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BOVINOCULTURA DE LEITE: ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA VACAS NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO, BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO, BALANÇO PROTEICO NEGATIVO, QUALIDADE DO LEITE, MASTITE E FATORES QUE AFETAM A C

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16/10
ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS PARA VACAS NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO
Período de transição corresponde a 21 dias pré-parto + 21 dias pós-parto.
A vaca terá alguns problemas, o principal é o BEN, que ocorre em TODOS OS ANIMAIS e dependendo da sua intensidade, pode causar outros problemas.
21 DIAS PRÉ-PARTO
- Queda do CMS – útero gravídico (útero, placenta, feto e líquidos fetais) comprime o rúmen e há aumento do nível de hormônios, como o estrógeno;
Peso do útero:
140 dias de gestação: 10kg
270 dias de gestação: 80kg
- Aumento das exigências de gestação – útero muito grande precisando de energia e aminoácidos  O que a vaca come não é suficiente para suprir as exigências.
21 DIAS PÓS-PARTO
- CMS baixo;
- Exigências de lactação – dependendo da produção, pode ser até maior que a exigência de gestação;
Fase crítica para vacas leiteiras de média a alta produção de leite;
*Exigência de gestação passa a ser considerada a partir de 190 dias  Quando o consumo passa a diminuir.
BALANÇO ENERGÉTICO NEGATIVO
Ocorre quando a exigência de energia é maior que o consumo de energia da vaca e o animal passa a mobilizar suas reservas transformado triacilglicerídeos em NEFA.
Exemplos
a) Vaca holandesa de 700kg
21 dias pré-parto (NÃO ESTÁ DANDO LEITE)
CMS estimado pelo NRC  6,46kg/dia
Alimentada apenas com silagem de milho, o déficit em NDT = 2,44kg ou 40% da exigência  Animal começa a quebrar reservas (triglicerídeos no tecido adiposo), que irão para o fígado produzir glicose/energia.
b) Vaca holandesa de 700kg
15 dias pós-parto
Produzindo 35L/dia
CMS estimado pelo NRC  19,71kg MS/dia
Alimentada com:
Silagem de milho: 30kg
Ração: 12kg
Déficit em NDT = 0kg
*NÃO É ISSO QUE ACONTECE, POIS ESSA VACA AINDA NÃO CONSEGUE CONSUMIR 20KG MS (15 DIAS PÓS-PARTO), APENAS 15KG MS  PRECISA-SE AJUSTAR AS QUANTIDADES: SILAGEM DE MILHO: 25KG MN/dia + RAÇÃO: 9KG MN/dia  DÉFICIT EM NDT = 3KG OU 12% DA EXIGÊNCIA*
DESORDENS METABÓLICAS NA FASE DE TRANSIÇÃO
Ocorrem quando o BEN é muito intenso  Animais quebram gordura, por isso, precisam estar com ECC adequado para manter a % de gordura necessária para o período de transição.
> Ocorrem devido a BEN intenso:
a) CETOSE
Ocorre quando a vaca possui alta exigência energética, mas consome pouca energia, o que leva a BEN, fazendo com o que o animal precise mobilizar suas reservas de gordura, ou seja, quebrar Triacilglicerídeos (AGNE ligados a uma móléculo de glicerol) em AGNE (NEFA), que ficarão livres para ir para o fígado, onde podem:
1. GERAR ATP – uma parte;
2. FORMAR CORPOS CETÔNICOS (BETAHIDROXIBUTIRATO E ACETOACETATO) – podem ser usados como energia por todo o corpo do animal, inclusive no cérebro, porém, em excesso é prejudicial, podendo afetar o sistema nervoso do animal, diminuir o consumo e a produção de leite;
3. TRANSFORMADO NOVAMENTE EM TG – causa Estetose Hepática, por isso, quando o animal possui o fígado gorduroso ele já apresenta cetose;
4. VLDL – lipoproteína de baixa densidade (colesterol ruim)  Pode ir para a glândula mamária, mas em pequena quantidade, pois o fígado de ruminantes não produz muito.
- PARA ANIMAIS DE ECC = 3, OS PROCESSOS PODEM ACONTECER, PORÉM, PROVAVELMENTE NÃO CHEGARÃO A FASE DE TRANSFORMAÇÃO EM TG, POR ISSO, ESSES ANIMAIS NÃO TERÃO MUITOS PROBLEMAS METABÓLICOS;
- PARA ANIMAIS DE ECC A PARTIR DE 3,75 (ULTRAPASSOU O LIMITE), MUITA GORDURA SERÁ QUEBRADA E TODOS OS PROCESSOS IRÃO OCORRER, POR ISSO, ANIMAIS GORDOS TÊM MAIS CHANCES DE TER PROBLEMAS METABÓLICOS NO PÓS-PARTO;
- PARA ANIMAIS DE ECC = 2, POUCA GORDURA SERÁ QUEBRADA E NÃO TERÃO PROBLEMAS METABÓLICOS, MAS HAVERÁ QUEBRA DE TECIDO MUSCULAR, GERANDO BALANÇO PROTEICO NEGATIVO.
b) ESTEATOSE HEPÁTICA (SÍNDROME DO FÍGADO GORDUROSO)
Fígado comprometido  Produção de leite do animal cai.
> Consegue-se prevenir apenas com manejo alimentar:
- Acidose;
- Laminite;
- Deslocamento de abomaso;
- Hipocalcemia;
ESTRATÉGIAS
FORNECER ALIMENTO EM EXCESSO?
O manejo foi indiferente para vacas e novilhas, pois o comportamento dos animais foi o mesmo.
A VONTADE (15KG MS) X RESTRITO (7KG MS)
No período seco, os animais com comida a vontade comeram mais. Devido a isso, engordaram (mais gordura = mais leptina) e assim que pariram, não conseguiram comer muito no pós-parto, devido a limitação de consumo promovida pela leptina  Entram em BEN mais severo, pois precisaram quebrar gordura para produzir energia;
*VACAS COM ECC ELEVADO COMEM MENOS, PRODUZEM MENOS LEITE, QUEBRAM MAIS GORDURA, PRODUZEM MAIS NEFA (INDICATIVO DE POSSÍVEL CETOSE), POSSUEM MENOS GORDURA NO LEITE(*) E PRODUZEM MAIS TG NO FÍGADO (FÍGADO GORDUROSO)*
(*)Gordura do leite advém da dieta e do corpo do animal, por isso, se o animal não tem gordura, o leite também não terá!
No período pós-parto, os animais restritos comeram mais, já que não comeram muito no período seco, MANTENDO O ECC IDEAL (menos gordura = menos leptina = menor limitação de consumo). Consequentemente, produziram mais leite.
(*)Restringir = não deixar a vaca engordar, fornecer apenas o necessário.
O ECC IDEAL NO MOMENTO DO PARTO É ESSENCIAL PARA QUE A LACTAÇÃO TENHA UM INÍCIO SEM GRANDES COMPLICAÇÕES
Vacas que parem com ECC elevado (>3,5):
- Demoram mais para atingir o pico de CMS;
- Perdem mais peso;
- Ficam mais propícias a distúrbios metabólicos pós-parto.
ALTERAÇÕES NO ECC NA FASE DE TRANSIÇÃO
1. Animais que ganharam ECC
ECC 2,5  3,0
2. Animais que manteram ECC
ECC 2,75
3. Animais que perderam ECC
ECC 3,0  2,5
PRODUÇÃO DE LEITE
Até o pico da lactação, a produção de leite foi igual para os animais. Após o pico, os animais que ganharão ECC produziram mais e, consequentemente, tiveram maior produção no final da lactação.
NEFA
Animais que perderam ECC tiveram maior [ ], pois tiveram que mobilizar reservas;
Animais que ganharam ECC mantiveram menor [ ].
