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Eletroforese Capilar

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ELETROFORESE CAPILAR - EC 
CONCEITOS E APLICAÇÕES DA 
ELETROFORESE CAPILAR 
Prof. Dr. José Eduardo Gonçalves 
 Eletroforese  é a migração dos íons em solução sob a 
influência de um campo elétrico. 
 
 Migração de partículas eletricamente carregadas em 
meio viscoso devido à ação de um campo elétrico. 
Eletroforese  é o fenômeno pelo qual partículas carregadas 
(ânions ou cátions) movem-se em uma solução aquosa sob a 
influência de um campo elétrico aplicado, indo cada uma delas 
em direção ao eletrodo de carga oposta a sua. 
 O primeiro a realizar esse tipo de separação foi o químico 
Arne Tiselius, empregando a eletroforese para separar proteínas 
em soro em tubos de vidro moldados em forma de U. Com esse 
trabalho, Tiselius recebeu o Prêmio Nobel em Química no ano de 
1948. 
 Este método era limitado devido à instabilidade do 
aparelho, e mais significativamente, pelos efeitos de difusão e 
aquecimento gerados pelo campo elétrico, os quais 
comprometiam a resolução (a separação) dos compostos. 
 Estes efeitos foram minimizados com a introdução de 
suporte (gel ou papel) que ajudou a reduzir o movimento livre 
dos analitos, de forma que o efeito da difusão fosse diminuído. 
 
 O sistema oferecia um baixo nível de automação, tempos 
de análise longos e após a separação a detecção era feita 
visualmente. 
 Eletroforese Capilar (EC)  é a aplicação deste processo 
desenvolvida em tubos de sílica fundida de diâmetros internos 
reduzidos (capilares), normalmente entre 25 e 100 mm, com 
voltagens aplicadas de até 30 kV. 
 
 A eletroforese capilar foi introduzida em 1981, por 
Jorgenson e Lukacs. 
 Como quase todas as boas idéias, a eletroforese capilar é 
fácil e eficiente. 
 Eletroforese Capilar 
 
 Uma diferença de potencial elétrico de ~ 30 kV separa os 
componentes de uma solução dentro de um tubo capilar de sílica 
(SiO2) fundida, com comprimento variando de 30 a 70 cm e 
diâmetro interno de 25 a 100 mm. 
 
 Solutos diferentes possuem mobilidades diferentes e, 
portanto, migram através do capilar com velocidades diferentes. 
 O equipamento  é constituído por componentes simples 
e perfeitamente controlados, proporcionando a reprodutibilidade 
e a confiabilidade requeridas para a validação dos métodos 
analíticos empregados no controle de qualidade (ex. controle de 
qualidade de medicamentos). 
 
 
 
 Para muitas moléculas importantes, a EC proporciona 
ótimos resultados quando comparada com outras técnicas. 
 A EC pode ser aplicada na separação de alguns compostos 
com estruturas muito complexas, tais como princípios ativos 
altamente polares, enantiômeros e compostos básicos, 
 
 A EC permite, ainda, fácil validação de ensaios 
quantitativos para determinação de traços de impurezas, assim 
como para a determinação quantitativa de vários compostos em 
fluídos biológicos. 
 A EC é um método de separação com elevada resolução 
aliada à rapidez de análise, sendo capaz de separar dezenas de 
compostos em menos de 5 minutos. 
 
 Dificuldades da EC consiste em evitar o surgimento de 
bolhas, devido à passagem de corrente elétrica através do eletrólito 
suporte, o que gera um aumento da temperatura no interior do 
capilar e, em função do diâmetro reduzido, o surgimento de bolhas 
é bastante frequente. 
 A Figura abaixo ilustra as relações de tamanho em um 
capilar típico de EC. 
 
 
 
 
 
 
Capilar típico utilizado em EC. 
 Na EC o volume de amostra analisado é muito pequeno, 
sendo introduzidas na coluna capilar quantidades da ordem de 
nanolitros da solução amostra. 
 
 A EC pode ser classificada como uma técnica de separação 
eletroassistida, onde o princípio fundamental de separação é a 
diferença entre as velocidades de migração de cada uma dos 
analitos dentro da coluna sob a influência do campo elétrico. 
 A EC é uma técnica aplicável na determinação de uma 
grande variedade de amostras, incluindo hidrocarbonetos 
aromáticos, vitaminas hidro e lipossolúveis, aminoácidos, íons 
inorgânicos, ácidos orgânicos, fármacos, catecolaminas, 
substâncias quirais, proteínas, peptídeos e muitos outros. 
 
