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Relações Étnico Raciais no Brasil - Resumo

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Unidade I
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
Profa. Elaine Nunes
Objetivos gerais da disciplina
Caberá à disciplina Relações Étnico- Raciais no Brasil
contribuir para:
 a formação de uma consciência crítica em relação às questões 
étnico-raciais no Brasil;
 o conhecimento sobre a formação racial do país; problemas, 
preconceitos e estruturas autoritárias;
Objetivos gerais da disciplina
 a interpretação e a compreensão das formas de 
discriminação;
 a avaliação das situações de conflitos interétnicos;
 uma futura prática pedagógica de promoção da igualdade 
racial na comunidade.
Pense nestas questões
 Negros e brancos são tratados igualmente em nossa 
sociedade?
 Negros e brancos possuem as mesmas oportunidades de 
acesso à educação, emprego, saúde e outros direitos sociais?
 Afinal, somos um povo racista ou não?
 Por que precisamos de uma lei que afirme que “o racismo é 
crime inafiançável”?
 Como podemos realizar uma educação das relações 
étnico-raciais?
E então?
Percebeu como questões complexas estão envolvidas com as 
relações étnico-raciais? 
 Lei 10.639/2003: inclui no currículo oficial da rede de ensino 
a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-
brasileira”.
 Lei 11.645, de 10 de março de 2008, inclui no currículo oficial 
da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História 
e Cultura Afro-brasileira e Indígena”.
Continuação
 Estatuto da Igualdade Racial: Lei 12.288/2010.
 2011: Ano Internacional dos Afrodescendentes pela 
Organização das Nações Unidas (ONU).
 Nossa disciplina é um resultado desses movimentos.
Conceito de “raça”
 Conceito criado no século XVI: diferenciação biológica 
dos seres humanos.
 Conceito desconsiderado pela ciência: raça humana.
 Genes > características hereditárias > genótipo/fenótipo.
“Raça” e “etnia” não são sinônimos!
Raça como construção social: 
 forjada nas tensas relações entre brancos e negros, muitas 
vezes simuladas como harmoniosas; 
 termo utilizado com frequência nas relações sociais 
brasileiras para informar como determinadas características 
físicas, como cor de pele, tipo de cabelo, entre outras, 
influenciam, interferem e até mesmo determinam o destino e o 
lugar social dos sujeitos no interior da sociedade brasileira. 
(BRASIL, Ministério da Educação, 2004)
O conceito de raça: construção social, política e 
cultural
 Aprendemos a ser negros e brancos como diferentes na forma 
como somos educados e socializados, a ponto dessas ditas 
diferenças serem introjetadas em nossa forma de ser e ver o 
outro, na nossa subjetividade, nas relações sociais mais 
amplas. 
(Nilma Bentes, apud Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes, 2006)
O conceito de etnia
“Um grupo possuidor de algum grau de coerência e 
solidariedade, composto por pessoas conscientes, pelo menos 
em forma latente, de terem origens e interesses comuns. Um 
grupo étnico não é mero agrupamento de pessoas ou de um 
setor da população, mas uma agregação consciente de pessoas 
unidas ou proximamente relacionadas por experiências 
compartilhadas.”
Dicionário de Relações Étnicas e Raciais (apud CASHMORE, 2000, p. 196, 
grifo nosso)
O conceito de etnia
Implica posicionamento, pertencimento, opção, escolha, 
autodenominação do sujeito, tendo por referência determinado 
grupo étnico. Portanto, a atribuição de pertença a determinado 
grupo étnico pode ser: 
 endógena – parte do próprio sujeito, devendo ser 
necessariamente a decisão de pertencimento dele;
 exógena – quando os significados atribuídos partem 
de outros grupos.
O conceito de etnia: principais aspectos da identidade 
étnica
 Atribuição categorial (processo sócio-histórico): os atores 
identificam-se ou são identificados pelos outros 
(endógena ou exógena).
 Origem comum (processo simbólico): necessidade dos atores 
de demonstrarem uma ancestralidade com o seu grupo étnico 
por meio de símbolos identitários.
Interatividade 
O conceito de raça, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de 
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, aprovadas em junho 
de 2004 pelo Ministério da Educação, tem como significado:
a) A construção social justa em direitos de cidadania 
dos brancos e negros.
b) Informar como as características físicas, influenciam, interferem e 
determinam o destino e o lugar social dos sujeitos no interior da 
sociedade brasileira.
c) Reforçar preconceitos e discriminações de acordo com as 
concepções científicas desenvolvidas a partir do século XVI.
d) Demonstrar que a genética indica as diferenças biológicas, portanto 
a diversidade biológica determina as diferenciações raciais. 
e) A segregação étnica inerente no país.
Relações étnico-raciais no Brasil
 Histórico: positivismo > justificativa da organização social.
 Histórico: nazismo > superioridade de raça humana.
 Histórico: grupos eugenistas > contrários à miscigenação.
 Conflito: racismo científico + teoria racionalista x identidade 
nacional > mito da democracia racial = ideologia da alienação.
O racismo científico
Doutrina científica que sustentou, ideologicamente, durante os 
séculos XIX e XX, as políticas racistas e de exclusão 
comandadas pelos europeus:
 Naturalização – redução do cultural ao biológico.
 Determinismo – status social explicado por características 
naturais.
 Justificação – missão justificadora das diferenças sociais a 
fim de esconder suas causas reais e as relações de poder. 
 Hierarquização – diferenças entre as raças colocam as 
pessoas, naturalmente, como umas superiores às outras. 
O racismo à brasileira
 História do Brasil: sociedade hierarquizada e autoritária.
 Heranças do Brasil colonial: brancos como colonizadores; 
índios como população original; negros como escravos.
 Processo de estigmatização das raças na construção da 
identidade nacional.
 A mistura de raças no Brasil era vista como um elemento 
negativo que explicaria, inclusive, o porquê de 
nossas mazelas sociais, de nosso fracasso político 
e de nossa dependência econômica.
O mito da democracia 
racial no Brasil
 1933 – publicação do livro “Casa Grande & Senzala”, de 
Gilberto Freyre.
 A partir de então, o racismo no Brasil toma outra configuração: 
bases para a construção do mito da democracia racial.
 Miscigenação: ganha contornos positivos, com ênfase nas 
qualidades do povo brasileiro miscigenado e mestiço.
 Suposta “convivência harmoniosa” entre as três raças: força e 
estatuto de uma ideologia dominante. 
 Cordialidade: outro mito – o brasileiro como “o homem 
cordial” (livro “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de 
Hollanda).
Afinal, o que é o racismo?
 Biologicamente, não existem raças, somos uma só raça 
humana.
 Raça é um conceito político.
O racismo pressupõe: 
 hierarquização;
 inferiorização;
 preconceito;
 discriminação;
 desigualdade.
