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Direito Penal IV

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DIREITO PENAL IV
LUIZA MARTINS
24.07.2018
DECOMPOSIÇÃO DO TIPO PENAL
Objeto jurídico, bem jurídico tutelado, objetividade jurídica;
Sujeitos: ativo (inclusive concursos de pessoas), passivo;
Elemento objetivo (descritivo), tipo objetivo, tipicidade objetiva;
Elemento subjetivo: tipo subjetivo, tipicidade subjetiva;
Elemento normativo;
Consumação;
Tentativa;
Penal;
Ação penal;
Classificação jurídica; 
Objetivo jurídico (bem jurídico tutelado) difere objeto material (coisa corpórea).
O código penal foi feito em 1940 e elogiado por sua harmonia. A parte especial são normas explicativas, permissivas e incriminadoras.
A parte especial contem a maioria das normas penais incriminadoras. O código da parte especial é por título, capitulo de forma especifica. PROTEGENDO O BEM JURIDICO DE FORMA AMPLA.
Exemplos: 
Titulo 1° da Parte especial – artigo 121.
Capitulo I (...)
Sujeito ativo aquele que pratica o ato criminoso.
Sujeito passivo aquele que sofre a descarga criminosa “lembrando do bem jurídico tutelado”.
O problema é quando tem concurso de pessoas, mais pessoas estão na pratica do crime (sinônimo – divisão de trabalho).
O autor é o que realiza o tipo penal (um dos verbos).
Participe: contribuição para a conduta do autor – ou induz e investiga (auxilio moral) ou ele auxilia (de forma material).
Elemento objetivo: tipicidade objetiva (o elemento descritivo).
Elemento subjetivo: pessoa, o estado anímico da culpa (dolo ou culpa). Tipicidade objetiva.
Elemento normativo: expressões que o interprete precisa de um elemento a mais. 
As vezes fazem referencias a um termo jurídico (dentro ou fora). 
Consumação/ tentativa: o crime se consuma quando o resultado ocorre, ou por circunstancias estranhas ficou impedido de consumar (tentativa). 
A consumação no homicídio “matar alguém” quando tem a morte.
Dificulta quando tem várias normas nucleares – tem cinco ações nucleares, algumas condutas são instantâneas (como no crime de receptação). Na ocultação, ou enquanto a consumação estiver correndo você pode ser preso. 
PARTE ESPECIAL 
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
30.07.2018
Crimes contra a pessoa física, as pessoas jurídicas não podem ser vitimas do titulo I da Parte especial.
O capítulo I – crimes contra a vida, o código estabelece quatro tipos de crimes, devem necessários ser julgados pelo Júri. 
O legislador preferiu o nome como homicídio, ao contrario de outras legislações como a americana (ex: assassinato).
Se além da morte tiver outro objetivo está de fora deste capitulo. 
O crime de homicídio é um crime de dano, ao contrário do capitulo III – da periclitação da vida ou saúde. 
O capitulo III – DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
Capitulo IV -DA RIXA
Capitulo V – DOS CRIME CONTRA A HONRA – apenas contra a pessoa física. 
Capitulo VI – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
São crimes que atingem a pessoa física, apenas.
Exemplo: se eu coloco um outdoor falando que a Coca-Cola está poluindo o meio ambiente, isso não é crime do Direito penal. E sim de direito civil.
O capitulo I – fala dos crimes contra a vida, o código estabelece quatro tipos de crime contra a vida no ser humano: abre com o crime de homicídio, depois de induzimento e instigação ao suicídio, infanticídio e aborto. São crimes contra a vida.
Se a constituição estabelece que os crimes dolosos contra a vida serão julgados e processados no tribunal do júri – devem ser julgados perante o tribunal do júri.
O nosso código penal, o legislador de 40 quis o nome como homicídio, ao contrário das outras legislações como por exemplo a legislação americana que preferem utilizar o termo assassinato quando essa conduta de ceifar a vida do outro se revela com maior gravidade. Quando não tem essa colocação eles chamam de homicídio. O legislador não coloca essa classificação, chamando apenas de homicídio. 
HOMICIDIO
Se o objeto for além da morte, cai fora o capitulo primeiro.
Então se ele pretender a morte, a partir do crime de estupro. Podemos analisar se é um estupro qualificado ou homicídio. 
Exemplo: crime de roubo (157), no crime de roubo quando existe a morte da pessoa, a desidrato do agente é apenas um só (subtrair coisa alheia móvel, com violência ou grave ameaça), nem que para isso eu tenho que matar.
Se entro no banco para matar uma pessoa e subtrair é considerado latrocínio. 
Então nesse capitulo primeiro o desidrato do agente criminoso é ceifar a vida do outro. Apenas que alguém morra. 
Por isso o crime de homicídio é um crime de DANO. Ao contrário do capitulo III, do CP, que menciona a periclitação da vida (colocar em perigo a vida e a saúde). Por exemplo: 
Perigo de contágio venéreo
        Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
        § 2º - Somente se procede mediante representação.
        Perigo de contágio de moléstia grave
        Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Significa que o dolo é colocar em perigo a vida ou a saúde, por exemplo: sífilis. 
esse capitulo III – o dolo do agente é colocar em perigo a vida do agente ou a saúde de alguém. Perigo, ele não quer causar um dano. 
Exemplo: pessoa portadora de sífilis, quer manter relação sexual com outra sabendo da sua doença apenas para transmitir a doença, colocando em perigo a saúde da pessoa. Se o dolo for com essa conduta, e a vontade dele ser causar um dano, é lesão corporal. E quer que a doença mate – é homicídio (se a doença tiver esse potencial).
HOMICIDIO SIMPLES: protege apenas um bem jurídico que é a vida de uma pessoa.
Por proteger apenas um bem jurídico é considerado um crime SIMPLES. Ao contrário do 157, 158, 159 – são conhecidos como crimes complexos (roubo, protege de um lado o patrimônio e de outro lado o ser humano na sua integridade corporal).
Homicídio simples
 Art. 121. Matar alguém:
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Sujeito ativo: aquele que realiza o tipo penal, o chamado de autor. Podendo ser o participe aquele deu a conduta secundária. É um crime COMUM, pois pode ser praticado por qualquer pessoa (diferente do infanticídio, peculato, que o tipo penal exige uma qualidade especial do sujeito ativo).
Sujeito passivo: observa-se o bem jurídico tutelado, se é um homicídio simples é a pessoa que tem a sua vida ceifada. Também é um tipo COMUM COM RELAÇÃO AO SUJEITO PASSIVO, pois pode ser vitima o homem ou a mulher, sendo grávida ou não (não exige nenhuma qualidade especial), mas tem casos que o legislador exige uma qualidade especial do sujeito passivo. Como por exemplo: uma lesão corporal contra mulher gravida, se resulta aborto é obvio só pode ser sujeito passivo uma mulher gravida.
O nosso código – a ação nuclear representa quase tudo no tipo penal – “verbo”. Que no caso do homicídio é apenas um verbo de matar. Ao contrário da receptação própria que o legislador traz cinco verbos. 
O verbo sendo MATAR – é um crime de Ação livre/ Forma livre – porque pode matar a pessoa de várias formas e meios (exemplo: tiro, facada). Ao contrário de alguns crimes que o legislador exige determinada forma – crime de ação vinculada (exemplo: curandeirismo: exercer o curandeirismo – necessita de habitualidade). 
O homicídio é um crime de resultado – o tipo penal traz um resultado. 
Prática de crime de maneira indireta – por terceira pessoa. Exemplo: fazer uma armadilha, atraindo a pessoa para um bosque e ela acaba morrendo. Ou ainda, atrair a pessoa para uma floresta onde está caindo muitos raios e ela acaba morrendo, sempre com o dolo. 
Relação de causalidade – artigo 13°, esbarra no elemento subjetivo.Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Exemplo: vou em uma loja de armas, compro e mato uma pessoa. Se o fulano não tivesse me vendido não teria matado, mas ele não tem o dolo. Teria dolo apenas quando ele tivesse aconselhado a pessoa qual arma deveria comprar. 
	- Omissão penalmente relevante- condições que o legislador estabelece (artigo 13°, §2°). Ou seja, são condições que o legislador estabelece imputando alguém o dever.
        § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Estabelecendo três alíneas que está na posição de garantidor em que PODIA e DEVIA agir.
Só deve ser analisada quando a pessoa DEVE e PODE agir. Quando por lei estabelece.
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Alpinista.
Salva vida.
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Homicídio comissiva (fazer) ou omissiva (não fazer) – apenas nos casos em que o agente se encontra em uma das hipóteses do §2° do artigo 13). 