 Uma característica que difere a EC das outras técnicas é a 
sua capacidade única para separar macromoléculas carregadas 
eletricamente de interesse tanto em indústrias de biotecnologia 
quanto em pesquisas biológicas. 
APLICAÇÕES 
 Ex.: O projeto Genoma Humano, que foi concluído 
recentemente, foi necessário distinguir os diversos polinucleotídeos, 
com massas moleculares por volta de 200 a 500 Daltons (Dalton = 
u.m.a.) que diferiam entre si por um único nucleotídeo. 
 Somente a EC tem resolução suficiente para este tipo de 
separação. Além de permitir que milhares de nucleotídeos fossem 
seqüenciados em um único dia 
APLICAÇÕES 
APLICAÇÕES 
Sequenciador de DNA tipo Megabase 
 No equipamento de EC envolve a aplicação de alta 
voltagem, tipicamente 5 a 30 kV em um capilar de diâmetro 
reduzido gerando correntes na faixa de 10 a 100 mA. O uso do 
capilar apresenta várias vantagens, particularmente com respeito 
ao aquecimento Joule. 
INSTRUMENTAÇÃO 
20 a 50 cm 
20 a 150 mm 
+ ou - 
+ ou - 
50 kV 
Sol. Tamponada 
 
Amostras 
1 a 100 nL 
Detector 
Fluxo 0,5 a 4 nL s-1 
Diâmetro interno 20 a 150 mm Diâmetro externo 375 mm 
 A alta resistência elétrica do capilar permite a aplicação de 
campos elétricos altos pois gera um aquecimento mínimo, além 
disso o formato de capilar propicia uma dissipação eficiente do 
calor gerado. O uso de campos elétricos altos resulta em tempo de 
análise curto, alta eficiência e resolução. 
 
 Na eletroforese capilar, o capilar é preenchido com uma 
solução tampão e suas extremidades são mergulhadas em 
recipientes, que contém a solução tampão, e onde é aplicado um 
campo elétrico, que gera uma corrente no interior do capilar. 
INSTRUMENTAÇÃO 
 Os eletrodos são feitos de um material inerte, tal como, 
platina, e são também mergulhados na solução para fechar o 
circuito. 
 O capilar passa através de um detector, usualmente um 
detector espectrofotométrico de absorção no UV/Vis. 
 Uma pequena quantidade de amostra é introduzida em uma 
das extremidades do capilar. 
 A aplicação do campo elétrico provoca o movimento dos 
analitos em direção aos eletrodos. 
INSTRUMENTAÇÃO 
Injeção da amostra 
• Gravidade 
Injeção da amostra 
• Hidrodinâmica 
Injeção da amostra 
• Hidrodinâmica 
Injeção da amostra 
• Eletrocinética 
Alta voltagem 
 As separações em EC são baseadas na presença de um fluxo 
eletricamente induzido, denominado fluxo eletroosmótico (FEO), 
um fenômeno eletroforético que gera o fluxo da solução dentro do 
capilar, que faz com que os solutos se movimentem em direção ao 
detector. 
INSTRUMENTAÇÃO 
 O FEO pode reduzir significativamente o tempo de análise 
ou forçar um íon a reverter a sua tendência de migração em 
direção a um eletrodo, pelo qual está sendo atraído, devido ao sinal 
de sua carga. 
 O gráfico, gerado pelo detector, tempo em função de 
resposta do detector é denominado eletroferograma. 
INSTRUMENTAÇÃO 
INSTRUMENTAÇÃO 
CAPILARES 
 Os capilares podem ser: 
1 - Vidro (para l > 280 nm); 
2 - Teflon (flexível, transparente no UV, porém não pode ser usado 
com alta voltagem); 
3 - Sílica fundida, normalmente recoberta externamente com uma 
camada de proteção de poliimida, que produzuma melhora na 
resistência mecânica, uma vez que é extremamente frágil e se 
quebra com facilidade. Uma pequena porção deste recobrimento é 
removida a fim de se formar uma janela para a detecção. A janela 
é então alinhada ao centro óptico do detector. 
CAPILARES 
 Os capilares são, tipicamente, de 25 a 100 cm de 
comprimento com 15 a 100 µm de diâmetro interno. 
 A superfície interna do capilar pode ser quimicamente 
modificada por meio de ligação covalente com diferentes 
substâncias. 
 O controle de temperatura ao redor do capilar é muito 
importante para assegurar separações reprodutíveis. 
CAPILARES 
 Na EC, diferentemente das técnicas cromatográficas (CG e 
CLAE), a amostra não é injetada e sim introduzida no capilar pelo 
lado mais distante do detector. 
 Volumes típicos de injeção são de 10 a 100 nL. O modo de 
injeção mais empregado em EC é o denominado hidrodinâmico, 
onde o capilar é mergulhado em um frasco contendo a amostra o 
qual é em seguida pressurizado, submetido ao vácuo ou erguido 
(efeito sifão) provocando a entrada de um certo volume de amostra 
no capilar. 
CAPILARES 
 Uma outra alternativa é obtida através da inserção do 
capilar e do eletrodo no frasco da amostra seguida da aplicação de 
uma voltagem, sendo que solutos neutros são arrastados pelo FEO, 
ao passo que solutos carregados irão migrar para dentro do 
capilar, por causa do FEO e também da migração eletroforética. 
Este tipo de injeção é denominado de injeção eletrocinética. 
CAPILARES 
 A parede do capilar de sílica contém grupos silanóis (SiOH) 
os quais se ionizam (SiO- + H+) quando em contato com soluções 
tampão com pH altos. Esta dissociação produz uma superfície 
carregada negativamente. 
 