Pressupostos do racismo
 Hierarquização: existência de raças humanas com diferentes 
qualidades e habilidades.
 Inferiorização: da hierarquização decorre que uns são 
considerados superiores aos outros.
 Preconceito: crenças e expectativas de ação que não estão 
formalizadas.
 Discriminação: ações concretas que diferenciam grupos ou 
pessoas segundo critérios raciais.
 Desigualdade: desigualdade de oportunidades.
Tipos de racismo
 Racismo pessoal ou individual: se crê superior em função 
da raça.
 Racismo institucional: instituições (governos, empresas), 
primazia de um grupo racial (por exemplo, japoneses).
 Racismo cultural: supremacia da herança cultural.
Interatividade 
As concepçõescientíficas europeias a respeito de raça influenciaram as 
relações étnico-raciais no Brasil, bem como as propostas políticas de 
supremacia branca. Sendo assim, a respeito do racismo no Brasil, este 
sempre foi dotado de grande visibilidade? Assinale a alternativa correta.
a) O racismo no Brasil nunca existiu, pois vivemos numa democracia 
racial.
b) O racismo é uma construção utópica dos grupos eugenistas da 
década de 30.
c) O racismo no Brasil é velado e se mostra nas relações cotidianas e 
interpessoais.
d) As práticas discriminatórias divulgadas pelos meios de comunicação 
são invenções da mídia e interesse pelo Ibope.
e) Relação étnica-racial é um fato isolado, sem consonância 
com a realidade brasileira.
A condição dos afrodescendentes na sociedade 
brasileira
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística):
 Censos – a cada 10 anos, um levantamento completo sobre 
cada família brasileira.
 PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) –
anualmente seleciona apenas uma amostra dos domicílios 
brasileiros para um levantamento parcial.
 Ambos trazem uma visão bastante representativa de nosso 
país e são importantes recursos para que sejam elaboradas 
políticas públicas que encontrem as melhores soluções 
para nossos principais problemas sociais.
A condição dos afrodescendentes na sociedade 
brasileira
 Dados do IBGE
 Autodenominação de cor/raça nos levantamentos censitários 
brasileiros, 
o próprio entrevistado escolhe entre branco, preto, pardo, 
amarelo ou indígena. São considerados negros os 
entrevistados que se denominam como pretos e pardos.
 Pelos dados preliminares do Censo 2010, já somos mais de 
200 milhões de brasileiros.
 Entretanto, quando o assunto é a igualdade social entre 
brancos e negros, os números são bastante desoladores e o 
país ainda precisa melhorar muito em distribuição equitativa 
de direitos e oportunidades.
Distribuição racial brasileira
 Distribuição percentual da população segundo a cor ou raça. 
Brasil, 1998/2008.
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1998/2008.
(1) Exclusive a população rural de Rondônia, 
Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapá.
Distribuição racial brasileira
 Distribuição racial no Brasil em 2008 (porcentagem).
Fonte: PNAD - livro-texto
As diferenças regionais
 Distribuição racial por região brasileira, 2009 (porcentagem).
Fonte: PNAD - livro-texto
Desenvolvimento econômico: distribuição do PIB por 
regiões
 Produto Interno Bruto per capita (em R$) por regiões 
brasileiras, 2008.
Fonte: IBGE - livro-texto
Acesso restrito ao ensino superior
 Proporção das pessoas de 25 anos ou mais de idade com 
ensino superior concluído, por cor ou raça, nas regiões 
Nordeste e Sudeste, 1998/2008.
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, 1998/2008.
Instituto Ethos
 Distribuição racial brasileira: desigualdade no mercado de 
trabalho: Instituto Ethos > perfil social, racial e de gênero das 
500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas: 
executivo, gerência e supervisão (2003/2010).
Desigualdade racial no sistema educacional
 Analfabetismo: PNAD, 2009 > acima de 15 anos > negros e 
pardos 13% > brancos 6%. Anos de estudo > negros 
e pardos 7% e brancos 8,5% > consequência > desigualdades 
no mercado de trabalho.
 Qualidade do ensino > analfabetismo funcional > aluno 
aprende códigos linguísticos e numéricos.
 Europa e América do Norte > alfabetismo funcional > nível de 
letramento > exigências do mercado globalizado. 
A questão de gênero e a condição feminina da mulher 
negra 
 Mulher afrodescendente: experimenta situações de exclusão, 
marginalidade e/ou discriminação socioeconômica maiores 
que as mulheres brancas e que os homens bancos e negros. 
 Quanto mais pobre, piores as condições de vida, menor o 
acesso aos serviços de saúde, bem como ao pré-natal 
(6% brancas, 12,8% negras – não realizaram); 
consequentemente, maior o risco de doenças 
durante a gravidez e, portanto, maior a incidência 
de mortalidade materna.
A condição social dos indígenas no Brasil
 Diversidade étnica e cultural dos povos indígenas > duas 
línguas indígenas no mesmo domicílio.
 Baniwa (2006, p. 122): “[...] a discriminação linguística 
acarreta consequências muito graves. Por um princípio 
pedagógico aceito mundialmente, a língua materna deve 
ser utilizada para alfabetizar e educar as crianças, 
sobretudo nos primeiros anos”.
 Significado do trabalho para os indígenas = identidade 
coletiva.
Interatividade 
Os grupos indígenas são parte da nossa sociedade e não um 
segmento exterior a ela. Portanto, os índios devem ser 
considerados como grupos estereotipados?
a) Não, pelo contrário, devemos superar a visão estigmatizada 
sobre os índios e colocá-los como cidadãos de direitos.
b) Sim, pois os índios são um grupo étnico humanista e que 
possuem uma cultura muito distinta do homem ocidental.
c) Os índios são entendidos como um grupo ingênuo, logo o 
estereótipo é coerente com esta realidade.
d) O estereótipo é uma ideologia a qual todos os seres estão 
sujeitos a ela, sendo assim, os índios recebem a mesma 
atribuição. 
e) Os índios não devem ser estereotipados, pois são 
tutelados por lei federal.
Movimentos sociais e ações afirmativas: é possível 
acelerar o processo de mudança?
 Após tantos dados comprovando a condição desfavorável em 
que se encontram os negros na sociedade brasileira, você 
deve estar se perguntando: mas, afinal, será possível reverter
esse processo perverso?
 Vamos apresentar algumas dessas possibilidades, partindo 
dos movimentos negros que atualmente lutam contra o 
racismo e por uma outra condição afrodescendente, 
passando à definição de ações afirmativas e suas 
principais implicações. 
O papel do movimento negro contemporâneo na luta 
contra as desigualdades raciais no Brasil 
 Promoção de uma outra condição do afrodescendente.
 Tomada de consciência da importância dessas questões.
 Implantação de ações afirmativas.
