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Apostila Legislação Comercial UNISEB 2

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Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNISEB 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA CONTÁBIL E 
FINANCEIRA 
 
 
 
 
 
 
PROF. DR. FERNANDO MELO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO COMERCIAL – módulo 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2014 
RIBEIRÃO PRETO
 
 
PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA 
 
 
DISCIPLINA: 
Legislação Comercial. 
PROFESSOR RESPONSÁVEL: 
Fernando Melo da Silva. Doutor em direito pela PUC/SP, mestre em direito pela UNESP/Campus de 
Franca, professor universitário e advogado militante. Currículo Lattes, disponível em: 
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4139073T4>. 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
Direito Empresarial: definição, histórico, empresa, empresário e atividade empresarial. Institutos 
comuns à atividade empresarial (destaques): registro, nome, estabelecimento e escrituração 
empresarial. Sociedades empresárias: regras gerais, sociedade limitada, sociedade anônima. 
Dissolução parcial ou total de sociedades. Operações e ligações societárias. Solução de conflitos de 
interesse no mercado: processo civil e empresa, mediação e arbitragem. 
OBJETIVOS DA DISCIPLINA: 
O bjetivos Gerais: Desenvolver no aluno a capacidade de compreensão da Legislação Comercial, por 
via do Direito Empresarial, este último, estudado enquanto ramo autônomo do direito, seus 
fundamentos, objeto e institutos mais destacados, propiciando conhecimentos jurídicos das práticas 
empresariais e os mecanismos de ordem material e processual para solução de conflitos 
intersubjetivos nesta área surgidos. 
O bjetivos Específicos: Capacitar o aluno a compreender o discurso jurídico mercant il, voltando-o 
para a prática da perícia contábil e financeira, de modo a assimilar sua real função no contexto da 
solução de conflitos jurídicos envoltos na disciplina jurídico-mercantil. 
PÚBLICO ALVO: 
Profissionais que pretendem ou atuam na área de Avaliações Periciais Contábeis e que desejam 
adquirir e aperfeiçoar seus conhecimentos. 
METODOLOGIA: 
Com vistas a atingir os objetivos propostos, as aulas serão desenvolvidas utilizando -se de estratégias 
didáticas múltiplas e combinadas, tais como, aulas expositivas; estudos dirigidos em sala de aula, e; 
estudo de casos. 
CARGA HORÁRIA: 
24 horas/aula divididos em três módulos de 08 horas/aula cada, nos dias 02/08, 16/08 e 30/08. 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
APRESENTAÇÃO: DO MÉTODO PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA DE 
LEGISLAÇÃO COMERCIAL................................................................................................. 
 
05 
1 DIREITO SOCIETÁRIO: VISÃO GERAL....................................................................... 06 
1.1 Sociedade: definição............................................................................................................. 06 
1.2 Classificação das sociedades................................................................................................ 07 
1.3 Dos tipos societários ............................................................................................................ 09 
1.3.1 Da natureza do ato constitutivo.......................................................................................... 09 
1.3.2 Da responsabilidade subsidiária dos sócios por obrigações da sociedade..................... 10 
1.4 Elementos de uma sociedade .............................................................................................. 12 
1.4.1 Dos sócios........................................................................................................................... 12 
1.4.1.1 Dos deveres de todo sócio ............................................................................................... 12 
1.4.1.2 Dos direitos de todo sócio................................................................................................ 13 
1.4.2 Capital social...................................................................................................................... 13 
1.5 Deliberações sociais e administração.................................................................................. 14 
1.5.1 Das deliberações sociais .................................................................................................... 15 
1.5.2 Da administração da sociedade ......................................................................................... 16 
1.5.2.1 Dos poderes dos administradores..................................................................................... 17 
1.5.2.2 Dos deveres dos administradores e sua responsabilidade 
civil............................................................................................................................................... 
 
19 
2 DAS SOCIEDADES LIMITADAS....................................................................................... 20 
2.1 Noções gerais........................................................................................................................ 20 
2.2 Do capital social e das cotas................................................................................................ 20 
2.3 Administração...................................................................................................................... 21 
2.4 Das deliberações sociais....................................................................................................... 22 
2.4.1 Dos quóruns para deliberação social................................................................................. 23 
2.4.2 Direito de recesso............................................................................................................... 24 
3 DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.................................... 25 
4. DA SOCIEDADE ANÔNIMA.............................................................................................. 26 
4.1 Noções gerais........................................................................................................................ 26 
4.2 Espécies................................................................................................................................. 26 
 
 
4.3 Nomenclaturas importantes................................................................................................ 28 
4.4 Constituição da companhia................................................................................................. 29 
4.4.1 Do procedimento para constituição da cia. de capital aberto........................................... 30 
4.4.2 Constituição da cia. de capital fechado.............................................................................. 30 
4.4.3 Normas gerais sobre a constituição das sociedades por ações ......................................... 31 
4.4.4 Formalidades complementares:.......................................................................................... 31 
4.5 Capital social........................................................................................................................ 31 
4.6 Das ações............................................................................................................................... 33 
4.6.1 Da classificação das ações................................................................................................. 33 
4.6.2 Negociabilidade das ações.................................................................................................. 35 
4.6.3 Do valor das ações.............................................................................................................. 35 
4.7 Do acionista...........................................................................................................................36 
4.7.1 Direitos especiais – direito de voto..................................................................................... 39 
4.7 Do acionista........................................................................................................................... 36 
4.7.1 Direitos especiais – direito de voto..................................................................................... 38 
4.7.2 Acionista controlador......................................................................................................... 39 
4.7.4 Acordo de acionistas........................................................................................................... 39 
4.8 Dos órgãos societários.......................................................................................................... 40 
4.8.1 Da assembléia geral............................................................................................................ 40 
4.8.2 Da administração de uma sociedade anônima................................................................... 42 
4.8.2.1 Conselho de administração.............................................................................................. 42 
4.8.2.2 Diretoria........................................................................................................................... 42 
4.8.2.3 Dos administradores........................................................................................................ 43 
4.8.3 Do conselho fiscal............................................................................................................... 44 
5. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES...................................................................................... 45 
5.1 Dissolução parcial................................................................................................................ 45 
5.2 Dissolução total..................................................................................................................... 47 
5.3 Do procedimento para pedir a dissolução de sociedades 
empresariais................................................................................................................................ 
 
49 
6 DAS OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS.................................................................................... 51 
6.1 Da transformação................................................................................................................. 51 
6.1 Da incorporação................................................................................................................... 52 
6.1 Da fusão................................................................................................................................. 53 
 
 
6.1 Da cisão................................................................................................................................. 54 
7. LIGAÇÕES SOCIETÁRIAS................................................................................................ 58 
8. QUESTÕES E DISCUSSÕES: interação dos conhecimentos de perícia contábil e 
financeira com os jurídicos........................................................................................................ 
 
59 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................... 60 
 
 
 
 
5 
 
APRESENTAÇÃO: DO MÉTODO PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA DE 
LEGISLAÇÃO COMERCIAL 
 
 
Para cumprimento do objetivo desta disciplina foi elaborada esta apostila, de modo 
que sirva de passo inicial aos alunos na compreensão da Legislação Comercial, por via do 
Direito Empresarial, este último, estudado enquanto ramo autônomo do direito, seus 
fundamentos, objeto e institutos mais destacados, propiciando conhecimentos jurídicos das 
práticas empresariais e os mecanismos de ordem material e processual para solução de 
conflitos intersubjetivos nesta área surgidos. 
Entenda-se por “LEGISLAÇÃO COMERCIAL”, um grande número de regras que 
pertencem ao Direito Empresarial, ramo autônomo do direito dedicado à regulamentação das 
relações intersubjetivas derivadas da prática da atividade empresarial no mercado, sob o seu 
aspecto privado, ou como ensina Fábio Ulhoa Coelho: 
“[...] ramo jurídico que tem por objeto os meios socialmente estruturados de superação 
de conflitos de interesse entre os exercentes de atividades econômicas de produção ou 
circulação de bens ou serviços de que necessitamos todos para viver.”
1
 
Deste modo para a boa compreensão do discurso jurídico mercantil voltado para a 
prática da perícia contábil e financeira, de modo a assimilar sua real função no contexto da 
solução de conflitos jurídicos envoltos na disciplina jurídico-mercantil, esta disciplina será 
lecionada em três grandes módulos de oito horas/aula cada um, dispostos da seguinte maneira: 
MODULO 1 – Direito empresarial, empresa, empresário e atividade empresarial; 
MODULO 2 – Direito societário; 
MODULO 3 - Solução de conflitos de interesses no mercado: processo civil e 
empresa, mediação e arbitragem. 
Em cada um desses módulos serão transmitidos os conceitos jurídicos essenciais à sua 
compreensão, sendo ao final, contextualizados com as questões pertinentes à perícia contábil 
e financeira. 
Nesta apostila será abordado o módulo 2, que versa sobre o Direito societário, sub 
ramo do direito de empresa, cujo regramento traz interessantes discussões interativas com 
perícia contábil e financeira. 
 
