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Fichamento da apostila De Sociologia e antropologia jurídica

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Fichamento da apostila/Roteiro de estudos Fundamentos de Antropologia e Sociologia Jurídica
Introdução – O que são as Ciências Sociais. 
As ciências sociais formam um ramo das ciências que se dedica a estudar os aspectos sociais do mundo humano. Para isso, pesquisam os aspectos que se relacionam às sociedades humanas e à cultura, considerando seus tipos, origens, desenvolvimento e organização. 
A DEFINIÇÃO DE SOCIEDADE 
Do ponto de vista das ciências sociais, a sociedade pode ser definida como sendo um corpo orgânico estruturado em todos os níveis da vida social, com base na reunião de indivíduos que vivem sob determinado sistema de produção, distribuição e consumo de recursos, sob um dado Mas fazer isso não é simples. As pessoas conseguem compreender as relações entre si e com aqueles que lhes são próximos. No entanto, não é tão fácil entender os problemas sociais que afetam suas vidas, como esses problemas são gerados e quais os efeitos que têm sobre elas. 
Um exemplo: qualquer pessoa é capaz de entender o drama que atinge uma família quando um dos seus integrantes é atingido pelo desemprego. Por outro lado, é muito mais complexo entender as condições sociais que determinam a crise econômica que dá origem a esse desemprego em seu sentido mais amplo. Quais são suas causas? A perda de competitividade das empresas? Decisões equivocadas dos governantes? A concorrência? Mudanças no perfil do mercado? 
A maior parte das pessoas entende o mundo em função de aspectos que são familiares em sua própria vida: a família, os amigos, o trabalho etc. Chamamos esta capacidade de SENSO COMUM, uma forma de conhecimento tácito (não formalizado) sobre a vida cotidiana. O senso comum, portanto, é a habilidade que cada um tem de lidar com sua própria rotina, que permite viver em companhia de outras pessoas e interagir com elas. 
regime político, e obedientes a normas, leis e instituições necessárias à reprodução da sociedade como um todo. 
Como podemos perceber, dizer que a sociedade é um corpo ORGÂNICO significa que ela funciona de forma INTEGRADA. Para isso, os membros do corpo social precisam estabelecer relações uns com os outros. E essas relações precisam ser organizadas, mantidas e administradas de forma que todos possam entender e colocar em prática. 
Tema 1 – SURGIMENTO DO MUNDO MODERNO 
O marco mais importante da formação do mundo contemporâneo foi a INDUSTRIALIZAÇÃO. Este termo se refere ao surgimento da produção mecânica baseada no uso de recursos energéticos inanimados como o vapor e a eletricidade. O fenômeno surgiu na Europa (principalmente na Grã-Bretanha, em meados do Século XVIII), mas seu desenvolvimento teve consequências que hoje se estendem pelo mundo inteiro. As sociedades industriais, também chamadas de “modernas” ou “desenvolvidas” são totalmente diferentes de qualquer tipo anterior de ordem social. Neste quadro, o fator decisivo é a importância central da TECNOLOGIA, cujo desenvolvimento é constante e está em constante expansão, ocupando todos os espaços da vida cotidiana. 
As três correntes da sociologia clássica 
DURKHEIM: A primeira corrente teórica a se desenvolver na Sociologia foi liderada por um admirador das ideias de Comte: o também francês Émile Durkheim foi o criador da SOCIOLOGIA POSITIVISTA ou FUCIONALISTA. A rigor, pode-se dizer que foi o primeiro a praticar a sociologia científica propriamente dita: na obra As Regras do Método Sociológico, Durkheim estabeleceu os princípios técnicos para o funcionamento da ciência. 
MARX: Enquanto os pontos de vista de Durkheim e dos positivistas eram favoráveis ao sistema capitalista, a visão defendida pelo alemão Karl Marx era exatamente o contrário. Marx considerava que o capitalismo era movido por uma lógica essencialmente perversa, pois se baseava na exploração do homem pelo homem. A produção de riquezas pela ordem capitalista era de fato muito grande, mas a distribuição dessas riquezas era injusta. As classes que controlavam os MEIOS DE PRODUÇÃO utilizavam-se do poder que tinham para dominar sobre as outras classes e, com isso, organizavam a sociedade de modo a proteger seus próprios interesses. 
MAX WEBER: O também alemão Max Weber é considerado fundador da terceira corrente de pensamento da sociologia clássica, e sua divergência com Durkheim e Marx tem início exatamente nesse aspecto. Para Weber, a utilidade a sociologia não estava na possibilidade de conduzir a vida social de forma “científica”. Na verdade, Weber argumentava que os métodos típicos das ciências naturais (como a Física, a Biologia, a Química etc.) eram inadequados para analisar o comportamento humano em sociedade. Era preciso adotar outra atitude, visando compreender as ações praticadas pelas pessoas A PARTIR DE SEUS OBJETIVOS INDIVIDUAIS OU COLETIVOS. A sociologia compreensiva, inspirada nessas ideias, era, portanto, voltada para a interpretação, por parte do observador, das INTENÇÕES que movem os agentes sociais. 
