulares, passagem essa que, ao mesmo tempo, carrega consigo as substâncias orgânicas através da borda secretora das células:
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1. A estimulação nervosa exerce um efeito, específico sobre a porção basal da membrana celular, provocando o transporte ativo de íons cloro para o interior.
2. O aumento da eletronegatividade, induzindo no interior da célula pelo excesso de íons cloro, faz com que íons positivos também se movimentem para dentro da célula.
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3.O excesso desses íons negativos e positivos no interior da célula cria uma força osmótica que puxa a água para dentro, aumentando assim a pressão hidrostática no interior da célula e produzindo aumento do volume da própria célula.
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4. A pressão na célula resulta, então, em pequenas rupturas da borda secretora da célula; isto permite que água, eletrólitos e substâncias orgânicas saiam pela extremidade secretora da célula glandular e cheguem ao lume da glândula.
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Propriedades Lubrificantes e Protetoras do
Muco e sua Importância no 
Trato Gastrintestinal
O muco é uma secreção espessa composta principalmente de água, eletrólitos e uma mistura de vários glicoproteínas, as quais são formadas por grandes polissacarídios ligados a quantidades muito menores de proteínas.
O muco é um excelente lubrificante e protetor da parede intestinal:
1º- O muco possui qualidades adesivas que o fazem fixar-se firmemente ao alimentos ou a outras partículas e, também, espalhar-se como uma delgada película sobre as superfícies.
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2º- Tem massa suficiente para recobrir a parede do intestino e impedir o contato das partículas alimentares com a mucosa.
3º- O muco oferece baixa resistência ao deslizamento, de modo que as partículas podem escorregar sobre o epitélio com grande facilidade.
4º- O muco faz com que as partículas fecais se aglutinem entre si para formar as massas fecais que são expelidas durante a defecação.
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5º- O muco é muito resistente à digestão pelas enzimas gastrintestinais.
6º- As glicoproteínas do muco têm propriedades ANFÓTERAS, o que significa que são capazes de tamponar pequenas quantidades de ácidos ou bases; além disso, o muco freqüentemente contém quantidades moderadas de íons bicarbonato, que neutralizam especificamente os ácidos.
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O grupo carboxílico (-COOH) na molécula confere ao aminoácido uma característica ácida e o grupo amino (-NH2) uma característica básica. 
Por isso, os aminoácidos apresentam um caráter anfótero, ou seja, reagem tanto com ácidos como com bases formando sais orgânicos.
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Em resumo, o muco tem a capacidade de permitir o fácil deslizamento do alimento ao longo do tubo Gastrintestinal e, também, de evitar escoriações ou lesões químicas do epitélio.
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A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas).
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Secreção de Saliva
As principais glândulas da salivação são as parótidas, submandibulares e sublinguais; além disso, existem numerosas pequenas glândulas bucais.
Em condições normais, a secreção diária de saliva é de aproximadamente 1.000 mililitros.
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A saliva contém dois tipos principais de secreção protéica:
(1) uma secreção serosa que contém a PTIALINA, que é uma enzima para a digestão de amidos,
(2) uma secreção MUCOSA contendo MUCINA, que tem funções de lubrificação e proteção das superfícies.
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As glândulas parótidas secretam, exclusivamente, o tipo seroso, 
ao passo que as glândulas submandibulares e sublinguais secretam apenas muco.
A saliva tem pH entre 6,0 e 7,0, faixa favorável para a ação digestiva da ptialina. enzima para a digestão de amidos,
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Secreção Esofágica
As secreções esofágicas são de caráter inteiramente mucóide e basicamente proporcionam lubrificação para a deglutição.
O corpo principal do esôfago é revestido por muitas glândulas mucosas simples; mas na extremidade gástrica, e em menor extensão na porção inicial do esôfago, existem muitas glândulas mucosas composta.
O muco secretado pelas glândulas composta próximas à junção esofagogástrica protege a parede esofágica da digestão por sucos gástricos que freqüentem refluem do estômago para a porção inferior do esôfago.