 
1
 COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa: empresa e estabelecimento, títulos 
de crédito. 16. Ed. São Paulo: Saraiva: 2012. v. 1. p. 43. 
6 
 
1 DIREITO SOCIETÁRIO: VISÃO GERAL 
 
 
1.1 Sociedade: definição 
 
 
A base desta especialidade do direito empresarial – direito societário – repousa em 
torno da figura da sociedade empresária, cuja definição e principais institutos serão tratados a 
seguir. 
Definições: 
Legal: art. 981 do Código Civil: 
 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre 
si, dos resultados.” 
 
Doutrinário: sociedade enquanto contrato 
 
“[...] união de duas ou mais pessoas, naturais ou jurídicas, que, voluntariamente, se obrigam a 
contribuir, de forma recíproca, com bens ou serviços, para o exercício proficiente de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados auferidos nessa exploração.”
2
 
 
“[...] contrato do tipo plurilateral, associativo ou aberto, por meio do qual duas ou mais partes 
ajustam suas vontades para que, por meio da reunião de bens e pela prestação de esforços , 
venham a alcançar lucro a ser entre elas dividido, explorando uma atividade comum.”
3
 
 
A partir do conceito verificam-se os principais elementos da sociedade: 
i. sócios – partes interessadas em unir-se para execução da atividade; 
ii. capital social – reunião dos bens e serviços dos sócios para a execução da atividade 
social, representada por uma cifra condizente com a soma decorrente dessa reunião; 
 
2
 CAMPINHO, Sérgio. O direito de empresa à luz do novo código civil. 5.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005. 
p. 34. 
3
 VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Curso de direito comercial. São Paulo: Malheiros, 2006. v. 2. p. 49. 
 
7 
 
iii. affectio societatis – vínculo subjetivo que liga os sócios ao negócio e/ou entre si 
quando da constituição e, especialmente ao longo do funcionamento da sociedade,e; 
iv. finalidade lucrativa – “[...] prática constante de atos negociais, visando à produção de 
resultados econômicos apropriáveis por seus sócios [...]”
4
 
 
Quando referido acordo de vontades (contrato de sociedade) resta materializado num 
instrumento, público ou particular tem-se o ato constitutivo dessa sociedade (contrato social 
ou outro ato não contratual), e quando devidamente registrado confere a esta personalidade 
jurídica (arts. 985 c/c 45 e 1.150 do Código Civil), tornando-se assim, a sociedade sujeito de 
direitos e obrigações (e não simplesmente um contrato), existindo de forma distinta da de 
seus membros, passando a ter os seguintes elementos: 
 
i. - Autonomia de vontade (limitada aos fins e objetivos traçados no ato constitutivo); 
ii. - Patrimônio próprio (distinto do patrimônio dos sócios que a integram); 
iii. - Nome (por meio do qual exercerá esses direitos e vincular-se-á por obrigações); 
iv. - Nacionalidade e domicílio próprios (também distintos do dos sócios que a integram). 
 
Agora para entender melhor os demais conceitos que circundam sobre a ideia de 
sociedade empresarial, segue-se com a descrição da sua classificação e elementos. 
 
1.2 Classificação das sociedades: 
 
a) Pelo objeto social ou o tipo societário (art. 982 do CC): leva em consideração o objeto 
social da sociedade, ou seja, a atividade econômica escolhida para ser exercida pela 
sociedade, podendo dividir-se em: 
 
Empresária: aquela que tem por objeto social atividade econômica organizada voltada 
para a produção e circulação de bens e serviços ou adote a forma de S/A, ou; 
 
Simples: aquela que tem por objeto social atividade de profissão intelectual de 
natureza científica, literária ou artística, salvo quando esta for objeto da empresa, ou que adote 
forma de sociedade cooperativa. 
 
4
 MAMEDE, Gladson, Direito empresarial brasileiro: direito societário: sociedades simples e empresárias. São 
Paulo: Atlas, 2004. p. 95. 
8 
 
 
Importante!!! A sociedade que tem por objeto atividade rural, para adquirir a condição de 
empresária, precisa se constituir sob um tipo social, próprio de sociedade empresária, ou se 
já for constituída se transformar em um, casos em que poderá requerer seu registro na Junta 
Comercial, mas procede-se-á sua inscrição sob os moldes de uma transformação. (art. 984 do 
CC) 
 
b) Pela personalidade jurídica: aqui as sociedades são classificadas tendo em conta o fato de 
possuírem ou não personalidade jurídica, neste caso, tem-se, sociedades: 
i. personificadas: aquelas cujos atos constitutivos estão devidamente registrados, no 
órgão competente e possuem personalidade jurídica; 
ii. não personificadas: aquelas cujos atos constitutivos não existem ou não estão 
devidamente registrados, pela natureza do tipo societário adotado ou por postura dos 
sócios. 
São exemplos de sociedades sem personalidade jurídica: i) a sociedade em comum 
(CC, arts. 986/990); ii) a sociedade em conta de participação (CC arts. 991 ao 996), e; iii) os 
consórcios (arts. 278 a 279 da Lei 6.404/1976). 
 
Importante!!! Algumas sociedades só podem se constituir se obtiverem autorização do poder 
público para tanto, como ocorre com aquelas que tiverem por objeto atividade bancária, 
securitária dentre outras, caso em que sem esta autorização, não há como a sociedade 
adquirir a personalidade jurídica e sua existência depende da mantença dela. 
 
 
c) pelo prazo de duração: aqui as sociedades são classificadas tendo em vista o prazo de 
duração previsto quando da sua constituição, podendo ser: 
i. de prazo determinado: aquelas que são constituídas para durar por certo prazo de 
tempo, e; 
ii. de prazo indeterminado: aquelas que são constituídas sem previsão de prazo certo para 
ser dissolvida/extinta. 
 
Importante!!! Existem sociedades que são constituídas com a finalidade de um objeto social 
específico e determinado, sem implicar no desenvolvimento de uma vida social própria, mas 
9 
 
sim a realização de um projeto ou uma simples etapa de um projeto, tal qual a construção de 
uma usina hidroelétrica, uma rodovia, etc. Seu prazo de duração, nestas circunstâncias 
fatalmente estará ligado à conclusão do objeto específico que gerou a contratação da 
sociedade, sendo exemplos deste modelo o consórcio (arts. 278 a 279 da Lei 6.404/1976) e 
as sociedades de propósito específico – SPE (parágrafo único do art. 981do Código Civil e 
art. 56 da LC 123/2006) 
 
 
1.3 Dos tipos societários: 
 
Quando se fala de sociedades com personalidade jurídica importante destacar a figura 
dos chamados tipos societários, ou seja, modelos pré-estabelecidos pela norma jurídica de 
organização de uma sociedade personificada. 
No caso da sociedade empresária esta deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil, que no caso são: sociedade em nome 
coletivo (arts. 1.039 a 1.044), a sociedade em comandita simples (art. 1.045 ao 1.051); a 
sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087), e; a sociedade anônima (art. 1.089 a 1.092 do CC e 
Lei 6.404/1976). 
Já as sociedades simples, ou seja, aquelas que não são empresárias, podem constituir-
se de conformidade com um desses tipos acima citados, salvo a sociedade anônima, por 
expressa determinação do § 1º. do art. 2º. da Lei 6.404/1976
5
; sob a forma de sociedade 
cooperativa (art. 1.093 ao 1.096 do CC e Lei 5.764/1971), ou; não o fazendo, subordina-se às 
normas que lhe são próprias, previstas nos arts. 997 a 1.038 do Código Civil. 
 
Importante!!! As sociedades sem personalidade jurídica também podem ser empresárias, 
conforme o seu objeto social. 
 
As classificações e institutos a seguir levam em conta o fato de a sociedade possuir 
personalidade jurídica. 
 