Por isso é um crime de ação livre, direta ou indireta, comissiva ou omissiva. 
Exemplo: cantora Wanderleia que perdeu um filho na piscina, e tinha deixado a empregada doméstica cuidando e ele morreu. Estava na função de garantidora. 
Elemento objetivo: o código estabelece matar alguém. 
Quando que começa a tutela de matar alguém? Só se protege no direito penal, o ovulo fecundado quando estiver na membrana uterina, ou seja, no útero da mulher. A partir desse momento tem proteção penal.
Dali até o inicio do parto, qualquer atentado contra esse ser é considerado aborto.
Iniciado o parto qualquer atentado contra esse ser é considerado homicídio (a partir da primeira incisão). 
Elemento subjetivo: só se faz a caráter de dolo (direito ou eventual) o caput e o §1° e 2°, salvo o §3° (homicídio culposo).
As demais hipóteses de homicídio simples, e nos casos de diminuição de pena (homicídio privilegiado). 
Exemplo: cara namorava uma moça e os dois eram vendedores em um brechó, e determinado dia a moça disse que queria fazer um curso e teve um amante, que era piloto de avião.
Se explode um avião, matando junto todos os passageiros, qual a conduta do piloto? Através do elemento subjetivo se teve dolo ou culpa em relação ao comandante e aos passageiros. Primeiro em relação ao comandante é dolo direto (porque queria o resultado), e a tripulação e aos passageiros seria culpa direta ou indireta, dolo direto ou indireto. Não é correto pensar que é dolo eventual (acertar ou errar) e no caso dos passageiros é o dolo direito de 2° grau ou dolo de consequência necessária. 
Exemplo: dos gêmeos xifópagos em que um médico da Europa disse que iria separa-las a Ana e a Maria. Mas se ele queria matar apenas uma e a outra acaba morrendo junto em relação a que queria é dolo direto e em relação a outra é dolo de 2° grau. Pois o meio escolhido vai matar a outra também. 
Dolo eventual sempre tem duas possibilidades (acertar e errar).
Consumação: o crime de homicídio é material e instantâneo (sendo material porque o legislador descreve a ação e o resultado que é a morte, que tem que ocorrer para ter a consumação, diferente dos crimes formais), instantâneo porque se consuma no mesmo momento. 
Tentativa: artigo 14, inciso – quando não consegue a morte de alguém, por circunstancias alheias. 
 Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 I - Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Exemplo: o sujeito tem dentro do revólver ter 6 balas, atira na pessoa (com dolo de matar) 6 balas, mas a vitima começou a implorar para não atirar e acabou desistindo. A ação poderia ter matado a pessoa, então é tentativa de homicídio, porque a ação dele poderia chegar a morte. O professor Damásio pensa diferente, mas apenas ele. 
Exemplo: que a pessoa iria roubar, mas entra e acaba desistindo – é o chamado desistência voluntária.
Exemplo: eu atiro na pessoa no pé (mas ele queria matar a pessoa), no joelho, e acabou desistindo – desistência voluntária. Tem que saber se a ação dele é capaz de matar a pessoa, a consumação.
Exemplo: se o homem praticou apenas o ato libidinoso com a mulher, mas desistiu – nesse caso ele já consumou por já foi realizado os atos do tipo penal. 
        Caso de diminuição de pena – homicídio privilegiado
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Presentes os requisitos da diminuição de pena, o juiz é obrigado a diminuir. O verbo poder é a faculdade do quantum que vai diminuir.
O §1° casos de diminuição que é uma circunstância incomunicável, mas não são elementares ao tipo penal. Nenhuma dessas hipóteses se comunicam. 
O homicídio privilegiado porque privilegia determinada conduta e circunstância de natureza, eminentemente subjetiva. Essa circunstancias não se comunicam em casos de concurso de pessoas, porque são pessoais e individuais. Os parceiros de empreita não são beneficiados, salvo se tiverem o mesmo objetivo.
Três características de caráter subjetivo. 
Motivo social: traidor da pátria.
Motivo nobre: Pode ser compatível com o premeditado
Violenta emoção: estado emocional passageiro, em consequência não pode ser ao mesmo tempo premeditado (aquele que o sujeito pensa antes e depois age, não é compatível com a violenta emoção)
Injusta provocação da vítima: natureza subjetiva.
31.07.2018
HOMICIDIO QUALIFICADO - §2°, artigo 121
 § 2° Se o homicídio é cometido:
 I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
 II - Por motivo fútil;
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
 IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
As qualificadoras, são chamadas de tipos penais derivadas, pois derivam dos tipos penais simples, são circunstancias que estão ao redor daquela figura central, que levaram o legislador a aumentar a pena, porque revelam um maior desfavor por parte do agente. 
São circunstâncias de natureza objetiva ou subjetiva. Que revelam maior gravidade na conduta do agente, maior desvalor na ação, por isso a pena é maior. 
Poderia ser ao mesmo tempo um crime ser privilegiado e qualificado, pois se fosse a ideia do legislador de compatibilizar com o §1°com o §2° deveria ter sido feito primeiro, essa tese de Hungria e Noronha foi vencida a muitos anos. Hoje a doutrina majoritária admite um crime seja ao mesmo tempo privilegiado e qualificado, mas tem que haver uma compatibilização. Se o privilegio é de natureza subjetiva, não pode ser ao mesmo tempo de motivo torpe/fútil,no entanto nada impede que seja qualificado pelo meio e o modo. 
Pode haver ao mesmo tempo motivo privilegiado com uma qualificadora de meio ou modo.
Homicídio privilegiado não é compatível com violenta emoção. Agora o motivo de relevante valor moral, social é sim compatível com a premeditação (exemplo: posso premeditar matar o estuprador da minha filha). 
Se tem natureza objetiva, elas se comunicam o artigo 30 do Código Penal (parceiros de empreita penal), desde que ingressem na esfera de conhecimento do parceiro criminoso. Exemplo: eu vou matar um sujeito por traição e a fulana vai me ajudar a matar, ela apenas vai responder se ela souber que vai matar um cara por traição. 
Mas também tem algumas de natureza subjetiva. 
Se a pessoa não souber não tem como ser homicídio qualificado e sim o homicídio simples. 
Motivos – incisos I e II: 
a) mediante a paga ou a promessa de recompensa, ou torpe: promete o pagamento após a execução. Essa promessa de recompensa nem sempre tem natureza econômica e financeira. Duas correntes e uma diz que apenas pode ter natureza patrimonial outra corrente diz a paga e a promessa de recompensa não tem apenas a natureza econômica, e argumentam que tinham colocado a natureza economia, como no artigo 158 CP.
A vingança nem sempre é motivo torpe. A vingança como represália (motivo torpe) e a vingança para matar o estuprador da filha (motivo nobre).
A paga é o pagamento antecipado para que alguém mate alguém. 
Exemplo: a esposa falou pediu para o amante matar o marido porque daí casava com o amante, é a promessa de casamento, as vezes pode ser de natureza patrimonial ou não. 
O inciso I – é um crime plurisubjetivo, pois tem duas pessoas uma que manda e a outra que paga. Exigindo necessariamente duas pessoas, é a única exceção ao crime de homicídio. 
Quem responde pelo crime qualificado, só o executor ou o mandate responde também? O executor sempre responde pela qualificadora. E o mandante responde pela qualificadora ou não? Duas correntes doutrinarias (1) é elementar ao crime de homicídio e, portanto, todos respondem (2) sustentado que não é elementar, quem mata ela age de uma forma torpe (não se comunica, pois, é uma forma pessoal). 
Exemplo: o pai que mata o estuprador da filha, o motivo é nobre. Quando ele paga para uma pessoa (essa deve responder pela torpeza) e o pai é tem que responder por motivo nobre (não sendo elementar não se comunica ao mandante). 
Inciso II 
b) motivo fútil: insignificante, que não justifica aquela conduta, mas tem um motivo. Hungria da o exemplo do cara que está andando a cavalo, e cai do cavalo e o outro deu risada, e ele vai e mata o cara. 
Exemplo: matou o garçom porque deu o troco errado) existe um motivo, mas não é proporcional (insignificante) ao que ocorreu. 
Quando não tem motivo nenhum (ausência de motivos): 
Exemplo: pessoa que matou várias pessoas no cinema, sem motivação alguma é um motivo torpe, fútil e nobre? Não, quanto não tem motivos não tem como equiparar como um motivo torpe, fútil, corrente majoritária. Não tem como considerar que toda a ausência de motivo ser motivo fútil. A critica é que o CP não colocou a ausência de motivos. 