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Secreção Gástrica
Além das células secretoras de muco que revestem toda a superfície do estômago, a gástrica tem dois tipos importantes de glândulas tubulares:
as GLÂNDULAS OXÍNTICAS(ou GÁSTRICAS) 
e as GLÂNDULAS PILÓRICAS.
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As glândulas oxínticas (produtoras de ácido) secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco.
As glândulas pilóricas,secretam principalmente muco para a proteção da mucosa pilórica, mas também algum pepsinogênio e, muito Hormônio gastrina.
Milhões de glândulas oxínticas ficam localizadas nas superfícies internas do corpo do estômago, que compreende os 80% proximais do estômago.
As glândulas pilóricas ficam localizadas na porção antral do estômago. 
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Mecanismo Básico da Secreção
de
Ácido Clorídrico
Quando estimuladas, as células Parietais das glândulas Oxínticas, secretam uma solução ácida contendo cerca de 160 milimoles de ácido clorídrico por litro.
O pH desse ácido é de aproximadamente 0,8, indicando sua extrema acidez.
Nesse pH, a concentração de íons hidrogênio é cerca de 3 milhões de vezes maior que a do sangue arterial.
E para concentrar tão tremendamente os íons hidrogênio, são exigidas mais de 1.500 calorias de energia por litro de suco gástrico.
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Regulação da Secreção de Pepsinogênio
A regulação da secreção de PEPSINOGÊNIO é bem menos complexa que a da secreção de ácido; ocorre em resposta a dois tipos de sinais:
(1) estimulação das células pépticas pela ACETILCOLINA liberada pelos nervos vagos ou outros nervos entéricos e;
(2) estimulação da secreção péptica em resposta à presença de ácido no estômago.
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Inibição da secreção gástrica pelo excesso de ácido, através de mecanismo de feedback
Quando a acidez dos sucos gástrico aumenta, fazendo o pH cair para menos de 3,0, o mecanismo de estimulação da secreção gástrica envolvendo a gastrina fica bloqueado, pois o excesso de ácido inibe a secreção de gastrina pelas glândulas pilóricas.
Isto, obviamente, protege o estômago contra a acidez excessiva, que promoveria ulceração PÉPTICA.
Além desse efeito protetor, o mecanismo de FEEDBACK também é importante na manutenção do pH ideal para o funcionamento das enzimas pépticas implicadas no processo digestivo, que é um pH em torno de 3,0.
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Secreção Pancreática
O pâncreas, localizado paralelamente e abaixo do estômago, é uma grande glândula composta, com uma estrutura interna semelhante à glândula salivares.
As enzimas digestivas são secretadas pelos ácinos pancreáticos, e grande volume de bicarbonato de sódio.
O suco pancreático é secretado mais abundantemente em resposta à presença de quimo nas porções superiores do intestino delgado, e as características do suco pancreático são determinadas, em parte, pelos tipos de alimentos existentes no quimo
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Secreção de Bile pelo Fígado e Funções da Árvore Biliar
Uma das muitas funções do fígado é a de secretar bile.
A bile tem duas importantes funções:
1ª - desempenha papel muito importante da digestão e absorção das gorduras, não porque existam na bile quaisquer enzimas capazes de digerir as gorduras, mas porque os ÁCINOS BILIARES presentes na bile fazem duas coisas:
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(1) ajudam a emulsificar as grandes partículas de gordura do alimento em numerosas pequenas partículas que podem ser atacadas pela LIPASE secretada no suco pancreático,
(2) ajudam a transportar os produtos finais da digestão da gordura até a mucosa intestinal e auxiliam essa mucosa a absorvê-los. 
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2ª - A bile serve como meio de excreção de vários importantes produtos de degradação presentes no sangue.
Entre estes, incluem-se principalmente a BILIRRUBINA, um produto final da destruição de hemoglobina, e o excesso do COLESTEROL SINTETIZADOS pelos HEPATÓCITOS.