 
5
 § 1º. Do art. 2º. Da Lei 6.404/1976 (Lei das S/As): 
“ Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e 
aos bons costumes. 
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio. ” 
 
10 
 
1.3.1 Da natureza do ato constitutivo: 
 
 
A constituição das sociedades empresárias depende de um ato constitutivo, que levado 
a registro no órgão competente dá luz à sociedade personificada. Conforme a natureza do ato 
constitutivo as sociedades as sociedades podem ser: i) contratuais: aquelas cujo ato 
constitutivo é um contrato social, e; ii) institucionais: aquelas cujo ato constitutivo é um ato 
jurídico não contratual. 
Referida distinção implica em subordinarem-se ou não os sócios a um regime de 
contrato, o que tem reflexo em várias questões, v.g. morte do sócio e seus efeitos para a 
sociedade. 
No caso das sociedades contratuais, seu ato constitutivo básico é o contrato social, que 
serve de ato constitutivo da sociedade e lei maior a regular as relações dos sócios entre si e 
dos sócios para com a sociedade, cuja disciplina jurídica consta dos arts. 997 a 1.000 do 
Código Civil, com as nuances legais exigidas por cada tipo societário. 
Basicamente, para que o contrato social possa dar origem a uma pessoa jurídica deve 
ele conter as seguintes cláusulas: 
i. qualificação dos sócios; 
ii. nome da sociedade; 
iii. objeto social; 
iv. sede (domicílio) da sociedade; 
v. prazo de existência (determinado ou indeterminado); 
vi. o capital social, sua divisão em cotas, distribuição destas entre os sócios e a 
forma como cada um irá integralizá-las (inclusive com serviço – só possível na 
simples – que não adotar a forma de limitada);vii. a responsabilidade dos sócios para com obrigações da sociedade (quando 
empresarial este obedecerá ao regime estipulado para o tipo societário adotado, 
cuja menção deve também ser obrigatória); 
viii. indicação da forma de administração e quando for o caso de ser o 
administrador nomeado em contrato, seu nome, poderes e atribuições, e; 
ix. a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas, sendo cláusula leonina 
(art. 1.008 do CC) 
 
11 
 
Importante!!! Toda a disciplina da sociedade deve constar do contrato social e não de ato 
escrito apartado, sob pena de não valer caso verse sobre tema no sentido contrário ao 
constante do contrato social (parágrafo único, do art. 997 do Código Civil). 
 
 
1.3.2 Da responsabilidade subsidiária dos sócios por obrigações da sociedade: 
 
 
Com a personalidade jurídica a sociedade pode adquirir direitos e assumir obrigações 
(capacidade de direito), por meio de seus orgãos de presentação (administradores – CC, art. 
1.022), constituindo o seu patrimônio garantia para os credores, como ocorre com qualquer 
pessoa que esteja a dever algo a outrém
6
. 
Enfim a sociedade torna-se uma pessoa (pessoa jurídica), distinta da pessoa de seus 
sócios, num fenômeno denominado de separação patrimonial. 
Ocorre que os sócios podem vir a ser demandados pelos credores da sociedade, em 
razão do saldo nos casos de insuficiência patrimonial da sociedade, e na proporção estipulada 
no contrato social (art. 1.023 do CC), o que da-se o nome de responsabilidade subsidiária do 
sócio por obrigações da sociedade, ou seja, o sócio, em tese, responderia por dívidas de outra 
pessoa, no caso a sociedade, nas circunstâncias em que esta não for capaz de arcar com a 
totalidade das mesmas, por já ter sido esgotado o seu patrimônio pessoal (responsabilidade 
subsidiária). 
Porém, dita responsabilidade subsidiária é modulável, variando esta também conforme 
o tipo societário adotado e a sua estipulação (art. 1.024 do CC), nesse ou naquele tipo 
societário, de forma que existem sociedades em que a responsabilidade subsidiária de todos 
ou de alguns dos sócios é ilimitada por obrigações da sociedade (sociedades de 
responsabiliade ilimitada), e; outras em que, a responsabilidade subsidiária dos sócios é 
limitada por obrigações da sociedade. 
São exemplos de sociedades de responsabiliade ilimitada, as sociedades em nome 
coletivo, em comandita simples e em comandita por ações. 
Por outro lado, são exemplos de sociedades de responsabilidade limitada, a sociedade 
limitada e a sociedade anônima. 
 
6
 Já diz o art. 591 do Código de Processo Civil, in verbis: 
“ Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e 
futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei.” 
 
12 
 
Importante!!! Sob uma PERSPECTIVA SÓCIOECONÔMICA, a separação patrimonial 
existente entre a pessoa jurídica da sociedade e a pessoa dos sócios mais, a limitação da 
responsabilidade subsidiária destes por obrigações da sociedade, ao mesmo tempo, fazem 
resguardar o patrimônio do sócio/empresário dos riscos do negócio além de dar segurança 
para os credores e fornecedores de bens ou serviços que são necessários para o desempenho 
das atividades das sociedades. 
 
Na sociedade anônima a limitação da responsabilidade patrimonial daquele que 
empreende remonta ao século XVII quando do surgimento das Companhias, especialmente na 
Holanda, eis que desde aqueles tempos havia a limitação da responsabilidade dos acionistas 
pelo valor das ações subscritas ou adquiridas. 
Depois veio a sociedade por cotas de responsabilidade limitada, no século XIX a 
começar pela Inglaterra e posteriormente na França, Alemanha e Portugal, quando estendeu-
se a limitação da responsabilidade aos sócios do que hoje conhecemos por Sociedade 
Limitada – uma sociedade constituída por contrato, com capital dividido em cotas e cuja 
responsabilidade dos sócios por obrigações sociais é limitado ao valor do capital social 
integralizado. 
Daí o porquê desses tipos societários serem os mais utilizados para a constituição de 
sociedades. 
 
1.4 Elementos de uma sociedade: 
 
 
Neste tópico serão abordados os elementos comuns a toda e qualquer sociedade, em 
especial, as personificadas, cuja disciplina jurídica está dispersa nos arts. 997 a 1.038 do 
Código Civil, com algumas considerações dedicadas a destacar tal situação na sociedade 
limitada, por ser este o tipo social mais utilizado no país atualmente. 
São eles: os sócios, o capital social e os órgãos sociais. 
 
1.4.1 Dos sócios 
 
 
Sócio é toda pessoa física ou juridica que subscreva ou adquira parcelas do capital 
social de uma sociedade. 
13 
 
No caso do sócio pessoa física há que se considerar que: 
i. O incapaz poderá ser sócio se não exercer a administração da sociedade, o capital 
social estiver totalmente integralizado e devidamente assistido ou representado por 
seus representantes legais, e; 
ii. não pode haver sociedade entre conjuges, nos termos do art. 977 do CC; 
 
1.4.1.1 Dos deveres de todo sócio: 
Os deveres dos sócios em geral constam da lei e em especial do contrato social, 
contudo, tendo início com o contrato social (art. 1.001 do Código Civil), destacando-se aqui 
aquele principal dever imputável a todo e qualquer sócio que é o de integralizar sua parte no 
capital social, do contrário vira sócio remisso – art. 1004 do CC, podendo a sociedade: 
cobrar-lhe o valor, reduzir sua participação ao que já integralizou ou ainda a sua exclusão, 
tudo por deliberação da maioria dos demais sócios. 
 
Importante!!! No caso de sociedade limitada, nos termos do art. 1.058 do Código Civil, não 
integralizada a quota de sócio remisso, os outros sócios podem, sem prejuízo do disposto no 
art. 1.004 e seu parágrafo único, toma-la para si ou transferi-la a terceiros, excluindo o 
primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver pago, deduzidos os juros da mora, as 
prestações estabelecidas no contrato mais as despesas. 
 
1.4.1.2 Dos direitos de todo sócio: 
 
 
Tal qual há deveres dos sócios para com a sociedade e demais sócios há também 
direitos, que estão previstos na lei ou no contrato social. Alguns destes direitos são inerentes à 
condição de sócio e são eles: 
i. participar das deliberações sociais; 
ii. tomar parte da gestão social, de forma direta ou por meio de fiscalização (art. 1.021 do 
CC); 
iii. participar dos dividendos da sociedade (art. 1007 do CC); 
iv. ter parcela no montante líquido do patrimônio apurado nos casos de liquidação da 
sociedade. 
v. direito de preferência na aquisição de parcelas do capital social. 
 