BHBA
Animais que ganharam ECC tiveram menor [ ].
SANIDADE
Vacas que perderam peso tiveram maior incidência de mastite.
REPRODUÇÃO
Vacas que ganharam ECC tiveram maior % de prenhez  Ovularam mais cedo após o parto;
Vacas que perderam ECC demoraram mais a ovular no pós-parto.
MANEJO IDEAL
Manter o ECC = 3,0
Não tentar diminuir o ECC de vacas gordas (ECC >= 3,75)
Aumentar o ECC de vacas magras (ECC = 2,5)
*Muitas fazendas já acham o ECC 3,0 muito alto e trabalham com ECC 2,75*
NUTRIÇÃO BÁSICA
20 pontos:
1. Não deixar faltar alimentos por mais de 2 horas;
2. Manter sempre alimento fresco no cocho (avaliar odor e aparência);
3. Manter cochos sempre limpos (evitar presença de fungos e material estragado);
4. Evitar competição no cocho, oferecendo pelo menos 80 cm de cocho por animal;
5. Locar o bebedouro a no máximo 15 metros do cocho;
6. Procurar locar os pontos de sombra perto do cocho e do bebedouro;
7. Oferecer sombra sobre o cocho e, se possível, sobre o bebedouro;
8. Evitar ou minimizar camada de barro em volta do cocho;
9. Evitar sol sobre o alimento (locar estrutura no sentido leste-oeste);
10. Avaliar criticamente o conforto dos animais;
11. Nas épocas de estresse térmico, oferecer alimento nas horas mais frescas do dia;
12. É preferível trabalhar com baias de parição para redução do estresse;
13. Implementar programa de casqueamento das vacas pelos menos 2 vezes por ano;
14. Evitar alimentos pouco palatáveis;
15. Utilizar forrageiras da melhor qualidade possível;
16. Evitar mudanças bruscas de ingredientes nesta fase;
17. Evitar mudanças bruscas de ambiente nesta fase (de piso, por exemplo);
18. Se possível, separar as vacas de primeira cria de animais adultos;
19. É desejável trabalhar com ração completa;
20. Utilizar os mesmos ingredientes utilizados no pré-parto (mas não a mesma dieta).
NUTRIÇÃO AVANÇADA
Utilizar estratégias nutricionais que terão ação mais eficiente, mas só darão respostas caso as estratégicas básicas forem feitas;
Utilizadas apenas no período de transição;
Para animais queproduzem 30L, deve-se usar menos estratégias, como monensina, virginiamicina e gordura protegida. Para animais com maior produção (40L), pode-se utilizar niacina e levedura também.
 MONENSINA
É um aditivo, ou seja, produto sem valor nutricional, melhorador de desempenho.
Rúmen:
Bactérias Gram –: transformam o [ ], produzindo C3 (propionato)  Vai para o fígado e vira glicose/energia, além de aumentar a produção de leite;
*Problema: leite terá menor % de gordura.
Bactérias Gram +: transformam a fibra/volumoso, produzindo, principalmente, C2 (acetato) e C4 (butirato)  Há perda de carbono na forma de CH4 e CO2 (liberados pela eructação).
Monensina é um ionóforo (forma de ação via íons) usado para diminuir o número de bactérias gram + do rúmen. Como? Se liga ao Na+ e o joga para dentro da bactéria Gram + (sem proteção adicional na parede), que em condições normais possui mais K+ no LIC e, devido a isso, morre exaustão/falta de energia, que gasta para tentar expulsar o Na+.
*Por se um antibiótico, não deve ser dado durante toda a lactação do animal, pois causa resistência nas bactérias e o animal não responde mais aumentando a produção de leite  Deve ser usado no máximo por 120 dias*
Além disso, diminui os problemas metabólicos, pois potencializa a produção de propionato (através da eliminação de bactérias Gram + e presença apenas de Gram -) e, consequentemente, de glicose no fígado, evitando a quebra de gordura do tecido adiposo do animal.
*Problema: a gordura do leite diminui, pois a produção de acetato será menor  Pode ser um problema em outras fases de produção da vaca (nessa fase, a preocupação é a saúde da vaca), se o produtor receber bonificação por % de gordura no leite.
EFEITOS:
- Diminuição de BHBA;
- Diminuição do NEFA;
*Diminui a intensidade do BEN
- Aumento da glicose sanguínea.
O que ocorre na prática?
Vacas de alta produção (início da lactação) recebem dieta com monensina. Para vacas de baixa produção (final da lactação), quando a dieta muda, a monensina não é mais fornecida.
*Óleos essenciais são substitutos da monensina.
17/10
GORDURA PROTEGIDA
Gordura diminui a intensidade do BEN, pois evita que a gordura do tecido adiposo do animal seja quebrada, consequentemente, aumentou a produção de leite e manteve a produção de glicose do animal.
*Gordura vegetal, devido a gordura animal poder causar a Doença da Vaca Louca.
Exemplo
C18:3 – n3 (ácido graxo insaturado): fazem bem para a saúde humana, mas para as vacas não, pois interfere na saúde ruminal, devido a dupla ligação (insaturação), que não consegue ser aproveitada pelas bactérias ruminais e acaba sendo tóxica  Enzimas bacterianas fazem biohidrogenação ruminal, ou seja, quebram as duplas ligações (C18:0) para que o ácido graxo consiga ser aproveitado no intestino (aproveitamento de cerca de 95% nessa fase, pois o animal está precisando de energia) e não seja tóxico ao rúmen.
Por isso, para que não ocorram problemas de intoxicação nos animais, a gordura deve ser fornecida de maneira protegida, com uma capa de sais de cálcio.
NIACINA
Precursora da coenzima NAD-NADP, envolvida em vias catabólicas e anabólicas.
EFEITOS:
- Redução do NEFA, ou seja, menos gordura foi quebrada  Menor incidência de problemas metabólicos, como a cetose;
- Reduz o TG no fígado  Diminui a chance de Esteatose Hepática;
- Potencializa o metabolismo  Maior aproveitamento dos nutrientes ingeridos  Menor quebra de gordura pelo animal;
- Reduz [ ] de BHBA  Menor incidência de cetose.
LEVEDURA
Fungo;
Produto da cana de açúcar;
EFEITOS:
- Aumento do pH ruminal  Previne acidose;
- Aumento dos AGV produzidos no rúmen  Mais energia para o animal;
- Aumentou a digestibilidade da MO (nutrientes)  Melhor aproveitamento da dieta;
- Aumentou o CMS, por ser muito palatável e por melhorar a digestibilidade (aumenta a taxa de passagem);
- Aumenta a produção de leite em 1,2L;
- Aumenta a gordura do leite.
DRENCH
Mistura de propilenoglicol (glicose prontamente disponível) e minerais;
R$40,00 por vaca;
Entraves: fornecimento (caso precise passar a sonda) e custo;
Fornecido diluído na água morna;
Se não for ingerido por vontade própria, deve-se passar a sonda;
Previne:
- Cetose;
- Esteatose hepática;
- Hipocalcemia;
- Principalmete, torção de abomaso – os 20L ingeridos enchem o rúmen;
ACIDOSE
Ocorre quando o há menor teor de forragem na dieta, o que leva a menor produção de saliva  Menor [ ] de tamponante no rúmen;
Sinais clínicos: fezes esponjosas e muita oscilação no consumo do animal.
*QUANTO MAIOR O TEOR DE FIBRA NA DIETA, MAIOR É A PRODUÇÃO DE SALIVA PELO ANIMAL, DEVIDO A RUMINAÇÃO. PORÉM, ANIMAIS QUE PRODUZEM MUITO RECEBEM MENOS VOLUMOSO/FIBRA E MAIS [ ]*
pH ruminal < 6,2
- Inibe a taxa de digestão, diminuindo a taxa de passagem;
- Aumenta o tempo de colonização para degradação da parede celular.