 Uma camada de contra-íon (cátions) é então formada 
próxima à parede do capilar a fim de manter a eletroneutralidade. 
Isto forma a dupla camada e cria uma diferença de potencial muito 
próxima à parede e este fenômeno é conhecido como potencial zeta. 
FLUXO ELETROOSMÓTICO - FEO 
 O potencial zeta é essencialmente determinado pela carga 
da superfície na parede do capilar (a carga é dependente do pH). 
Quando uma diferença de potencial (ddp) é aplicada, estes íons 
metálicos e suas moléculas associadas solvatadas com água migram 
em direção ao cátodo. 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
 Este movimento de íons resulta no movimento das espécies 
em direção ao detector e pode ser considerado como um fluxo 
eletricamente dirigido. 
 O Nível do FEO é altamente dependente do pH do 
eletrólito, uma vez que o potencial zeta é governado pela ionização 
dos grupos silanóis (ácidos) da parede do capilar. 
 Abaixo de pH 4, a ionização dos grupos silanóis é pequena e 
o FEO não é significante, enquanto que acima de pH 9 os silanóis 
ficam completamente ionizados e portanto o FEO é alto. 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
Paredes do capilar 
FEO – fluxo eletroosmótico 
 
 
 
 
 
 
FEO 
+ - 
 
 
FEO 
+ - 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
Dependência do fluxo eletroosmótico em função do pH 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
 O potencial zeta é gerado em todo o comprimento do capilar 
e portanto produz uma velocidade de fluxo uniforme sem gerar 
pressão. 
 O perfil do FEO é do tipo plano (plug) e isto tem um efeito 
benéfico, uma vez que ele não contribui diretamente para o 
alargamento dos picos, pois as moléculas do soluto se moverão em 
velocidades muito próximas. 
 Esta é uma grande vantagem da EC quando comparada ao 
perfil parabólico (fluxo laminar) da CLAE, característico do fluxo 
induzido por pressão. 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
 A solução em fluxo laminar move mais lentamente próximo 
a parede da coluna e mais rapidamente no centro, resultando em 
diferentes velocidades do soluto ao longo da coluna. Assim, quanto 
maior o tempo que o soluto despender para percorrer o leito da 
coluna mais largo se tornará o perfil do pico. 
Perfil do fluxo eletroosmótico, comparado com o do fluxo 
pressurisado 
 
 
 