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 Secreções do Intestino Delgado
Um conjunto de glândulas mucosas composta, denominadas GLÂNDULAS DE BRUNNER.
Essas glândulas secretam muco alcalino em resposta a:
(1) estímulos táteis ou estímulos irritantes da mucosa;
(2) estimulação vagal, que causa secreção concomitante ao aumento da secreção gástrica;
(3) Hormônios gastrintestinal, principalmente a SECRETINA.
A função do muco secretado pelas glândulas de Brunner é a de proteger a parede duodenal da digestão pelo suco gástrico, e sua rápida e intensa resposta frente a estímulos irritante é particularmente adequada a esse fim.
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Secreções do Intestino Grosso
A mucosa do intestino grosso, como a do intestino delgado, apresenta muitas criptas de Lieberkühn ;mas nesta mucosa, ao contrário do que ocorre na mucosa do intestino delgado, não existe vilosidade.
Em vez disso, são revestidas quase totalmente por células mucosas que secretam apenas muco.
Por isso, a secreção preponderante no intestino grosso é o muco.
O muco do intestino grosso obviamente protege a parede contra escoriações; além disso proporciona o meio aderente para manter unida a matéria fecal e protege a parede intestinal da grande atividade bacteriana que ocorre no interior das fezes.
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criptas de Lieberkühn 
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Secreção de Água e Eletrólitos em Resposta à Irritação
Sempre que um segmento do intestino grosso sofre irritação intensa, como ocorre quando a infecção bacteriana se torna muito intensa durante uma ENTERITE, a mucosa secreta grande quantidade de água e eletrólitos, além da solução viscosa normal de muco alcalino.
Tal secreção dilui os fatores irritantes e causa o rápido movimento das fezes em direção ao ânus.
O resultado habitual é a DIARRÉIA, que promove uma recuperação mais precoce da doença.
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DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO TRATO DIGESTIVO 
DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS
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Digestão dos Carboidratos
Na dieta humana normal só existem três fontes principais de carboidratos.
(1) Elas são a SACAROSE, o dissacarídio conhecido como açúcar de cana;
(2) LACTOSE, um dissacarídios do leite;
(3) AMIDOS, grandes polissacarídios presentes em quase todos os alimentos, principalmente nos grãos
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Na digestão os AMIDOS são inicialmente hidrolisados até MALTOSE, um dissacarídio, ou até outros pequenos polímeros da GLICOSE.
Estes, então, juntamente com os outros principais dissacarídios,LACTOSE e SACAROSE, são hidrolisados até os monossacarídios GLICOSE, GALACTOSE E FRUTOSE.
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A hidrólise do AMIDO começa na boca sob a influência da ENZIMA PTIALINA, secretada principalmente na saliva produzida pela GLÂNDULA PARÓTIDA.
O ácido clorídrico do estômago provoca uma pequena quantidade adicional de hidrólise.
Finalmente, a maior parte
da hidrólise ocorre na porção superior do intestino delgado sob a influência da ENZIMA AMILASE PANCREÁTICA.
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Quatro enzimas “LACTOSE, SACAROSE, MALTASE E DEXTRINASE”, para a decomposição de DISSACARÍDIOS e de 
 pequenos POLÍMEROS da GLICOSE, estão localizados nas microvilosidades da borda em escova das células epiteliais.
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Os dissacarídios e outros pequenos polímeros são digeridos até monossacarídios à medida que entram em contato ou se difundem para as microvilosidades.
Os produtos da DIGESTÃO , os monossacarídios GLICOSE, GALACTOSE E FRUTOSE são, então, imediatamente absorvidos pelo SANGUE PORTA.
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Digestão das Gorduras
As gorduras mais comuns da dieta são as gorduras neutras, também conhecidas como TRIGLICERÍDIOS; cada molécula de triglicerídios é composta de um núcleo glicerol e de três ácidos graxos.
Na dieta habitual há também pequenas quantidades de FOSFOLIPÍDIOS, COLESTEROL e ÉSTERES DO COLESTEROL.