O QUE CAUSA ACIDOSE?
- Teor de amido elevado: acima de 25%;
- FDN baixo: abaixo de 25%.
Alternativas
- Diminuir a inclusão de milho na dieta;
- Utilizar polpa cítrica, caroço de algodão e casca de soja.
TAMPONANTES ALTERNATIVOS
Utilizados para vacas que produzem muito leite (> 25L/dia).
- Bicarbonato  Aumenta a gordura do leite (indicativo de que o pH está bom)  Ação mais rápida, diminui a acidose rapidamente;
- Óxido de magnésio  Ação mais lenta, mantém o pH ruminal bom por mais tempo. Deve ser fornecido metade da quantidade de bicarbonato.
Quando devem ser usados?
Para animais com menor produção, a quantidade de silagem fornecida é alta em relação a de [ ] (70:30), por isso, somente a saliva produzida já produz tamponante suficiente para manter o pH ruminal.
VIRGINIAMICINA
Não é um ionóforo;
Mata bactérias Gram + inibindo sua síntese proteica  Mecanismo parecido com o da Monensina;
Além disso, possui função tamponante, pois mata bactérias produtoras de ácido lático;
Aumenta a produção de leite, pois deixa a vaca mais eficiente na produção de propionato;
Problema: não age por tanto tempo, apenas por 60 dias (contra 100 da Monensina).
LAMINITE
Ocorre quando há um problema muito grave de acidose e algumas bactérias morrem, liberando toxinas no rúmen que, via corrente sanguínea, vão parar no casco.
DESLOCAMENTO DE ABOMASO
DUAS ESTRATÉGIAS PARA PREVENIR:
1. No pré-parto: como a vaca seca não recebe ração, as papilas ruminais ficam atrofiadas, por isso, deve-se fornecer pouca ração durante o pré-parto (2kg por 21 dias) para que as papilas ruminais voltem a sua atividade normal. Se as papilas ruminais continuarem atrofiadas, o alimento fornecido não será aproveitado no rúmen e irá para o abomaso, onde ficará retido, produzindo gás;
2. No pós-parto: Drench.
HIPOCALCEMIA
Ocorre quando animal retira Ca+ dos ossos e do músculo para o parto e produção de leite
R$40,00 para prevenção.
DIETA ANIÔNICA
*Normalmente, a dieta da vaca é catiônica*
Promove acidose metabólica e ativa o PTH;
2-3kg  Fornecida 21 dias antes do parto  Diminui o pH sanguíneo, promovendo leve acidose metabólica  Ativação do PTH  Maior aproveitamento do Ca+ da dieta  Animal não precisa retirar ou retira menos Ca+ dos ossos e músculos.
*Durante o período em que o animal está seco, os receptores do PTH são inativados*
DCAD Dieta aniônica = -12  Dieta negativa devido a adição de sulfatos e cloretos, que diminuem o pH sanguíneo do animal;
Dieta aniônica = Acidose metabólica = Ativação do PTH
DCAD Dieta normal = +30.
Caso a hipocalcemia ocorra, é necessário administrar Ca+ na veia do animal  Cuidado, pois deve ser administrado devagar, para evitar a morte do animal devido a ação do Ca+ sobre o coração.
*É MELHOR REALIZAR A PREVENÇÃO*
NÃO É RECOMENDADA PARA TODAS AS VACAS, APENAS PARA AS QUE DÃO MAIS LEITE. TAMBÉM NÃO É RECOMENDADA PARA NOVILHAS, POIS DEVIDO A ESTAREM CRESCENDO, OS RECEPTORES DO PTH CONTINUAM ATIVOS.
23/10
BALANÇO PROTEICO NEGATIVO
Pode ou não acontecer durante o período de transição. Diferente do energético, que sempre acontece.Balanço energético negativo
x
Balanço proteico negativo
Dietas para vacas leiteiras: alto teor de PB  Alto custo. Poderia acontecer caso tivéssemos alimentos com baixo custo e sem preocupação ambiental (multas e bonificações).
Proteína bruta em excesso  Aumento dos custos com a dieta;
 Aumento do impacto ambiental.
Como resolver esse problema?
Diminuindo a PB em até 1,5%  Antes 19%, agora 17,5%  Poderia causar balanço proteico negativo?
QUANDO PODE OCORRER?
3 situações:
Balanço energético negativo intenso
Ex.: Vaca magra com muito potencial genético para produzir leite  Vai quebrar músculo para virar energia
Falta de aa’s para o feto e para a síntese de leite
A principal fonte de energia para o feto são aa’s  Se a dieta estiver errada, o animal pode quebrar músculo;
Falta de aa’s na dieta  Animal quebra músculo para síntese do leite.
Sistema imune prejudicado
Geralmente ocorre no período de transição, devido as alterações metabólicas  Animal necessita de glutamina, aa importante para as células de defesa, por isso, pode quebrar o músculo para conseguí-lo.
PRÉ E PÓS-PARTO
Baixo CMS:
1)Diminuição do espaço ruminal;
2)Fatores hormonais;
3)Menor funcionamento das papilas ruminais.
Colostro e leite produzido Falta de PM Quebra de tecido muscular
A QUEBRAR DE TECIDO MUSCULAR É UM PROBLEMA?
Nas primeiras 6 semanas pós-parto, a mobilização de proteína varia entre 8-21kg;
1kg de tecido muscular contém 25% de PB 21kg de PB = 84kg de tecido muscular mobilizado;
Ponto crítico: 7 dias pós-parto, onde os animais quebraram 600g de PB *PROBLEMA SÉRIO*
RETORNO AO BALANÇO ENERGÉTICO POSITIVO
3ª semana pós-parto;
Vacas de alta produção 1kg de tecido muscular mobilizado ao dia Glândula mamária AA’s e glicose Leite.
*MELHOR CENÁRIO: ANIMAL NÃO ESTÁ DOENTE E O RETORNO OCORRE MAIS RAPIDAMENTE*
AMINOÁCIDOS GLICOGÊNICOS
Ex.: Alanina;
São convertidos a Glicose no fígado, contribuindo para o suprimento insuficiente de energia.
Mobilização em excesso:
- Aumenta os riscos de desordens metabólicas;
- Disfunção imune;
- Desempenho prejudicado.
Rúmen
PB: 
PNDR  Intestino AA’s Tecido muscular (eficiência de 64%) AA’s Fígado Glicose Glândula mamária Leite;
 Glândula mamária Leite;
PDR  PDR + Energia  Proteína microbiana  Intestino  AA’s  Tecido muscular (eficiência de 80% melhor qualidade) AA’s Fígado Glicose Glândula mamária Leite;
 Glândula mamária Leite;
*DEVIDO A DISFUNÇÃO, OS AA’S DO TECIDO MUSCULAR VÃO PARA O FÍGADO E, ATRAVÉS DE GLICONEOGÊNESE, FORMAM GLICOSE, QUE VAI PARA GLÂNDULA MAMÁRIA PARA FORMAR O LEITE. OS AA’S TAMBÉM PODEM IR DIRETO PARA A GLÂNDULA MAMÁRIA A PARTIR DO TECIDO MUSCULAR*
FUNÇÃO IMUNE E STATUS PROTEICO
Vacas de alta produção passam por período de imunossupressão durante o periparto.
Falta de proteína  Prejudica a função imune do animal, aumentando o risco de doenças
A exigência de AA’s para o SI (proliferação de células imunes, produção de citocinas e anticorpos) é mínima, quando comparada a lactação, por exemplo. Porém, é uma quantidade de aa’s específicos, por exemplo, Glutamina, que é fonte de energia. Por isso, o animal acaba quebrando tecido para utilizar apenas um aa.