 
+ - 
Fluxo eletroosmótico 
Fluxo hidrodinâmico 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
 Outro benefício do FEO é que ele gera o movimento de 
quase todas as espécies, apesar das cargas, na mesma direção. 
 Sob condições normais (superfície carregada 
negativamente), o fluxo é do ânodo para o cátodo. 
 Com o FEO os ânions serão conduzidos em direção ao 
cátodo uma vez que o fluxo gerado pode ser mais que uma ordem 
de magnitude maior que as mobilidades eletroforéticas. 
 Assim, cátions, neutros e ânions serão eletroferografados em 
uma mesma corrida, uma vez que eles migram na mesma direção. 
FLUXO ELETROOSMÓTICO 
 Cátions migram mais rápido, pois sofrem atração pelo 
cátodo, neutros são arrastados na mesma velocidade do FEO e não 
são separados e ânions migram mais lentamente uma vez que são 
atraídos para o ânodo, mas são arrastados pelo FEO em direção ao 
cátodo. 
FONTES DE ALARGAMENTO DOS PICOS 
 A separação na eletroforese é baseada nas diferenças de 
mobilidades dos solutos. 
 Fatores que contribuem para o alargamento dos picos são: 
• Difusão Molecular; 
• Aquecimento Joule; 
• Fluxo eletroosmótico; 
• Detecção on-column (volume morto); 
• Injeção da amostra 
DETECTORES 
 O detector mais frequentemente utilizado em EC é o 
espectrofotométrico de absorção no UV/Vis devido à sua natureza 
quase universal, ou seja, pode ser aplicado na detecção de várias 
classes de substâncias. 
 A maioria dos instrumentos têm também detectores com 
arranjo de diodos disponíveis, o qual fornece um espectro de 
UV/Vis para cada substância detectada. 
 O acoplamento de EC com espectrômetro de massas é 
usualmente empregado para dar informações estruturais dos 
analitos. 
Detector 
Limite de Deteção 
aproximado (mg L-1 ) 
Absorção no UV-Visível 10-1 
Absorção Indireta no UV-
Visível 
1 
Fluorescência 10-3 
Fluorescência Indireta 10-2 
Fluorescência Induzida por 
Laser 
10-6 
Espectrômetro de Massas 10-4 
Amperométrico 10-5 
Condutividade 10-3 
10-5 – 10-6 Condutividade 
10-5 – 10-6 Índice de refração 
10-4 – 10-9 Espectrometria de massa 
10-6 – 10-7 Raman 
10-8 – 10-9 Amperometria 
10-14 – 10-16 Fluorescência induzida por laser 
10-7 – 10-9 Fluorescência direta (lâmpada) 
10-5 – 10-8 Absorção no UV-vis 
LD (mol L-1) Detector 
Detecção 
MODOS DE SEPARAÇÃO 
 A eletroforese é um nome genérico dado para uma série de 
técnicas de separação que envolvem a aplicação de um campo 
elétrico em um capilar preenchido com uma solução tampão. As 
bases destas separações estão: 
• Eletroforese Capilar em Solução Livre (ECSL); 
• Eletroforese Capilar por zona (ECZ); 
• Eletroforese Capilar em Gel (ECG) ; 
• Eletrocromatografia Capilar Micelar (ECCM); 
• Eletroforese Capilar com Focalização Isoelétrica (ECFI); 
• Isotacoforese Capilar (IC) 
Técnicas de EC 
• Eletroforese de Zona Capilar 
• Eletroforese de Gel Capilar 
• Foco Isoelétrico Capilar 
• Isotachoforese 
• Cromatografia Capilar Eletrocinética Micelar 
• Eletrocromatografia Capilar 
EZC 
EGC 
FIC 
ITF 
CCEM 
ECC 
Seleção 
ITF 
ITF EGC 
FIC FIC ITF 
CCEM EGC CCEM CCEM ITF 
EGC EGC EZC EZC EZC EZC 
DNA Oligonucleotídeos Proteínas Peptídeos Pequenas moléculas Pequenos íons 
Eletroforese de zona capilar EZC 
• Solução livre  diferenças de mobilidade 
eletroforética 
 
map = m + FEO 
 
Contra-eletroosmótica map = - m + FEO 
Co-eletroosmótica map = + m + FEO 
Sem FEOmap = m 
Escolha do tampão 
• Eletrólise do eletrólito 
– Devido ao uso de altas voltagens 
• Como tamponar? 
– Ácido fraco 
• Ex: benzoato e ftalato 
– Cátions  NaOH, KOH 
– ânions  fosfato 
– anfólitos 
• Ex. histidina, lisina, ac. Glutâmico, MES 
• pH próximo ao PI  forma zwiteriônica 
• pKa dos grupos tamponantes  1 unidade de pH 
• Não contribui para a condutividade do eletrólito. 
Escolha do tampão 
Tampão Limites de pH 
Fosfato 1,14 – 3,14 
Acetato 3,76 – 5,76 
Fosfato 6,20 – 8,20 
Borato 8,14 – 10,14 
 