Meios – incisos III:
a) veneno – insidioso (camuflado/ disfarçado): o meio tem que ser ministrado de uma forma dissimulada na vítima. Exemplo: ao invés de uma injeção para melhorar a dor de cabeça, injeto um veneno. Mas no caso não necessariamente é ilegal, como um tóxico para diabéticos é o açúcar. 
Exemplo: se eu ministro de maneira forçada, não é de maneira insidiosa. E apenas pode ser considerado na maneira qualificada quando eu faço de maneira disfarçada. 
b) fogo e explosivo– pode causar perigo comum: artigo 250 – incêndio. 
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Exemplo: se mata uma pessoa com o incêndio e pega fogo em vários lugares. Tem um concurso formal de crimes, matar pelo fogo e causou um perigo comum. 
Exemplo: desmoronamento/ desabamento, quando pode resultar um perigo comum é considerado dois crimes. 
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Se causar perigo comum e a na pessoa – são dois crimes. Mas se coloquei fogo apenas na pessoa seria considerado um crime. 
Os crimes de perigo são concretos. Tem que ser comprovados que houve perigo comum. 
c) asfixia e tortura – cruel: maior sofrimento da vítima. Pode ser o fogo considerado um meio cruel (exemplo: queimar a pessoa em partes). 
Interpretação analógica do CP.
Exemplo: excesso de facadas (no meio cruel tem a consciência, ter o dolo – sabendo que a vitima está morrendo por meio cruel). Mas também o excesso de facadas não é sempre considerado um meio cruel. 
Exemplo: o irmão que passava com o carro por cima do irmão, dava a ré. Foi a júri considerando um meio cruel, pois ele escutava os ossos do irmão quebrando. 
A asfixia: é trazida pelo código como um meio cruel. Como a esganadura, asfixia. 
Lei 9.455/97 – crime de tortura, se por motivo cruel/ tortura se resultar a morte a pena é de 8 a 16 anos. Sendo que resultado a morte (não é querida pelo agente criminoso – culposo). Se ele quiser a morte é o código penal – doloso. 
Na lei de tortura a morte não é querida pelo agente criminoso, mas acaba morrendo. Mas se a tortura é um meio para a morte, tem que ser considerado o Código Penal. 
Nos artigos 157, 158 e 159 podem ser a titulo de crime doloso e culposo. 
Modo - incisos IV: são modos de agir que impossibilita ou dificulta a defesa da vítima. 
a) traição: o ataque traiçoeiro e inesperado, a vítima não tem razão para ser abatida.
b) emboscada: significa espera da pessoa, e a vítima não tem razões para ser abatida/ o ataque. 
c) dissimulação: disfarçar o proposito homicida. 
d) qualquer outro meio: tem que impossibitar a defesa do ofendido, como por exemplo: a surpresa, superioridade numérica, embriagada. 
Fins – incisos V: finalidade.
a) para assegurar a execução de outro crime: tem que ser um outro crime e não uma contravenção penal. 
Exemplo: o cara mata o segurança da pessoa e depois comete o crime de sequestro. 
Exemplo: tenho um bar que realizo jogo do bingo, mato o policial que está vindo no meu bar para não ter o crime de contravenção penal. isso não se enquadra. 
b) para assegurar a ocultação de outro crime: para ocultar um crime anteriormente cometido.
exemplo: o fiscal entra no local onde realizo trabalho escravo, eu mato o cara antes para ele não descobrir o crime anteriormente praticado. 
c) assegurar a impunidade: já é conhecido pela autoridade, mas não se sabe a autoria. O agente homicida para sair impune, ele mata uma pessoa. 
Exemplo: matar a testemunha que viu o seu crime de furto. Para assegurar a impunidade desse outro crime.
d) para assegurar a vantagem: para obter vantagem eu mato o meu colega de crime. 
Exemplo: duas pessoas cometem um crime (joalheria) e quero ter a vantagem apenas para mim e mato o meu colega para ter apenas a vantagem para mim. 
Feminicídio – incisos VI: 2015 no código penal. Contra a mulher como razão de mulher e de sexo feminino. 
Foi incluído pela Lei n° 13.104 de 2015.
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:     (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - violência doméstica e familiar;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
a) violência doméstica e familiar: habitar ou ter convivido com essa pessoa.
b) menosprezo e descriminação pela condição de ser mulher.
Autoridade – incisos VII: se foi algumas das razões elencadas no artigo do homicídio qualificado.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 daConstituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015).
06.08.2018
HOMICIDIO CULPOSO - §3° 
Culpa é a inobservância do dever de cuidado de fato objetivamente previsível. A forma de que coloca o homem modelo no lugar do agente. Em que o homem modelo tivesse o mesmo comportamento dele, o agente naquele evento não seria etiquetado como crime culposo. Se aquele homem modelo tivesse comportamento diferente a conduta seria criminosa.
Exemplo: pessoa que estava dirigindo com falta de cuidado, olhando as meninas e acaba atropelando uma pessoa. Se fosse um homem modelo não iria dirigir assim.
Em todos os aspectos onde tem vida humana, coloquem a conduta do ‘Mauricinho’ para poder analisar os exemplos. 
O artigo 18 do Código Penal: 
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 II - Culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Imprudência: fazer sem as cautelas devidas. 
Negligencia: não fazer para a cautela, quando determina que ele faça. Exemplo: policial que chega em casa e deixa o revolver. 
Imperícia: falta de conhecimento para fazer determinada atividade. Exemplo: médico dermatologista para fazer uma cirurgia cardiológica. 
Abarcava todas as hipóteses de culpa, onde através da culpa iria ceifar a vida de uma pessoa, também todos os homicídios de trânsito eram tipificados no CP. 
Culpa própria: negligencia, imprudência e imperícia.
Culpa impropria: age sem as cautelas necessários, e acaba praticando um crime doloso, mas o CP trata como crime culposo. Mas só impropriamente podemos falar em culpa. Sendo um resultado que é querido pelo agente, doloso, mas sem as cautelas ANTES DO ATO.
Na classificação dos crimes preter dolosos – dolo no antecedente e culpa no consequente. Assim nos crimes culposos é ao contrário, com culpa no antecedente e dolo no consequente.
Aumento de Pena – no homicídio culposo existe uma majorante. 
 § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Aumento de pena de 1/3 se esse crime de homicídio é cometido por inobservância de norma técnica de profissão, arte ou oficio. 
Para Hungria a profissão era um gênero e a atividade era espécie. 
A doutrina penal tem sustentado que apenas deve abarcar com as profissões devidamente legitimadas, aquelas regulamentadas. Apenas aplica-se ao profissional e não ao amador. Pressupondo um conhecimento regulamentado.
Exemplo: engenheiro que constrói um muro e não observa uma regra e o muro cai e mata uma pessoa. Ele sabia, mas não observou. 
Exemplo: um amador que faz um muro, e mata uma pessoa. Não iria ser aplicada a majorante nesse amador, porque ele não tinha conhecimento.
Outra corrente se aplica também aqueles que são amadores. Seria um crime culposo por imperícia e imprudente (quando conhece). 
Exemplo: o médico faz operação sem lavar as mãos. Ele conhece a regra e sabe que têm de higienizar as mãos. 
Não pode ser confundido com imperícia, que é aquele que não tem o conhecimento adequado, sendo imprudente e negligente. 
Deixa de prestar o socorro à vítima: você da causa a situação de perigo, eu que coloquei a pessoa em perigo, com a inobservância do dever de cuidado. Diferente da omissão de socorro é que você não deu causa ao perigo. O código quer que busque o socorro para a vítima. 
Exemplo: eu atirei na vitima sem querer, e a vitima faleceu na hora e eu vou embora. Eu vou responder por homicídio culposo? Sim. Nesse caso se a pessoa morreu na hora, não teria o que prestar o socorro. Desta maneira, tenho que fazer uma analise do caso concreto. 
Exemplo: eu dou um tiro em uma pessoa, e muita gente vem socorrer. A pergunta é ela precisa de socorro? Não. E então eu não respondo por não prestar socorro. Só que se essa ajuda que alguém está prestando for insuficiente, ai responde por não prestar o socorro devido.
Não procura diminuir as consequências do seu ato: variação/ especificidade da omissão de socorro. Eu já tenho um ato culposo, mas não tento diminuir as consequências do meu ato. 
Exemplo: atiro em uma pessoa, e não faço nada para prestar o socorro. Não faço nada para ajudar.
Foge para evitar a prisão em flagrante: até a edição do Código de Trânsito Brasileiro, o crime de homicídio culposo era regido pelo Código Penal. 
A pena é aumentada em 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos: se o crime é praticado contra pessoa com essas idades. 
Artigo 10° - o código diz que é uma norma explicativa. 
 Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Exemplo: se mato uma criança as 10 horas da manhã, mas ela nasceu as 17 horas eu teria aumento de pena? Sim, porque a partir do momento em que virou o dia as 00 horas ela já teria 14 anos de idade. Excluindo as horas, minutos. 
§5° - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
Damásio entende que é uma faculdade. Outra corrente diz que constitui um direito subjetivo da vítima.
Perdão judicial é diferente do perdão do ofendido.
Tem corrente que diz que apenas se aplica nas hipóteses de atingirem de forma moral, e outra corrente diz que inclusive nas hipóteses de material (financeira).
As consequências atingiram o agente criminoso de maneira tão grave que a pena se torna desnecessária: isso no aspecto moral ou material? O fato criminoso atingiu o autor de maneira tão grave que não consegue recuperar. 
Exemplo: o pai confundiu o filho com um ladrão, e matou o próprio filho. Culpa imprópria. 
 § 6° A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)
A pena é aumentada quando praticada por grupo de milícia privada. Grupo encarregado de fazer a segurança de um local controlado pela criminalidade. Exemplo: Rio de Janeiro, com o Comando Vermelho, PCC, para a prestação de serviço de segurança 
Ou grupo de extermínio (motivação torpe): extermínio de pessoas em razão da classe social, sexo, racial ou apenas matar pessoas que são criminosas. Seja a natureza que for, não precisa ter um fanatismo, matam por matar. 
§ 7° A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
Praticado durante a gestação: ele tem que saber que estava com 3 meses após o nascimento da criança. 
Até 3 meses após a gestação: conta-se a partir do nascimento da criança. Do inciso VI, §2° do artigo 121 CP.
O réu tinha que ter oconhecimento de que estava grávida. Com pena de descumprir o artigo 1° do Código Penal. 
Contra pessoa menor de 14 anos e maior de 60 anos ou com deficiência: isso se dá nas hipóteses de homicídio culposo e doloso. Cuidado para não recorrer no bis in idem.
Na presença de ascendente e descendente da vítima: esse inciso é por conta dos crimes em domicilio.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - Se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Conduta secundária (artigo 29) INDUZIR Conduta principal (artigo 122)
				 INSTIGAR 
				 AUXILIAR 
Excepcionalmente traz como conduta principal.
A pessoa, o agente criminoso quer a morte da vítima, mas que ela se mate (induzir a pessoa a se matar). É o auxílio moral.
No auxilio material, você materialmente auxilia a pessoa, não pratica o ato de ação (exemplo: a pessoa pede uma corda e eu dou). Se praticar atos de ação você pratica homicídio.
Exemplo de Nelson Hungria: um casal quer se matar abro a torneira de gás e os dois morrem. Se por acaso o que abre a torneira de gás e o outro não morre, ela responde pelo artigo 122. E se em outra hipótese apenas o que abriu a torneira de gás morre e outro não, a pessoa responde pelo artigo 122.
O auxilio é tanto moral quando material. 
07.08.2018
INFANTICIDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
É um crime doloso contra a vida. Onde o delegado de policia poderia arbitrar a fiança.
Magalhaes de Noronha sustentava que o crime de infanticídio é o crime da puérpera, que mata o próprio filho.
O bem jurídico tutelado a doutrina majoritariamente sustentou que se trata da nascente ou do neonato (o que está nascendo ou que acabou de nascer). Em função do elementar normativo que o código traz (durante o parto ou logo após). 
Portanto o bem jurídico tutelado é o nascendo e o neonato. 
Por isso não tem nenhuma razão do Guilherme Nutti, querer inovar dizendo que pode ser qualquer filho da mulher, basta ela estar matando o filho estando no estado puerperal. O professor acredita que essa posição é equivocada. 
É falso dizer que protege apenas o nascente. 
É um crime próprio, que tem a qualidade especial, pois apenas a mãe pode praticar. 
Sujeito passivo: o nascente ou o neonato. 
Elemento objetivo: o código diz que ‘matar o próprio filho’ – que significa ceifar a vida. Matar é um crime de ação livre, pois de qualquer forma pode matar. ‘Sob a influencia do estado puerperal’ – dizem que nem todas as mulheres tem o estado puerperal, sendo as alterações psicossomáticas, que pode passar após o parto. 
Exemplo: se uma índia (que dizem que não sofre o estado puerperal), mata o próprio filho que crime ela pratica? Homicídio. 
‘Estado puerperal’ – alterações psicossomáticas que eventualmente a pessoa pode tomar. Quem vai definir que está ou não em estado puerperal é o próprio médico. 
Exemplo: a mulher chegou em casa e matou os dois filhos um com 1 ano e o outro com 4 anos. Qual crime a pessoa vai ser condenada? Infanticídio. Pois ficou comprovado por meio de laudo médico em que a mãe se encontrava em um estado grave de mudanças psicológicas. 
 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Nesse caso em razão de doença mental é ISENTO DE PENA, crime sem a pena. 
Se a mãe mata o próprio filho no estado puerperal, e esse a leva a uma doença mental. Ela será condenada a pena de infanticídio, mas com a redução de pena. 
Redução de pena
 Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
A mulher pode não ter estado puerperal e mata o próprio filho, responde assim por homicídio. 
Está sobre o estado puerperal e mata o próprio filho durante o parto ou logo após, responde por infanticídio.
Quanto tempo dura o estado puerperal?
Exemplo: a mulher após de 10 dias do nascimento do filho a mulher está ainda em estado puerperal, ela comete que crime? O código usa um elementar normativa (que no infanticídio tem duas – aquilo que exige um conhecimento a mais do interprete da norma, ou faz referencia a um injusto ou contém um termo jurídico/ extrajurídico), duas extrajurídicas e outra temporal (durante o parto ou logo após). O logo após é uma normativa temporal com relação de imediatidade, esse logo após se tiver no estado puerperal depois de uma semana e mata o filho o código penal define o crime como infanticídio? Em analise simples do código embora a pessoa esteja sobre a influencia do estado puerperal, mas o fato não se deu logo após o crime é considerado homicídio. 
No entanto a jurisprudência e a doutrina informam que deve ter uma interpretação mais abrangente, no crime de infanticídio. Por que está e jogo é a condição da puérpera. Sendo uma interpretação ‘do tempo de duração do estado puerperal’. 
O infanticídio não deixa de ser uma variante do homicídio. 
Elemento subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: é um crime material em que o legislador descreve a ação e o resultado – se consuma com a morte do filho nascente e o com neonato. 
Pena de 2 a 6 anos comportando fiança. 
Ação penal pública incondicionada. 
Crime simples e unisubjetivo: tutela apenas um bem jurídico, praticado pela mãe. 
Crime instantâneo, resultado (precisa ocorrer para se consumar). 
Exemplo: se a mãe mata o filho logo após o parto, acreditando ser o seu, na influência do estado puerperal. Mas na verdade não era o seu, qual o crime que ela comete?
Artigo 20, §3° - a mãe que mata o filho enganado pensando que era o seu estando no estado puerperal, prática infanticídio. 
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Duas correntes do Direito Penal: (1) Crime de homicídio culposo: porque a morte ocorreu por culpa (é a majoritária); (2) Não existe crime por ausência de tipicidade (é a minoritária), do doutrinador Frederico Marquês. 
O professor adota a teoria minoritária, de que seria ausência de tipicidade
	- Se a mãe mata o filho mais velho com 2 anos não sendo o que acabou de nascer ainda em estado puerperal, seria consideradohomicídio e não infanticídio. o Guilherme Nutti sustenta que seria infanticídio. Mas a doutrina majoritária acredita que ela comete o homicídio, pois por ser nascente é objeto material do crime. 
INFANTICIDIO VS CONCURSO DE PESSOAS
Mãe sobre a influência do estado puerperal mata o próprio filho artigo 123 (infanticídio)
Mãe sobre a influência do estado puerperal mata o próprio filho com auxilio de 3° artigo 123 (infanticídio)
Conduta da mãe – infanticídio 
Conduta de 3° - infanticídio (é elementar e se comunica com o crime). 
Mas por muito tempo acreditava que o 3° praticava homicídio. 
Mãe sobre a influência do estado puerperal e 3° matam o próprio filho artigo 123 (infanticídio)
Conduta da mãe – Infanticídio 
Conduta de 3° - infanticídio, em razão do artigo 30 pela comunicação. Embora alguns intendam que a mãe responde por infanticídio e o terceiro por homicídio. 
O 3° mata e a mãe auxilia 
Conduta da mãe – (1°) infanticídio com a (2°) pena aumentada até a metade (123 c/c §2° do artigo 29), (3°) infanticídio, (4°) homicídio.