Glutamina
Fornece precursores para a síntese celular de DNA, RNA e gutationa intracelular;
Glutationa intracelular  Proliferação de linfócitos, atividade patogênica e secreção de macrófagos;
RI Exigência de glutamina é muito alta No início da lactação: grande queda dos níveis de glutamina.
Após 15 semanas de lactação, a Glutamina ainda não foi reestabelecida, por isso, o animal ainda estará quebrando tecido muscular para produção da mesma e mantença do funcionamento do SI e não apenas para a formação de proteína do leite e para a gliconeogênese. Por isso, a quebra de tecido muscular pode estar relacionada a falta de Glutamina no sistema.
O aumento de 10% da PM no pré e pós-parto é importante para prevenção de infecções, já que aumenta a [ ] de glutamina, evitando a imunossupressão do animal, pois mantém o SI funcionando  Fornecimento de PB de boa qualidade, ou seja, aa’s protegidos, para aumentar a eficiência de uso.
Porém, o NRC (2001) não contabiliza uma exigência de proteína metabolizável extra para a imunidade do animal 
Aumento do fornecimento de proteína  Diminuição da carga parasitária  Maior acúmulo de mastócitos na mucosa intestinal + eosinófilos no ID
Vacas recebendo a metionina protegida  Maior atividade de leucócitos fagocitários
A questão é: DIMINUIR A QUANTIDADE DE PB, MAS AUMENTAR A QUANTIDADE DE PM, ATRAVÉS DO USO DE AA’S PROTEGIDOS VALE A PENA? $$$
PRINCIPAIS PONTOS
- BEN sempre vai acontecer, mas você pode minimizar;
- Não adianta utiliza estratégias nutricionais avançadas se você não fizer o básico;
- O ECC é muito importante e define como será o BEM;
- Niacina, monensina, levedura, drench funcionam, desde que o básico seja feito;
- Acidose e laminite dependem do teor de FDN (acima de 25%) e de amido (abaixo de 25%). Tamponantes devem ser usados e a quantidade depende de cada caso;
- Hipocalcemia pode ser prevenida com dieta aniônica, o que é bem mais barato do que tratar;
- BPN ocorre principalmente quando o status imunológico do animal está prejudicado.
QUALIDADE DO LEITE
Brasil:
5º maior produtor de leite do mundo;
30,8 mil toneladas de leite em 2011;
Importante para geração de empregos.
O QUE É UM LEITE DE QUALIDADE?
- Sabor agradável;
- Valor nutritivo;
- Ausência de patógenos – ex.: Brucelose;
- Ausência de contaminantes, como antibióticos (período de carência), pesticidas (utilizados para ectoparasitas) e adição de H2O;
- Reduzida contagem de células somáticas (CCS);
- Reduzida carga microbiana (CBT).
PORQUE PRODUZIR UM LEITE COM QUALIDADE?
- Benefícios aos produtores;
- Qualidade da matéria prima para as indústrias;
- Produtos confiáveis para consumo;
- Saúde pública.
SITUAÇÃO BRASILEIRA
CBT
95% dos produtores conseguem atender os níveis exigidos;
Produtor só precisa fazer o mínimo: ordenha mecânica e leite resfriado.
CCS
45% não atendem os níveis exigidos.
Leite ruim para os lacticínios, pois os níveis de gordura e proteína são baixos. Apesar disso, os lacticínios recebem o leite e diluem a CCS nos bons.
INSTRUÇÕES NORMATIVAS
> Atendimento progressivo das exigências;
> Aprimoramento do controle sanitário do rebanho:
Brucelose – vacinação de 3-8 meses de idade (período em que não causa falso negativo nos testes);
Tuberculose – não tem vacina, animal deve ser abatido.
*Garantia de status sanitário da fazenda
> Análise de resíduos de inibidores e anbitióticos do leite;
> Supressão inicial e posterior regulamentação do leite B – pode ficar armazenado na fazenda por até, no máximo, 48h na temperatura de 4ºC;
*Leite tipo A: é produzido e industrializado na fazenda, ou seja, não passa por vários caminhões  Menor manipulação = Menor CBT
 Leite tipo C: proibido – fica muito tempo na fazenda  Maior CBT
> Comissão técnica consultiva permanente:
- Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do Leite.
24/10
AVALIAÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE DO LEITE
PESQUISA DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS:
- Saúde pública;
- Indústria: Menor rendimento de produtos como iogurte, queijo e manteiga;
- Métodos analíticos: Sensibilidade para LMR (Limites Máximos de Resíduos);
 Amostras de leite Unidade Operacional da Rede Brasileira de Laboratórios para Controle da Qualidade do Leite.
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE CRIOSCÓPICO
- Temperatura de congelamento do leite (Depressão de Ponto de Congelamento);
- Prova precisa;
- Objetivo: detectar fraude por adição de água;
*Estresse pode resultar em diminuição na proteína e gordura do leite.
TEORES DE SÓLIDOS TOTAIS E NÃO-GORDUROSOS
Sólidos totais:
- Lipídeos;
- Sólidos não-gordurosos (SNG ou ESD – extrato seco desengordurado);
- Proteína, lactose e cinzas.DENSIDADE RELATIVA
Determinação do teor de sólidos do leite;
Controle de fraudes no leite;
IN 62: 1,028 a 1,034 (15/15 °C, g/mL)
Valores inferiores: indicam adição de água ou problemas nutricionais ou de saúde dos animais.
ACIDEZ TITULÁVEL
Leite recém-ordenhado: pH 6,4 a 6,8;
Acidez normal: 14 a 18 °Dornic;
*Um grau Dornic corresponde a 0,001g de ácido lático contido em 10ml de leite, a 0,01% de ácido lático (g de ác. lático/100g de leite). 
Inspeção industrial e sanitária do leite e derivados;
Prova do álcool, do Alizarol ou Processo de Dornic;
IN 62: 0,14 a 0,18 g de ác. lático/100 mL de leite.
TEOR DE GORDURA
Regime alimentar, sanidade, idade, raça;
Pagamento do leite;
Requisito mínimo: 3,0 g/100 g.
TEMPERATURA DO LEITE CRU REFRIGERADO
Temperatura de armazenamento Taxa de crescimento bacteriano;
4 °C, por, no máximo, 48 horas (tanques de refrigeração);
7 °C, por, no máximo, 3 horas (imersão em água gelada).
ESTABILIDADE DO ALIZAROL
Avalia a estabilidade das proteínas do leite;
Acidez: determinação do pH indicador Alizarina.
Resultados:
Coloração rosa com grumos: leite LINA (coloração normal, mas a consistência não);
Coloração violeta, sem coagulação: leite alcalinizado ou fraudado com água.
PROVA DO ÁLCOOL
- Objetivo: avaliar se o leite resiste ao processo de pasteurização;
- Modo de ação: Leite com acidez > 20°D ou pH de 6,3 a 6,4.
Resultados:
- Sem coagulação: leite normal;
- Coagulação fina: acidez de 19 a 20 °D – leite com baixa resistência térmica!;
- Coagulado: acidez acima de 22 °D – leite sem resistência térmica!.
PROCESSO DE DORNIC
- Valor exato da acidez do leite;
- Titulação com NaOH (soda Dornic) + Fenoftaleína (Indicador) Viragem em pH 6,6 a 8,3;
A ACIDEZ TITULÁVEL EXPRESSA A QUANTIDADE DE ÁLCALI NECESSÁRIO PARA ALTERAR O PH DO LEITE DE 6,6 PARA UM PH DE 8,4 A 8,6 EM TEMPERATURA DE 25 °C.
Fatores que afetam a acidez natural do leite:
- Estágio de lactação;
- Mastite;
- Atividade enzimática;
- Composição do leite fresco.