 Resultado de um longo processo histórico: período pré-
abolicionista (séculos XVI ao XIX).
 Os negros, de fato, nunca foram “passivos”, “pacíficos” ou 
“acomodados”. 
A realidade após a Lei 10.639/2003
 As crianças precisam aprender uma outra história do Brasil.
 Essa lei torna obrigatória que a perspectiva africana e afro-
brasileira seja considerada no ensino de História.
 Apagar o estigma do negro apenas como “escravo”: é preciso 
ensinar esse outro lado da história.
 Após a lei, grande incentivo à produção de material didático e 
pedagógico sobre a história da África e dos negros no Brasil.
 Faça uma pesquisa e confira.
Principais consequências do movimento negro
 Legislação penal: pune todo ato discriminatório, considerando 
o racismo como “crime inafiançável”.
 Ações afirmativas, que visam a promover a igualdade de 
oportunidades a grupos desfavorecidos socialmente.
Mas o que buscam as ações afirmativas?
 Uma “reparação” às perdas de oportunidades vividas pelos 
negros em consequência de políticas segregacionistas.
 Uma “aceleração” na lentidão histórica para a inclusão social 
a curto prazo dessa população, bem como a ascensão de 
minorias étnicas, raciais e sexuais.
 Medida paliativa, transitória e, portanto, temporária.
Por que as ações afirmativas são realmente 
necessárias?
 Acelerar um processo histórico.
 Combater a “inércia histórica”.
 Assumir o “racismo institucional” presente no sistema social. 
 Desmontar o “mito da democracia racial”.
Ações afirmativas
 Promover uma “discriminação positiva” – facilidade 
temporária paraum acesso mais rápido aos direitos sociais 
básicos que lhes foram, por tanto tempo, sistematicamente 
negados.
 A polêmica das cotas para negros.
 Cotas para deficientes físicos, mulheres > obrigatórias nas 
universidades, empresas e partidos políticos.
Interatividade 
O movimento negro foi e continua sendo um elemento essencial 
para a conquista e a garantia de direitos fundamentais à população 
afrodescendente. Quais seriam algumas das ações do movimento 
negro ao longo da história política brasileira?
a) Quilombos, única expressão da resistência negra na história 
do Brasil.
b) O racismo considerado crime inafiançável pela legislação vigente e 
implantação das políticas de ações afirmativas.
c) Criação da lei optativa sobre a história e da cultura dos negros e 
dos afrodescendentes nos currículos escolares e pelos livros 
didáticos e paradidáticos.
d) Organização de Fóruns e Congressos, para discussão da temática 
racial.
e) Militância política e partidária.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade II
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
Profa. Elaine Nunes
Objetivos gerais da unidade II
Nesta unidade, abordaremos os seguintes assuntos:
 O antirracismo na Legislação Brasileira.
 Africanidades: alguns aspectos da história africana 
dos negros no Brasil.
 Nosso objetivo é tratar primeiramente sobre as legislações 
vigentes no Brasil no combate ao racismo e na promoção 
da igualdade racial e, em seguida, fazer um retorno 
histórico, a fim de compreender mais profundamente 
as raízes de nosso racismo. 
O antirracismo na legislação brasileira
Temos as leis mais modernas e avançadas do mundo:
 Constituição de 1988.
 ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, 
Lei 8.069, de 1990. 
 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
Lei 9.394, de 1996.
 E tantas outras...
 Mas o grande problema é que nossas leis não têm 
correspondência com nossa vida cotidiana, o que dificulta, 
e muito, que sejam colocadas em prática.
A carta maior: a Constituição Brasileira de 1988
“Art 5º, XLII – A prática do racismo constitui crime 
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, 
nos termos da lei.”
 Inafiançável e não prescreve.
 Promulgada a Lei 7.716/89: crime resultante de preconceito 
de raça ou cor.
 Modificada em seus artigos pela Lei 9.459/97 – art. 140, 
Código Penal.
 Brasil: primeiro país em todo o continente americano a 
regular práticas racistas por meio de legislação específica.
Movimento negro
 Citação De Paula e Heringer (2009, p. 9):
“A partir dos anos 1990, observou-se a emergência de novos 
atores na luta antirracista. Começam a se constituir nas 
favelas e periferias urbanas brasileiras grupos de jovens 
ligados a iniciativas de cultura e arte, com um discurso de 
enfrentamento da violência, afirmação de 
pertencimento...orgulho racial.”
Estatutos específicos: o ECA e o Estatuto da 
Igualdade Racial
 Visam a proteger grupos de minorias, bem como promover 
sua inclusão social e a garantia de acesso a direitos 
fundamentais desses cidadãos.
 Segundo o Portal Brasil, “um estatuto é um regulamento 
ou código com significado e valor de lei ou de norma” 
(disponível em: http://www.brasil.gov.br).
 Alguns exemplos: Estatuto do Idoso, Estatuto do Índio, 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e Estatuto 
da Igualdade Racial.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), 
Lei 8.069, de 1990
“Art. 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de 
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei 
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos 
fundamentais.”
 Crianças e adolescentes passam a ser tratados como 
cidadãos de direitos.
Consequência de intenso debate internacional: Declaração 
Universal dos Direitos Humanos, em 1948; Declaração dos 
Direitos da Criança, em 1959 (ONU), e Convenção 
Internacional dos Direitos da Criança, em 1989 (ONU).
Estatuto da Igualdade Racial, Lei 12.288, de 20 de 
julho de 2010
 Em maio de 2003, o senador Paulo Paim (PT-RS) 
apresentou o projeto de lei do Senado que instituiu 
o Estatuto da Igualdade Racial.
 No dia 20 de julho de 2010, o projeto foi aprovado com 
emendas validando, por meio da Lei 12.288, o Estatuto da 
Igualdade Racial.
 O documento versa sobre os principais direitos garantidos 
à população afrodescendente no Brasil, bem como busca 
combater toda forma de discriminação e intolerância étnica.
Principais pontos do Estatuto da Igualdade Racial
 Pena de até três anos para quem praticar racismo 
pela internet.
 Incentivo à contratação de negros pelas empresas.
 Reconhecimento da capoeira como esporte.
 Reserva, nos partidos políticos, de 10% das vagas para 
candidatos negros (atualmente, só há reserva para 
mulheres).
 Retira a obrigatoriedade de cotas nas universidades 
públicas para alunos negros.
Leis e diretrizes educacionais
 Grande influência do ECA sobre os debates educacionais 
a partir de sua publicação em 1990.
 Processos sociais de conquistas de direitos são lentos, 
graduais e integrados.
 Resultado de amplo e longo debate entre grupos e 
movimentos.