Bauman e a Modernidade Líquida 
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, recentemente falecido, ganhou notoriedade ao difundir o conceito de “liquidez” para descrever o mundo moderno e seus padrões de relacionamento social. 
Segundo Bauman, nossa época tem como característica a superação e abandono de referenciais morais, afastados para dar lugar à lógica do agora, do consumo, do gozo e da artificialidade. A MODERNIDADE LÍQUIDA faz com que os elementos da estrutura subjacente da sociedade deixem de ser vistos como referenciais. A vida passa a ser entendida como um projeto individual. 
A QUESTÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS 
Se a desigualdade entre os indivíduos é antiga, é também verdade que houve muitas tentativas de remover essa desigualdade como forma de alcançar a justiça. Desde a Antiguidade existem ideias voltadas para isso. Veja-se, por exemplo, as ideias do filósofo Platão na obra A República, no século IV antes de Cristo. No período contemporâneo foram feitas várias tentativas de criar sociedades igualitárias. Os esforços mais notórios foram feitos por comunistas, anarquistas e socialistas, que chegaram a organizar regimes e controlar o governo de países importantes durante o Século XX. 
Atitudes mais frequentes relacionadas às diferenças 
Minorias e grupos minoritários - Grupo minoritário é um conjunto de pessoas que, por suas características físicas ou culturais, diferenciam-se dos outros membros da sociedade em que vivem e recebem um tratamento diferenciado e desigual.
Preconceito e discriminação - Preconceito consiste em uma atitude, ideia, pensamento ou opinião desfavorável que um indivíduo ou grupo manifesta em relação a outros indivíduos ou grupos. Sempre está baseado em um prejulgamento emotivo e sem fundamento.
RACISMO - O racismo é uma ideologia baseada na crença de que características herdadas, como a cor da pele, são um sinal de inferioridade que justifica um tratamento discriminatório das pessoas com essa herança.
SEXUALIDADE E GÊNERO
As ideias sobre a sexualidade têm passado por mudanças dramáticas. Nas últimas décadas, nos países ocidentais, vários aspectos importantes da vida sexual das pessoas foram alterados de maneira fundamental. Em sociedades tradicionais, a sexualidade estava intimamente ligada ao processo de reprodução, mas em nossa era atual, elas foram desconectadas. A sexualidade se tornou uma dimensão da vida para cada indivíduo explorar e moldar. Se a sexualidade antes era “definida” em termos de heterossexualidade e monogamia no contexto de relações maritais, atualmente existe uma aceitação cada vez maior de formas diversas de comportamentos e orientações sexuais em uma ampla variedade de contextos. 
FORMAS DE SEXUALIDADE
A maioria das pessoas, em todas as sociedades, é heterossexual: elas procuram o outro sexo em busca de envolvimento emocional e prazer sexual. Historicamente, a heterossexualidade, em cada sociedade, tem sido a base do casamento e da família. Ainda assim, existem muitos gostos e tendências sexuais minoritárias e as práticas sexuais em si são ainda mais diversas. 
Em todasas sociedades, existem normas sexuais que aprovam certas práticas, enquanto desestimulam e condenam outras. Os membros de uma sociedade aprendem essas normas com a socialização. A homossexualidade é um exemplo: algumas culturas têm tolerado ou incentivado a homossexualidade ativamente em certos contextos. Entre os gregos antigos, por exemplo, o amor de homens por rapazes era idealizado como a forma mais superior de amor sexual. 
ORIENTAÇÃO SEXUAL
A orientação sexual diz respeito à direção da atração sexual ou romântica do indivíduo. O termo “opção sexual”, que às vezes é usado incorretamente, é enganoso e deve ser evitado, pois implica que a atração sexual ou romântica é questão de escolha pessoal. Na verdade, a orientação sexual resulta de uma interação complexa entre fatores biológicos e sociais, que ainda não foram totalmente compreendidos. 
A orientação mais comum é a heterossexualidade, que é a atração por pessoas do sexo oposto. Já a homossexualidade é a atração por pessoas do mesmo sexo; existe ainda a bissexualidade, quando o indivíduo pode sentir atração por pessoas de ambos os sexos. 
TÓPICOS CONTEMPORANEOS EM SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA 
1 – CONSUMISMO 
O termo “consumismo” se refere a um tipo de comportamento orientado por uma propensão ao consumo de bens e serviços, muitas vezes supérfluos. A motivação essencial do consumismo com frequência deriva do significado simbólico associado a sensações de prazer, sucesso, felicidade etc. Em geral esse simbolismo é estimulado pelos meios de comunicação de massa. 
