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Pena Privativa de Liberdade

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As penas privativas de liberdade consistem em 
reclusão, detenção e prisão simples. 
Diferenças 
É destinada às contravenções penais, significando que 
não pode ser cumprida em regime fechado. Comporta, 
portanto, apenas os regimes semiaberto e aberto. 
1. A reclusão é cumprida inicialmente nos regimes 
fechado, semiaberto ou aberto, enquanto a 
detenção só pode ter início no regime semiaberto 
ou aberto; 
2. reclusão pode acarretar como efeito da 
condenação a incapacidade para o exercício do 
pátrio poder, nos crimes dolosos, cometidos contra 
alguém titular do mesmo poder familiar, 
ascendente ou descendente; 
3. A reclusão propicia a internação nos casos de 
medida de segurança, enquanto a detenção 
permite a aplicação do regime de tratamento 
ambulatorial; 
4. A reclusão é cumprida em primeiro lugar; 
5. A reclusão é prevista para crimes mais graves, e, por 
vez, a detenção é reservada para os mais leves; 
6. No processo penal, há a proibição de fiança aos 
delitos apenados com reclusão, cuja pena mínima 
for superior a 2 anos. 
Regime progressivo de cumprimento da pena 
A individualização da pena é consequência natural da 
adoção do princípio constitucional da individualização 
da pena. É feita em três etapas: individualização 
legislativa, individualização judicial e individualização 
executória. Em razão disso, a progressão de regime, 
que é uma forma de incentivo à proposta estatal de 
reeducação e ressocialização do sentenciado, decorre 
da individualização executória. 
 A pena privativa de liberdade será executada 
em forme progressiva, com transferência para regime 
menos rigoroso, quando o preso tiver cumprido ao 
menos 1/6 da pena no regime anterior e ostentar bom 
comportamento carcerário. 
 
 
Os requisitos para a progressão de regime mudam em 
casos de mulher gestante ou que for mãe ou 
responsável por crianças ou pessoas com deficiência 
(art. 112, §3º), e o cometimento de novo crime doloso 
ou falta grave implica na revogação do benefício do §3º 
(art. 112, §4º). 
Critérios para a regressão a regime mais rigoroso: 
a) adaptação do regime: nos termos do art. 111 da LEP, 
se o indivíduo for condenado a uma pena de 6 anos, em 
regime semiaberto, por um processo, e a 4 anos, em 
regime aberto, por outro, é crucial que o juiz da 
execução penal estabeleça um regime único para o 
cumprimento de 10 anos de reclusão, que, aliás, 
demanda o regime fechado. 
b) regressão por falta: nos termos do art. 118, I, da 
mesma lei, o condenado pode ser regredido a regime 
mais rigoroso quando “praticar fato definido como 
crime doloso ou falta grave”. Nesse caso, é preciso 
sustar os benefícios do regime em que se encontra, 
aguardando o trânsito em julgado da condenação. 
Imprescindibilidade do regime fechado: 
O legislador optou por criar uma presunção absoluta 
de incompatibilidade de cumprimento de pena 
superior a oito anos em regime mais brando, impondo-
se inicialmente o fechado (art. 33 §2º, “a”, CP) 
 
Art. 33 
→
 C
ó
d
ig
o
 P
en
al
 
Art. 92, II 
Art. 97 
Art. 69 
Art. 
112, 
é determinada pelo juiz, 
precedida de manifestação 
do MP e defensor 
OBS: 
O condenado reincidente deve iniciar o cumprimento 
da pena sempre no regime fechado. Inclusive, é 
entendimento da doutrina e jurisprudência que o 
reincidente não pode receber outro regime, que não o 
fechado. 
 
 
 
 
 