 A igualdade racial não pode ser encarada como uma 
necessidade apenas do movimento negro, mas de todos os 
brasileiros que buscam encontrar suas verdadeiras raízes 
históricas e culturais e querem viver em uma sociedade 
mais justa e igualitária.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), Lei 9.394, de 1996
 Art. 26 do Cap. 2 § 4º – “O Ensino de História do Brasil 
levará em conta as contribuições das diferentes culturas e 
etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente 
das matrizes indígena, africana e europeia”.
 Daí a aprovação da Lei 10.639, de 2003, foi um passo, 
garantindo a afirmação, o reconhecimento e a valorização 
dos negros no quadro da diversidade da cultura brasileira.
Lei 10.639, de 2003
 Altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 
inclui no currículo oficial da rede de ensino a 
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
brasileira”.
 Essa legislação consegue chamar a atenção de 
autoridades, educadores e da sociedade para a 
importância da inclusão no currículo escolar 
da perspectiva étnico-racial.
 Institui o dia 20 de novembro como o Dia da 
Consciência Negra.
Parecer no 003/2004
 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das 
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e 
Cultura Afrobrasileira e Africana de 2004 – Parecer CNE 
(Conselho Nacional de Educação) nº 003/2004.
 Traz orientações, informações e estratégias para a 
implantação da Lei 10.639.
 Busca identificar as contribuições da Lei 10.639 para o 
reconhecimento e a valorização da diversidade étnico-racial 
brasileira, passo fundamental para uma sociedade de fato 
igualitária e livre do racismo.
Plano Nacional de Implementação do 
Parecer no 003/2004
 Plano Nacional de Implementação das Diretrizes 
Curriculares Nacionais para Educação das Relações 
étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura 
Afrobrasileira e Africana, de 13 de maio de 2009.
 Após 6 anos, o MEC, juntamente com a Subsecretaria de 
Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR (SubAA), 
toma a iniciativa de publicar este Plano, visando a facilitar 
o processo de implantação da Lei 10.639/2003 em todas 
as escolas brasileiras.
Interatividade 
Sendo o Brasil o primeiro país do continente americano a criar 
leis específicas no combate ao racismo, indique quais leis 
efetivamente se referem ao racismo como crime:
a) Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) 
e o CódigoPenal.
b) Estatuto da Igualdade Racial e o Estatuto da Criança e do 
Adolescente.
c) Constituição Federal e Lei 10.639/03.
d) Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino das 
relações étnico-raciais e para o ensino da história e 
cultura dos afrodescendentes e a Lei 11.645/08.
e) Constituição Federal de 1988, Lei 7.716/89 e o Código 
Penal, artigo 140.
Estatuto do Índio
 Lei 6.001/73: dispõe sobre as relações do Estado e da 
sociedade brasileira com os índios e os coloca como 
sendo relativamente incapazes e devem ser tutelados.
 Constituição Federal de 1988: reconhece o direito 
do índio de manter e preservar sua própria cultura.
 Novo Código Civil (2003): retira os índios da condição 
de relativamente incapazes, estipula legislação própria.
 Estatuto está em construção.
Africanidades: alguns aspectos da história
africana dos negros no Brasil
As questões históricas são fundamentais para 
compreendermos:
 A inserção dos negros africanos no processo 
de colonização brasileira.
 As raízes de nossa construção nacional.
 Os fundamentos de nosso “racismo velado”.
O conceito de africanidades
 Processo de valorização e resgate da história e da cultura 
africana e afrobrasileira, a fim de desfazer os estereótipos 
raciais construídos pelos grupos dominantes (diga-se: 
brancos, homens, proprietários, livres e ricos).
 Reconstrução histórica, por meio de uma perspectiva 
diferente daquela que temos aprendido em nossas escolas 
durante tanto tempo, que perceba toda a ampla 
contribuição que os africanos tiveram na
formação do Brasil.
Fio da história: África antes de 1500
As populações africanas dominavam inúmeras tecnologias 
quando incorporadas à empresa colonial portuguesa:
 Mão de obra especializada: área têxtil, construção 
de materiais como madeira e sabão.
 Regiões do continente africano destruídas pelos 
europeus por 400 anos de guerras, imposição 
da dominação ocidental.
Heranças coloniais e formação de um 
país chamado Brasil
Contexto histórico – século XVI:
 Colonização do Brasil: iniciativa política da monarquia 
portuguesa.
 Empresa capitalista: patrocinada pela então burguesia 
comercial.
 Projeto capitalista ambicioso: fazer essa empresa crescer e 
ser o mais lucrativa possível.
 Capitalismo comercial: monopolista e manufatureiro 
(envio de matérias-primas à Europa).
Alguns mitos sobre a formação do Brasil
 Nossos problemas atuais estão diretamente ligados ao 
tipo de população que foi enviada para cá naquele 
momento.
 Para povoar um país-continente como o nosso, foram 
mandados para cá os “piores cidadãos” portugueses, 
indesejados na Europa, como ladrões, bandidos, 
vagabundos, prostitutas e desocupados de todo tipo.
 É por isso que nosso país “não deu certo”.
Como assim? Pense conosco...
 Éramos a empresa mais rentável para Portugal na época.
 Alguém mandaria para o comando de sua empresa 
pessoas desqualificadas, desonestas e incapazes?
 Algum empresário, em sã consciência, seria leviano o 
bastante para entregar seu negócio a bandidos e 
vagabundos que levariam tudo a perder?
Claro que não!
A incumbência de fazer esse 
país-continente crescer e dar lucro
 Homens e mulheres passam a ser enviados ao Brasil.
 Esse país-continente deveria fornecer riquezas o bastante 
para sustentar os luxos e as extravagâncias da família real 
e sua aristocracia.
 Além disso, era preciso pagar os investimentos feitos pela 
burguesia na empresa colonial.
 Os portugueses começaram a explorar de todas as formas 
o território brasileiro, retirando de nossos solos e florestas 
todas as matérias-primas que tivessem algum valor 
no mercado capitalista europeu.
A dinâmica de uma colônia de exploração
 No início, a extração do pau-brasil.
 Portugueses em pequeno número em relação à população 
indígena, que era de 5 milhões em 1500.
 Convivência possível entre portugueses e índios até 1530.
 Depois do extrativismo, a agricultura.
 Escassez de mão de obra e de terras: conflito com tribos 
indígenas.
 Na guerra dos portugueses com os índios, milhões de 
índios foram dizimados.
A solução: escravos africanos!
Problema: a falta de mão de obra numerosa para a exploração 
de terras tão extensas.
Solução: escravização de africanos, vindos da Angola 
e do Congo.
 Como os portugueses já dominavam a arte das navegações, 
não foi difícil forçar populações africanas a se transferirem 
para o Brasil, submetendo-as a uma das condições de vida 
e trabalho mais desumanas que a história já assistiu.