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Os fosfolipídios e os ésteres do colesterol contêm ácidos graxos, e, portanto, podem ser considerados gorduras.
O colesterol, por outro lado, é um composto esterol que não contém ácidos graxos, mas apresenta algumas das características físicas e químicas das gorduras; além disso, é derivado de gorduras, e metabolizado do modo semelhante ao delas.
Por isso, o colesterol é considerado, sob o ponto de vista dietético, como gordura.
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Embora pequena quantidade de gordura possa ser digerida no estômago sob a influência da lípase gástrica, 95 a 99% de toda a digestão da gordura ocorrem no intestino delgado, principalmente pela ação da LIPASE PANCRÁTICA.
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Digestão das Proteínas
As proteínas da dieta são quase totalmente provenientes das carnes e vegetais, sendo digeridas principalmente no estômago e na porção superior do intestino delgado.
A digestão das proteínas começa no estômago, com a enzima PEPSINA decompondo as proteínas em PROTEOSES, PEPTONAS e grandes POLIPEPTÍDIOS.
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Quando o alimento foi adequadamente mastigado e não é ingerido em quantidade excessiva de cada vez, cerca de 98% das proteínas transformam-se, por fim, em aminoácidos, sendo os 2% restantes excretados nas fezes. 
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Mecanismos Básicos da Absorção
A absorção através da mucosa gastrintestinal ocorre por TRANSPORTE ATIVO e por DIFUSÃO, como acontece em outras membranas.
O transporte ativo fornece energia para deslocar uma substância através de uma membrana.
Portanto, a substância pode ser deslocada contra um gradiente de concentração ou um potencial elétrico.
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Por outro lado, o termo DIFUSÃO significa simplesmente transporte de substância através da membrana como conseqüência do movimento molecular em OBEDIÊNCIA a, e não contra, um gradiente eletroquímico.
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Absorção no Intestino Delgado
Normalmente, as substâncias absorvidas a cada dia pelo intestino delgado consistem em várias centenas de gramas de carboidratos, 100 ou mais gramas de gordura,
 50 a 100 gramas de aminoácidos,
 50 a 100 gramas de íons, 
e sete a oito litros de água.
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Entretanto, a capacidade de absorção do INTESTINO DELGADO normalmente é muito maior do que essa:
Até vários quilogramas de carboidratos por dia,
500 gramas de gordura por dia;
500 a 700 gramas de aminoácidos por dia;
20 ou mais litros de água por dia.
Além disso, O INTESTINO GROSSO ainda pode absorver mais água e íons, embora não possa absorver quase nenhum nutriente.
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Absorção de Água
A água é inteiramente transportada através da membrana intestinal pelo processo de DIFUSÃO, passando principalmente através de grandes poros de 0,7 a 1,5 nanômetro, situados entre as células epiteliais intestinais.
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A água se difunde tão rapidamente através da membrana intestinal que acompanha de maneira quase instantânea as substâncias transportadas para a circulação.
Assim, à medida que os íons e os nutrientes são absorvidos, é também absorvidos um equivalente isosmótico de água.
Desta forma, não apenas os íons e os nutrientes são quase totalmente absorvidos antes de o quimo passar pelo intestino delgado, mas também cerca de 80% da água.
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Absorção dos Íons
A cada dia, são secretados 20 a 30 gramas de sódio para os intestinos juntamente com as diversas secreções digestivas.
A maioria das pessoas ingere outros cinco a oito gramas de sódio por dia.
Combinadas essas duas quantidades, o intestino delgado absorve 25 a 35 gramas de sódio existente no corpo.
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Absorção de Nutrientes
Praticamente todos os carboidratos são absorvidos por transporte ativo sob a forma de monossacarídios, menos de um por cento é absorvido sob a forma de dissacarídios, e quase nunca ocorre absorção de carboidratos de grande porte.