Essa posição harmoniza-se com o entendimento de 
que pens curtas, quando cumpridas em regime 
fechado, somente deterioram ainda mais o caráter e a 
personalidade do sentenciado, produzindo mais 
efeitos negativos do que positivos. 
Utilização do artigo 59 do CP 
O emprego do dispositivo é múltiplo, valendo para 
vários momentos diferentes da individualização da 
pena. Portanto, essas circunstâncias previstas são 
utilizadas desde o momento de escolha do montante 
da pena privativa de liberdade, passando pela eleição 
de regime, até culminar na possibilidade de 
substituição da PPL pela PRD ou multa e outros 
benefícios. 
Exigência da reparação do dano ou devolução do 
produto do ilícito para a progressão de regime 
É mais um empecilho a progressão de regime, 
introduzido pela Lei n. 10.763/2003, demandando que 
um condenado por crime contra a administração 
pública, seja obrigado a reparar previamente o dano 
causado ou devolver o produto do ilícito (art. 33, §4º, 
CP). 
Doutrina entende se tratar de inconstitucionalidade, 
ferindo não somente a finalidade da pena, como 
prejudicando a individualização, uma vez que a 
finalidade da pena é a reeducação e ressocialização, 
não tendo relação necessária com a reparação do 
dano. Entretanto, o STF considera o dispositivo 
constitucional. 
 
 
 
Regime fechado 
» O condenado é submetido, no início do cumprimento 
da pena, a exame criminológico de classificação para a 
individualização da execução; 
» Deve trabalhar durante o dia e ficar isolado durante 
o repouso noturno; 
» O trabalho deve ser realizado dentro do 
estabelecimento prisional, salvo exceções; 
» O trabalho também pode se desenvolver para 
entidades privadas, desde que com a concordância do 
preso; 
» A imposição do regime deve ser fundamentada pelo 
juiz; 
 
Pena fixada no mínimo e regime prisional mais severo 
Quando o juiz fixa a pena no mínimo legal, havendo 
possibilidade de estabelecer o regime semiaberto ou 
aberto, poderia aplicar o fechado? A) quando fixada no 
mínimo legal, porque todas as circunstâncias são 
favoráveis, não há razão para estabelecer regime 
fechado; B) a fixação da pena no mínimo não leva, 
necessariamente, ao regime mais brando, pois os 
requisitos do artigo 59 devem ser analisados em duas 
fases. 
Em regra, recendo a pena no mínimo, o regime 
também deve ser mais favorável. Em situações 
excepcionais, pode-se estabelecer pena no mínimo e 
regime mais severo. (SÚMULA 719 DO STF) 
 
Local de cumprimento da pena 
É a penitenciária. O condenado é alojado em cela 
individual, contendo dormitório, aparelho sanitário e 
lavatório, com salubridade e área mínima de seis 
metros quadrados. 
 
Regime Disciplinar Diferenciado 
Em síntese, é caracterizado pelo seguinte: 
Súmula 269 do STJ: permite que o magistrado, 
no caso concreto, emita juízo de valor acerca 
das condições pessoais do réu, valendo-se das 
circunstâncias previstas no art. 59, para inseri-
lo, a despeito da reincidência, no regime 
semiaberto, mais condizente com penas não 
superiores a 4 anos. 
→ Duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de 
repetição da sanção por nova falta grave de mesma 
espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada; 
→ Recolhimento em cela individual; 
→ Visitas semanais de 2 pessoas, sem contar crianças, 
com duração e 2 horas; 
→ Direito de saída da cela para banho de sol por duas 
horas diárias. 
Introduzido pela Lei n. 10.792/2003, a esse regime são 
encaminhados os presos que praticarem fato previsto 
como crime doloroso, considerado falta grave, desde 
que ocasione a subversão da ordem ou disciplina 
interna, sem prejuízo da sanção penal cabível. O 
regime é válido para condenados ou presos 
provisórios. 
Hipóteses para a inclusão no RDD: 
1. Quando o preso provisório ou condenado praticar 
fato previsto como crime doloso, conturbando a ordem 
a e a disciplina interna do presídio onde se encontre; 
2. Quando o preso provisório ou condenado 
representar alto risco para a ordem e a segurança do 
estabelecimento penal ou da sociedade; 
3. Quando o preso provisório ou condenado estiver 
envolvido com organização criminosa, quadrilha ou 
bando, bastando fundada suspeita. 
Trabalho externo do condenado: 
Somente é admissível no regime fechado, em serviços 
ou obras públicas realizadas por órgãos da 
administração direta ou indireta, em regra. 
Eventualmente, pode ser feito em entidades privadas 
desde que sob vigilância. 
O trabalho é remunerado e, quando for realizado em 
entidades privadas,depende do consentimento 
expresso do preso. 
Para ser autorizada essa modalidade de trabalho, 
torna-se indispensável o cumprimento de, pelo menos, 
1/6 da pena (arts. 36 e 37, LEP). 
 