14 
 
1.4.2 Capital social 
 
 
Pode-se definir como capital social a cifra em moeda corrente fixada no contrato 
social representativa da conjugação dos esforços patrimoniais dos sócios para a formação da 
sociedade. 
No caso da maioria das sociedades ele é dividido em parcelas ideais chamadas de 
cotas/quotas. 
A formação do capital social das sociedades empresárias, em especial, as do tipo 
limitada e anônima, é basicamente bens e dinheiro, admitindo-se para as sociedades simples, 
formação do capital com serviços. 
Já no tange às cotas elas são a representação dos direitos dos sócios na sociedade e 
como tal ensejam algumas discussões, cuja disciplina vem tratada na lei, no caso, as questões 
pertinentes à cessão, penhora e comunicabilidade das quotas sociais. 
Eis como a legislação trata o assunto: 
Cessão de cotas: transferência da cota de um sócio para outra pessoa sócio ou não, que 
demanda modificaçãodo contrato social, mediante anuência dos demais sócios ou não 
surgindo aí a discussão sobre ser a sociedade de pessoas ou de capital (CC, arts. 1003 e 
1.057)
7
. 
Penhora de cotas: a penhora consiste num ato jurídico processual de constrição 
judicial de bens praticado no cumprimento de sentença ou execução por quantia certa, 
determinado por um juiz e cumprido por um oficial de justiça, mandado de averbação ou por 
meio eletrônico (penhora online), que incide sobre os bens do devedor ou responsável, para 
que nele se cumpra o pagamento da dívida. As cotas são consideradas parte do patrimônio da 
pessoa, logo por dívidas do sócio, suas cotas na sociedade podem ser penhoradas, nos termos 
do art. 1.026 do Código Civil e 655, VI do Código de Processo Civil. 
Comunicabilidade das cotas pelo casamento ou união estável: repercute quando da 
separação, divórcio ou morte do cônjuge ou companheiro do sócio, impondo a solução do art. 
1.027 do Código Civil no sentido de que aos herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do 
 
7
 Segundo Fábio Ulhoa Coelho: “ As sociedades de pessoas são aquelas em que a realização do objeto social 
depende mais dos atributos individuais dos sócios que da contribuição material que eles dão. As de capital são 
as sociedades em que essa contribuição material é mais importante que as características subjetivas dos sócios. 
A natureza da sociedade importa diferenças no tocante à alienação da participação societária (quotas ou 
ações), à sua penhorabilidade por dívida particular de sócio e à questão da sucessão por morte.” (Cf. 
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito comercial: direito de empresa: sociedades. 16. Ed. São Paulo: 
Saraiva: 2012. v. 2. p. 43.) 
15 
 
que se divorciou, não é dado o direito de exigir desde logo a parte que lhes couber na quota 
social, mas concorrer à divisão periódica dos lucros, até que se liquide a sociedade. 
 
1.5 Deliberações sociais e administração 
 
 
A manifestação de vontade da sociedade empresária enquanto pessoa jurídica não é 
possível tal qual às pessoas físicas por meio da expressão falada ou escrita de forma pura, 
simples e direta. 
Por serem seres finalísticos impõe-se primeiro que a manifestação de vontade esteja 
em consonância com o cumprimento de seus fins sociais delimitados no seu ato constitutivo 
(objeto social). 
Num segundo plano, para que as manifestações sociais se exteriorizem em atos ou 
possam compor a ocorrência de fatos necessário que isso se dê por meio do que chamamos de 
órgãos sociais, que no caso da sociedade, são os órgãos de deliberação e de administração. 
Os órgãos de deliberação social servem para realização do processo de tomada de 
decisão da sociedade empresária, cumpre a eles ser o pensar da sociedade. 
Já aos órgãos de administração servem à representação (presentação – fazer presente) 
da sociedade, possibilitando o agir da sociedade, o seu fazer ou não fazer no meio social. 
Na sequencia serão tratadas as regras gerais sobre deliberação social e administração, 
reservando-se as especificidades sobre ambos os temas para o estudo das sociedades anônima 
e limitada. 
 
1.5.1 Das deliberações sociais: 
 
 
A regra geral sobre deliberações sociais está contida no art. 1.010 do Código Civil que 
diz: 
 
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios 
decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por 
maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. 
§1º. Para formação da maioria absoluta são necessários votos 
correspondentes a mais de metade do capital. 
§2º. Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de 
empate, e, se este persistir, decidirá o juiz. 
16 
 
§3º. Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação 
interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove 
graças a seu voto. 
 
De acordo com o disposto no artigo acima transcrito sobre deliberações sociais é 
importante saber que: 
i. o direito de voto dos sócios é medido segundo sua participação no capital 
social, ou seja, aquele sócio que tiver maior numero de cotas do capital terá 
maior número de votos; 
ii. as decisões, via de regra, são tomadas por maioria absoluta de votos, que 
corresponde aos votos de mais de metade do capital, ou seja, de sócio ou sócios 
que detenham mais da metade do capital social; 
iii. em caso de empate nas deliberações sociais, prevalecerá a decisão sufragada 
por maior número de sócios, e, se este persistir, decidirá o juiz; 
iv. o voto do sócio deve ser exercido de modo a servir aos interesses da sociedade 
da qual faz parte e aos seus enquanto sócio desta, consistindo ilícito de 
deslealdade, o voto de sócio que deliberar e auxiliar na aprovação matéria de 
seu interesse pessoal, porém contrário ao da sociedade. 
 
As deliberações sociais que importarem em alteração do ato constitutivo devem ser 
averbadas em anexo à alteração respectiva junto ao Registro Público de Empresas. 
 
1.5.2 Da administração da sociedade: 
 
 
A representação judicial e extrajudicial das sociedades empresárias cabe aos seus 
órgãos de administração, que atuam por meio de pessoas naturais designadas genericamente 
administradores. 
Pode administrar uma sociedade, qualquer pessoa física, sócio ou não, designado no 
contrato social ou em instrumento apartado, que nos termos do art. 1.012 deve ser averbado 
no registro competente, desde que capaz e não impedido para tanto (impedimentos: 
parágrafo 1º, do art. 1.011)
8
 
 
8
 Art. 1.011, §1º. do Código Civil: 
“ Art. 1.011. [ ] 
§ 1º. Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que 
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou 
17 
 
A administração da sociedade pode competir a uma ou mais pessoas, no entando, 
quando a administração competir a mais de uma pessoa poderá a atuação deles ser de forma 
conjunta ou separada. 
Será conjunta quando a sociedade só se vincular a outrém se o ato praticado o for por 
todos os administradores, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das 
providências possa ocasionar dano irreparável ou grave (art. 1.014 do Código Civil)
9
, e, 
separada quando bastar que um só administrador pratique o ato para que a sociedade se 
vincule a outrém. 
O que define se a forma de atuação dos administradores será conjunta ou separada é o 
contrato social, contudo, na sua omissão, presume-se que a administração da sociedade 
competirá separadamente a cada um dos administradores (caput do art. 1013 do Código 
Civil)
10
. 
Atuando em separado cada um dos administradores pode impugnar operação 
pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos (§1º. do art. 1.013 do 
Código Civil), no caso de divergência, caso em que, responde por perdas e danos perante a 
sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava 
agindo em desacordo com a maioria (§1º. do art. 1.013 do Código Civil)
11
. 
 
1.5.2.1 Dos poderes dos administradores 
 
 
Os poderes dos administradores devem vir mencionados no contrato social, contudo, 
sua omissão não impede que estes tenham plena autorização para a prática de todos os atos 
que digam respeito à execução dos fins sociais determinados no objeto social da sociedade. É 
o que diz a primeira parte do art. 1.015 do Código Civil:suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as 
normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto 
perdurarem os efeitos da condenação.” 
9
 Código Civil, art. 1.014. Nos atos de competência conjunta de vários administradores, torna-se necessário o 
concurso de todos, salvo nos casos urgentes, em que a omissão ou retardo das providências possa ocasionar dano 
irreparável ou grave. 
10
 Código Civil, art. 1.013, caput: A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete 
separadamente a cada um dos sócios. 
11
 Os parágrafos 1º. e 2º. do art. 1.013 do Código Civil prescrevem: 
“ Art. 1.013. [ ] 
§ 1º Se a administração competir separadamente a vários administradores, cada um pode impugnar operação 
pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por maioria de votos. 
§ 2º Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou 
devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.” 
18 
 
 
Art. 1.015. No silêncio do contrato, os administradores podem praticar 
todos os atos pertinentes à gestão da sociedade ; não constituindo objeto 
social, a oneração ou a venda de bens imóveis depende do que a maioria dos 
sócios decidir. (grifei) 
 
Assim agindo dentro desses limites os atos praticados pelos administradores vinculam 
a sociedade, ou seja, são atos da sociedade propriamente ditos. 
O problema surge quando o ato praticado pelos administradores não está contemplado 
no objeto social da sociedade, ou ainda, quando não possui poderes para isso (teoria dos atos 
ultra vires – em latim, além das forças). 
Na primeira hipótese tem-se o que se chama de abuso de poder, no outro excesso de 
poder. 
Em tese, pela letra do parágrafo único do art. 1.015 do Código Civil referidos atos não 
vinculariam a sociedade se praticados em face de circunstâncias de conhecimento das 
limitações por parte de terceiro. 
 
Art. 1.015. [...] 
Parágrafo único. O excesso por parte dos administradores somente pode ser 
oposto a terceiros se ocorrer pelo menos uma das seguintes hipóteses: 
I - se a limitação de poderes estiver inscrita ou averbada no registro próprio 
da sociedade; 
II - provando-se que era conhecida do terceiro; 
III - tratando-se de operação evidentemente estranha aos negócios da 
sociedade. 
 