PROVA
LINA – LEITE INSTÁVEL NÃO ÁCIDO
Prejuízo econômicos;
*Se não der grumo, o produtor está dentro da lei.
> [ ] do álcool no teste do alizarol:
- Deve-se utilizar alcool 72;
*O laticínio usar álcool 80  Dá falso positivo.
> Temperatura maior:
- Interpretação errônea (falso positivo);
CAUSAS
- Tipo de volumoso utilizado: geralmente ocorre no período seco, onde as vacas passam por restrição alimentar  Incidência de LINA é maior quando as vacas comem cana (fibra + indigestível);
- Problemas nutricionais;
- Restrição alimentar;
- Estacionalidade da produção de forrageiras;
- Fornecimento de cana-de-açúcar;
- Pastos ricos em Ca+ ou com deficiências ou desequilíbrios minerais;
- Mudanças bruscas na dieta.
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MASTITE
Um dos problemas mais sérios na produção de bovinos de leite  Muito comum em fazendas de médio e grande porte, terem muitos animais com masite;
Formas de apresentação
- Clínica: quando há grumos, inchaço e vermelhidão;
- Subclínica – CCS acima de 250 mil.
Tipos (no caso de MASTITE CLÍNICA)
- Ambiental: ambiente onde a vaca fica – cama;
- Contagiosa: problemas durante a ordenha.
Caráter multifatorial
- Relacionado a vaca, homem (ordenha), manejo (ordenha), ambiente e MO;
- 95% dos casos ocorre devido a contaminação bacteriana, porém, existem casos de contaminação por algas, fungos, etc.
PREJUÍZO
Custo com tratamento + Descarte do leite (pois todos os quartos terão resíduos de antibiótico, mesmo os que não estiverem afetados pela mastite, já que o medicamento vai para a corrente sanguínea)
Exemplo:
30L x 6 dias (3 dias tratamento + 3 dias de descarte do leite) = 180L x R$1,50 = R$ 270,00
R$10,00 (preço das bisnagas) x 2 vezes ao dia = R$20,00 x 3 dias de tratamento = R$60,00
R$270,00 + R$60,00 = R$330,00
A produção de leite cai  25L, mas deve-se considerar o que a vaca produziria se estivesse saudável (30L)
*Mastite muito severa, como a ambiental, pode diminuir para até 5L
PRINCIPAIS PATÓGENOS
MASTITE AMBIENTAL:
- E. coli;
- Streptococcus sp;
- Bacillus sp;
- Aeromonas aerogenes;
- Klebsiella aerogenes;
- Enterococcus sp.
MASTITE CONTAGIOSA:
- Streptococcus agalactiae;
- Corynebacterium pyogenes;
- Pasteurella bovis;
- Staphylococcus aureus;
- Streptococcus dysgalactiae;
- Staphylococcus sp coagulase negativa;
- Mycoplasma bovis.
De todos esses patógenos, a Staphylococcus aureus é o pior, pois não se consegue tratá-lo durante a lactação, ou seja, os antibióticos usados não conseguem destruir o patógeno  Precisa-se secar a vaca para evitar a repetição da mastite  Utiliza-se Micotil (carência de 20-25 dias) + Intramamário para secagem. Além disse, por causar mastite contagiosa, pode passar entre os animais durante a ordenha.
*SE JÁ SOUBER QUE O PATÓGENO É AUREUS, NÃO TRATAR COM ANTIBIÓTICO INTRAMAMÁRIO DURANTE A LACTAÇÃO  DESCARTAR O LEITE ATÉ QUE NÃO APAREÇA MAIS GRUMOS  QUANDO PARAREM DE APARECER, VOLTAR A JOGAR O LEITE PARA O TANQUE. REPETIR ATÉ SECAR VACA, QUANDO DEVE-SE TRATÁ-LA*
DIAGNÓSTICO
MASTITE CLÍNICA:
- Edema de úbere;
- Aumento da temperatura;
- Endurecimento e dor na glândula mamária;
- Aparecimento de grumos, pus;
- Teste da caneca.
*Existe o teste no chão: utiliza-se emborrachado preto  PODE CONTAMINAR O AMBIENTE.
MASTITE SUBCLÍNICA:
- Ausência de alterações visíveis no leite ou úbere;
- Alterações na composição do leite;
- Aumento da CCS;
- Aumento nos teores de Cl, Na e proteínas séricas;
- Redução nos teores de caseína, lactose e gordura;
*LEITE DE MENOR QUALIDADE PARA A INDÚSTRIA E PARA OS BEZERROS (PREJUÍZO PARA O DESENVOLVIMENTO DOS ANIMAIS)*
TESTE DE CMT
- Análise por teto  DEMONSTRA A SAÚDE DO TETO;
- Teste subjetivo e barato: dá uma ideia do problema.
CCS INDIVIDUAL
Teste objetivo: a análise deve ser feita mensalmente acima de 250 mil: mastite subclínica.
*demonstra a saúde da vaca*
*alguns sistemas de ordenha tem amostrador  ideal para pegar amostra que dê o valor correto de ccs*
Ccs alta = maior ph
*O PRODUTOR NÃO CONSEGUE PERCEBER O PREJUÍZO DA MASTITE SUBCLÍNICA, POIS NÃO PRECISA TRATAR. PORÉM, O ANIMAL PRODUZ MENOS E O LEITE POSSUI MENOR QUALIDADE*
CCS ELEVADA – PROBLEMAS:
- Menor retorno econômico;
- Reudção na produção;
- Gastos com medicamentos;
- Penalização pelos laticínios;
- Problemas no processamento do leite e menor rendimento  Produtos de baixa qualidade e estabilidade;
- Efeitos na fabricação de queijos e iogurtes  Devido a isso, o produtor é penalizado.
Ex.: Para se produzir queijo minas, gasta-se 7L usando leite bom. Usando leite de CCS Alta, precisa-se de 10L.
*VACA TEM QUE TER CCS DE 100-150 MIL, POIS AS CÉLULAS SOMÁTICAS SÃO FORMADAS POR 90% DE CÉLULAS DE DEFESA + 10% DE CÉLULAS DE DESCAMAÇÃO  SE TIVER CCS MUITO BAIXA, SOFRERÁ MAIS COM INFECÇÕES/DESAFIOS, POIS, SE ESTIVER EM AMBIENTES SUJOS, OS AGENTES ENTRARÃO DE FORMA MAIS FÁCIL, CAUSANDO MASTITE*
DETECÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA
Teste do CMT – subjetivo, pois utiliza apenas 1mL de leite;
> Escores de resultados:
- Negativo: líquido, não há formação de gel na mistura  CCS: 100.000;
- Traços (falso positivo): instantânea formação de gel na solução, desaparecendo muito rápido (viscoso no início e depois fica normal), sem alteração na consistência  CCS: 300.000;
- Positivo (formação de gel na solução): + (900.000), ++ (2.700.000) ou +++ (8.100.000).
*Se as vacas que deram positivo ainda não tiveram mastite, pode indicar boa resistência (muitas células de defesa)  Mesmo assim, é um leite de baixa qualidade para o laticínio, devido as alterações causadas na composição do mesmo.
TESTE DO WMT
- Não é subjetivo, pois apresenta um nº/valor;
- Mais caro;
- Mostra o quanto de leite a vaca deixará de produzir dependendo do nível de CCS.