A palavra CONSUMISMO está ligada ao ato de comprar, especialmente quando não existe a necessidade concreta do comprador. O consumismo, portanto, significa o ato de comprar muitas coisas que, em sua maioria, não são necessárias. 
Consumo x consumismo 
O consumo propriamente dito é a simples aquisição dos itens de que a pessoa necessita em sua vida normal. O consumismo, por outro lado, se caracteriza pelos gastos excessivos, quando a necessidade de consumo se transforma em compulsão, chegando a se tornar uma patologia comportamental. Em casos extremos, pode levar a pessoa a praticar furtos ou roubos de objetos cobiçados, ou ainda a acumular quantidades desproporcionais de bens sem utilidade real. 
2 – VIOLÊNCIA URBANA 
Pode parecer estranho para muitos, mas é difícil estabelecer uma definição sobre o que seja a violência. Trata-se de algo que sofre influência de fatores culturais, econômicos, sociais, políticos e religiosos, entre outros. Mas se é difícil uma definição objetiva, filosoficamente é bem mais fácil compreender do que se trata. 
Apesar das diferenças culturais e históricas, fundamentalmente se pode traduzir o conceito de violência como sendo o exercício da força física e/ou da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contra os seus interesses e desejos, contrária a seu corpo e a sua consciência, causando-lhe danos como a morte, a loucura, a autoagressão, prejuízos materiais etc. 
O problema da violência tem alcance mundial. Estatísticas recentes apontam que a violência é causa de morte de 14 % dos homens e 7 % das mulheres anualmente no mundo, o que equivale a uma morte por minuto. Além disso, para cada pessoa morta outras 40 sofrem ferimentos graves. Segundo o relatório anual da Organização Mundial de Saúde de 2015, morrem anualmente 1,6 milhão de pessoas atingidas pela violência. 
No Brasil, a violência urbana se coloca atualmente como um dos problemas que causam maiores traumas à população. Ao longo do século XX se juntaram dois aspectos do desenvolvimento do país que contribuem para a existência de um clima geral de insegurança: a urbanização acelerada e a manutenção de níveis extremamente elevados de desigualdades sociais. Na atualidade, a violência se apresenta como algo que chega à beira da banalidade, sem qualquer objetivo que a justifique ou qualquer ideologia que possa explica-la. Nos grandes centros metropolitanos, são cada vez menos raros os episódios que caracterizam um clima de verdadeira guerra urbana, com milícias armadas agindo impunemente, execuções, territórios sem lei e escandalosos casos de brutalidade e corrupção das instituições sociais. De outro lado, famílias ameaçadas, quando têm condições para isso, se abrigam em condomínios fechados, guardados por seguranças particulares ou cercados por aparatos de proteção como muros, cercas eletrificadas e vigilância eletrônica. 
3 – O PROBLEMA DAS DROGAS, TRÁFICO E CONFLITOS SOCIAIS 
A questão das drogas é milenar. Já na Grécia Antiga se utilizava o termo pharmakon, origem das expressões “fármacos” ou “farmácia” para indicar substâncias que podiam ter ao mesmo tempo o efeito de remédio e de veneno. O termo utilizado para designar droga é de origem persa e derivava da que indicava o demônio. Existem estudos que indicam que já se consumiam entorpecentes há pelo menos 10 mil anos e relatos de historiadores como o grego Heródoto informam sobre substâncias conhecidas, como a Cannabis Sativa (maconha) e o ópio sendo utilizados frequentemente na Grécia. 
Formas de classificação das drogas 
Existem diferentes maneiras de classificar as drogas. Uma dessas maneiras é relativa ao sistema jurídico-legal, quando a distinção é feita entre drogas lícitas e ilícitas. Quanto às drogas lícitas, existem as que podem ser obtidas livremente, enquanto outras têm sua distribuição e consumo sujeitos a restrições. 
Quanto à origem, as drogas podem ser: 
Naturais – aquelas derivadas de certas plantas, com potencial psicoativo e que são usadas diretamente ou por meio de técnicas de extração e purificação. É o caso de alguns tipos de cogumelos alucinógenos ou da ayahuasca, planta sul-americana utilizada nos rituais do Santo Daime; 
Semissintéticas – são as drogas que resultam de reações químicas realizadas em laboratório sobre as drogas naturais. Entre estas estão a cocaína, a maconha modificada (skank), o tabaco e o álcool (estas duas consideradas “lícitas”); 
Sintéticas – São aquelas produzidas exclusivamente por meio de processos químicos em condições laboratoriais, que não dependem de substâncias vegetais ou animais em estado natural, mas sim previamente processados (por vezes com objetivos bem distintos). Enquadram-se nessa categoria drogas como o LSD, ecstasy, metanfetaminas e outras. Além disso podem ser também consideradas neste grupo drogas de uso legal, como calmantes, barbitúricos e soníferos, produzidos com finalidade médica, mas que precisam ser administradas com rigor.

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