Interatividade 
Baseado na exploração colonial, na economia monopolista 
mercantil e no trabalho não assalariado dos escravizados, 
os portugueses trouxeram ao Brasil cerca de 3,6 milhões 
de pessoas. Esse contexto representou:
a) Um investimento para expansão do catolicismo no país.
b) Uma verdadeira diáspora entre os povoados africanos.
c) O extermínio absoluto das aldeias indígenas.
d) A expansão territorial dos povos de língua portuguesa.
e) A consolidação da igualdade racial.
Diáspora e travessia dos escravizados
 1550: começam a chegar ao Brasil os primeiros
africanos escravizados.
 Em mais de 3 séculos: cerca de 3,6 milhões de pessoas 
foram trazidas ao Brasil para o trabalho escravo.
 Isso representava um terço da população africana
da época.
Verdadeira diáspora: deslocamento separou e alterou 
culturas, línguas, costumes, religiões etc.
As raízes de nossa sociedade 
hierarquizada e autoritária
 Foram quase 4 séculos de escravidão.
 Crença na existência dos escravos como categoria natural, 
ou seja, na existência de seres humanos que nasceram 
escravos na África.
 Naturalização da ideia de servidão e senhorio.
Roberto DaMatta: “cada coisa tem um lugar e cada lugar 
tem uma coisa”: a ausência de valores igualitários.
Lembre-se: nascemos todos livres, até que algum sistema 
nos escravize no decorrer de nossas vidas.
Omissão da história da África
 “As condições deploráveis dos navios negreiros, 
das senzalas, os castigos e suplícios” (BANZO).
 Transformação em boçais.
 Outra forma de transformar seres humanos em coisas: 
apagar definitivamente toda sua herança cultural e 
histórica, sua origem e sua personalidade.
 História da África foi apagada e a nova história contada 
sob perspectiva do colonizador.
A importância da Lei 10639/2003
 Os livros de história do Brasil também colaboraram para 
“apagar” esse passado africano: ausência da perspectiva 
africana e afro-brasileira.
 Importância de uma lei que obrigue esse resgate histórico 
e cultural: promoção da igualdade racial nas escolas 
e na sociedade.
 E nossa disciplina vem colaborar nesse sentido, 
preparando professores e professoras para uma
prática educativa consciente e igualitária.
A transferência de pensamentos e tecnologias 
africanas para territórios não africanos
 Vasta contribuição africana na formação do Brasil.
Vamos destacar apenas 3 aspectos:
1. No campo econômico: os negros como força de 
trabalho não remunerada, ajudando a construir
as riquezas do país.
2. No campo demográfico: o elevado número de africanos 
fizeram parte da população brasileira.
3. No campo cultural: influência linguística, religiosa e
no campo das artes, seja por instrumentos 
musicais, ritmos, danças.
Interatividade 
Por que podemos afirmar que a Lei 10.639/2003 é um 
importante instrumento na promoção da igualdade 
racial no Brasil?
a) Porque a herança cultural e histórica dos africanos no 
Brasil foi completamente apagada ao longo dos séculos.
b) Porque devemos resgatar as africanidades, afirmando o 
valor e as contribuições dos negros para aformação 
do Brasil.
c) Porque é necessário desfazermos os estereótipos raciais 
que colocam o negro apenas como escravo na história 
do Brasil.
d) Porque a valorização da cultura afrodescendente contribui 
para a representação positiva dos negros.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
A resistência negra: passiva ou ativa?
 Resistência passiva: ações não utilizam violência direta, 
como recusa a trabalhar, trabalhos malfeitos, 
fugas e faltas.
 Resistência ativa: movimentos mais coletivos e violentos, 
seja pela organização dos quilombos, seja por meio das 
insurreições, guerrilhas, entres outros movimentos 
realizados durante todo o regime escravista no Brasil.
 Importância de ambas as manifestações de resistência 
contra a escravidão no Brasil: caráter extremamente 
conflituoso na relação senhor/escravo.
Alguns exemplos de resistência negra 
durante a escravidão
As revoltas urbanas:
 Revolta dos Alfaiates (Bahia, 1798).
 Revolta dos Malês (Bahia, 1835).
 Cabanagem (Pará, 1835-1840).
 Sabinada (Bahia, 1837-1838).
 Balaiada (Maranhão, 1838-1841).
Os Quilombos:
 Seu principal objetivo era a implantação de uma nova forma 
de vida e organização social, diferente da estrutura política 
colonial e escravista. 
 Foram centenas de quilombos espalhados por todos os 
estados do país, que tiveram duração mais curtas 
ou continuam ativos até os dias de hoje.
A importância dos quilombos
Importante demonstração de que os negros pretendiam 
construir no Brasil um outro modelo de associação 
entre os homens: 
 Aberta a todos que pudesse desmontar a estrutura 
escravocrata.
 Implantação de “uma outra forma de vida, uma outra 
estrutura política na qual se encontraram todos os tipos de 
oprimidos” (MUNANGA, Kabengele; GOMES, Nilma Lino. 
“O Negro no Brasil de Hoje”. São Paulo: Global, 2006, p. 71).
O abolicionismo como um movimento conservador
 Movimento organizado pela classe política da ocasião, que 
procurou trazer pouco ou nenhum prejuízo aos senhores de 
escravo nesse processo de “libertação”.
 A preocupação da elite da época era que a abolição se 
desse de forma pacífica, sem sustos e nem revoluções. 
 Daí as três grandes leis abolicionistas: Ventre Livre (1871), 
Sexagenários (1885) e Áurea (1888) terem tido muito mais 
benefícios aos próprios senhores do que uma nova 
condição à população negra.
A abolição como dissimulação de qualquer 
processo de confronto 
 Entretanto, a abolição foi-nos passada como um presente,
uma dádiva: imagem de superação lenta, ordenada, gradual 
e controlada pelo Estado.
 Base para o “mito da democracia racial”: como se o 
processo abolicionista tivesse sido capaz de acabar com 
todos os conflitos anteriores existentes entre senhores e 
escravos e, a partir da abolição, o país passasse a 
experimentar uma relação cordial e amistosa entre essas 
classes.
 Ideologia da igualdade racial e da oportunidade igual 
para todos.
O projeto nacional de branqueamento
 Falta de planejamento do poder público no sentido de 
incorporar a mão de obra negra recém-liberta ao novo 
mercado de trabalho nacional naquele momento.
 O projeto nacional de branqueamento: a Guerra do 
Paraguai como estratégica sucção de mão de obra negra 
(cerca de 90.000 negros morreram nessa guerra).
 Tática para branquear a população brasileira e também 
justificar a política imigrantista, que trouxe para o Brasil 
cerca de 4 milhões de imigrantes brancos a partir de 1808.
Movimentos negros pós-abolição
 1888: Lei Áurea.