Conduta de 3° - (1°) homicídio, (2°) homicídio, (3°) infanticídio, (4°) homicídio. 
13.08.2018
ABORTO 
A medica legal diz que aborto é a interrupção da gravidez com a consequente morte do feto (CONCEITO).
O problema e que o termo aborto o legislador utiliza, dizendo que consentir aborto em si mesma, sem o consentimento da gestante e com o consentimento. 
Dessa maneira se a medicina legal define aborto como a morte com a consequente morte do feto. No direito penal a preocupação é quando inicia a gravidez (para tratar eventual punição). 
Se o capitulo primeiro trata dos crimes contra a vida, esta que começa a ser tutelada pelo direito penal a partir daquele ovulo fecundado na membrana uterina. O que significa dizer que o termo aborto é um elemento normativo, em que o conceito é dado pela sociedade (com os olhos voltados para a medicina legal). Sendo considerado aborto quando está vinculado na membrana uterina. Por isso todo o tipo de gravidez que não seja essa o fenômeno de nidação. 
Toda a gravidez fora do útero o medico pode fazer, sem problema nenhum sem que constitua o crime de aborto. 
Espécies de aborto:
Aborto natural: onde a mulher naturalmente aborta, sem censura penal. 
Aborto acidental: que a partir de um traumatismo a mulher acaba abortando, também sem censura penal. 
Aborto social: é permitido para a mulher que não tenha mais filhos, para não aumentar mais a prole.
Aborto legal: este é permitido pelo direito penal, em duas hipóteses do artigo 126 e 128. 
Aborto necessário: inciso I, que é o aspecto terapêutico necessário em gestante.
Aborto sentimental: artigo 128, quando a gravidez é resultante de um crime de estupro. 
Aborto eugênico/eugenesio: hipóteses onde o feto apresenta anomalias de ordem física e psíquica que inviabilizam a vida extrauterina. Pode a medicina constatar que o feto traz anomalias extremas. O direito penal pune quando tem o aborto nesses casos. 
O Hungria quando tem o aborto eugênico, para a legislação alemã significa a purificação da raça. 
A questão do aborto de feto anencefálico? Seria considerado crime? O Supremo julgou um caso desses, em que a confederação pediu a interrupção dessa gravidez, que foi concedida e a mulher fez. Depois o pleno cassou a liminar. Então de acordo com a visão do supremo não há crime quando tem o aborto de feto anencefálico. Uma observação não se trata de aborto e sim a interrupção da gravidez para a retirada de um feto sem vida. 
O aborto consiste na interrupção da gravidez com a consequente morte do feto, e se esse feto não tem vida não deve ser considerado aborto. O fundamento jurídico é a Lei 9.434/97.
Lei 9.434/1997.
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
Outro fundamento é que o crime é uma conduta típica, antijurídica e culpável. A culpabilidade (como elemento do crime ou pressuposto de punibilidade), de qualquer forma, se entender como elemento do crime ou pressuposto a culpabilidade tem que ser afastada. Pois a mulher não é obrigada a carregar um feto anencefálico. 
ASPECTOS GERAIS DE TODOS OS CRIMES: 
O bem jurídico tutelado artigo 124, é o ser em evolução (até 3 semanas chamado de ovulo, até 3 meses embrião depois é chamado de feto). 
O bem jurídico tutelado no artigo 125 e 126 há uma dupla proteção penal, protege a vida do ser em evolução, mas por igual protege também a vida e a integridade física da gestante. Tanto é verdade que p artigo 127, traz isso, aumentando a pena dos crimes anteriores se a gestante sofre lesão grave ou morte. 
Qual o nome que o código penal dá para esse ser evolução que tem proteção legal nos três artigos? Pessoa.
O crime do artigo 124: crime próprio, apenas a gestante pode provocar aborto em si mesma ou apenas ela consentir que ela provoque. 
O código adota teoria unitária e como exceção a teoria dualista. Então no artigo 124, quando a gestante consente que alguém faça o aborto, ela consente e o terceiro está em curso do artigo 126 CP. 
Na mesma forma nos casos de auto aborto, ela pratica o artigo 124, 1ª parte. 
Em resumo o artigo 124 não aceita a coautoria. Portanto se alguém for autor junto com aquela gestante ela responde pelo artigo 124 CP 1ª parte ou 2ª. E o terceiro pelo artigo 126 CP. Mas aceita participação em sentido estrito, na impede que eu diga p. exemplo: peço para que uma mulher faça o aborto. 
Os demais crimes 125, 126 aceitam a coautoria, quanto a participação em sentido estrito. 
O sujeito passivo no auto aborto e no aborto consentido: é o ser em evolução.
No artigo 125 e 126 temos dois ser passivos: tanto o ser em evolução quanto a mulher gestante.
 Elemento objetivo: ‘provocar’ – é a vida do ser com perspectiva de direito. Essa proteção do aborto desde o fenômeno da nidação até o inicio do parto. 
Os meios de provocar o aborto podem ser os mais variados possíveis, sendo assim um crime de ação livre. Como no homicídio e infanticídio.
Pode haver um aborto de uma forma omissiva? Sim. Exemplo: a mulher vai no médico e diz que tem um sangramento e fala que vai ter que fazer repouso e não faz o repouso.
Elemento subjetivo: o crime de aborto apenas se perfaz a título de dolo. Lembrando que o dolo pressupõe o conhecimento de todos os elementos do tipo. Dessa maneira tem que saber que a mulher estava grávida. 
A relação de causalidade é existente, mas esbarra no elemento subjetivo, em que ela não tinha como saber, então não pode responder. 
Consumação e tentativa: é um crime instantâneo e material (ação e resultado). Nos crimes contra a vida, são crimes de dano então tem que haver um resultado para ter crime. 
Exemplo: se a mulher não consegue a morte daquele ser ela é julgada por tentativa.
No crime de aborto de gêmeos, tem quantos crimes de aborto temos? Dois crimes, apenas se tiver conhecimento. 
O sujeito queria matar uma mulher e sabia que ela estava gravida, e desferiu três tiros na barriga dela, e foi impedido de continuar. Depois de dez dias de internamento nasceu a criança de parto normal, e logo depois ela veio a falecer em razão dos tiros recebidos. Classifique a conduta dele: em relação a mãe é tentativa de homicídio (se preenchido os aspectos do feminicídio). Ele sabia que estava gravida esse feto nasceu e morreu em razão dos tiros? Homicídio doloso. Mas o STF entendeu que era aborto consumado (que a ação foi dado quando estava no ventre da criança). Tese de Noronha. 
A pena do auto aborto é de 1 a 3 anos, comporta fiança e suspenção condicional do processo. 
A pena do aborto consensual é de 1 a 4 anos, também comporta suspensão condicional do processo. 
	ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE – artigo 124, 1ª parte 
    Aborto provocado pelagestante ou com seu consentimento
        Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:  (Vide ADPF 54)
        Pena - detenção, de um a três anos.
	ABORTO CONSENTIDO – artigo 124, 2ª parte
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:  (Vide ADPF 54)
        Pena - detenção, de um a três anos.
	ABORTO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE – artigo 125
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
 Pena - reclusão, de três a dez anos.
	ABORTO CONSENSUAL – artigo 126
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide ADPF 54)
 Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência
Artigo 128 – comportam causas que afastam a ilicitude, a antijuricidade, são causas justificantes da conduta. 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:(Vide ADPF 54) – ANTIJURICIDADE
Mas e a enfermeira não comete aborto. Pelo estado de necessidade que o legislador deu, a mesma coisa é nos casos das parteiras. 
 Aborto necessário (OU TERAPEUTICO)
 I - Se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
	Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
 II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
	Forma qualificada
 Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. (CRIME QUALIFICADO PELO RESULTADO). 
Artigo 19: existem crimes que são qualificados pelo resultado (em alguns) não é apenas um resultado.
Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crimes qualificados pelo resultado	- Dolo – crime qualificado pelo... Em sentido estrito.
(dolo) --------------------------------- +	- Culpa – Crime preterdoloso (preter intencional). Dolo do antecedente e culpa no consequente. 
14.08.2018
LESÕES CORPORAIS
	LESÃO CORPORAL
O conceito de lesão corporal é a ofensa a integridade corporal ou a saúde. É uma ofensa as funções fisiológicas, anatômica e funcional. 
Lembrar que nos crimes de homicídio, infanticídio é à vontade é uma só. Na lesão corporal não tem intenção de matar, quer apenas lesionar a pessoa. 
Lesão corporal
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
	AUTOLESÃO 
Tem alguma censura penal? Não. Ou seja, pode praticar uma autolesão sem que incorra no artigo 129.
