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Caderno Virtual - Ciências Sociais 
Módulo 2
Sabrina Jin Hee Kim - 10744472
Resenha do filme: Hoje Quero Voltar Sozinho
O filme “Hoje Quero Voltar Sozinho” me fez refletir muito, ainda mais por ser um filme nacional mostrando nitidamente a nossa realidade e o que é vivido no nosso país. 
O protagonista Leonardo me mostrou ser um símbolo de ousadia, coragem e bom humor. 
O que me chamou muita atenção é de Leonardo estudar em uma escola para adolescentes que não é destinada a pessoas com deficiências. Uma imagem dificilmente vista, ainda.
Uma das coisas que admirei no filme é de ter cenas que se mostram desfocadas, como se pudéssemos enxergar o mundo como Leonardo enxerga. 
O que pude notar, também, é a super proteção que a mãe de Leonardo tem com ele. É claro que mães exalam esse ar super protetor, mas vi que isso atrapalhava Leonardo em obter sua independência e liberdade.
Entre muitos assuntos, o filme não teria como não abordar o preconceito e bullying que homossexuais e deficientes físicos sofrem todos os dias, ainda mais quando se é um adolescente. Leo, porém não se faz fraco, mas consegue enfrentar sem medo e com ousadia as atitudes ofensivas e ridículas praticadas pelos meninos de sua escola. Quantas pessoas será que anseiam pela coragem de Leo para enfrentar as dificuldades da vida? Muitos, tenho certeza, e eu sou uma delas. 
A amizade de Leo e Giovanna é muito bonita, apesar do conflito em que Giovanna se sente posta de lado por Leo, os três (Leo, Gabriel e Giovanna) voltam a ser melhores amigos. Aqui posso ver que uma amizade verdadeira não se deixa abalar.
O amor entre Leo e Gabriel é demonstrado desde pequenos gestos, como mãos se tocando e o cheiro que Leo sente no moletom de Gabriel, até o beijo inocente e puro dos dois. O filme não se mostrou vulgar, mas em pequenos detalhes conseguiu transmitir um amor simples e sincero.
A adolescência é um processo em que passamos e temos vontade de descobrir mais sobre o mundo. E isso não é diferente com Leo. Ele busca sua identidade, e não o que os outros dizem para ele ser.
 Apesar das dificuldades do dia a dia, Leo se mostra disposto a enfrentar esse mundo cheio de impossibilidades em possibilidades, assim como conseguiu andar de bicicleta.
É um privilégio poder viver num país que produziu um filme como esse. Lidando com assuntos que todos dizem ser tabus, mas na verdade não passa de simples forma de amor entre duas pessoas e o quanto deficientes físicos têm se posicionado fortes e determinados a enfrentar suas dificuldades para viver uma vida como qualquer outra pessoa. 
Esse filme me ensinou que amizades são fonte de energia e porto seguro. 
Que é preciso saber lidar com pais que, muitas vezes têm medo de por qual caminho minhas asas podem me levar, mas que me amam incondicionalmente. 
Que não preciso ter medo do que a sociedade pode achar de mim, mas que minha felicidade é infinitamente mais importante do que todos os obstáculos que podem ser colocados na minha frente.
Obrigada Leo.
SEMINÁRIOS SOBRE O FILME - Hoje Quero Voltar Sozinho: 
PRECONCEITOS 
Nos dois dias de seminários que tivemos, pude entender mais ao fundo sobre os preconceitos no nosso mundo e no nosso país.
O grupo que falou sobre preconceito de gênero me marcou muito. 
Uma história real sobre a mudança de gênero sexual foi compartilhada por um membro do grupo, a Adriana. 
Saber um pouquinho como foi o processo que a pessoa passou, a forma com a qual ele não se identificava e que não o fazia se sentir bem consigo mesmo, e que após a mudança ELA se sentia feliz, foi muito emocionante. O medo de não se sentir aceito, tanto na família quanto com os amigos, o medo de continuar a sofrer todos os dias sendo quem ele não era e o medo de dar o primeiro passo para sua felicidade era algo que ele sentia. Nós mesmo, muitas vezes, temos esse mesmo medo. O medo de trocar de curso da faculdade, o medo de não ser aceito na sociedade, o medo de confrontar nossos pais. Mas a coragem que o amigo da Adri teve é admirável. A forma como a sua mudança de gênero e de nome a fez uma pessoa mais feliz e a fez achar sua real identidade é lindo demais. 