 Desigualdades sociais entre brancos e negros continuaram 
a existir, mesmo após a “libertação” dos escravos.
 Libertação “na força da lei”: efeitos diretos na continuidade 
da condição do negro.
“Longo e árduo processo de construção de igualdade e 
de acesso aos diversos setores sociais”
(MUNANGA e GOMES, 2006, p. 107).
O processo de marginalização do negro
 Sem possibilidade de trabalho remunerado, os negros 
“recém-libertos” acabaram se instalando nas periferias 
das cidades, nas regiões mais pobres do Brasil.
 Somando-se a essa “periferização” das populações negras, 
outras formas de exclusão se impuseram, devido a 
processos discriminatórios e racistas.
 Esses e outros dados ainda são confirmados pelos 
levantamentos estatísticos atuais.
As ideologias raciais: o alcance das 
políticas de branqueamento no Brasil
A ideologia racial do branco: “consciência social de 
dominação, em que o próprio branco se representa superior 
aos outros, isto é, com direito de dispor dos outros.”
A ideologia racial do negro: “fundada numa relação de 
inferioridade em face do branco, que detém presumivelmente 
o poder, exprime uma consciência de submissão.”
(IANNI, Octavio. “Raças e Classes Sociais no Brasil”. Ed. rev. ampl. São Paulo: 
Brasiliense, 2004, p. 322-323)
Interatividade 
A respeito do projeto nacional de branqueamento, assinale 
a alternativa incorreta:
a) O Brasil procurava “apagar” seu passado escravista perante 
o então mercado internacional.
b) Os movimentos de resistência negra estiveram diretamente 
relacionados ao chamado abolicionismo, movimento
que culminou com a abolição da escravidão no Brasil.
c) A Guerra do Paraguai foi uma das táticas encontradas 
pela elite política para a implantação desse projeto de 
branqueamento.
d) A vinda de milhares de imigrantes brancos para o Brasil 
também era parte da estratégia de “branquear” a 
população brasileira.
e) Esse projeto mostrou repercussões profundas nas ideologias 
raciais presentes até hoje na sociedade brasileira.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade III
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
Profa. Elaine Nunes
Objetivos gerais da Unidade III
Nesta unidade, abordaremos os seguintes assuntos:
 a pedagogia da exclusão – imagens e representações 
do negro no Brasil;
 identidade, interação e diversidade – por uma
educação cidadã.
Nosso objetivo é retomar a questão dos estereótipos raciais, 
passando à análise de imagens e representações do negro 
na literatura e na mídia. Em seguida, traremos a discussão 
para o campo da educação, a fim de pensarmos estratégias 
para uma educação igualitária e não racista.
A pedagogia da exclusão: imagens e 
representações do negro no Brasil
 Projeto nacional de branqueamento.
 Era preciso “apagar” tudo o que remetia ao 
“nosso passado negro”.
 O mito da democracia racial.
 Racismo à brasileira: uma ideologia cada vez mais difícil 
de se detectar, desvendar e decodificar.
 Todos esses processos sociais continuam a marcar as 
imagens e representações feitas sobre o negro, seja por 
parte da mídia, na literatura ou no ambiente escolar.
Imagens e representações 
do negro na literatura
 Monteiro Lobato: período pós-abolicionista.
 Seus livros reproduzem os estereótipos do negro 
como submisso e subserviente: 
“Embora liberto, não poderia sobreviver sem a tutela do 
senhor, pois era hereditariamente predisposto ao trabalho 
servil e desprovido de qualquer autonomia enquanto pessoa.”
(BARBOSA, 2004, p. 56)
A polêmica do “livro proibido” 
de Monteiro Lobato
 No final de 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) 
proibiu a distribuição nas escolas públicas do país do 
livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato.
 Em suas descrições físicas de negros, os traços
africanos se comparam muito ao de animais 
e recebem uma conotação negativa.
 O Conselho justifica o pedido citando trechos da obra: 
“Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, 
trepou, que nem uma macaca de carvão [...].”
O papel da literatura na permanência
de estereótipos dos negros
 Consideramos naturais algumas atitudes, piadase ditos 
populares de cunho preconceituosos.
 Derivam dessas ideias cristalizadas expressões do tipo:
os “pretos de alma branca”, “tenho bons amigos pretos” 
e muitas outras que se perpetuaram e criaram raiz em 
nossa sociedade historicamente racista.
 A literatura como pedagogia da exclusão social:
o trabalho de reforço dos estereótipos.
Imagens e representações do negro na mídia
Revisão:
 ontem – as personagens na televisão interpretadas por 
negros também reproduziam os papéis tradicionais de 
subserviência e servidão;
 hoje – personagens negros em papéis semelhantes aos 
brancos, com família constituída, com profissão bem 
remunerada, com formação acadêmica;
 ações afirmativas + politicamente correto.
Internalização da ideologia do branqueamento
Representações acabam sendo internalizadas pelos próprios 
negros, em um processo bem-sucedido de “aceitação 
passiva”:
“O inconsciente racial coletivo brasileiro não acusa
nenhum incômodo em ver tal representação da maioria
do seu próprio povo, e provavelmente de si mesmo, na 
televisão ou no cinema.” 
(ARAÚJO, 2008, p. 984)
 “Naturalidade” na produção e recepção dessas imagens.
A “monumental contradição” do racismo no Brasil
Consequências da pedagogia da exclusão
e da ideologia da alienação:
 a população “branca” brasileira se supõe 
“branca-europeia”;
 percepção absolutamente imaginária (e ilusória) 
de que somos de alguma forma descendentes 
de uma “linhagem europeia pura”;
 é como se todas as cabeças pensassem em um único 
sentido: contra nós mesmos.
O conceito de violência simbólica 
(Pierre Bourdieu, sociólogo francês)
 A violência simbólica é uma das formas de dominação mais 
profundas e cruéis que se pode conceber: mecanismos 
sutis de dominação social, utilizados por indivíduos, grupos 
ou instituições, e impostos sobre outros.
 A construção da identidade brasileira se enraíza na 
interiorização por todos os brasileiros (todos mestiços, 
afinal) de normas enunciadas pelos discursos dos 
estrangeiros que nos colonizaram.
 Assumir o universo simbólico de um outro, sem perceber 
que essa “transferência” foi feita na forma de uma 
dominação no plano simbólico.
Imagens e representações do negro na escola
 Para Bourdieu, na escola também se realiza a violência 
simbólica, quando essa passa a tratar como iguais 
indivíduos que são desiguais.
 A escola procura encobrir as diferenças de raça, cor, 
classe, origem etc.; dando a todos os alunos um único 
tratamento e favorecendo, assim, aqueles que já estão 
na condição de favorecidos.
 A eficácia da violência simbólica: ela só triunfa se 
aquele(a) que a sofre contribui para a sua eficácia.