Mas se essa autolesão for meio para outro fim podemos pensar em uma sanção.
Por exemplo: o código penal militar estabelece que em se auto lesiona para não servir comete o crime no artigo 184. Que nesse caso a autolesão é um meio para um crime fim. 
Pode acontecer de se auto lesionar para receber indenização do seguro, isso é uma modalidade de estelionato definida em uma modalidade especial (171, §2°, V, CP). 
Consentimento do ofendido – afasta a antijuricidade, ou seja, a ilicitude (doutrina clássica do direito penal brasileira), agora a doutrina moderna é de que afasta a tipicidade, porque falta DOLO.
Exemplos: piercing e brincos – não está em uma conduta de dolo de ofender.
Não tem animus de corrigendi (correção): não tem dolo de causar dano e ofender. 
O consentimento do ofendido deve ser visto sobre o prisma na antijuridicidade ou da tipicidade, também tem que analisar o tipo de lesão. 
Exemplo: cortar o dedo para ficar parecido com o Lula, não tem animo de correção, então seria configurada lesão corporal. Se não tinha outro meio, e nem a intenção de ofender. Animus laedendi.
	LESÃO INSIGNIFICANTE:
São condutas que não esbarram no direito penal. A insignificância afasta a tipicidade material, em todos os crimes. 
Exemplo: manicure que tira um bife da unha. Cutucar com um alfinete, não pode servir como lesão corporal. 
A pena da lesão corporal é variada. Pois temos uma lesão corporal simples no caput, lesão corporal privilegiada, grave, gravíssima, lesão corporal seguida de morte, lesão corporal culposa. 
A pena da lesão corporal é variada de acordo com o tipo. Conforme a pena, comporta suspensão condicional do processo, transação penal. 
Na lesão corporal grave e gravíssima – a ação penal é publica e incondicionada. E na lesão corporal seguida de morte também. Nos §1º, 2º e 3º.
Na violência doméstica do §9º - alguns entendimentos que é publica condicionada e outra incondicionada (que prevalece). 
Pois qualquer lesão corporal culposa e leve – condicionada a representação da vítima. Qualquer lesão corporal de natureza culposa, exceto na lesão por veiculo automotor, é condicionada a representação da vítima.
Exemplo: do casal recém-casado, e ela derrubou o prato no pé do marido e ele levou 6 pontos clínicos. Que ia ser julgada por conta da lesão corporal no marido. 
O bem jurídico tutelado: integridade física e corporal ou a saúde, tutelado pelo Direito Penal.
Crime simples e comum. No entanto no §9º é um crime próprio pois precisa estar na condição de convívio com a pessoa.
Sujeito passivo – qualquer pessoa. Salvo exceção do inciso IV do §1º, quando resulta em aceleração de parto, apenas a mulher gestante. §2°, V, quando resulta aborto. 
Tanto no sujeito ativo, quando no sujeito passivo, se a regra é qualquer pessoa com exceção traz o código algumas (em que é pessoa determinada). 
Elemento objetivo: ‘ofender’ – causar ofensa a integridade corporal e a saúde. Isso é a lesão corporal. 
Crime de dano e ação livre. Podendo ser praticado de várias formas.
Podendo ser meio direito ou indireto. Pode ser pessoalmente ou interposta pessoa. 
Elemento subjetivo: dolo. Toda lesão corporal é dolosa, com exceção do §6° - que é culposa.
O caput do artigo 129, pode ser a titulo de dolo ou culpa? É falso, apenas a titulo de dolo. A titulo de culpa está disposto no §6º. 
O § 1º e 2º também pode ser a titulo de culpa? É verdadeiro. 
Consumação e tentativa: crime material (de dano), necessita de um resultado, ou seja, a ofensa a integridade física. 
A tentativa: existem duas correntes sobre a tentativa. Uma minoritária dizendo que não existe tentativa de lesão corporal, ou você dá causa ao resultado danoso ou você não dá causa. A melhor redação, que o crime de lesão corporal aceita a forma tentada. 
	LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE 
Lesão corporal de natureza grave
 § 1º Se resulta:
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
 II - Perigo de vida;
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
 IV - Aceleração de parto:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
A pena na lesão grave é de 1 a 5 anos, então comporta suspensão condicional do processo. O §1º vem com o nome de lesão grave, portanto para o CP são os §1º e 2º. Para a doutrina penal a lesão grave é apenas o §1º, o §2º é a lesão gravíssima. 
Na presença de uma lesão corporal que em função dessa ofensa a integridade corporal teve um resultado qualificador na conduta. 
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias: ou seja, o médico constata a lesão depois de 30 dias ela volta e o médico tem que reafirmar que ela ficou com mais de 30 dias incapacitada. 
Para o que você se ocupa habitualmente.
Exemplo: vir para a faculdade. 
Exemplo: a prostituta que sofreu lesão corporal grave, a conduta dela é licita. O ladrão que sofreu uma lesão corporal grave, e não pode mais furtar, a atividade dele não é licita. 
Como resultadoqualificador comporta tanto dolo quanto culpa. 
 II - Perigo de vida: não é mera possibilidade de ter havido o perigo de vida. Tem que ter uma probabilidade real, efetiva e concreta, tendo que o médico descrever pormenorizadamente onde residiu o perigo de vida. Isso dependente muito do instrumento que o cara vai usar. Esse perigo de vida pode ser a titulo de dolo? Não. Porque se o cara quiser ofender a integridade de vida da pessoa, seria considerado uma tentativa de homicídio. 
Apenas a titulo de culpa. 
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função: significa enfraquecimento (duradouro), não quer dizer perpetuidade. Dos membros superiores ou inferiores. Os cinco sentidos ou função. 
Na lesão grave é debilidade, na lesão gravíssima é perda de membro. Então tem a diferença. 
Pode ser a titulo de dolo ou só culpa? Sim, aceita o dolo também. 
Exemplo: se fura um olho da pessoa. Isso é considerado debilidade da função, pois ocorreu um enfraquecimento. Não ocorreu a perda.
Exemplo: a pessoa que tinha apenas um dente, e agora ele perdeu o dente e não pode comer a comida direito. Houve a perda ou a debilidade? 
 IV - Aceleração de parto: na verdade esse termo é equivocado. Significa uma antecipação de parto, em razão da lesão que essa mulher sofreu ela entrou em trabalho de parto e acabou nascendo a criança.
Quando o CP fala em aceleração de parto, essa criança tem que nascer e continuar vivendo. Pois se ela nascer e vier a morrer, pode ser uma lesão gravíssima com resultado morte. 
Esse resultado qualificador é a titulo de culpa. Para ser a título de dolo tem que saber que está gravida e lesiona a mulher apenas com o intuito de acelerar o parto. 
20.08.2018
	LESÃO CORPORAL GRAVISSIMA – artigo 129, §2°
§ 2° Se resulta:
 I - Incapacidade permanente para o trabalho;
 II - Enfermidade incurável;
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
 IV - Deformidade permanente;
 V - Aborto:
 Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 I - Incapacidade permanente para o trabalho: 
A pessoa sofreu uma lesão corporal dolosa acaba cortando o dedo dele, sendo uma debilidade permanente de membro, para um pianista que exerce essa atividade com habitualidade isso pode causas serias consequências.
A grande questão deste inciso é se a lesão tem que ser genérica ou especifica para a atividade laboral que a vítima desenvolve. 
Exemplo: uma bailarina e sofre uma lesão no pé na forma dolosa, e ela não pode mais exercer a função, isso é algo incapacitante permanente para exercer a sua profissão? Se pensarmos na corrente em que considera o trabalho especifico, sim. 
Existem duas correntes: uma sustenta que o trabalho mencionado no inciso não é o especifico da vítima, sendo aquele genérico. Pois se era um médico, ele pode exercer outro tipo de profissão.
A outra corrente sustenta que é o trabalho desenvolvido de uma forma especifica ao trabalho da vítima. Dizendo que apenas pode ser considerado o trabalho desenvolvido pela vítima, se ela vítima da lesão corporal é a sua incapacidade que deve ser considerada. O grande argumento dessa corrente é que se você for sustentar o trabalho genérico, dificilmente nós teremos esse tipo lesão, pois será necessário com conhecimento técnico. 
Quando estamos falando da debilidade permanente para o trabalho estamos falando da vítima da lesão corporal, não outro.
Guilherme Nucci: diz que devemos analisar o caso concreto para poder saber o grau da lesão se ela leva a vítima em função disso a não poder exercer a profissão não só dela, qualquer uma com dignidade. Exemplo: um médico, não poderia ser considerado capaz para limpar banheiros. 
