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DPC_DIRPENAL_AULA10

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DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL 
Direito Penal 
Geovane Moraes 
 
1 
CONTINUAÇÃO DA AULA ANTERIOR 
 
ERRO QUANTO A CAUSA GERADORA DO 
RESULTADO (Aberratio causae) 
 
ERRO DETERMINADO POR TERCEIROS 
 
§ 2º do art. 20 do CP - Responde pelo 
crime o terceiro que determina o erro. 
- Autoria mediata; 
- Autoria imediata; 
 
ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
 Art. 21 do CP - O desconhecimento da lei 
é inescusável. O erro sobre a ilicitude do 
fato, se inevitável, isenta de pena; se 
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a 
um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o 
erro se o agente atua ou se omite sem a 
consciência da ilicitude do fato, quando 
lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou 
atingir essa consciência. 
 
EXCLUDENTES DE ILICITUDE 
 
OBSERVAÇÃO INICIAL 
 
- O ordenamento jurídico brasileiro, para 
fins de estabelecimento da relação entre 
tipicidade e ilicitude, segue a TEORIA DA 
INDICIARIEDADE (ou ratio cognoscendi); 
- Existindo comprovação de Tipicidade, 
passa a existir indícios de Ilicitude. Caso a 
defesa alegue existência de situação 
excludente de ilicitude, o ônus da prova 
passa a ser seu; 
 
 
 
 
 
ESTADO DE NECESSIDADE 
 
Art. 24 - Considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para 
salvar de perigo atual, que não provocou 
por sua vontade, nem podia de outro modo 
evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era 
razoável exigir-se. 
 
§ 1º - Não pode alegar estado de 
necessidade quem tinha o dever legal de 
enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o 
sacrifício do direito ameaçado, a pena 
poderá ser reduzida de um a dois terços. 
 
Temas Cabulosos 
 
- Para o CP, o Estado de Necessidade 
é justificante – exclui a ilicitude, 
exculpante – exclui a culpabilidade, ou os 
dois? 
- O CP, para fins de reconhecimento 
do Estado de Necessidade segue a Teoria 
Diferenciadora ou a Teoria Unitária? 
- O que é Estado de Necessidade 
recíproco? 
 
TEMA ALTAMENTE CABULOSO 
 
- Qual posicionamento adotar em relação 
ao furto famélico? 
 
HC 119672 / SP - SÃO PAULO 
Relator(a): Min. LUIZ FUX 
Julgamento: 06/05/2014 
Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação: 03-06-2014 
 
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. 
HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA 
ATO DE MINISTRO DE TRIBUNAL 
SUPERIOR. INCOMPETÊNCIA DESTA 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes 
 
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CORTE. TENTATIVA DE FURTO. ART. 155, 
CAPUT, C/C ART. 14, II, DO CP). 
REINCIDÊNCIA. PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. 
FURTO FAMÉLICO. ESTADO DE 
NECESSIDADE X INEXIGIBILIDADE DE 
CONDUTA DIVERSA. SITUAÇÃO DE 
NECESSIDADE PRESUMIDA. ATIPICIDADE 
DA CONDUTA. HABEAS CORPUS 
EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA 
ELEITA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
 
... A atipicidade da conduta está 
configurada pela aplicabilidade do 
princípio da bagatela e por estar 
caracterizado, mutatis mutandis, o furto 
famélico, diante da estado de necessidade 
presumido evidenciado pelas 
circunstâncias do caso. 5. O furto famélico 
subsiste com o princípio da 
insignificância, posto não integrarem 
binômio inseparável. É possível que o 
reincidente cometa o delito famélico que 
induz ao tratamento penal benéfico. 
 
6. Os fatos, no Direito Penal, devem ser 
analisados sob o ângulo da efetividade e 
da proporcionalidade da Justiça Criminal. 
Na visão do saudoso Professor Heleno 
Cláudio Fragoso, alguns fatos devem 
escapar da esfera do Direito Penal e serem 
analisados no campo da assistência 
social, em suas palavras, preconizava que 
“não queria um direito penal melhor, mas 
que queria algo melhor do que o Direito 
Penal”. (...) 
 
AINDA NESTE SENTIDO 
 
STJ HC 227474 / MG 
Relator(a): Ministra ALDERITA RAMOS DE 
OLIVEIRA (DESEMBARGADORA 
CONVOCADA DO TJ/PE) (8215) 
SEXTA TURMA 
Data da Publicação: 01/07/2014 
 
Ementa: DIREITO PENAL. HABEAS 
CORPUS. FURTO QUALIFICADO. (1) 
IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA DE 
RECURSO ORDINÁRIO. IMPROPRIEDADE 
DA VIA ELEITA. (2) INSIGNIFICÂNCIA NO 
CONTEXTO DE CRIME FAMÉLICO. 
PROSSEGUIMENTO DA PERSECUÇÃO 
PENAL. IMPOSSIBILIDADE, SEJA PELA 
ATIPICIDADE MATERIAL, SEJA PELA 
INCIDÊNCIA DA CAUSA DE 
JUSTIFICAÇÃO ESTADO DE 
NECESSIDADE. HABEAS CORPUS NÃO 
CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE 
OFÍCIO. 
 
... Na espécie, além de a subtração referir- 
se a um punhado de moedas, doze reais, o 
paciente (morador de rua) confessou o 
assenhoramento do numerário, 
posteriormente reconduzido à posse da 
vítima, que seria destinado à aquisição de 
gêneros alimentícios. (...) 
 
 
 
 
LEGÍTIMA DEFESA 
 
 Art. 25 - Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele injusta agressão, atual 
ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 
 
 
TEMAS CABULOSOS 
 
- É possível legítima defesa 
recíproca? 
- É possível legítima defesa 
sucessiva? 
- É possível legítima defesa em face 
de agressão promovida por inimputável? 
- É possível legítima defesa contra 
quem age em estado de necessidade? 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes 
 
3 
- A legítima defesa engloba o erro na 
execução? 
- Qual a natureza jurídica dos 
ofendículos? 
 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER 
LEGAL 
 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO

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