 Trata-se de um longo processo de aprendizado, capaz 
de manter “cada coisa em seu lugar e cada lugar 
com sua coisa”. 
(Roberto DaMatta)
A violência simbólica na escola
 Imagens e representações que, muitas vezes, o professor 
traz de maneira inconsciente para sua prática cotidiana 
em sala de aula e que colabora para a reprodução 
de estereótipos.
 Outra dificuldade: professoras afrodescendentes que 
não reconhecem sua origem étnico-racial.
 Os estereótipos vão sendo assimilados como verdades pela 
criança, que é vítima dessa violência simbólica.
(CAVALLEIRO, E. “Do silêncio do lar ao silêncio escolar”.
6. ed. São Paulo: Contexto, 2012)
Interatividade 
De que formas a literatura, a mídia e a escola podem ser 
responsáveis pela permanência de estereótipos raciais?
I. Nas novelas, filmes e livros, reservando aos negros as 
personagens subservientes e submissas.
II. Nos currículos escolares, pressupondo que todos os alunos 
apresentam as mesmas condições, o que acaba discriminando 
certos grupos.
III. Nas salas de aula, quando os professores procuram trabalhar a 
diversidade e o resgate de aspectos culturais de diversos grupos.
Estão corretas as afirmações:
a) I e II. 
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) Nenhuma das afirmativas.
O processo de construção da identidade 
afrodescendente na infância e na juventude
 A igualdade jurídica em meio a uma sociedade hierárquica.
 Dificuldade enfrentada por crianças e adolescentes negros 
em construírem sua identidade negra.
 O que significa “fazer-se negro”?
 Como a criança pode construir sua identidade negra?
Conceito de identidade: grupo social e cultural
“A criança percebe o mundo que a rodeia, passa a 
compreender suas regras, linguagens, hábitos,
proibições. [...] É capaz de interiorizar alguns elementos 
culturais no processo de sua constituição como indivíduo, 
sujeito de sua própria identidade [...].”
(LARAIA, 2008; KEMP, 2009) > base educação.
 A identidade se constrói no plano simbólico, isto é, no 
conjunto de significações, valores, crenças, gostos, que 
o indivíduo vai assumindo na sua relação com o outro.
“Tornar-se negro” em uma sociedade hierarquizada
 Essas relações são permeadas por estereótipos raciais, 
preconceitos e desigualdades.
 Sociedade paradoxal: leis garantem igualdade de direitos 
e oportunidades para brancos e negros, mas as relações 
sociais revelam uma estrutura claramente hierarquizada
e encharcada com um racismo às escondidas.
Finalizando: como é construída a identidade?
 Herança cultural: transmitida pelo grupo familiar ou social.
 Socialização: processo de formar um novo membro 
da sociedade, apto a viver naquela determinada 
cultura (educação informal ou formal).
 Construção de si: seleção de aspectos da cultura 
com os quais o sujeito se identifica (relação 
eu-outro/trocas simbólicas).
 Cultura: dinâmica, diálogo e inter-relação entre os sujeitos.
Diversidade e currículo
Tarefa difícil à escola:
1. desconstruir estereótipos de raça/cor;
2. desmistificar os mitos raciais existentes na 
sociedade brasileira;
3. ter atitudes com os alunos em relações não 
discriminatórias e equitativas em sala de aula.
O livro didático
Influências:
 representação simplificada dos fatos históricos;
 estigmatiza segmentos sociais como mulheres, 
negros, idosos e trabalhadores;
 reforça estereótipos;
 invisibilidade dos segmentos sociais desfavorecidos.
A importância da diversidade 
na construção identitária
 As nossas noções de igualdade e diferença: podem ser 
valorizadas, codificadas, trocadas e ressignificadas nesse 
complexo processo que é a formação do sujeito autônomo.
 Respeito às diferenças, necessário à construção identitária
e às trocas simbólicas realizadas.
 A construção da identidade brasileira precisa passar 
necessariamente pela realidade da miscigenação e 
da constituição de nossa cultura a partir de nossas 
raízes negras, indígenas e europeias, ao mesmo 
tempo e em igual relevância.
Como se constrói a identidade negra no Brasil?
 Resultado de um longo processo histórico de colonização
e escravização do continente africano e de seus povos.
“A identidade negra é entendida, aqui, como um processo 
construído historicamente em uma sociedade que padece 
de um racismo ambíguo e do mito da democracia racial. 
Como qualquer processo identitário, ela se constrói no 
contato com o outro, na negociação, na troca, no conflito 
e no diálogo. [...] ser negro no Brasil é tornar-se negro.” 
(UFSCar / NEAB. “Projeto São Paulo Educando pela
Diferença para a Igualdade”. Módulo 2, 2004, p. 45)
Interatividade 
Todas as afirmações abaixo expressam alguns motivos pelos quais 
crianças e adolescentes negros no Brasil encontram dificuldades 
em construir sua identidade negra, exceto:
a) As relações sociais no Brasil são permeadas por imagens e 
representações estereotipadas dos negros.
b) A construção da identidade pressupõe a diversidade,dificultada 
no Brasil pelo mito da democracia racial.
c) As crianças e os adolescentes negros podem construir sua 
identidade a partir das representações e imagens positivas dos 
negros presentes na mídia, na literatura, nos livros didáticos etc.
d) O projeto nacional de branqueamento trouxe reflexos que 
persistem até hoje em nossa sociedade de traços tão autoritários.
e) Vivemos uma situação paradoxal, em que as leis ditam a 
igualdade racial, mas o cotidiano revela relações hierarquizadas.
Identidade, interação e diversidade: 
por uma educação cidadã
 Resumindo: a identidade é um processo construído a partir 
da interação entre os sujeitos, que, na contraposição de 
suas diferenças e no respeito a essa diversidade, atribuem 
significados ao universo simbólico que passa a compor 
sua visão de mundo, influindo em suas escolhas e nos 
caminhos que irão percorrer.
 Professor como figura central de mediação nesse 
processo: persistência e intencionalidade para optar por 
valores éticos e uma prática educativa equitativa.
Escola e diversidade: 
a promoção da igualdade racial
 Todos os envolvidos no processo educacional
precisam estar atentos para a desconstrução de 
estereótipos de raça/cor, para a desmistificação
dos mitos raciais existentes na sociedade brasileira.
 Escola: uso de recursos que possibilitem a ressignificação 
de conceitos como negro, África, africanos, de modo 
a transformar, no imaginário coletivo, representações 
negativas em positivas.
 “Diferenças e preconceitos na escola” – Julio Groppa 
Aquino (1. ed. São Paulo: Summus, 1998).
Diversidade, livro didático e currículo: 
desafios para a prática educativa
 Livro didático: inúmeras pesquisas demonstram que 
a maioria traz uma representação muito simplificada
dos fatos históricos.