Regime Semiaberto 
Deve ser cumprido em colônia penal agrícola ou 
industrial, ou estabelecimento similar (art. 35, CP). 
O condenado fica sujeito ao trabalho durante o dia, 
podendo frequentar cursos profissionalizantes, de 
instrução de segundo grau ou superior. Admite-se o 
trabalho externo, desde que haja merecimento do 
condenado. Não há mais isolamento noturno. 
 
Saídas temporárias e trabalho externo: 
O trabalho externo é admissível, em caráter 
excepcional. As saídas temporárias, sem fiscalização 
direta, somente poderão ser feitas para frequência a 
curso supletivo profissionalizante ou de instrução do 
segundo grau ou superior, na comarca do Juízo da 
Execução. 
Ainda, podem ocorrer saídas sem vigilância para visitas 
à família ou para participação em atividades 
concorrentes para o retorno ao convívio social. A 
autorização depende de comportamento adequado do 
sentenciado, cumprimento mínimo de 1/6 da pena(se 
primário) ou de ¼ (se reincidente) e compatibilidade do 
benefício com os objetivos da pena. 
 Súmula 40 STJ 
 
Situação do índio: a regra geral para índios 
condenados, por qualquer delito, independentemente 
da pena, deve ser o regime semiaberto. (art. 56, § único 
da Lei n. 6.001/73) 
Regime aberto 
Tem como base a autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado (art. 36, CP). 
» O condenado deve recolher-se, durante o repouso 
noturno, à Casa do Albergado ou estabelecimento 
similar, sem rigorismo de uma prisão, desenvolvendo 
atividades laborativas externas durante o dia; 
» Nos dias de folga, deve ficar recolhido; 
» A Casa do Albergado deve ser um prédio situado em 
centro urbano, sem obstáculos físicos para evitar fuga, 
com aposentos para os presos e local adequado para 
cursos e palestras; 
Hipóteses de regressão do regime: 
❶ Prática de fato definido como crime doloso; 
❷ Frustração dos fins da execução; 
❸ Não pagamento de multa cumulativamente 
aplicado, podendo fazê-lo; 
❹ Condenação por crime anteriormente praticado, 
mas que torne a soma das penas incompatível com o 
regime. 
Inviabilidade de fixação de penas restritivas de 
direitos como condição do regime aberto: 
O estabelecimento cumulativo de regime aberto, que é 
pena privativa de liberdade, com a restritiva de direitos 
é ilegal. É a Súmula 493 do STJ: “É inadmissível a fixação 
de pena substitutiva (art. 44, CP) como condição 
especial ao regime aberto”. 
Direitos do preso 
• Direito à visita íntima; 
• Direito de cumprir a pena no local do seu domicílio; 
• Disposição constitucional de proteção ao preso; 
• Direito do preso à execução provisória da pena. 
Trabalho do preso 
O trabalho obrigatório faz parte da laborterapia 
inerente à execução da pena do condenado que 
necessita de reeducação. Por outro lado, a CF veda a 
pena de trabalhos forçados, o que significa que não se 
pode exigir do preso o trabalho sob pena de castigos 
corporais e sem qualquer benefício ou remuneração. 
Trabalho do Preso e Remição 
Remição é o resgate da pena pelo trabalho ou estudo, 
permitindo-se o abatimento do montante da 
condenação, periodicamente, desde que se constate 
estar o preso em atividade laborativa ou estudantil. 
Superveniência de doença mental 
Apesar de poder levar à conversão da pena em medida 
de segurança, nos termos do disposto no art. 41 do CP, 
em combinação com o 183 da LEP, não pode ser por 
tempo indeterminado, respeitando-se o final da sua 
pena. Se a doença for curável e passageira, não há 
necessidade de conversão, mas tão somente a 
transferência do preso para tratamento em hospital 
adequado, por curto período. 
Detração 
É a contagem no tempo da pena privativa de liberdade 
e da medida de segurança do período em que ficou 
detido o condenado em prisão provisória, no Brasil ou 
no exterior, de prisão administrativa ou mesmo de 
internação em hospital de custódia e tratamento. 
Cômputo da prisão provisória na medida de 
segurança 
O desconto deve ser feito no prazo mínimo de 
internação ou tratamento ambulatorial (1 a 3 anos), e 
não no tempo total de aplicação da medida de 
segurança.

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