Contudo, em atenção ao fato do dinamismo das sociedades comerciais cujas operações 
são praticadas em massa, aos terceiros presume-se a boa-fé, eis que inexigível deles o 
conhecimento pleno dos atos constitutivos da sociedade antes da prática dos negócios, de 
modo que os atos dessa maneira praticados vinculariam a sociedade, gerando a posteriori, 
consequências internas e até mesmo externas, a saber: no primeiro caso, responsabilização 
dos administradores perante a sociedade pelo excesso de poder, e; vinculação dos sócios por 
obrigações sociais praticadas com abuso de poder, tendo em vista representar desvio de 
finalidade, autorizativa da desconsideração da personalidade jurídica. 
 
19 
 
Importante!!! Sobre a teoria dos atos ultra vires e a regra contida no parágrafo único do art. 
1.015 do CC, afirma Alfredo de Assis Gonçalves Neto
12
 que o legislador de 2002 obrou na 
contramão da evolução doutrinária sobre o assunto em detrimento dos terceiros de boa-fé, 
pois quase todos os atos societários são oponíveis a terceiros desde que registrados, 
desprezando-se a lógica da prática massificada dos atos mercantis. 
 
Ainda sobre os poderes do administrador, nos termos da segunda parte do caput do art. 
1.015 do CC, não constituindo objeto social , a oneração ou a venda de bens imóveis da 
sociedade pelo administrador depende do que a maioria dos sócios decidir. 
 
1.5.2.2 Dos deveres dos administradores e sua responsabilidade civil 
 
 
No exercício de suas funções cumpre aos administradores os deveres de: 
 
i. diligência, ou seja, o administrador da sociedade deverá ter, no exercício de 
suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma 
empregar na administração de seus próprios negócios (art. 1.011 do Código 
Civil); 
ii. lealdade, ou seja, é vedado ao administrador atuar nesta condição em proveito 
próprio ou de terceiros lesando a sociedade a qual administra, a exemplo da 
regra do art. 1.017 do Código Civil, e; 
iii. informação, os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas 
justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, 
bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.020 do 
Código Civil) 
 
Por fim, respondem os administradores perante a sociedade ou terceiros prejudicados, 
de forma solidária, por culpa no desempenho de suas funções (art. 1.016 do Código Civil), ou 
ainda, na forma dos arts. 134, VII c/c. 135, III do Código Tributário Nacional. 
 
 
12
 GONÇALVES Neto, Alfredo de Assis. Direito de empresa. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 
222. 
20 
 
2 DAS SOCIEDADES LIMITADAS 
 
 
Neste tópico será abordada a disciplina jurídica da sociedade limitada, enquanto tipo 
societário, trazendo somente aquilo que lhe é peculiar em seu regramento. 
 
2.1 Noções gerais: 
 
 
Trata-se a sociedade limitada de um tipo social no qual a responsabilidade do sócio 
por obrigações sociais é solidária, porém, limitada à integralização do valor do capital social 
(art. 1.052 do CC). 
Sua disciplina jurídica consta do Código Civil nos arts. 1.052 a 1.087 combinados com 
as regras da sociedade simples tratadas nos arts. 997 a 1.038, mais o disposto no contrato 
social que inclusive poderá, nos termos do Parágrafo Único do art. 1.053 do CC, remeter a 
solução de controvérsias na omissão do contrato à lei das sociedades anônimas (LSA, lei 
6.404/1976). 
A sociedade poderá adotar como nome firma ou denominação social, nos termos do 
art. 1.158 do CC, sempre acompanhada da expressão limitada, por extenso ou abreviada. 
 
2.2 Do capital social e das cotas: 
 
 
Sobre o capital social e as cotas as regras específicas da sociedade limitada são 
especiais no sentido de: 
 
i. para resguardar interesses de terceiros e da própria sociedade, todos os sócios são 
responsáveis solidariamente pela exata avaliação dos bens conferidos ao capital social 
(§ 1
o
. do art. 1.055 do CC); 
ii. não pode haver sócio de indústria, ou seja, o capital social de uma sociedade limitada 
não pode ser integralizado com serviços, somente bens e dinheiro (§ 1
o
. do art. 1.055 
do CC); 
iii. a cessão de cotas vem disciplinada no art. 1.057 do CC, prescrevendo que na omissão 
do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, 
21 
 
independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de 
titulares de mais de um quarto do capital social; 
iv. sobre o sócio remisso, além do previsto no art. 1.004 do Código Civil o art.1.058 do 
mesmo código prevê que os sócios poderão também tomar as cotas para si ou 
transferi-las a terceiros, excluindo o primitivo titular e devolvendo-lhe o que houver 
pago, deduzidos os juros da mora, as prestações estabelecidas no contrato mais as 
despesas; 
v. o capital social só pode ser aumentado se totalmente integralizado (caput, do art. 
1.081), através de modificação contratual, tendo os sócios direito de preferência na 
aquisição destas cotas (§ 1
o
. do art. 1.081 do CC); 
vi. prazo de 30 dias para o exercício por parte dos sócios do direito de preferência na 
aquisição de novascotas sociais (§ 1
o
. do art. 1.081 do CC); 
vii. a redução do capital social ocorrerá nos casos de resolução da sociedade com relação 
a um sócio (§ 1
o
. do art. 1.031 do CC), ou nas hipóteses do art. 1.082 do CC, com as 
ressalvas do art. 1.084, com destaque para os §§ 1
o
. e 2
o
. do CC, ou seja, deve ser feita 
mediante alteração contratual, com base em justa causa e sem prejuízo aos credores 
sob pena de ineficácia em relação ao credor que impugná-la. 
 
2.3 Administração: 
 
 
A sociedade limitada tem regras sobre administração tratadas nos arts. 1.060 a 1.065 
do Código Civil. 
Segundo estes dispositivos a sociedade poderá ser administrada por uma ou mais 
pessoas designadas no contrato social ou em ato separado (art. 1.060 CC), podendo ser 
atribuída a pessoa que não seja sócio, caso o contrato social permita, devendo sua designação 
obedecer aos termos do art. 1.061 do CC, que diz: 
 
Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá de 
aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver 
integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização. 
 
A destituição do cargo de administrador cessa nos termos do art. 1.063 do CC, 
destacando-se a exigência de quorum especial para a destituição de sócio administrador 
nomeado no contrato (§ 1
o
. art. 1.063). 
22 
 
 
2.4 Das deliberações sociais: 
 
 
As deliberações sociais nas sociedades limitadas realizam-se em obediência aos 
preceitos gerais aplicados às sociedades simples (art. 1.010 do Código Civil), mais as regras 
que lhes são próprias previstas nos arts. 1.071 a 1.080 do Código Civil. 
Sua realização se dá por meio de reunião ou assembleia conforme preveja o contrato 
social (art. 1.072, caput do CC), esta ultima obrigatória quando o numero de sócios for 
superior a dez (§ 1º. do art. 1.072 do CC), tornando-se dispensável caso todos os sócios 
decidam por escrito a matéria objeto destas (§ 3º. do art. 1.072 do CC). 
As matérias objeto de deliberação social estão previstas no art. 1.071 do CC: 
i. nomeação de administradores não sócios (art. 1.061 do CC), administradores 
designados por ato em separado (sócios ou não) e destituição dos 
administradores e modo de sua remuneração, quando não estabelecido no 
contrato social; 
ii. aprovação da conta dos adminstradores; 
iii. alteração do contrato social; 
iv. transformação, incorporação, fusão, dissolução da sociedade e cessação do 
estado de liquidação da sociedade; 
v. nomeação e destituição de liquidantes e tomada de suas contas; 
vi. pedido de recuperação judicial ou extrajudicial, ou ainda; 
vii. conforme previsto no contrato social. 
 
O Código Civil impõe a obrigatória realização de reunião ou assembléia pelo menos 
uma vez por ano, nos termos do art. 1.078 do CC, para os fins de tomar as contas dos 
administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; designar 
administradores, quando for o caso, e; tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do 
dia. 
Nos termos do art. 1.080 do Código Civil, as deliberações sociais infringentes do 
contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos sócios que expressamente as 
aprovaram. 
 
23 
 
Importante!!! No caso de a sociedade enquadrar-se como Microempresa ou Empresa de 
Pequeno Porte, pelos termos do art. 70 da LC 123/2006, são desobrigadas da realização de 
reuniões e assembleias em qualquer das situações previstas na legislação civil, as quais serão 
substituídas por deliberação representativa do primeiro número inteiro superior à metade do 
capital social, salvo se o contrato social dispuser diferentemente. 
 