Um grupo que também me marcou muito foi o que falou sobre Preconceito Religioso.
A dinâmica em mostrar como nós mesmos, muitas vezes, rotulamos as pessoas por meio da sua religião e, assim, construímos muros que nos separam, me tocou muito.
Ouvir dos meus colegas, os preconceitos que eles sofreram por seguirem uma certa religião me fez refletir o quanto ainda não somos capazes de respeitar uns aos outros pelo o que eles são. Que apesar de muitos de nós curtirmos vídeos no Youtube ou no Facebook que dizem sobre quebrar as barreiras das religiões, ainda há muito ódio entre as pessoas.
O relato de um colega que disse que por ser ateu, sua família não o entendia e não o respeitava dizendo que ele iria para o inferno me trouxe muita dor. Se até dentro das nossas famílias sofremos preconceitos, quem dirá o que sofremos mundo à fora?
Quanto mais parece que estamos evoluindo no respeito e no amor entre as pessoas, o nível de preconceito também tem evoluído. 
É muito legal poder conversar sobre esses assuntos em sala de aula. Dando liberdade para nos expressarmos e compartilharmos das nossas dores e vitórias. 
Mais legal ainda foi quando após a aula, voltando para casa, comecei a conversar com a minha mãe sobre religiões. Nós somos cristãs, mas temos muitos parentes que seguem outras religiões. Minha mãe começou a falar que muitas vezes, nos nossos encontros em família, surgiam muitas discussões à respeito das nossas religiões. Aquela típica conversa sobre quem está certo e quem está errado. Alguns parentes nossos diziam que éramos loucos, que não fazia o menor sentido seguir a nossa religião e que a religião deles era a correta. Tenso né? 
Mas minha mãe sempre me ensinou que acima de tudo, o RESPEITO deve permanecer. E realmente, o respeito deve ser nossa primeira linguagem. Além da paciência, é claro. Muita paciência e amor na verdade.
 
O meu grupo falou sobre Preconceito cultural e regional. Foi muito assustador ver o quanto temos de insultos, xingamentos e palavras ofensivas contra muitas culturas e costumes temos dentro do nosso país. Com tanta diversidade, muitas pessoas não sabem lidar com as diferenças. Ao pesquisar mais sobre o assunto, achamos muitos memes e comentários escrotos na internet. Por exemplo, insultando os nordestinos, fazendo piada com os asiáticos e ofendendo outros estados do Brasil.
Muitas pessoas fazem isso por maldade mesmo e outras por gracinha. Não sei qual é pior. 
Até enquanto líamos alguns desses memes, via alguns colegas da sala rindo. Sei que não é por maldade, mas consegui enxergar como o preconceito regional e cultural está tão enraizado no nosso país, ao ponto de achar engraçado a dor do outro.
Outros colegas, entretanto, se identificaram com algumas coisas com as quais mostramos. 
Lembro de um colega falando que era alvo de piadinhas porque tinha sotaque baiano. Outra que sempre a zoavam por vir do Espírito Santo. Que nordeste é só Bahia.
Foi muito legal poder ver os meus colegas contando algumas de suas histórias e compartilhando sobre preconceitos que sofreram. 
Como oriental (sou brasileira e descendente de coreanos), me identifiquei muito com certos insultos. Quando era pequena, já sofri bullying por ser a única com os “olhinhos puxadinhos” na escola. Mesmo sendo brasileira, não entendia o porquê de as outras crianças fazerem piada comigo. Crescendo, não foi muito diferente. No ensino médio, alguns ainda faziam piadas como: “ Sa, é melhor você não sorrir mais nas fotos, senão seu olho some” ou: “ Sa, seus pais vendem pastel de FLANGO?”. Só ignorava mesmo, porque via que as pessoas não iriam mudar. E até hoje ainda ouço piadinhas desse tipo. É muito triste viver num país que se diz miscigenado, mas seralvo de piadinhas e insultos. Até quando será que vamos viver assim? Ou será que teremos que continuar sobrevivendo assim?