Tampões Zwiteriônicos 
MES 5,15 – 7,15 
PIPES 5,80 – 7,80 
HEPES 6,55 – 8,55 
Tricina 7,15 – 9,15 
Tris 7,30 – 9,30 
Tampões para EC 
ANÁLISES QUANTITATIVA E QUALITATIVA 
 A análise qualitativa é feita através da comparação 
dos tempos de migração dos padrões com os tempos de 
migração das substâncias presentes na amostra e/ou através 
de espectros de UV/Vis (detector por arranjo de diodos) ou 
do espectro de massas (detector espectrômetro de massas). 
ANÁLISES QUANTITATIVA E QUALITATIVA 
 A quantificação das substâncias, com concentrações 
desconhecidas, presentes na amostra, é feita através do 
procedimento usual de calibração: 
1) injeção de soluções dos padrões de concentrações conhecidas; 
2) obtenção das respostas do detector para cada composto, em 
função da altura, área ou área dividida pelo tempo de migração; 
3) construção da curva analítica (resposta do detector versus 
concentração); 
4) injeção das amostras; 
5) obtenção das respostas do detector para as amostras; 
6) quantificação das substâncias através das curvas analíticas. 
VANTAGENS E LIMITAÇÕES 
 A técnica de EC possui uma série de vantagens, tais como: 
• rapidez; 
• versatilidade; 
• baixo custo por análise; 
• alto poder de separação (resolução); 
• consumo mínimo de amostras, reagentes e solventes; 
• oferece a possibilidade de automação e detecção on-line. 
VANTAGENS E LIMITAÇÕES 
 Entretanto esta técnica oferece algumas limitações, pois 
não é adequada para a determinação de compostos voláteis, não-
polares e de massa molar baixa, os quais são melhores 
determinados por cromatografia gasosa. 
 Também não é muito adequada para a análise de polímeros 
não iônicos de massa molar alta, sendo mais adequado a análise 
por cromatografia líquida de alta eficiência. 
APLICAÇÕES DA EC 
 Um método rápido, fácil e reprodutível foi desenvolvido e 
validado para análise na urina humana de metotrexato, 
leucovorina e ácido fólico por Eletroforese Capilar por Zona 
(ECZ). 
 Uma ótima separação foi obtida em um capilar de 60 cm x 75 
mm, usando uma solução tampão fosfato 15 mM (pH = 12), T = 20 oC, 
voltagem 25 kV e injeção hidrodinâmica. 
 Tempo de análise de ~ 9 min. 
 Para os diferentes aspectos, tais como: estabilidade das 
soluções, linearidade, reprodutibilidade e precisão se mostraram muito 
bons. 
 Antes da determinação ECZ  as amostras de urina foram 
purificadas e enriquecidas por meio de uma extração em fase sólida 
com um pré-concentrador C18 e o composto eluído com uma mistura 
1:1 metanol – água. 
 Uma resposta linear foi obtida para: 
• metotrexato (MTX) – 1,0 – 6,0 mg.L-1; 
• ácido folínico e ácido fólico – 0,5 – 6,0 mg.L-1. 
 
 Limite de detecção para os três compostos foram 0,35 mg.L-1. 
 
