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INFLUÊNCIA DOS FATORES FÍSICOS E BIÓTICOS NA DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES VEGETAIS E ANIMAIS (Texto didático de autoria de Maria Eugenia M. Costa Ferreira) 1. Fatores climáticos. As temperaturas e precipitações são os principais fatores que influem na distribuição dos seres vivos. O índice de Emberger procura definir diferentes gradações na relação temperatura/precipitação. É o seguinte: P I = ------------------- x 1 000 (M+m) (M-m) ------ 2 onde: I = Índice P = Precipitação M = média da Máximas do mês mais quente m = média das mínimas do mês mais frio as médias são expressas a partir do zero absoluto = -273o C. O Gráfico de Gaussen apresenta as médias mensais de Temperatura (coordenada Y da esquerda) e as médias mensais de Precipitação (coordenada Y´ da direita). A escala das precipitações corresponde ao dobro da escala da temperatura. Quando as linhas se cruzam, descendo a precipitação a uma posição inferior à temperatura, tem-se um período seco ou de déficit hídrico. 1.1. Temperatura anual - varia em função da: - latitude: temos as florestas superúmidas e úmidas das zonas equatoriais e intertropicais; as savanas tropicais; os desertos subtropicais; as florestas caducifólias mistas e as estepes das zonas temperada e frias; a taiga da zona fria e boreal; as tundras polares. Os pinheiros-do-Paraná ocorrem em áreas cada vez mais elevadas e frias, quanto mais setentrional (ao norte) for a sua posição: nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, ocorrem a cerca de 900-1000 metros ou mais de altitude; no norte do Paraná ocorrem em altitudes superiores a 700 metros e nos Campos Gerais e no Sudoeste deste Estado, em altitudes a partir de 400- 500 metros.As influências do clima zonal são modificadas pela continentalidade ou maritimidade climática e pelas altitudes; - altitude: a vegetação varia da base ao topo de uma montanha. Exemplos: nos Andes peruanos ocorre vegetação de floresta equatorial na base, sucedendo-se florestas decíduas, florestas frias e, por fim, estepes de altitude ou tundras alpinas. Isso se deve ao progressivo resfriamento (de cerca de 1 grau a cada 200 metros de elevação) da temperatura do sopé ao cume da montanha; - exposição ao sol e aos ventos: as vertentes voltadas para o norte, no hemisfério sul e para o sul, no hemisfério norte, são as mais quentes, tanto devido à maior insolação, como por causa da menor exposição aos ventos frios. No hemisfério sul, as frentes frias vêm do sul e, no hemisfério norte, vêm do norte; - oscilação diária de temperatura e amplitude térmica anual: algumas regiões apresentam temperaturas extremas (máxima e mínima) diárias com um grande intervalo, exigindo dos seres vivos animais e vegetais adaptação a esse fato; nos desertos, a máxima diurna pode ser de 50 graus C, e a mínima noturna pode atingir valores inferiores a zero graus; já nas florestas equatoriais, a oscilação diária de temperatura é muito pequena. Outras regiões apresentam variações estacionais muito significativas, com um inverno rigoroso, com mínimas de -20 ou -30 graus C e verões com temperaturas que chegam a atingir 45 graus C positivos; na porção central do território russo esse fato é comum. A zona intertropical apresenta, de modo geral, pequena variação estacional quanto às temperaturas; As espécies animais apresentam um intervalo de temperatura dentro do qual user Typewriter montagem donullnullgráfico de Gaussen:nullnullnullnulla régua dasnullnullprecipitações nonullnulleixo da direita (mm)nullnulldevenullnullser o dobro danullnullmedida numéricanullnullda régua dasnullnulltemperaturas no eixonullnullda esquerda (graus) user Typewriter user Typewriter latitude maisnullnullalta =nullnullqueda denullnulltemperatura user Typewriter altitude maisnullnullalta =nullnullqueda de nullnulltemperatura user Typewriter insolaçãonullnullexposição aonullnullvento user Typewriter oscilação denullnulltemperatura nonullnulldecorrer do dia user Typewriter user Typewriter amplitude anualnullnullde temperaturanullnullno decorrernullnulldas estaçõesnullnulldo ano Edited by Foxit ReadernullCopyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010nullFor Evaluation Only.null podem sobreviver, e uma temperatura ótima, ideal para a sua manutenção. Algumas suportam temperaturas muito elevadas, superiores a 50 graus, como é o caso dos camelos e outros animais do deserto. Os animais pecilotérmicos (de "sangue frio", que não controlam a temperatura do corpo, como todos os invertebrados, além dos peixes, anfíbios e répteis) não suportam, de modo geral, baixas temperaturas, entrando em estado de torpor; os répteis, por exemplo, são quase inexistentes além das latitudes de 70-75 graus. Os animais homeotérmicos (de "sangue quente", compreendendo as aves e os mamíferos) podem sobreviver em ambientes muito frios, como é o caso de animais polares (ursos polares, renas, pingüins). Alguns animais homeotérmicos entram em estado de hibernação, na estação muito fria. Os animais podem adaptar-se às temperaturas excessivamente altas ou baixas, por meio de artifícios: escondendo-se em tocas, adquirindo hábitos noturnos, possuindo cores muito claras, que refletem os raios solares, ou muito escuras, que facilitam a absorção de calor pelo organismo. Os mamíferos de zonas frias costumam apresentar grossas camadas de gordura sob a pele, pelagem densa e branca no inverno (camuflagem na neve), às vezes corpulência, extremidades (orelhas, às vezes cauda ou patas) pequenas e irrigação sanguínea muito ativa nas extremidades; muitos mamíferos de desertos quentes costumam apresentar tonalidade amarelada, orelhas grandes, agilidade e hábitos noturnos. 