Resenha do filme: Clube de Compras Dallas
O filme se passa numa época em que ter AIDS era sinônimo de homossexualidade. Pelo menos era assim que o protagonista do filme ( Ron Woodroof) pensava, até ser diagnosticado com AIDS e com apenas 30 dias de vida restantes. Fico pensando, como será que ele deveria estar se sentindo após receber essa notícia? Acho que só uma pessoa que passou por isso consegue falar que entende pelo que ele está passando. Alguém que nunca passou por isso não tem como entender todas as emoções, desespero e mais um milhão de coisas que estariam se passando na mente e no coração de Ron. 
Sua médica, Eve, participa de uma reunião que discute sobre um novo tratamento para a cura da AIDS, o AZT. Esse tratamento, mesmo não havendo indícios de melhora real em animais, foi permitido que seja testado em seres humanos. Fico me perguntando se ainda não ocorre isso, afinal, vivemos em um mundo de negócios.
O desespero e o anseio em viver de Ron aumentam e ele busca meios de se curar.
Eve o indica um grupo de apoio, onde conseguiria falar sobre seus sentimentos e pensamentos, mas para Ron, viver era mais importante do que “abraçar um monte de bichas”. Achei isso muito preconceituoso, mas ao mesmo tempo não teria como entender como é estar na pele de Ron e o desespero que ele tem.
Muitas pessoas, ainda hoje, descartam falar sobre suas emoções, como estão se sentindo, ainda achando que psicólogo é coisa pra loucos. É muito triste.
Ron tenta achar conforto com seus amigos, mas fazem piadinhas o chamando de “bicha” por causa de sua doença. Ron está vivendo na pele tudo aquilo que fazia com os outros. Quantas vezes as pessoas não fazem o mesmo? Julgam, mas quando passam pela mesma situação, ficam sem direção. E, também, quantas vezes buscamos conforto e ajuda com nossos amigos, mas ao invés disso, somos julgados por eles?
Ron consegue colocar suas mãos nesse AZT ilegalmente. Muitas vezes, nós mesmos nos automedicamos, esquecendo que isso pode ser muito mais prejudicial para o nós. Quantas vezes não ouvimos propagandas na televisão ou na internet promovendo remédios que curam dores de cabeça, gripe, resfriado e entre outros e não buscamos ajuda de verdade com os médicos, mas fingimos ser nossos próprios médicos? 
Ron conhece Rayon, um homossexual. Após conviver com ele contrabandeando remédios ilegais nos EUA, começa a respeitar os homosseuxais. Quando encontra um velho amigo T.J. no mercado, o obriga a cumprimentar Rayon. É muito lindo ver a transformação que Ron teve ao conhecer Rayon.
Ao longo do filme consegui ver o quanto a indústria farmacêutica consegue manipular as vendas nos EUA, fazendo leis, multas etc, tudo para controlar o mercado. Fico me perguntando se isso ainda não acontece nos dias de hoje. O 	quanto será que somos manipulados? Fico com medo só de pensar.
Eve sabia que o AZT não mostrava melhoras nos pacientes. Ela e Ron ficam amigos e Ron a conta sobre os medicamentos que conseguia realmente tratar os pacientes com AIDS, por mais que não fossem autorizados nos EUA. Ele achou alguém para compartilhar o que está vivendo. Quanto Ron deve ter se sentido alegre por achar uma amiga para compartilhar de suas dores, sonhos e alegrias? Muito feliz, devo imaginar. 
Eve finalmente consegue enfrentar os superiores do hospital que apoiavam os testes com o AZT. É preciso muita coragem para encarar nossos superiores, por mais que eles estejam errados. Eve conseguiu enfrentar um patriarcado machista que a rodeava em seu ambiente de trabalho. Que mulher forte e determinada. 
Hoje vemos muitas mulheres se levantando igual à Eve, e eu quero ser uma mulher assim. Que não tem medo de mostrar que algo está errado. Que luta pela saúde dos meus futuros pacientes. Que consegue enfrentar o patriarcado machista que ainda vivemos, infelizmente.
Apesar de Ron se mostrar duro e arrogante, ele também tem seu lado dócil e apaixonado pela vida. Ele tem fôlego em enfrentar as autoridades para conseguir ajudar os pacientes com AIDS. 
Apesar de todas as cagadas que ele fez, Ron quis lutar contra o domínio da indústria farmacêutica sobre a vida humana. Mesmo sem ter conseguido vencê-la, Ron mostrou sua ousadia, coragem e fervorosa vontade de lutar pelos seus direitos e pelos direitos de muitos que sofriam por causa da AIDS. Apesar de machista e preconceituoso, para mim, Ron pode ser considerado aquele que fez a diferença na vida de muitos americanos e que foi transformado em muitos aspectos ao longo do filme. 