ANÁLISE INDIVIDUAL DE CCS
- Pode-se fazer linha de ordenha, ou seja, criar lote com as vacas de maior CCS, desde que a produção das mesmas seja parecida  Ordenhar o leite por último e fornecê-lo para bezerros acima de 30dias de idade. Como o leite tem menor qualidade, deve-se fornecer maior quantidade;
- Animais com CCS alta 2 meses seguidos: deve-se começar a investigar quais são os MO que estão causando a mastite  Procurar Aureus: se der positivo no primeiro teste, não precisa repetir, pois não precisa tratá-la, já que os antibióticos não matam o MO, deve-se apenas descartar o leite;
Testes: 3 coletas 1x por semana  PARA AUREUS, DEVE DAR NEGATIVO NAS 3
PERDAS NA PRODUÇÃO DE LEITE
- Primíparas x Multíparas  Para multíparas (vacas mais velhas), a queda na produção é maior. Além da menor produção, a resistência das primíparas é maior;
- Quanto maior a CCS, maior a queda na produção  Por isso, muitas vezes a mastite subclínica causa mais prejuízos que a clínica.
OPÇÕES PARA VACAS COM ALTA CCS
1. Seleção para cultura microbiológica do leite
Precisa-se saber qual é o MO que está causando a mastite, para utiliza o antibiótico certo e evitar resistência;
Quando não se faz análise microbiológica, deve-se usar os antibióticos de amplo espectro (compostos por mais bases)  SÃO OS MAIS USADOS, JÁ QUE OS PRODUTORES NÃO ESPERAM O RESULTADO DA ANÁLISE PARA COMEÇAR O TRATAMENTO;
*Caso identifique Aureus, deve-se ponderar se a vaca é boa. Se sim, deve-se secá-la para tratar. Se a vaca for ruim, o descarte é uma alternativa.
2. Secagem antecipada – no caso de Aureus (vacas boas);
3. Descartes de vacas crônicas – vacas que deram CCS elevada nas 3 análises  Potencial para descarte, desde que seja ruim de leite e de reprodução;
4. Linha de ordenha – ordenha-se primeiro as vacas saudáveis de maior produção e por último as vacas com CCS Alta, de forma separada, em balde ao pé só para o leite de CCS alta.
5. Tratamento durante a lactação? Não recomenda-se tratar a mastite subclínica, pois, na maioria das vezes, a CCS alta é causada por Aureus. Deve-se trata-se a mastite clínica.
*VACAS NO CIO NÃO DESCEM O LEITE CORRETAMENTE, POIS A PRODUÇÃO DE OCITOCINA É INIBIDA  ATENÇÃO NA ORDENHA*
TRATAMENTO DE MASTITE: UM ESTUDO DE CASO
- 74 animais em lactação;
- 20 animais com mastite contagiosa ou ambiental;
- 27% de mastite  TAXA ANIMAIS COM MASTITE NO REBANHO DEVE SER DE ATÉ 5%;
Os 20 animais receberam tratamento indiscriminado  Apenas 3 se curaram.
OBS
- Antibióticos com bula dizendo que mata Aureus: in vitro (no laboratório) mata, mas in vivo (na vaca) não;
- Existem teste para campo que identificam se a bactéria é gram + ou gram -.
Indução de lactação após a secagem para tratar mastite
- Protocolo hormonal de 1 mês, gasta em média R$350,00;
- Animal volta a dar leite, mesmo sem bezerro  Não dá o máximo de leite que poderia;
- Facilita prenhez, pois animal dá mais cio devido aos hormônios;
- Opção para possível descarte.
Descarte baseado em:
- Produção de leite;
- Histórico reprodutivo;
- DEL.
Exemplos:
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MEDIDAS PREVENTIVAS
PROCEDIMENTOS DE ORDENHA
Importância:
- Contaminação por mastite;
- Contaminação microbiológica do leite – CCS e CBT.
Objetivo:
- Reduzir riscos de novas infecções intramamárias;
- Promover estímulo adequado e ejeção do leite;
- Minimizar o leite residual;
- Minimizar lesões aos tetos.
1º PASSO - HIGIENE DO ORDENHADOR
- Mãos do ordenhador são uma das principais vias de transmissão de bactérias;
- Lavar as mãos e usar luvas.
2º PASSO - LIMPEZA DOS TETOS;
- PROIBIDA A LAVAGEM DO ÚBERE  Água: veículo para agentes causadores de mastite!
*Vaca imunda: corrigir os problemas do ambiente onde ela está deitando.
3º PASSO
- 3 a 4 primeiros jatos;
- Diagnóstico de mastite clínica(*);
(*)Importância: o aparecimento de grumos é o primeiro sinal de mastite clínica.
- Estimular a descida do leite;
4º PASSO - PRÉ-DIPPING
> Desinfecção dos tetos;
> Soluções:
- Iodo (0,5 a 1,0%) – melhor utilizar junto a substâncias diferente: primeiro o iodo e depois o cloro, por exemplo, pois, se não os tetos não forem bem limpos o leite pode ficar com coloração escura;
- Clorexidina (0,5%);
- Hipoclorito de sódio (2 a 4%)  Em casos extremos, onde muitos animais (50%) estão com mastite ambiental, deve-se utilizar [ ] de até 12%; Cloro ineficiente com matéria-orgânica.
*CUIDADO COM A [ ]: PODE DANIFICAR OS TETOS*
> Canecas do tipo sem retorno;
> PREVINE MASTITE AMBIENTAL – bactérias que vem da cama da vaca;
> Cada animal deve ter sua própria solução – encher o copo para usar em 4 tetos/1 vaca de cada vez;
> Realização de 2 pré-dipping (com 2 substância diferentes ou não) em casos de muitos casos de mastite.
5º PASSO – SECAGEM DOS TETOS
- Secagem com papel toalha para evitar contaminação do leite com a solução – principalmente iodo;
*Existem toalhinhas: manejo difícil, gasta-se com energia, água e produto específico para lavar  Papel toalha mais barato.
- Importante limpar bem para retirar as impurezas do teto;
- Economia aqui é prejuízo!
- Efeito na redução da CBT do leite.
6º PASSO – ENCAIXE DAS TETEIRAS
- Rápido e eficiente;
- Observação constante;
- Nível de vácuo – se estiver muito forte, pode danificar os tetos.
*TOMAR CUIDADO: TETEIRA DEVE ESTAR ESTRANGULADA PARA CORTAR O VÁCUO E IMPEDIR QUE SUGUE SUJEIRAS DO AR OU DO CHÃO, CASO CAIA*
7º PASSO – PÓS-DIPPING
> Desinfecção final  PREVINE MASTITE CONTAGIOSA (bactérias que o animal está levando da ordenha)!
> Solução glicerinada (hidratante):
- Iodo (0,5%);
- Clorexidina (0,5 a 1,0%);
- Cloro (0,3 a 0,5).
> Canecas do tipo sem retorno.
8º PASSO – ALIMENTAÇÃO PÓS ORDENHA
- Fechamento do esfíncter  IMPORTANTE QUE O ANIMAL NÃO DEITE!
9º PASSO – AMBIENTE LIMPO E SECO
- Conforto animal;
- Prevenção de novas infecções.
*CONFINAMENTOS OFERECEM LOCAIS MAIS LIMPOS  BEM-ESTAR, POIS PREVINEM DOENÇAS*
10º PASSO – TERAPIA DA VACA SECA
- Terapia da vaca seca reduz a taxa de novas infecções em aproximadamente 80%  Animal com imunidade baixa no pós-parto. Por isso, se o antibiótico vaca seca não for administrado, animal tem grandes chances de desenvolver mastite no início da lactação;
- Taxa de cura de infecções subclínicas de cerca de 70-90%;
- Alvo principal são os agentes contagiosos – principal exemplo nos casos de mastite mal curada (Aureus).
Introdução da cânula para antibiótico:
- A inserção total do aplicador intramamário pode empurrar as bactérias para dentro do úbere.
11º PASSO - DETALHES
- Flambagem dos pelos do úbere para eliminar agentes causadores de mastite  Trimestral e pré-parto.