2.4.1 Dos quóruns para deliberação social 
 
 
A aprovação das matérias objeto de deliberação social, quando não contar com a 
anuência unânime dos sócios deverá proceder-se mediante o preenchimento do quórum de 
deliberação necessário para a sua aprovação, quórum este definido em lei para cada caso, 
conforme a abaixo enumerado: 
 
i. Regra geral – metade mais um do capital social presente em assembléia ou reunião 
(art. 1.076, III do CC); 
ii. Unanimidade – designação de administradores não sócios, enquanto o capital social 
não estiver integralizado (no contrato social ou em ato separado - art. 1.061 do CC); 
dissolução da sociedade por prazo determinado (art. 1.033, II e III do CC), 
transformação da sociedade, salvo disposição contrária constante do capital social (art. 
1.114 do CC); 
iii. Quorum de 3/4 do capital social – modificação do capital social, bem como para 
deliberação acerca de incorporação, fusão, dissolução de sociedade ou cessação do 
estado de liquidação (art. 1.076, I do CC); 
iv. Quorum de 2/3 do capital social – destituição do administrador sócio, nomeado em 
contrato social, salvo previsão diversa no contrato social (art. 1.063, § 1º. do CC), 
nomeação de administrador não sócio, com capital social totalmente integralizado (no 
contrato social ou em ato separado - art. 1.061, segunda parte); 
v. Maioria absoluta (metade mais um do capital social - art. 1.076, II do CC) – 
designação de administrador sócio, em ato apartado (inteligência art. 1.061, segunda 
parte e art. 1.071, II), destituição de administrador (salvo o sócio nomeado em 
contrato social), modo de remuneração dos administradores quando não conste no 
contrato social e o pedido de recuperação judicial ou extrajudicial; 
24 
 
vi. Outro quorum que seja determinado para determinadas deliberações, conforme 
previsão do contrato social (art. 1.076, III, parte final). 
 
2.4.2 Direito de recesso: 
 
 
Aos sócios que divergirem das deliberações sociais tomadas a lei confere o direito de 
recesso, ou seja, o direito de retirar-se da sociedade, nos casos em que discordar de certas de 
determinadas deliberações sociais. 
Nos termos do art. 1.077 do Código Civil terá cabimento o direito de recesso ao sócio 
dissidente quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, 
ou dela por outra. 
Nesses casos o sócio que dissentiu pode retirar-se da sociedade, nos trinta dias 
subsequentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do contrato social antes vigente, o disposto 
no art. 1.031 do Código Civil, no que tange ao critério de apuração de haveres sociais. 
 
25 
 
3 DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
 
Quando se fala em sociedade limitada, tem-se em conta o fato de que, conforme já 
visto, os sócios respondem de forma solidária e limitada à integralização do capital social, ou 
seja, se o capital social da sociedade estiver integralizado, e a sociedade vier a quebrar, o 
limite da responsabilidade dos sócios por obrigações sociais é igual a zero, ou seja, o credor 
social não pode acionar o sócio em caráter subsidiário para querer receber os valores 
eventualmente ainda devidos pela sociedade. 
Como já visto no item 1.3.2 a limitação da responsabilidade subsidiária dos sócios 
por obrigações da sociedade, faz resguardar o patrimônio do sócio/empresário dos riscos do 
negócio além de dar segurança para os credores e fornecedores de bens ou serviços que são 
necessários para o desempenho das atividades das sociedades, ou seja, ao limitar a 
responsabilidade do sócio estimula o empreendimento. 
Contudo, o uso indevido da pessoa jurídica da sociedade e da limitação da 
responsabilidade dos sócios em prejuízo do interesse alheio é conduta vedade e repreendida 
pela ordem jurídica, que dentre outros instrumentos prevê a desconsideração da 
personalidade jurídica da sociedade como meio de evitar que tais condutas se concretizem, 
imputando às pessoas por trás da pessoa jurídica a responsabilidade pelasobrigações. 
Há previsão do instituto da desconsideração em várias leis, contudo, destaque-se a 
previsão geral contida no art. 50 do Código Civil que prescreve: 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado 
pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz 
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas 
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
26 
 
4. DA SOCIEDADE ANÔNIMA 
 
4.1 Noções gerais: 
 
 
Tem-se por sociedade anônima ou companhia é a sociedade empresarial cujo capital é 
dividido em frações transmissíveis chamadas de ações, na qual a responsabilidade dos seus 
sócios (acionistas) é limitada ao pagamento do valor de emissão das ações subscritas ou 
adquiridas. 
A disciplina legal das sociedades anônimas está na Lei 6.404/76, conhecida como Lei 
das S/As (LSA) e no Código Civil (CC) arts. 1.088 a 1.089
13
. 
A sociedade anônima ou companhia será sempre empresarial, não importa qual seja o 
seu objeto social (parágrafo único do art. 982 do CC c/c. art. 2
o
. da LSA), desde que lícito e 
não contrário à ordem pública e aos bons costumes. 
Seu nome será sempre uma denominação social designativa de seu objeto social, 
acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima por extenso ou 
abreviadamente, vedada a utilização da expressão “Cia.” no final (art. 3
o
. da LSA c/c. art. 
1.160 e § 2
o
. do art. 1.158 do CC). 
 
4.2 Espécies: 
 
 
Como ensina Marcelo Bertoldi: 
 
O modelo de sociedade anônima foi concebido originalmente para viabilizar 
os grandes empreendimentos, tratando-se de instrumento próprio para a 
captação de recursos perante um número expressivo de investidores, 
recursos estes que dificilmente um grupo restrito de pessoas conseguiria 
reunir. Esta característica de apelo à poupança popular que é feito mediante a 
emissão de ações e outros títulos no mercado de capitais por parte da 
companhia, fez com que surgisse a necessidade de proteção da coletividade 
de interessados no funcionamento da sociedade anônima contra abusos de 
seus controladores.14 
 
 
13
 Na omissão da LSA aplica-se subsidiariamente as regras do Código Civil sobre sociedades empresariais (art. 
1.089 do CC). 
14
 BERTOLDI, Marcelo M. Curso avançado de direito comercial. 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, 2006. p. 215. 
27 
 
Nesse sentido tem-se a sociedade anônima que faz apelo público ao investimento e a 
sociedade anônima que não faz apelo público ao investimento, logo há duas espécies de 
sociedade anônima, na forma do art. 4º. da LSA, a saber: 
 
i. as sociedades anônimas de capital fechado ou simplesmente, companhias 
fechadas, que são aquelas que não negociam os valores mobiliários de sua emissão 
(ações e outros títulos) no mercado de valores mobiliários, não fazendo assim apelo ao 
público para a captação de recursos, e; 
ii. as sociedades anônimas de capital aberto ou simplesmente, companhias abertas, 
que são aquelas cujos valores mobiliários de sua emissão (ações e outros títulos) são 
negociáveis no mercado de valores mobiliários, mediante prévio registro na CVM 
(Comissão de Valores Mobiliários), fazendo uso do apelo à poupança popular como 
instrumento de captação de recursos, recebendo assim tratamento diferenciado da lei, 
objetivando com isso a tutela dos diversos interesses envolvidos na estruturação da 
sociedade, em especial das relações desta para com o público em geral. 
 
Para a exata compreensão deste tópico mister a verificação de alguns conceitos 
auxiliares, tais como: 
Mercado (definição): “[...] cadeia de relações de trocas econômicas de bens e 
serviços, realizadas por diversos agentes, em algum lugar num determinado momento.”
15
, ou; 
conjunto de meios e instrumentos geradores das negociações recíprocas que viabilizam a 
oferta de bens e de serviços viabilizando as trocas econômicas entre os sujeitos. 
Valores mobiliários: qualquer espécie de investimento, assim classificado por lei e 
sujeito a oferta pública (art. 2º. Lei 6.385/1976). 
Investimento: toda aplicação de recursos em algo que irá reverter em juros (preço do 
capital) ou lucros (remuneração do capital investido na produção) 
Mercado de valores mobiliários: conjunto de meios e instrumentos geradores das 
negociações recíprocas entre investidores e grandes empresas, compreendendo instituições e 
instrumentos operacionais de natureza financeira viabilizadores da transferência de recursos 
entre poupadores e empresas tomadoras.
16
 
 
15
 FORGIONI, Paula A. Evolução do direito comercial brasileiro: da mercancia ao mercado. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2009. p. 190. 
16
 FAZZIO Jr., Waldo. Manual de direito comercial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. p. 242. 
28 
 