 A ECZ mostrou ser um bom método de análise, simples, 
precisão satisfatória e boa sensibilidade. 
A) Ácido Fólico - FA; B) Metotrexato - MTX; C) Ácido Folínico - LV 
Eletroferograma de uma mistura padrão de 18 mg.L-1 de MTX, FA e 
LV. 
Condições de análise: tampão borato 20 mM (pH 9,7), 30 kV e 20 oC. 
Eletroferograma de uma mistura padrão de 18 mg.L-1 de MTX, FA e 
LV. 
Condições de análise: tampão fosfato 20 mM (pH 12), 25 kV e 20 oC. 
Urina 
Urina – 3mg.L-1 de MTX, 
FA e LV 
Padrão 
Condições ótimas de análise 
Eletrólito: tampão fosfato 15 mM, pH 12; 
Voltagem: 25 kV; 
Capilar: 60 cm x 75 mm; 
Temperatura: 20 oC; 
Comprimento de onda: 305 nm 
 A presença de succinilacetona na urina, sangue ou fluído 
aminiótico é atribuída a uma desordem metabólica herdada, 
nomeada tirosinemia tipo I. 
 Foi desenvolvido um método por eletroforese capilar para 
análise de succinilacetona em amostras de urina. 
 A separação foi realizada usando um sulfactante catiônico 
de polaridade inversa ou um capilar recoberto com um 
polieletrólito carregado positivamente. 
 Nestas condições as amostras de urinas foram injetadas 
diretamente no capilar sem tratamento prévio. 
 A viabilidade do método foi comprovada pela identificação 
de succinilacetona para pacientes com tirosinemia tipo I 
hereditária. 
 Para todos os pacientes os picos foram detectados com 
excelentes tempos de migração. 
 O método desenvolvido é rápido, simples, barato, e 
satisfatório para a determinação de succinilacetona em amostras de 
urina. 
Condições ótimas de análise 
Eletrólito: tampão borato 5 mM, 20 mM de NaCl, 0,05 mM de sufactante 
catiônico, pH 9,2; 
Voltagem: - 28 kV; 
Capilar: 48 cm x 75 mm; 
Temperatura: 20 oC; 
Comprimento de onda: 295 nm 
Eletroferograma: A) amostra de urina de um paciente saudável; 
 B) amostra de urina contendo succinilacetona; 
 C) amostra de urina de um paciente com 
tirosinemia tipo I. 
 Todas as amostras 
de urina de pacientes 
com tirosinemia 
foram analisadas por 
GC-MS 
 5 amostras de urinas de bebê foram analisadas e comparados 
os resultados por GC-MS e foi observado a presença do pico de 
succinilacetona em todas as amostra no tempo de retenção esperado. 
 Foi desenvolvido um método de eletroforese capilar 
quiral para a separação enantioseletiva do citalopram racêmico 
R e S, usando um seletor quiral -ciclodextrina – carboximetil 
(CM- -CD). 
 A influência dos parâmetros químicos e instrumentais na 
separação foram investigadas, tais como: 
• concentração da ciclodextrina; 
• concentração do tampão; 
• pH da solução tampão; 
• voltagem; 
• pressão da injeção; 
• temperatura; 
• tamanho do capilar 
 
 Boa separação da mistura foi obtida em um tempo menor 
que 4 min., usando um capilar de sílica fundida, um eletrólito de 
fundo e um tampão fosfato contendo o seletor quiral CM- -CD. 
Condições ótimas de análise 
Eletrólito: tampão fosfato 20 mM (pH 9,2), contendo 0,15 % de seletor 
quiral CM- -CD (m/v) 
Voltagem: 30 kV; 
Capilar: 60 cm x 75 mm; 
Temperatura: 15 oC; 
Comprimento de onda: 205 nm 
 Eletroferograma da solução padrão 20 mg.L-1 do 
citalopram racêmico, nas condições ótimas de análise. 
Resultados das análises de formulações farmacêuticas 
contendo citalopram racêmico ou escitalopram. 
Eletroferograma de duas 
preparações farmacêuticas 
analisadas. 
 O presente trabalho descreve um método simples, preciso e 
rápido para a separação e determinação simultânea de codeína, 
difenildramina, efedrina e noscapina presentes em formulações de 
xarope através de eletroforese capilar por zona. 
 Fatores que afetam a separação são: 
• concentração e o pH do tampão; 
• voltagem aplicada; 
• presença de aditivos. 
 
 As separações foram realizadas em um tempo menor que 
10 min. Com um tampão tetraborato de sódio 20 mM (pH 8,5). 
 
 Quantificação dos componentes nas formulações de xarope 
foi calculada contra as respostas de soluções padrão. 
 O método foi validado e para todas as análises foram 
verificadas a garantia de qualidade e controle de qualidade. O 
procedimento foi rápido e seguro e fármacoscomerciais poderiam 
ser analisados sem procedimento prévio de abertura ou tratamento. 
Condições ótimas de análise 
Eletrólito: tampão tetraborato de sódio 
20 mM (pH 8,5) 
Voltagem: 30 kV; 
Capilar: 67 cm x 75 mm; 
Temperatura: 25 oC; 
Comprimento de onda: 205 nm 
Considerações finais 
 Velocidade 
 Baixo consumo 
 Eficiência de separação 
 Baixo custo de operação 
 Limites de detecção 
 
 
 
 
 Química ambiental 
 
 Nutrição de plantas 
 
 Microbiologia 
 
 
CONCLUSÃO 
 A EC é uma técnica que pode ser empregada em diversas 
áreas, tais como: 
• Análise de Aminoácidos. 
• Análise de Alimentos. 
• Análises Toxicológicas. 
• Análises Clínicas (Hb, Fenilalanina, Homocisteína, ...). 
• Análise de Cátions e Ânions em Águas. 
• Controle de Qualidade na Indústria Farmacêutica. 
• Análise de DNA e Sequenciamento. 
 Os protocolos de análises por ser uma técnica recente 
precisam ser elaborados e cada amostra requer um novo protocolo.

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