A maioria das proteínas é absorvida através das membranas luminais das células epiteliais do intestino sob a forma dipeptídios, tripeptídios e de alguns aminoácidos livres.
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Absorção no Intestino Grosso
Formação das Fezes
A cada dia, aproximadamente 1500 ml de quimo passam pela válvula ileocecal e chegam ao intestino grosso.
A maior parte da água e dos eletrólitos do quimo é absorvida no cólon, deixando ser excretados nas fezes apenas 50 a 200 ml de líquido.
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A maior parte da absorção no intestino grosso ocorre na metade proximal do cólon, o que confere a essa porção o nome de CÓLON ABSORTIVO, enquanto a porção distal do cólon funciona principalmente para armazenamento, sendo por isso denominada CÓLON DE ARMAZENAMENTO.
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As fezes normalmente são compostas por cerca de três quartos de água e um quarto de matéria sólida; desta aproximadamente: 
30% são bactérias mortas,
10 a 20 % são matéria inorgânica,
 2 a 3% são proteínas 
e 30% são resíduos alimentares não digeridos 
e constituintes secos dos sucos digestivos,
 como pigmentos biliares e células epiteliais descamadas.
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A cor marrom das fezes é causada pela ESTERCOBILINA e pela UROBILINA, que são derivados da BILIRRUBINA.
O ODOR é causado principalmente pelos produtos da ação bacteriana, estes variam de uma pessoa para outra, dependendo da flora bacteriana do cólon de cada pessoa e do tipo de alimento ingerido.
Entre os produtos odoríferos incluem-se: o INDOL,O ESCATOL, OS MERCAPTANOS E O SULFETO DE HIDROGÊNIO.
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 DISTÚRBIOS GASTRINTESTINAIS
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Gastrite
O termo gastrite significa inflamação da mucosa gástrica.
A inflamação da gastrite pode ser apenas superficial e, portanto, não muito prejudicial, ou pode penetrar profundamente na mucosa gástrica, em muitos casos crônicos causando atrofia quase completa da mucosa gástrica.
Em alguns casos, a gastrite pode ser muito aguda e grave, com escoriação ulcerativa da mucosa gástrica pelas secreções pépticas do próprio estômago.
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Úlcera Péptica
Uma úlcera péptica é uma área escoriada da mucosa, causada pela ação digestiva do suco gástrico.
As úlceras pépticas freqüentemente ocorrem ao longo da pequena curvatura na extremidade antral do estômago ou, mais raramente, na extremidade inferior do esôfago, onde muitas vezes há refluxo dos sucos gástricos.
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Constipação
A constipação consiste no movimento vagaroso das fezes ao longo do intestino grosso, geralmente associada a grandes quantidades de fezes secas e endurecidas no cólon descendente, que ai se acumulam em razão do longo tempo disponível para a absorção de líquido.
Uma causa freqüente da constipação são os hábitos intestinais irregulares, desenvolvidos por toda uma vida de inibição dos reflexos normais da defecação.
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Diarréia
A diarréia, que é o inverso da constipação, resulta do rápido deslocamento da matéria fecal ao longo do intestino grosso.
A principal causa da diarréia são as infecções do trato gastrintestinal, denominadas ENTERITES.
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Vômito
O vômito é o meio pelo qual a porção superior do trato digestivo se livra de seu conteúdo quando o tubo digestivo
sofre irritação, distensão ou mesmo excitação excessivas.
Os estímulos que causam o vômito podem originar-se em qualquer parte do trato digestivo, embora a distensão ou a irritação do duodeno forneçam o estímulo mais forte.
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Gases no Trato Digestivo
(Flatulência)
Os gases podem penetrar no trato digestivo vindos de três fontes:
(1) do AR deglutido
(2) dos GASES liberados como resultado da ação bacteriana
(3) por difusão de gases do sangue para o trato gastrintestinal.
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OBS:
 No estômago, a maioria dos gases é composta de nitrogênio e oxigênio derivados do ar deglutido; grande parte desses gases é expelida por eructações.
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