FILTRO DO LEITE
A cada ordenha, coloca-se filtro na saída do tubo da ordenha que leva o leite para o tanque e pega as sujeiras que poderiam cair no mesmo e aumentar a CBT.
ESCORE DE TETOS
Imediatamente após o conjunto da ordenha (teteiras) ser removido;
Extremidade do teto: a parte mais importante  Qualquer problema no esfíncter pode manter ele aberto por muito tempo, aumentando os riscos de mastite do animal.
COLORAÇÃO:
- Normal;
- Azulado – o vácuo está apertando demais (nos casos em que se coloca peso na teteira, o vácuo aumenta); pode voltar ao estado normal;
- Vermelho – não volta mais ao estado normal.
HIDRATAÇÃO:
- Hidratado;
- Desidratado;
- Muito desidratado.
*ORDENHADOR PODE ESTAR USANDO SOLUÇÃO MUITO [ ] NO PRÉ-DIPPING OU SEM GLICERINA NO PÓS-DIPPING*
RACHADURAS:
- Normal;
- Rachado;
- Muito rachado;
*PODE SER CAUSADO POR VÁCUO MUITO FORTE OU USO DE SOLUÇÕES MUITO [ ]  PORTA DE ENTRADA PARA MO*
PROLAPSOS E QUERATINIZAÇÃO:
- Normal;
- Inicial;
- Médio;
- Avançado – não volta ao normal  Esfíncter aberto durante muito tempo = Maiores chances de mastite.
*CAUSADO DEVIDO A VÁCUO MUITO FORTE*
*Nível do vácuo desrregula sozinho, por isso, o ordenhador deve conferí-lo todos os dias e regular a válvula.
INUTILIZAÇÃO DE TETOS
- Teto que dá muito mastite, por exemplo, com prolapso;
- Joga-se iodo 10% dentro do teto após a ordenha  De 1 a 2x, dependendo do volume de leite produzido;
- Os outros 3 tetos compensam a produção de leite em 90%.
ORDENHA COM BEZERRO AO PÉ
1. Teste de caneca de fundopreto;
2. Pré-dipping;
3. Secar;
4. Mamada do bezerro – bezerro pode mamar: um pouco nos 4 tetos, em 1 teto (teteira nos outros 3) ou no final da ordenha  MANEJO DIFÍCIL;
*Alguns ordenhadores deixam leite residual para os bezerros mamarem  Problema: não faz pós-dipping. Mas como essas vacas produzem pouco leite, também tem pouca mastite;
5. Pré-dipping;
6. Secar;
7. Ordenha;
8. Presença do bezerro após a ordenha.
LIMPEZA DA SALA E EQUIPAMENTOS
Produtos específicos utilizados:
Água morna (35-40ºC)
Retira resíduos grosseiros do leite que se solubilizam em água – facilita a retirada de compostos orgânicos, principalmete a gordura.
*Precisa ser controlada para manter a vida útil da ordenhadeira.
Solução de produtos alcalinos (detergentes) ou alcalino-clorado
Resíduos orgânicos do leite (açúcares, gordura, proteína).
Solução de produtos ácidos e/ou contendo sequestrantes
Resíduos inorgânicos do leite (ferrugem, fosfato de cálcio, incrustações de cálcio e magnésio).
*EM ALGUNS CASOS, NÃO SE UTILIZA O DETERGENTE ÁCIDO  DEPENDE DO TIPO DE ÁGUA DA FAZENDO: USADO PARA LOCAIS ONDE A ÁGUA É DURA, OU SEJA, POSSUI ALTA [ ] DE MINÉRIOS*
Ordenha mecânica com esquema de linha direta:
1. Enxágue inicial com água morna (35 a 40 °C);
2. Lavagem com detergente alcalino clorado (40 a 70 °C);
3. Lavagem com água em temperatura ambiente;
4. Lavagem com detergente ácido:
- 1 vez/semana ou 3 vezes/semana ou a cada ordenha;
- Água fria por 5 minutos.
LIMPEZA DO TANQUE DE REFRIGERAÇÃO
- Recolhimento do leite a cada 2 dias;
- Enxágue com água morna (40ºC);
- Lavagem com detergente clorado a 50ºC;
- Desmontagem da torneira de saída;
- Desinfecção com desinfetante à base de cloro;
- Drenagem total do desinfetante.
ARMAZENAMENTO DO LEITE
- De acordo com a temperatura de armazenamento, pode-se ter maior/menor contaminação;
- Temperatura ideal: 4ºC até 2 horas pós-ordenha;
- 37ºC: máxima multiplicação microbiana;
- Problemas com energia elétrica na propriedade;
- Resfriamento marginal do leite: variando de 5 a 10ºC  Bactérias psicotróficas: produção de enzimas lipolíticas e proteolíticas termorresistentes, levando a redução da qualidade e vida de prateleira dos produtos.
CAPACIDADE DO TANQUE
- Geralmente, de mil a dois mil litros de leite;
- Estratégias de coleta: deve ficar na entrada da fazenda, para facilitar o acesso do caminhão do laticínio;
- Local de instalação deve ser coberto, arejado, pavimentado, de fácil acesso ao caminhão coletor e facilitar as boas práticas de higiene.
TRANSPORTE DO LEITE
- Caminhões isotérmicos;
- Tanque: aço inoxidável – para evitar contaminação;
- Mangueira coletora: material atóxico;
- Caixas térmicas (até 7ºC) para transporte de amostras;
- Transferência do leite: sistema fechado – contato com ar pode levar a contaminação;
- Atenção para o transportador.
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE
- Saúde da glândula mamária – leite com mastite ou não;
- Higiene dos tetos e úbere;
- Limpeza dos equipamentos e tanque;
- Tempo e temperagtura de armazenamento.
BACTÉRIAS
Além de vírus, fungos e leveduras, que possuem menor importância;
Mesófilas: Lactococcus, Streptococcus, Lactobacillus, Escherichia, Enterobacter  Responsáveis pela acidificação do leite (acúmulo de ácido lático) Falhas na higiene ou problemas com resfriamento.
PAGAMENTO POR QUALIDADE
Laticínios podem dar bonificação por CCS, CBT, % de gordura e % de proteína.
INVESTIMENTOS:
Treinamento de pessoas;
Tanques de refrigeração;
Higienização de equipamentos e utensílios;
Melhoria na eletrificação urral e estradas;
Apoio técnico – empresas.
Incentivo real!
CRITÉRIOS:
Componentes do leite: gordura, proteína, sólidos totais;
Componentes desejáveis: CBT e CCS;
Presença de antibiótico;
Volume e distância da propriedade;
Variações de mercado.
BENEFÍCIOS ALCANÇADOS:
Profissionalização da cadeia do leite;
Maior lucratividade e diminuição de perdas;
Acréscimos na produção e sanidade dos animais;
Leite brasileiro competitivo mundialmente.
ATENÇÃO PARA:
Procedimentos adequados e padronizados para a coleta, transporte e análise da amostra;
Entendimento do resultado pelo produtor.
06/11
FATORES QUE AFETAM A COMPOSIÇÃO DO LEITE
Pagamento por qualidade % de gordura e proteína.
Exemplo
R$0,15 (cada laticínio tem sua tabela de bonificações) x 1.300L x 365 dias = R$71.000,00.
Não é fácil aumentar os teores de gordura Relacionados a fatores genéticos (raças Jersey, Gir e Girolando têm maiores %) Para a raça Holandesa é quase impossível, pois deve-se mexer muito na dieta, devido ao maior volume de leite produzido, que promove efeito de diluição sobre a % de gordura e proteína (sólidos totais).
Por isso, para vacas holandesas, é mais fácil receber bonificações maiores por baixa CCS e CBT e intermediárias para % de proteína e gordura No exemplo acima, seriam R$0,17 de bonificação.