Esse resultado qualificador pode ser a titulo de dolo ou culpa? Se você entender que tem razão a incapacidade especifica da vítima vai chegar à conclusão que é a titulo de dolo ou culpa. Se entender que é de maneira genérica é difícil ser a titulo de dolo. 
 II - Enfermidade incurável: um processo patológico que não tem cura. Ou seja, em razão da lesão que a vítima sofreu adveio uma enfermidade incurável. 
O resultado qualificador pode ser a titulo de culpa. E talvez a título de dolo.
 III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função: a retirada se dá através da mutilação no momento da cena criminosa. Amputação também é considerada, com a tentativa de minorar as consequências da lesão criminosa. 
O resultado qualificador é a titulo de dolo. 
Por outro tanto na debilidade eventual processo cirúrgico não afasta a qualificadora.
 IV - Deformidade permanente: são aquelas lesões corporais que causem uma humilhação a quem sofre a lesão e um mau estar para quem vê a lesão. 
A doutrina tem sustentado que essa lesão pode ser em qualquer lugar do corpo, sendo uma deformidade permanente desde que traga um desconforto para quem vê e uma humilhação para a pessoa. E a outra corrente doutrinaria sustenta que não é em qualquer parte do corpo, apenas no rosto. 
Tanto da debilidade de membro sentido ou função eventual processo cirúrgico com colocação de prótese não afasta a qualificadora.
Na deformidade permanente se afastar, cai a qualificadora (mas não é obrigado a fazer). Tem que analisar a situação social da pessoa, sexo, cultura, inteligência, idade, e daí fazer um juízo completo daquilo (de acordo com a Doutrina). 
O resultado qualificado pode ser a título de dolo. 
 V - Aborto: em razão de uma lesão corporal dolosa ela vem a abortar. 
Não pode ser a titulo de dolo, pois seria o crime de aborto também. 
Em decorrência de lesão de natureza grave, pode ser apenas a título de culpa. Pois se a pessoa tem intenção de realizar o aborto na mulher terá que recair sobre o crime de aborto. 
	LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE – artigo 129, §3°
Hungria e alguns autores, chamavam esse § de preter doloso (o prof. não gosta desse termo). 
A diferença é o dolo. Pois no homicídio ele quer o resultado morte. Neste caso ele não quer o resultado e nem assume o risco de produzi-lo, ele quer apenas ofender a integridade física ou a saúde da pessoa, no entanto ele vem a morrer (vitima) em razão das agressões. 
O resultado qualificador só pode ser a titulo de culpa. Senão seria o homicídio. 
O fato concreto é que demonstra o dolo. 
 Lesão corporal seguida de morte
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Diminuição de pena
 § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
DIMINUIÇÃO DE PENA: ‘lesão corporal privilegiada’ – presentes algumas dessas circunstancias o juiz deve diminuir. A faculdade do magistrado é o quantum deve diminuir. Não se comunica com os parceiros criminosos, é de maneira individual. São de natureza subjetiva, pessoal e individual.
Não sendo graves as lesões, se houver lesões graves ou gravíssimas não comportam esse capitulo. 
Substituição da pena
 § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
 I - Se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
 II - Se as lesões são recíprocas
SUBSTITUIÇÃO DA PENA: se as lesões fossem privilegiadas e leves, ou seja, lesões reciprocas quando o próprio réu também sofreu lesões. 
	LESÃO CORPORAL CULPOSA – artigo 129, §6°.
Por negligencia, imprudência e imperícia.
 Lesão corporal culposa
 § 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
 Pena - detenção, de dois meses a um ano.
 Aumento de pena
 § 7° Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
 § 8º - Aplica-se à lesão culposao disposto no § 5º do art. 121. (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Na lesão culposa nas hipóteses onde a pessoa não presta socorro a vítima, foge para evitar o flagrante (§4° e 6° do artigo 121).
Aplica-se o perdão judicial. 
	VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – artigo 129, §9º 
	§ 9° Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pode o delegado de policia arbitrar a fiança. 
Esse § contempla a Lei Maria da Penha de 2006. Contém varias artigos relacionados ao direito civil, quando veio para o direito penal incluiu esse parágrafo. 
A maior violência pode resultar a morte, caso não leve a morte resulta uma lesão corporal gravíssima, lesão grave, lesão leve ou vias de fato. 
Lei das contravenções Penais: artigo 21. Praticar vias de fato, emprega violência, mas não gera lesões corporais. 
Quando o código diz violência doméstica, comporta até vias de fato. No entanto não pode ser classificado as vias de fato no §9º.
Contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge (legitimamente casado) ou companheiro (aquele que tem uma vida em comum).
Não define o sexo, podendo ser homem ou mulher. 
Tem que ter a convivência ou tenha convivido.
Se prevalece daquela situação acaba realizando lesões corporais na pessoa. 
 	 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1° a 3° deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
Em razão da violência doméstica a vítima sofreu lesão grave, gravíssima. 
 	 § 11. Na hipótese do § 9° deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
Vítima de violência doméstica e ainda portadora de deficiência. 
	§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
Trata-se de uma ação penal pública condicionada a representação em audiência ela pode retirar a denúncia. Mas isso é o entendimento de uma corrente. A outra se sustenta no artigo 41, não se aplica a lei aplica a lei e seria ação penal pública incondicionada. 
Sumula 542 – ação pública incondicionada.
21.08.2018
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
	OMISSÃO DE SOCORRO – artigo 135
Omissão de socorro
 Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
 Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
A pena é menor de um ano, comporta todos os institutos despenalizadores da lei 9.999/95. 
Periclitação da vida e da saúde. É um crime de perigo.
Analisar o caso concreto pra saber se o perigo é presumido ou concreto. 
O bem jurídico tutelado é a vida e a saúde das pessoas que se encontram em perigo. 
Os crimes de perigo pode ser concreto ou abstrato (presunção absoluta da lei).
São crimes de perigo, a uma exposição a saúde e a vida das pessoas. 
Sujeito passivo de omissão de socorro apenas podem ser aquelas elencadas no artigo. 
Sujeito ativo: é um crime comum qualquer um pode praticar.
Sujeito passivo: é enumerado pelo código quem pode ser sujeito passivo.
Noronha sustenta que você encontrar uma pessoa vítima de um sequestro você responde pelo 135 do CP. O Bittencourt contesta, pois, o crime de sequestro não está em jogo a saúde da pessoa, e sim primordialmente a liberdade de ir e vir. Então estaria errado o Noronha. 
Criança abandonada ou extraviada: abandonada por quem tem o dever de cuidado sobre ela. 
O conceito de criança: possui diversas correntes, a do Rogério Greco defende que até 12 anos incompletos está disposto no Estatuto da Criança e Adolescentes. No entanto Damásio e Bittencourt, defende que é um termo extrajurídico, e na visão deles é a pessoa incapaz de se autodefender-se. 
Pessoa invalida ou ferida ao desamparo: tem que estar em todos esses verbos. 
O objeto material é a as pessoas que estão nessa condição. 
Essa invalida ou ferida – exemplo: vitima de um acidente (ou ela mesmo colocou nessa posição), a invalidez (pode nascer assim, ou estar assim), necessitando de socorro (ao desamparo). 
É um crime de perigo abstrato, há uma presunção de perigo. E, portanto, temos o dever de ajudar.
c) 	Em grave e eminente perigo: nesse caso é um crime de perigo concreto, tem que ser comprovado o perigo, caso contrário não pode recair sobre o artigo 135.
Exemplo: pessoa vítima de incêndio, desabamento.
Elemento objetivo: é um crime omissivo próprio (puro). Que é o caso do artigo 135, 269 e 244 do CP.
Existem duas correntes:
O Bento Faria – teria que encontrar a pessoa e não prestar socorro. A outra corrente é um não fazer quando pode não fazer. É a corrente majoritária, sustentada por Damásio. 
Exemplo: quando um médico é chamado e não vem para atender a pessoa, e acaba falecendo.
Quando a pessoa não quer que preste socorro: existem duas correntes: a primeira que defendem que a pessoa não precisa prestar socorro nesse caso, visto que a vitima se nega. A segunda corrente é que tem que prestar o socorro mesmo nos casos em que a vítima se negue, caso não consiga pode pedir ajuda a autoridade competente. Caso não faça nada pode incidir no artigo 135 do Código Penal. 
Elemento subjetivo: o crime se perfaz a titulo de DOLO, o dolo direto e eventual. O sujeito tem que constatar a situação de perigo que se encontra a vítima, tem que ter dúvida se a pessoa está ou não em perigo.
O que é fundamental para o dolo é necessário ter conhecimento, que é uma pessoa invalidade ou ferida, uma criança abandonada e de maneira dolosa continua deixando a pessoa em perigo. Não sendo dolo de dano e sim de perigo. 