Dentre muitas coisas, esse filme me fez pensar no quanto a vida tem seus altos e baixos. Como nossas vidas podem mudar de rumo drasticamente e repentinamente. Como é preciso lutar pela minha vida, lutar pela vitória sobre as minhas dores e das dores dos outros. Que mesmo tentando fazer algo de bom, muitas coisas podem tentar me impedir. 
Ron me mostrou que é possível lutar cada dia para continuar a viver, porque também “quero viver cada dia com um significado”.
 
Seminário: Doença, preconceito e estigma social
Nesse dia, ao nos separarmos em grupos, discutimos sobre alguns temas como: Obesidade, Elitismo, Saúde mental, AIDS. 
Conseguimos ter uma rica discussão sobre cada um desses temas e o que a nossa sociedade tem feito em relação a eles. 
Meu grupo discutiu sobre Alcoolismo. Sobre o quanto as pessoas não levavam à sério as consequências que o álcool pode trazer no nosso corpo, e o quanto pode influenciar os outros. 
Muitos acabam bebendo para serem aceitos na sociedade, principalmente nas festas da faculdade. A nossa é um grande exemplo. Em muitas festas, os veteranos acabam nos forçando a beber, e quando rejeitamos, eles começam a nos zoar e até insultar. Uma ironia ter uma matéria na nossa faculdade que aborda a luta contra os preconceitos, mas quando saímos da sala de aula, vivemos esses mesmos preconceitos que tanto repudiamos dentro da nossa própria faculdade, não é mesmo? 
O álcool pode ser considerado um caminho para a fuga dos problemas, mas em excesso, pode acabar sendo mais um dos nossos problemas. Abusar do álcool acaba por nos trazer dores psicológicas e emocionais. Nossa sociedade, porém não repudia tanto o alcoolismo. Às vezes, o consideram um pecado pequenininho se comparado ao fumo e uso de drogas. Mas na verdade, tudo isso acaba por prejudicar nosso corpo, nossa saúde e nossa mente do mesmo jeito.
Após nos dividirmos em grupos que tinham pessoas de todos os temas, conseguimos relacionar cada tema com a nossa sociedade e o que vivemos todos os dias. 
Muitas vezes, achamos que um assunto é totalmente isolado do outro, mas pude ver o quanto tudo está relacionado e ligado. Lembro de uma colega ter compartilhado que algum parente havia sido diagnosticado com AIDS. O quanto sofria e buscava soluções para se sentir menos pior. Assim, buscou refúgio no álcool e nas drogas. Não saia mais de casa e levava uma vida sedentária. Não era apenas seu corpo que estava doente, mas sua mente e sua alma estavam profundamente angustiadas. 
Lembro de alguém ter falado sobre Saúde Mental. Não poderia estar menos relacionado a tudo o que foi debatido. Por mais que mostremos à sociedade que psicólogo não é algo para loucos, ainda há muito preconceito em relação a isso.
Alguns colegas compartilharam que mesmo seus pais, se recusavam a levá-los para psicólogos porque isso era coisa de louco. Um preconceito muito enraizado, não é mesmo? 
Mas ao mesmo tempo, vejo o quanto temos conseguido mostrar que atendimento psicológico consegue mudar vidas, tirar pessoas da depressão, entender o que realmente as pessoas têm passado, etc. 
Nossa faculdade, por exemplo, tem tido iniciativas com grupos de discussão sobre saúde mental. Isso é muito daora. É algo que temos conquistado. Principalmente a vida de universitário não é fácil. Assim, precisamos buscar ajuda. Psicólogo e terapia são meios de buscar ajuda. E isso não deve ser considerado besteiraou coisa de louco, mas sinal de coragem e determinação para continuar a lutar todos os dias pelos nossos sonhos.
Essa discussão que tivemos, me fez refletir que logo logo eu serei uma profissional da área da saúde. Meu desejo é poder cuidar dos meus futuros pacientes de forma integral. Não apenas fazendo endodontias, tratamentos ortodônticos ou clareamentos, mas cuidar de uma vida em si. Poder enxergar além dos dentes, mas enxergar o estado emocional e psicológico das pessoas e, assim, poder ajudá-las de alguma maneira. Mostrar que os preconceitos podem e devem ser combatidos.

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