 Isso ajuda a estigmatizar, caricaturar ou reforçar 
estereótipos de segmentos sociais como mulheres, 
negros, idosos e trabalhadores, por exemplo.
 Isso faz com que a criança afrodescendente não tenha 
parâmetros de igualdade e diversidade para a construção 
de sua identidade étnico-racial.
Invisibilidade, recalque e inferiorização
 O conceito de recalque (Freud): uma tentativa de
esquecer que ocorre inconscientemente. Recalcamos 
justamente aqueles pensamentos, ideias, lembranças etc. 
que não se ajustam à imagem ideal que temos do mundo
e de nós mesmos.
 A inferiorização dos seus atributos por meio de 
estereótipos conduz esse povo a desenvolver 
comportamentos de autorrejeição, resultando
em rejeição e negação dos seus valores culturais
e na preferência por estética e valores culturais
dos grupos sociais valorizados nas representações.
Diversidade e currículo
 Os currículos são fruto de escolhas políticas e debates 
calorosos, que incorrem em incluir ou excluir assuntos, 
disciplinas ou aspectos que nos interessam ou não no 
processo de formação da criança e do jovem.
 Lei 10.639/2003: reconhece a necessidade urgente de 
incluir de uma vez por todas em nossos currículos a 
problemática das relações étnico-raciais, por meio do 
estudo da história e da cultura africana e afro-brasileira em 
todos os níveis escolares, chegando também à formação 
universitária de professores e professoras.
A prática educativa com intencionalidade
“Entender o que é a pobreza e como ela afeta de
maneira trágica a vida de uma grande parcela da
população. Nos posicionar politicamente dentro
desse debate e construir práticas efetivas e
democráticas que transformem a trajetória escolar
dos nossos alunos e alunas negros e brancos em
uma oportunidade ímpar de vivência, aprendizado, 
reconhecimento, respeito às diferenças e construção
de autonomia.”
(UFSCar / NEAB. “Projeto São Paulo Educando pela
Diferença para a Igualdade”. Módulo 2, 2004, p. 7)
Interatividade 
A prática educativa precisa ser desenvolvida com intencionalidade
e persistência, com vistas à promoção da igualdade racial. Quais
os desafios para os professores nessa prática?
I. A desconstrução do mito da democracia racial.
II. A simplificação excessiva de fatos históricos apresentados 
nos livros didáticos.
III. A ausência da perspectiva étnico-racial na definição 
de currículos e conteúdos.
Estão corretas as seguintes afirmações:
a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) Nenhuma das anteriores.
Escola e a promoção da igualdade racial: 
estratégias e possibilidades
Lei 10.639/2003: todos os envolvidos na instituição 
escolar estão convocados a promover mudanças 
estruturais no ensino:
 reformulação dos currículos, dos projetos pedagógicos, 
dos planos de aula, de materiais didáticos e paradidáticos; 
enfim, de toda a prática educativa de modo geral;
 promover o reconhecimento, o respeito e a garantia 
das diversidades culturais e, de forma especial, 
da população afrodescendente no Brasil.
Africanidades brasileiras na escola
 Abordar o tema “africanidades brasileiras” em sala de aula.
Três pontos dos princípios da pedagogia antirracista, a saber:
1. respeito às africanidades;
2. reconstrução do discurso pedagógico;
3. estudo da recriação das diferentes raízes
da cultura brasileira.
A escola e a comunidade
 Todos os agentes do processo de aprendizagem devem 
se colocar mais próximos da realidade sociocultural
de seus alunos.
 Isso significa conhecer a comunidade escolar, seu 
perfil socioeconômico, o entorno da escola, os principais 
problemas do bairro, da cidade, assim como as principais 
manifestações culturais da comunidade, arte, música, 
religiosidade e outros aspectos que aproximem os 
educadores e educadoras aos alunos e seus familiares.
O que o professor e a professora podem fazer?
“Incorporar o discurso das diferenças não como um desvio, 
mas como algo enriquecedor de nossas práticas e das 
relações entre as crianças. Isso irá possibilitar desde cedo
o enfrentamento de práticas de racismo e a construção de 
posturas mais abertas às diferenças e, consequentemente,
à construção de uma sociedade mais plural.”
(UFSCar / NEAB. “Projeto São Paulo Educando pela
Diferença para a Igualdade”. Módulo 2, 2004, p. 32)
O que o professor e a professora podem fazer?
 Construção de novos afetos, de novas formas de 
nos relacionar com o diferente, com a diversidade.
“É na relação com o outro que constituímos nossa 
subjetividade, nossas diferenças. Construção de 
subjetividades outras, livres da clausura causada
pelo modelo dito ‘ideal’.”
 É preciso que os professores se encontrem por
meio da pluralidade e diferenciação, livrando-se
dessa clausura subjetiva.
(UFSCar / NEAB. “Projeto São Paulo Educando pela
Diferença para a Igualdade”. Módulo 2, 2004, p. 32)
O que o professor e a professora podem fazer?
“Repensar a preponderância desse modelo hegemônico 
de vida (de ser). Escapar de toda essa homogeneização
a partir da qual fomos produzidos e com a qual nos 
acostumamos. Lutar contra todas as formas de 
‘assujeitamento’ (uma maneira de modelar as pessoas
de uma mesma forma), uma luta contra as forças que 
nos querem fracos, tolos e servos, além de racistas.”
(UFSCar / NEAB. “Projeto São Paulo Educando pela
Diferença para a Igualdade”. Módulo 2, 2004, p. 32)
Para concluir: o que você pode fazer?
 Mudança de discursos e de práticas.
 Respeito à pluralidade.
 Novas relações interpessoais, mais afetuosas,
profundas e significativas.
 Uma subjetividade livre de clausuras
e modelos preestabelecidos.
 Crítica ao atual modelo hegemônico de
homogeneização e “assujeitamento”.
 Recriação de novos sentimentos e reconhecimentos, 
especialmente em relação a si mesmo, em um movimento 
de respeito a toda forma de diversidade.Interatividade
A partir da vigência da Lei 10.639/2003, todo professor precisa 
encontrar estratégias para uma educação para a igualdade 
racial. As alternativas abaixo apresentam algumas dessas 
possibilidades, exceto:
a) Reformulação dos projetos pedagógicos, dos planos de 
aula, de materiais didáticos e paradidáticos.
b) Estabelecer uma relação mais afetuosa e significativa 
com os alunos e sua família.
c) Conhecer os problemas do bairro e do entorno da escola, 
garantindo uma relação escola-comunidade.
d) Preparar os alunos para se adequarem aos modelos 
sociais estabelecidos e ao ideal de vida moderno.
e) Respeitar todas as diferenças e incentivar a 
diversidade cultural.
ATÉ A PRÓXIMA!

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