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RESUMO SOBRE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (PROGRESSÃO/REMISSÃO/ DETRAÇÃO)

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CAPÍTULO 33 - PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
REGIMES PENITENCICÁRIOS:
a) fechado: pena privativa de liberdade é executada em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b)semiaberto: a pena privativa de liberdade é executada em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar
c)aberto: a pena privativa de liberdade é executada em casa de albergado ou estabelecimento adequado 
RECLUSÃO:
regime inicial fechado, semiaberto ou aberto
DETENÇÃO:
regime inicial semiaberto ou aberto
PRISÃO SIMPLES:
cabível unicamente para as contravenções penais, deve ser cumprida sem rigor penitenciário , em estabelecimento especial de prisão comum, em regime semiaberto ou aberto
OBSERVAÇÕES:
*Quando a pena-base for fixada no mínimo legal, não é possível a aplicação de regime prisional inicial mais severo do que admitido pela quantidade da pena.
*É impossível a modificação, pelo juízo de execução, o regime prisional equivocadamente fixado na decisão condenatória.
PROGRESSÃO DE REGIMES:
Transferência do réu para um regime menos rigoroso.
Depende de dois requisitos CUMULATIVOS:
1) Requisito objetivo: cumprimento de ao menos 1/6 da pena no regime anterior.
2) Requisito subjetivo: mérito; presente quando o condenado ostentar de bom comportamento carcerário.
*É proibida a progressão por saltos (passagem direta do regime fechado para o aberto, sem passar pelo semiaberto).
*Progressão de crimes hediondos: 
- 2/5 se o condenado for primário
- 3/5 se o condenado for reincidente
- + requisito subjetivo
*Em colaboração premiada posterior à sentença condenatória com trânsito em julgado, é autorizada a progressão de regime prisional mesmo se ausente o requisito objetivo.
*Se o acusado foi preso preventivamente e respondeu à ação penal nessa condição, o termo inicial para contagem do percentual de cumprimento de pena necessário para progressão de regime prisional, é a data do cumprimento do mandado de prisão preventiva, e não a data da publicação da sentença condenatória. 
REGRESSÃO:
É a transferência do condenado para regime prisional mais severo do que aquele em que se encontra. 
ex: preso estava no regime semiaberto e passa para o fechado. 
HIPÓTESES: 
Prática de fato definido como crime doloso ou falta grave;
* praticada a falta grave, deve ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme o regulamento do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, nele inserida a prévia oitiva do condenado (súmula 533 do STJ).
* em face da analogia in malam partem, o cometimento de crime culposo ou de contravenção penal não permite a regressão de regime prisional. 
Sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena, torne incabível o regime;
* nessa situação a regressão independe da prévia oitiva do condenado, pois nada de útil poderia ele apresentar em sua defesa.
O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
*ex: condenado que abandona injustificadamente o seu trabalho. 
OBSERVAÇÕES: 
* É POSSÍVEL a regressão por saltos.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA
É o cumprimento da pena antes do trânsito em julgado da condenação. Não há pena definitiva. Há dois tipos: execução provisória de réu preso e execução provisória de réu solto.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE RÉU PRESO:
-Necessita do trânsito em julgado do MP (pois se MP recorrer, a pena poderá ser aumentada no julgamento de seu recurso) ou a pena tiver sido fixada no máximo legal. (SUMULA 716 DO STF)
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE RÉU SOLTO:
 HC 126.292/SP- Quando um tribunal de justiça condenar alguém, ainda que sujeito a recurso especial e extraordinário, não compromete o princípio constitucional da presunção da inocência -> ou seja, pode a execução provisória antes do trânsito em julgado.
Fundamentação:
-a manutenção da sentença condenatória pela segunda instância encerra a análise dos fatos e provas que assentaram a culpa do condenado, o que autoriza o início da execução da pena. 
- a jurisprudência que assegurava a presunção de inocência até o trânsito em julgado de sentença condenatória vinha permitindo indevida e sucessiva interposição de recursos da mais variada espécie, com indisfarçados propósitos protelatórios, visando, não raro, à configuração da prescrição da pretensão punitiva ou executória, já que o último marco interruptivo do prazo prescricional antes do início do cumprimento da pena é a publicação da sentença ou acórdão recorríveis.
AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA
PERMISSÃO DE SAÍDA:
Benefício destinado aos condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto, e também aos presos provisórios. 
Sempre mediante escolta.
Ocorre quando ocorrerem os seguintes fatos: 
I) Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente, ou irmão;
II) Necessidade de tratamento médico, nos casos em que o estabelecimento penal não tiver aparelhado para prover a assistência médica necessária.
A permissão deve ser concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso.
SAÍDA TEMPORÁRIA:
É cabível aos condenados que cumprem pena em regime semiaberto, para saída do estabelecimento penal sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I) Visita à família;
II) Frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do segundo grau ou superior, na comarca do Juízo de Execução;
III) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. 
O benefício da saída temporária não pode ser aplicada ao preso provisório pois ele não é condenado e não cumpre pena privativa de liberdade em regime semiaberto. 
Será concedida pelo Juiz de Execução, ouvidos o MP e a adm penitenciária. 