Interesse público nas companhias abertas e no mercado de capitais em geral: o 
apelo à poupança popular que é feito mediante a emissão de ações e outros títulos no mercado 
de capitais por parte da companhia, fez com que surgisse a necessidade de proteção da 
coletividade de interessados no funcionamento da sociedade anônima contra abusos de seus 
controladores, daí a presença do Estado por meio de órgãos reguladores, no caso, o CMN 
(Conselho Monetário Nacional) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM): autarquia federal ligada ao Ministério da 
Fazenda, cuja principal atribuição é zelar pelo bom funcionamento do mercado de valores 
mobiliários. 
Bolsa de valores: são instituições privadas com ou sem fins lucrativos, formadas por 
sociedades corretoras-membros voltadas a manter local adequado para as negociações com 
valores mobiliários, fornecendo toda a infra-estrutura administrativa para a realização dos 
negócios de compra e venda de ações e demais títulos emitidos pelas companhias, além de 
fiscalizar o cumprimento das normas e disposições legais que regem o mercado de valores 
mobiliários. 
Mercado de balcão: é o mercado não apregoado, ou seja, fora da bolsa no qual as 
transações com valores mobiliários são concluídas diretamente entre as instituições ofertantes 
e os aceitantes. 
Mercado primário: aquele em que o investidor adquire o valor mobiliário oferecido 
diretamente do emissor, através de um intermediário financeiro, sempre nos casos de emissão 
nova de títulos, financiando o emitente/ofertante. 
Mercado secundário: “[...] abrange o complexo de operações que tem por objeto 
títulos já emitidos e colocados junto ao público investidor (emissão secundária inclusive) e 
existe para assegurar a pronta liquidez destes papéis, facultando que circulem entre os 
próprios investidores. A relação não se estabelece de investidor para emitente, mas de 
investidor para investidor.”
17
 
 
4.3 Nomenclaturas importantes 
 
 
 
17
 FRANCO, Vera Helena de Mello. SZTAJN, Raquel. Manual de direito comercial: sociedade anônima e 
mercado de valores mobiliários. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. v. 2. p. 41. 
 
29 
 
Quando se fala de sociedade anônima ou companhia fala-se da espécie de um gênero 
maior denominado sociedade por ações, da qual fazem parte a sociedade anônima e a 
sociedade em comandita por ações (arts. 280 a 280 da LSA). 
Já as sociedades anônimas como visto podem ser de capital aberto ou fechado, 
subdividindo-se em subespéciesque seriam: 
i. a sociedade anônima em sentido estrito; 
ii. a subsidiária integral, sociedade anônima que tem como único acionista outra 
sociedade anônima (arts. 251 ao 253 da LSA); 
iii. a sociedade de economia mista, sociedade anônima na qual o Estado tem 
maioria do capital social com direito a voto e as demais ações pertencentes a 
particulares (arts. 235 ao 242 da LSA); 
iv. a empresa pública, sociedade anônima que tem como único acionista o Estado 
(Decreto-lei 200/1967). 
 
 Assim tem-se: S/A em sentido estrito 
 De capital aberto Subsidiária integral 
 Sociedade Anônima Soc. Economia Mista 
 De capital fechado Empresa Pública 
Sociedade por ações 
 Sociedade em Comandita por ações 
 
4.4 Constituição da companhia: 
 
 
Quando da constituição de uma S/A algumas disposições comuns regem a constituição 
de qualquer espécie de sociedade anônima e estão elas previstas nos arts. 80 e 81 da LSA e 
são: 
i. subscrição por pelo menos duas pessoas de todas as ações em que se divide o capital 
social da companhia; 
ii. integralização de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações em dinheiro; 
30 
 
iii. depósito da parte do capital realizado em dinheiro no Banco do Brasil S/A ou em 
outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, no prazo de cinco dias, pelo 
fundador, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização.
18
 
 
4.4.1 Do procedimento para constituição da cia. de capital aberto: 
 
 
A constituição de cia. de capital aberto se dá por procedimento sucessivo voltado à 
subscrição pública de ações. 
1
o
. Passo: pedido de registro na CVM para emissão pública de ações (art. 82, caput, 
da LSA). Para tanto, alguns documentos são necessários (§ 1
o
. , do art. 82 da LSA), no caso: 
i. . estudo de viabilidade econômica, 
ii. . projeto de estatuto (linhas gerais, art. 83 da LSA, c/c. art. 997 do CC), 
iii. . prospecto, base para o contrato de subscrição pública de ações (art. 84). 
 
Nesta fase há a necessidade de contratação de instituição financeira pelos fundadores 
para intermediação de lançamento das ações ao público (art. 82, § 1
o
. , aliena c, parte final e 
art. 84). 
A CVM exerce controle quanto à possibilidade de ser a companhia de capital aberto 
ou não nos termos do § 2
o
. , do art. 82 da LSA, analisando: 
i. . a viabilidade do empreendimento e idoneidade dos fundadores, deferindo ou 
denegando o registro; 
ii. . os Estatutos, recomendando mudanças ou os aprovando. 
 
2
o
. Passo: Oferta pública e subscrição das ações (art. 85 da LSA), onde os 
empreendedores e investidores interessados são chamados a subscrever ações, já dando suas 
entradas em dinheiro ou em bens nos termos do art. 8
o
. da LSA c/c. art. 80 e 81. 
3
o
. Passo: Estando todas as ações subscritas é ora de convocar os subscritores, para a 
assembléia de constituição: art. 86 da LSA. 
4
o
. Passo: Assembléia de constituição: art. 87 da LSA. 
 
4.4.2 Constituição da cia. de capital fechado: 
 
18
 Caso a Cia. não se constitua no prazo de 6 meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias 
depositadas diretamente aos subscritores (parágrafo único, do art. 81 da LSA). 
31 
 
 
 
A constituição de cia. fechada se dá por procedimento simples de subscrição particular 
de ações que pode se efetivar através de assembléia ou por escritura pública, art. 88 da LSA. 
 
4.4.3 Normas gerais sobre a constituição das sociedades por ações: 
 
 
Previstas nos arts. 89 a 93 da LSA, destacando-se: 
i. a incorporação de imóveis para a formação do capital social dispensa escritura 
(art. 89); 
ii. responsabilidades dos fundadores e das instituições financeiras intermediárias 
(arts. 92 e 93 da LSA); 
 
4.4.4 Formalidades complementares: 
 
 
Previstas nos arts. 94 ao 99 da LSA, destacando-se. 
i. registro dos atos constitutivos da Cia. na Junta Comercial, art. 94 da LSA c/c. art. 36 
da Lei de Registro de Empresas (Lei 8.934/94), no prazo de 30 dias; 
ii. documentos constitutivos: arts. 95 e 96 da LSA; 
iii. responsabilidade dos primeiros administradores: art. 99 da LSA. 
 
4.5 Capital Social 
 
 
As normas específicas sobre o capital social na sociedade anônima estão nos arts. 5
o
. 
ao 10 c/c 166 ao 174 da LSA. 
Pode ser definido como o montante, traduzido em moeda nacional, dos recursos 
transferidos do patrimônio dos sócios para o acervo da sociedade. (art. 5
o
. da LSA). 
Tem como características específicas: 
i. Intangibilidade: o capital social é elemento formador do ativo da sociedade, 
logo, garantidor dos credores da sociedade, não podendo ser distribuído a título 
de dividendos ou restituição aos acionistas, assim como fica vedado sua 
32 
 
utilização para a compra de suas próprias ações, que nos permissivos legais 
se dá com a utilização de reservas, tudo como forma de evitar prejuízos a 
credores e manipulações fraudulentas no mercado de ações; 
ii. Realidade: o capital social fixado no estatuto deve efetivamente existir no ativo 
da companhia, a partir das contribuições dos subscritores de ações; 
iii. Unidade: mesmo que a cia. tenha vários estabelecimentos tem ela um único 
capital; 
iv. Rigidez: o capital social fixado no estatudo só pode sofrer alterações nos casos 
previstos em lei (art. 6º. da LSA c/c. 166 ao 174); 
 
Sua formação se dá em bens ou dinheiro (art. 7
o
. da LSA ), observando-se 
quando da formação em bens a necessidade de avaliação nos termos do art. 8
o
. e que a 
transferência sempre será a título de propriedade, salvo disposição em contrário (art. 
9
o
.). 
A responsabilidade do subscritor ou acionista que colaborou com bens é 
semelhante ao do vendedor os termos do art. 10 da LSA. 
O aumento do capital social obedece ao prescrito nos arts. 166 ao 172 da LSA, 
sendo possível por meio de: 
a) alteração do estatuto social (art. 166, IV); 
b) deliberação da assembléia geral ou do conselho de administração, nos casos de 
previsão no estatuto de aumento para o valor do capital social (sociedade de capital 
autorizado – art. 168), nos termos dos arts. 166, II c/c 168 da LSA; 
c) conversão em ações dos valores mobiliários emitidos (art. 166, III). 
d) correção monetária do valor do capital social com capitalização de lucros e reservas 
(art. 166, I c/c. 167 e 169 da LSA) 
 
Importante!!! Nas duas primeiras hipóteses de aumento de capital social existe o ingresso de 
novos recursos pela subscrição de novas ações, cujo preço de emissão deverá ser fixado de 
modo a não diluir de forma injustificada, a participação dos antigos acionistas (§ 1
o
., art. 
170); ressalvando-se o direito de preferência destes últimos, nos termos do art. 171 e 172 da 
LSA. Já nas duas ultimas hipóteses não há o ingresso de novos recursos e sim uma simples 
mudança de posições contábeis e jurídicas. 
 