A orientação do Rogerio Greco. Encontra uma pessoa em grave ou eminente perigo (Bittencourt): você vê a pessoa em grave eminente perigo, mas é o seu maior inimigo e o deixa morrer. O Bittencourt fala que quando a pessoa constata que é o seu inimigo, responde por homicídio por se tornar garante. Mas a posição de Rogerio Greco é que apenas a posição de garante aqueles elencados no artigo, pode responder apenas pelo 135 por omissão de socorro e não por homicídio. 
Vale ressaltar, que não foi o garante que colocou a pessoa em perigo, ou por um fortuito ou causa maior se colocou em perigo.
É um crime instantâneo, que se consuma no mesmo momento. Em que o omitente não presta socorro e não chama autoridade competente. 
Crime eminentemente doloso (puro).
É possível a tentativa? Não. Por exemplo os crimes culposos, ou por mais imprudente que seja não dá a causa. 
Ação penal pública incondicionada. 
27.08.2018
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Nos crimes contra a honra o perdão do ofendido é aceitável, pode haver a retratação. 
A ação penal é privativa. Possível a renúncia do direito de queixa.
A renuncia é um bem indisponível. 
O que é honra de uma pessoa? A honra é um bem imaterial. O código penal protege em três artigos, no da calunia, artigo 139 difamações, artigo 140 injuria. 
Magalhaes de Noronha é o conjunto de atributos pessoais de uma pessoa. Que lhe confere destina (conceito) na sociedade e uma autoestima, um amor próprio (gostar de você mesmo). 
Em consequência desse conceitotem que ser dividida em honra objetiva e subjetiva:
Protegendo em 3 artigos:
Calunia: é um fato criminoso.
Difamação: também é ofensivo a reputação, podendo ser verdadeiro, mas é ofensivo. Exemplo: você bebe toda a sexta feira no bar.
Injuria: não há imputação de fato, mas de qualidade ofensiva (negativa) a vítima. Exemplo: porco, feio. 
O conceito de honra para Noronha, é o conjunto de atributos pessoais a pessoa goza perante a sociedade e que confere uma autoestima, um amor próprio. Com a definição de honra objetiva e subjetiva. 
Se pensarmos em dividir a honra em subjetiva e objetiva. 
A honra objetiva: é o conceito que se goza perante a sociedade, dos atributos (honesto). Esse conceito o legislador protege nos crimes de calunia e difamação. Alguém imputa a você um fato perante a sociedade.
A honra subjetiva: é uma ofensa a sua autoestima. É uma qualidade negativa atribuída a alguém.
Fragoso – a divisão entre honra objetiva e subjetiva é uma discussão acadêmica. Porque a honra não deixa de ser uma pretensão de respeito a própria dignidade. 
Consentimento do ofendido: quando você xinga e a pessoa aceita. O que fasta? A doutrina antiga sustenta que afasta a antijuridicidade, a doutrina moderna sustenta que afasta tipicidade, que não há dolo. 
	CALÚNIA – artigo 138
É a imputação de um fato criminoso.
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Bem jurídico tutelado a honra objetiva.
Exemplo: falo que o Erasto é dono de uma casa de prostituição, isso é considerado calunia (pois é uma conduta penalmente tipificada). 
Sujeitos do crime: qualquer pessoa é um crime comum.
Sujeito passivo: 
Pessoa determinada:
Menor de 18 anos? O menor pratica crime, em consequência disso ele pode ser caluniado. Ele tem capacidade de se sentir ofendido? Resumindo: imputar alguém a pratica de um fato. O menor de 18 anos, se entender como os clássicos (não pratica crime). A melhor orientação do Hungria, é atualmente a tese adotada pela teoria penal e pelas cortes, pois o que protege? O conceito que tem perante a sociedade, em consequência ele pode ser vitima de crime. 
Doente mental e retardo mental (de autodeterminar-se)? O artigo 26 do CP, são inimputáveis. O doente mental tem um conceito perante a sociedade? Sim, então ele pode ser vitima de calunia. Isso tudo porque protege a honra objetiva (conceito perante a sociedade).
 Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pessoa jurídica? Pode cometer crime? Alguns doutrinadores sustentam que sim, contra a economia, ambiental. A verdade é que o código fala de ‘caluniar alguém’. E ainda o titulo é dos crimes contra a pessoa. A orientação de que a pessoa jurídica não sofre calunia ou algum crime contra a honra que estão descritas pelo CP.
Anibal Bruno defendia que a pessoa jurídica pode cometer crime, então ela pode ser caluniada, mas esse entendimento é minoritário. 
Elemento objetivo: não vale para as contravenções penais - ‘imputação de um fato’, pois se eu imputo uma contravenção penal não é crime. Tem que ser um fato criminoso. 
Exemplo: eu falo que a pessoa tem um bar e realiza jogo do bicho (contravenção penal). 
Esse fato que é falso, ele pode ser falso em sua totalidade ou na sua autoria. 
Exemplo: que eu falo que a pessoa é dona da zona de lugar tal. Pode ser que esse lugar nem exista, ou exista e nem seja sua. 
Esse fato apontado como criminoso, não precisa ser detalhado com minucia. Mas tem que ter alguns detalhes. 
Os meios: são os mais variados possíveis, direto 9ou indireto (carta).
Dolo de ofender a honra. 
São crimes formais, que se consumam pela ação. Não importa se sentiu ofendido ou não, mas sim a capacidade/ possibilidade de ofender.
Exemplo: falo assim Murilo você é dono daquela casa de prostituição, e ele aceitou apenas. Ou seja, não ofendeu o Murilo teve a capacidade de ofender.
Tentativa: dos crimes contra a honra (não cai em prova). Tem uma discussão doutrinária. 
A calunia pode ser verbal ou escrita. A doutrina verbal você pode ‘abrir a boca e calunia’ e a doutrina clássica sustenta que não tem tentativa (Damásio, Noronha), seria uma tentativa verbal possível, quando ninguém escuta. 
A calunia poderia ser escrita, mas ninguém recebe a carta e a tentativa, sustentada por Noronha. Hungria sustenta que é um crime impossível
Que momento se consuma um crime contra a honra subjetiva? Quando alguém da sociedade toma a conhecimento da ação. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
aquele que propaga ou divulgar o delito. Não é necessariamente você que criou o fato. 
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
A calunia é o apontamento de um fato criminoso e essa ofensa vai refletir contra a sua família. É punível a calunia contra os mortos, isso ofende a honra objetiva dos familiares, o conceito que tenho perante a sociedade.
 Exceção da verdade
 § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
 I - Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
 II - Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
A prova da verdade é a defesa que aquele cara que está sendo processado vai fazer, isso é a prova da verdade. Exemplo: eu imputei a Erasto um fato que ele me processou. E eu vou provar que é verdade, isso é como regra porque o Estado tem o interesse que o fato seja provado. 
Por exemplo: eu faço a prova que ele atropelou a pessoa, que ele era dono da zona. Não se enquadra como calunia. 
Toda a vez que se fala em calunia, pode provar. Porque o maior interesse do estado é a possiblidade. 
No entanto é excepcionado em algumas hipóteses:
 I - Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível: 
O sujeito namora uma moça e eles brigam, e ele inconformado e se refere a ela como vagabunda. Quando ele chamou a moça de vagabunda ele cometeu injuria. A consequência disso: aconteceu, e outro dia com esse mesmo eu falo para ele que ele tem mania de cometer xingar as pessoas. E ele me processa por crime de injuria. Apenas consigo fazer a prova da verdade se a moça que foi injuriada fizer a prova da verdade, caso contrario estou impedida. 
 II - Se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141: 
Ou seja, se você for processado por presidente da república, ou presente de nação estrangeira você não pode fazer a prova da verdade. Por exemplo: eu vejo que presidente agrediu o garçom e espalho para todos e ele me processa, não posso fazer a prova da verdade. 
No final eu vou ser condenada por um crime que era verdade, mas fui condenado como se fosse mentira.
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível:
Não pode fazer prova da verdade se aquela pessoa que apontou como criminoso já respondeu pelo fato e foi absolvido. Não posso levantar novamente a questão (já tinha sido processado, irrecorrível).
Se o cara já foi processado e absolvido não posso fazer a prova da verdade.
	DIFAMAÇÃO – artigo 139, CP
O bem jurídico tutelado é a honra objetiva.
O menor de 18 anos e o doente mental podem ser difamados. Menos a pessoa jurídica. 
Comporta os institutos despenalizadores da lei. 
O adjetivo pode ser verdadeiro, mas se tiver a carga de humilhar fica configurado como difamação.

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