Depende dos seguintes requisitos CUMULATIVOS: 
I) Comportamento adequado
II) Cumprimento mínimo de 1/6 da pena se o acusado for primário e ¼ se o acusado for reincidente
III) Compatibilidade do benefício com os objetivos da pena
A autorização será concedida por prazo não superior a 7 dias, podendo ser renovada por mais quatro vezes durante o ano. 
Quando se tratar da hipóteses de frequência a curso, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. 
Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 dias de intervalo entre uma e outra.
Há a possibilidade de utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o Juiz de Execução. 
REGRAS DO REGIME FECHADO:
O condenado deve ser alojado em CELA INDIVIDUAL
Fica sujeito a trabalho no período diurno e isolamento durante o repouso noturno (esse trabalho é obrigatório)
O CP admite o trabalho externo, em serviços ou obras públicas (há entendimento que permite em entidades privas, DESDE QUE tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina 
A prestação de TRABALHO EXTERNO depende de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 da pena. 
O preso tem direito à remuneração e aos benefícios da previdência social. 
REGRAS DO REGIME SEMIABERTO:
Deve ser cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar
Pode ser alojado em compartimento coletivo 
O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno
É admissível o trabalho externo, sob vigilância, porém não depende do cumprimento mínimo de 1/6 da pena.
REGRAS DO REGIME ABERTO:
 É cumprida na Casa de Albergado, cujo prédio necessita situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos.
 O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
DIFERENÇA ENTRE PRISÃO ALBERGUE DOMICILIAR E PRISÃO DOMICILIAR
PRISÃO DOMICILIAR: constitui medida cautelar, trata-se de modalidade de prisão provisória, definida como medida substitutiva da prisão preventiva. 
Trata-se de medida cautelar e consisteno recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.
O Juiz só pode aplica-la quando o agente for: 
I) maior de 80 anos
II) extremamente debilitado de doença grave
III) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 06 anos de idade ou deficiência
IV) gestante
V) mulher com filho de até 12 anos de idade incompletos
VI) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados dos filhos até 12 anos de idade incompletos.
PRISÃO ALBERGUE DOMICILAR: representa uma forma especial de cumprimento da pena privativa de liberdade.
Art. 117 da LEP: Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I- Condenado maior de 70 anos;
II- Condenado acometido de doença grave;
III- Condenado com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV-Condenada gestante
SÚMULA VINCULANTE 56: a falta de estabelecimento pena adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. 
*Havendo déficit de vagas, deve ser determinada:
1- saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas
2- a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que saia antecipadamente ou posto em prisão domiciliar por falta de vagas
3- o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que obtenha a progressão ao regime aberto
REMISSÃO:
É o benefício, de competência do juízo de execução, consistente no abatimento de parte da pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo. 
REMISSÃO PELO TRABALHO:
Desconto de 1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho
EXCLUSIVAMENTE em favor do preso que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto
A atividade laborativa do condenado pode ser realizada no estabelecimento penal em que a pena é cumprida, ou então em local externo
O instituto não pode ser aplicado ao condenado que cumpre pena no regime aberto
A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 horas, nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados.
Se o preso, ainda que sem autorização do juízo ou da direção do estabelecimento prisional, efetivamente trabalhar nos domingos e feriados, esses dias deverão ser considerados no cálculo da remição da pena. 
REMISSÃO PELO ESTUDO:
Representa o abatimento de 1 dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, divididas em no mínimo 3 dias, em atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional 
O limite máximo para o estudo do preso é de 4 horas diárias
A Lei 12.433/11, além de assegurar a remição da pena privativa de liberdade pelo estudo aos presos alocados nos regimes fechado e semiaberto, inovou ao permitir o benefício aos condenados que cumprem pena no regime aberto, bem como àqueles que se encontram no período de prova do livramento condicional. 
A atividade de leitura pode ser considerada para fins de remição de parte do tempo de execução da pena
A atividade musical realizada em coral também pode ser considerada para fins de remição. 
REGRAS COMUNS À REMIÇÃO:
Não há limite para a remição
É passível de aplicação a todas as modalidades de crimes, inclusive aos hediondos e equiparados
É possível para os presos provisórios
Se o preso estava trabalhando ou estudando e ficou impossibilitado, por acidente, de prosseguir nos trabalhos ou nos estudos, continuará a beneficiar-se com a remição 
É possível cumular a remição pelo trabalho e pelo estudo, desde que compatíveis entre si, como medida apta a abreviar ainda mais o período de cumprimento da pena
Se o condenado praticar falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar
DETRAÇÃO:
É o desconto na pena privativa de liberdade ou na medida de segurança, do tempo de prisão provisória ou de internação já cumprido pelo condenado. 
Antigamente, a competência da detração era reconhecida exclusivamente pelo juízo da execução. Agora, a detração penal é matéria de competência do juiz de 1ª instância (ou do Tribunal), a ser reconhecida na fase de conhecimento, e não somente na esfera da execução.
É possível a incidência da detração penal nas penas restritivas de direitos de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas... pois são aplicáveis em substituição às penas privativas de liberdade pelo mesmo tempo de sua duração.

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