Já a redução do capital social só ocorre nas hipóteses de: 
33 
 
i. deliberação da assembléia geral nos casos de perda ou excesso (art. 173 e 174 d LSA); 
ii. nos casos de ausência de substituto para o acionista dissidente que fora reembolsado 
(art. 45, § 6
o
., da LSA); 
iii. pela caducidade das ações do acionista remisso (art. 107, § 4
o
. da LSA). 
 
Importante!!! As duas últimas hipóteses impõem a redução compulsória do capital social. Já 
na primeira hipótese a retirada das ações de circulaçãose dá por meio do resgate (§ 1º. art. 
44 da LSA), operação pela qual a Cia., mediante a utilização de lucros e reservas, retira essas 
ações de circulação e as cancela. De qualquer modo a redução justificada do capital social 
nas hipóteses do art. 173 e 174 não pode atentar contra os interesses dos credores sociais sob 
pena de invalidade. 
 
4.6 Das ações: 
 
 
Define-se ação como valor mobiliário emitido pela sociedade anônima representativo 
de parcela de seu capital social, passível de ser negociável, com ou sem valor nominal, 
conferindo ao seu titular a condição de sócio da Cia. – art. 11 da LSA. 
Sua disciplina jurídica está nos arts. 11 ao 45 da LSA. 
Quanto à sua natureza jurídica, trata-se de um investimento (toda aplicação em 
dinheiro que irá retornar sob a forma de lucros, no caso das ações), ou seja, é um valor 
mobiliário cujo crédito gerado depende, via de regra, do lucro a ser gerado pela Cia., 
diferindo assim do título de crédito, na exata medida em que este contém declaração simples 
de alguém pagar determinada quantia a outrem. 
 
4.6.1 Da classificação das ações: 
 
 
A classificaçao das ações pode ser dar pela espécie e pela forma. 
A classificação das ações quanto à espécie qualifica as ações quanto à extensão dos 
direitos e vantagens oferecidas ao seu titular (art. 15, caput), podendo ser: 
i. Ordinárias – ou seja, comuns, aquelas que conferem aos seus titulares todos os 
direitos inerentes à condição de sócio de uma sociedade, sem qualquer vantagem ou 
restrição específica; 
34 
 
ii. Preferenciais – são aquelas que conferem ao seu titular algum tipo de vantagem ou 
benefício (ver art. 17), em relação às ações ordinárias, podendo em contrapartida ter 
restrições em alguns direitos, tais como o de voto; 
iii. De gozo ou fruição: ações integralmente amortizadas
19
, que conferem ao seu titular o 
gozo e a fruição dos direitos a ela inerentes. 
 
Divisão das Ações em Classes: as ações de uma mesma espécie, ainda podem ser 
subdivididas em classes, distinguendo-se umas das outras por uma série de vantagens e 
benefícios que melhor se amoldem ao perfil do investidor. 
 
Importante!!! As ações ordinárias de cia. aberta conferem sempre os mesmos direitos aos 
seus titulares, conforme melhor inteligência do § 1º. do art.15 da LSA, não comportando 
divisão em classes. A divisão das ações de uma mesma espécie em classes só possível para 
ações ordinárias de Cia fechada e ações preferenciais de Cia aberta ou fechada (§ 1º. do 
art.15 da LSA). 
 
Golden Share: Algumas classes de ações preferenciais podem conter a prerrogativa de 
eleger em eleição separada, membros da administração da empresa (art. 18 – caput da LSA), 
assim como, subordinar certas e determinadas alterações estatutárias à deliberação em 
assembléia especial em separado (parágrafo único, do art. 18 da LSA). 
 
Já a classificação das ações quanto à forma qualifica as ações com base na sua forma 
de transferência (arts. 20 e 22 da LSA), podendo a ação ser: 
i. Nominativas registradas ou simplesmente nominativas: ações cuja 
comprovação da propriedade se dá com a inscrição do nome do acionista no 
livro “Registro de Ações Nominativas”, onde se devem registrar as transações 
efetuadas com estas ações, cuja titularidade pode ser representada por meio de 
certificado emitido pela companhia, certificado esse de valor meramente 
declaratório (arts. 20, 31 e 23 e 24 da LSA). 
ii. Nominativas escriturais: ações mantidas em conta de depósito em nome de 
seus titulares sob a custódia de instituições financeiras, cuja titularidade pode 
 
19
 Amortização: pagamento que a Cia. faz ao acionista a título de antecipação das quantias devidas em caso de 
liquidação da sociedade, sem redução do capital social (art. 44, § 2º. da LSA). 
 
35 
 
ser representada por meio de registro na conta de depósito de ações de seu 
titular, sem necessidade de emissão de certificados. (arts. 34 e 35 da LSA) 
 
4.6.2 Negociabilidade das ações: 
 
A característica maior da S/A é justamente o fato de suas ações poderem ser 
transferidas livremente do seu titular para outra pessoa, por meio de ato entre vivos ou causa 
mortis. 
Diferença entre ações e quotas – transferibilidade – negócios jurídicos distintos 
tendo em vista a natureza jurídica diversa de ambas as participações societárias 
Condições para a negociabilidade das ações: art. 29 da LSA – Cia. Aberta – 
necessidade de integralização de 30% (trinta por cento) do preço de emissão, na Cia Fechada 
– pode haver restrições à circulação nos termos do art. 36 da LSA. 
Negociação com as próprias ações: é vedado à Cia. negociar com as próprias ações, 
salvo casos excepcionais (art. 30 da LSA), dentre eles destaque-se: 
i. a amortização: pagamento que a Cia. faz ao acionista a título de antecipação das 
quantias devidas em caso de liquidação da sociedade, sem redução do capital social 
(art. 44, § 2º. da LSA); 
ii. o resgate: operação pela qual a Cia., mediante a utilização de lucros e reservas, retira 
essas ações de circulação e as cancela (§ 1º. art. 44 da LSA), e; 
iii. o reembolso: operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos 
acionistas dissidentes de deliberação da assembléia-geral o valor de suas ações (art. 45 
da LSA. 
 
4.6.3 Do valor das ações: 
 
 
As ações podem conforme a circunstância possuir valor diferenciado cuja apreciação 
tem relevância jurídica diretamente ligada ao caso concreto. 
Valor nominal: valor das ações emitidas por uma companhia, equivalente a simples 
operação matemática de divisão do valor do capital social pelo número de ações em que se 
divide o capital social. As ações podem ou não ser emitidas com valor nominal (art. 11), caso 
em que uma vez constante, não podem ser emitidas por preço inferior (art. 13). 
36 
 
Valor de emissão: valor estipulado para as ações de uma companhia pelo qual ela é 
disponibilizada ao subscritor quando da fundação da Cia. ou quando do aumento do seu 
capital social (art. 14, caput). 
i. Preço de emissão e ágio: As ações podem ser oferecidas por preço superior ao 
do valor nominal/ou de face, onde o ágio resultante da diferença constituirá 
reserva de capital (§2º. do art. 13 e parágrafo único do art. 14) a ser utilizada 
pela Cia. em várias operações tais como: resgate, reembolso e compra de 
ações; resgate de partes beneficiárias, incorporação ao capital social, 
pagamento de dividendos do capital social, entre outros – vide art. 200 da LSA. 
ii. Valor de emissão/função: estipular o limite da responsabilidade subsidiária dos 
acionistas por obrigações da sociedade (art. 1º. da LSA). 
 
Valor patrimonial: valor real das ações de uma Cia. obtido pela divisão do seu 
patrimônio líquido , pelo número de ações em que se divide o capital social. 
Função - valor padrão a ser pago ao acionista a título de reembolso, salvo estipulação 
estatutária diversa ou ainda nos termos dos §§s 1º. e seguintes do art. 45 da LSA, ou ainda a 
título de haveres sociais em caso de dissolução total da Cia. 
Valor negocial ou de mercado: valor das ações cuja flutuação varia conforme as leis 
da oferta e da procura, tendo em conta vários fatores ligados ao ambiente econômico, onde se 
encontra inserida a Cia., tais como suas relações internas, pujança econômica entre outros. – 
Função - serve para fins de estipular responsabilidades de administradores em operações com 
ações no mercado, questões patrimoniais diversas (sucessões, divórcios, ou demais litígios em 
que esteja envolvido o acionista), entre outras. 
Valor econômico: valor obtido mediante avaliação pericial técnica,

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