1.2. Luminosidade - importam duas variáveis: - intensidade de luz, que varia em função da latitude e da estação do ano; controla a atividade fotossintetizadora. As espécies vegetais que preferem viver sob forte intensidade de luz são chamadas heliófitas (p.ex.: palmeiras, grama mato-grosso); as que crescem preferencialmente à sombra são ciófitas (p. ex.: violeta, begônias, samambaias); - duração do período de luz, que varia em função da estação do ano e da latitude; controla o fotoperiodismo, sobretudo quanto à floração e frutificação. Nas zonas temperadas, o ciclo vegetal caracteriza a primavera como estação de rebrotação e floração após o inverno, o verão como estação de desenvolvimento foliar, o outono como estação dos frutos e o inverno como fase de dormência vegetal. O ciclo de vida e de reprodução de muitos animais está condicionado à luminosidade. Por exemplo: as galinhas produzem mais ovos sob prolongada exposição à luz; as fêmeas de muitos mamíferos entram no cio preferencialmente no início do outono e no início da primavera; migrações de aves também podem ter relação com a duração das horas de luz.. 1.3. Precipitação e disponibilidade de água - importam as variáveis: - quantidade total de precipitação anual, que define as zonas superúmidas, úmidas, sub- úmidas, estacionais, semiáridas e áridas; - distribuição das chuvas, cujo ritmo depende da estação do ano. As espécies vegetais da mata equatorial precisam de suprimento constante de água, durante o ano todo; as espécies do cerrado são adaptadas à existência deum período nitidamente seco (com déficit hídrico) de cerca de 5-6 meses; as espécies do deserto sobrevivem em lugares nos quais as chuvas torrenciais só ocorrem ocasionalmente, às vezes passando-se vários anos sem precipitação. A ocorrência do déficit hídrico não depende, porém, só do total pluviométrico; importam as taxas de evaporação e transpiração vegetal (evapotranspiração) que, por sua vez, dependem da temperatura do ar; - taxa de umidade relativa do ar: é um fator importante, pois controla a turgidez e o murchamento das folhas. As espécies vegetais apresentam variações quanto às necessidades de vapor d água na atmosfera; plantas dos desertos sobrevivem a taxas de umidade relativa inferiores a 10-20%, ao passo que nas florestas equatoriais, muitas plantas morrem com taxas de umidade relativa inferiores a 80-90%; - presença de água em função do relevo e da qualidade dos solos: independente do clima, alguns fatores locais condicionam a acumulação ou o escoamento da água recebida: nas vertentes, os segmentos muito íngremes podem impedir a retenção de água, ao passo que nas depressões ao pé da vertente a água tende a se acumular e criar banhados; a disponibilidade de água para as plantas também depende da textura do solo. Mas é ao longo das vertentes que pode ocorrer o afloramento do lençol de água, criando um ambiente úmido para o user Typewriter momeotérmicosnullnullenullnullpecilotérmicos user Typewriter quantidade denullnullluz incidente user Typewriter duraçãonullnulldo períodonullnullluminoso user Typewriter luz e ciclos denullnullvida user Typewriter total de chuvas user Typewriter concentraçãonullnullou distribuiçãonullnulldas chuvasnullnullsazonalidadenullnullperíodosnullnullsecos enullnullúmidos user Typewriter umidadenullnullrelativa do ar user Typewriter retenção denullnullágua no solo,nullnullescoamentonullnullsuperficialnullnullpercolação danullnullágua no solonullnull Edited by Foxit ReadernullCopyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010nullFor Evaluation Only.null desenvolvimento, por exemplo, das matas de encosta; - duração do período de neve: a neve representa um reservatório de água, mas indisponível para as plantas enquanto não há o derretimento; a vegetação das zonas muito frias adapta-se à duração do período de neve e gelo, condicionando o período de desenvolvimento ativo, há poucos meses ou semanas livres do gelo. As espécies vegetais são hidrófitas, quando vivem em ambiente aquático ou semi- aquático; higrófitas, quando se desenvolvem em solos encharcados e em ambientes terrestres muito úmidos; mesófitas, quando vivem em ambientes medianamente úmidos e xerófitas quando se adaptam a ambientes áridos e semi-áridos. Os animais apresentam diferentes necessidades de abastecimento de água. Espécies como o camelo podem passar até várias semanas sem água, pois acumulam líquidos na gordura que compõe as bossas, podendo ser metabolizada pelo organismo na falta de reabastecimento externo. Ratos e outros animais dos desertos têm necessidades muito pequenas de água, às vezes contentando-se com a água presente nos alimentos ingeridos. Os anfíbios exigem, geralmente, ambientes muito úmidos; mas podem sobreviver temporariamente em situação de seca, abrigando-se em covas no solo. 1.4. Vento A maior ou menor exposição ao vento influi no desenvolvimento vegetal: copas em bandeira, troncos e ramos vergados e baixa altura do indivíduo vegetal são características adquiridas devido à exposição aos ventos muito fortes. Nos topos das montanhas e serras são comuns as gramíneas e herbáceas baixas, adaptadas a ventos intensos; muitas espécies vegetais não suportam correntes de ar, devendo viver ao abrigo dos ventos. user Typewriter período nãonullnullvegetativo user Typewriter adaptaçõesnullnullà presença/nullnullausência denullnullágua Edited by Foxit ReadernullCopyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010nullFor Evaluation Only.null
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