OBS
- 2% de proteína é muito baixo e pode significar problema de saúde animal;
- Acordos entre laticínios e produtores: pagam média CEPEA + bonificação.
SÍNTESE DO LEITE
Diferentes teores para diferentes raças:
Holandesa: 3,5% de gordura, podendo chegar a 3,8% se bem manejada; 4,6% de lactose; 3,1% de proteína;
Jersey: 5,5% de gordura; 3,9% de proteína Raça mais indicada para produtores que produzem queijo.
*LACTOSE VARIA POUCO NÃO SE ALTERA COM DIETA*
UREIA DA DIETA NO LEITE (NUL OU NNP)
- % muito alta (> 14mg/dL) indica problemas reprodutivos;
- Ureia só vira proteína se tiver energia (amido) Forma proteína microbiana Por isso, quando se coloca mais ureia na ração, deve-se colocar mais amido também, para que não se tenha ureia em excesso no rúmen, que passa para o sangue e vai para o leite.
FERMENTAÇÃO RUMINAL E COMPOSIÇÃO DO LEITE
DIETA NORMAL:
PNDR
Passa pelo rúmen sem sofrer fermentação ruminal e é responsável por 40% da proteína do leite.
*Possui 80% de eficiência, já que não sofre fermentação/perdas no rúmen.
Para aumentar a % de proteína do leite, deve-se aumentar a PNDR, porém, só compensa se o produtor entregar para laticínios que paguem por + proteína no leite, pois é muito caro aumentar.
PDR (UREIA)
Sofre fermentação no rúmen e pode ou não ser transformada em proteína microbiana, a depender do nível de energia (amido);
É responsável por 60% da proteína do leite.
PNDR 40% da PL;
PDR PM 60% da PL.
AÇÚCAR E AMIDO (MILHO)
Sofrem fermentação ruminal, produzindo ácido propiônico, que é responsável por 50%(*) da lactose do leite Quanto maior o teor de lactose, maior o volume de leite;
(*)Os outros 50% vem da glicose circulante do animal.
FIBRA (FENO, CAPIM, SILAGEM)
Sofre fermentação ruminal(*), produzindo ácido acético, que é responsável por 80% da gordura do leite;
A gordura protegida é responsável por 20% da gordura do leite;
(*)A FERMENTAÇÃO RUMINAL É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA AUMENTAR O TEOR DE GORDURA DO LEITE. POR ISSO, VACAS COM ACIDOSE, QUE NÃO FERMENTAM A FIBRA NORMALMENTE, DEVIDO A DIMUNUIÇÃO DO pH E CONSEQUENTEMENTE DOS MO RUMINAIS ( EFEITO DE ENCHIMENTO MENOR TAXA DE PASSAGEM), TEM MENOR % DE GORDURA NO LEITE*
FATORES
Dá pra mexer em todos.
FATORES GENÉTICOS
- 55% da variação na composição do leite relaciona-se a genética Possuem peso muito grande;
- Incluem escolher touros provados com filhas que tenham maiores teores de gordura e proteína no leite ou mudar de raça através de cruzamentos (ex.: Jersolando);
- Herdabilidade para produção de leite é média;
- Herdabilidade para teores e porcentagens de gordura e proteína é alta Por isso, se os teores diminuírem, o problema está nos fatores ambientais.
*PARA PAGAR INVESTIMENTOS COM COMPOST BARN, POR EXEMPLO, O PRODUTOR PRECISA AUMENTAR O VOLUME DE LEITE, POIS AS BONIFICAÇÕES POR QUALIDADE NÃO SÃO SUFICIENTES*
FATORES NUTRICIONAIS
GORDURA
a) RELAÇÃO V:C
Quanto maior o teor de volumoso na dieta, maior a % de ácido acético e, consequentemente, de gordura;
Quanto maior o teor de [ ] na dieta, maior a % de ácido propiônicoe, consequentemente, de lactose Nesses casos, há diminuição do pH (devido a % de ácido lático produzido junto ao ácido propiônico na fermentação do amido) e menor digestibilidade da fibra.
Com o aumento do [ ] da dieta, há aumento na produção de leite e consequente diminuição dos teores de gordura e proteína e acidose.
Vaca comendo 100% de [ ] vai produzir muito leite? Não, pois morrerá de acidose.
b) FIBRA EFETIVA
Fibra que faz o animal ruminar, ou seja, que não tem tamanho correto para passar do rúmen e volta para a boca para ser remastigada Aumenta a produção de HCO3- (tamponante) Mantém o pH bom para as bactérias celulolíticas Aumenta a fermentação da fibra Aumenta a produção de ácido acético Aumenta a % de gordura no leite.
Ex.: Feno;
Quanto maior a % de fibra efetiva na dieta, maior a fibra que será fermentada para formar a gordura do leite;
*FIBRA DE BAIXA QUALIDADE OU MENOR % DE FIBRA NA DIETA DIMINUI A RUMINAÇÃO DO ANIMAL E, CONSEQUENTEMENTE, A % DE GORDURA NO LEITE*
Ajuste de dieta: mesmos ingredientes com quantidades diferentes Aumento do pH ruminal; aumento do volume de produção de leite; e, maior aumento na % de gordura em relação ao aumento na % de proteína.
*GORDURA: FOCO PARA MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE*
c) TIPO DE [ ] E SEU PROCESSAMENTO
Exemplos:
- Casquinha de soja (tipo): possui muita proteína e energia, ou seja, produz muita proteína microbiana, que aumentará a % de proteína do leite;
- Milho floculado ou reidratado (processamento): aumentam a digestibilidade, por serem rapidamente processados no rúmen, por isso, aumentam a produção de propionato e ácido lático, o que diminui muito o pH e, consequentemente, a % de gordura do leite. Porém, aumentam a produção de leite.
d) INCLUSÃO DE GORDURA NA DIETA
A gordura na dieta deve ser no máximo de 7%;
Gordura protegida pode ser adicionada em até 2-3%.
e) ADITIVOS
Produtores que querem aumentar a produção de leite precisam fornecer dieta com muito [ ] para as vacas, além de adicionar gordura protegida e fibra efetiva (feno). Por isso, precisa-se adicionar aditivos a dieta como bicarbonato de sódio, monensina, óxido de magnésio (Mg) e virginiamicina.
(*)Bicarbonato e sódio e Óxido de magnésio são tamponantes (ajudam a sequestrar o H+ do rúmen);
 Monensina e Virginiamicina ajudam o animal a aproveitar melhor o alimento (aumentam a eficiência). Além disso, a Virginiamicina também é um tamponante.
f) TEORIA DOS ÁCIDOS GRAXOS TRANS/TEORIA DA BIOHIDROGENAÇÃO
Gordura não protegida/ácido graxo polissaturado/insaturado não é aproveitado pela vaca Precisa fazer biohidrogenação ruminal, para conseguir aproveitar parcialmente (utilizam para renovação da membrana). Porém, no processo de biohidrogenação(*), há liberação de CLA (possui ácido graxo insaturado que não foi quebrado), o qual impede a conversão (inibe enzima) do acetato em gordura do leite, ou seja, diminui a % de gordura do leite (impacto grande, já que o acetato é responsável por 80% da gordura do leite).
(*)Ocorre quando há grande [gordura insaturada] e [ ] na dieta.
Normalmente: Ácido linoleico (C18:2 cis-9 trans-12) CLA cis-9 trans-12 (não faz mal para a vaca, pois é transformado) C18:1 trans 11 (neutro) C18:0.
(*)Bactérias ruminais retiram dupla ligação de H e adicionam um H ao C.
DESVIO: pode ocorrer devido a redução do pH ruminal, devido a dietas com baixa fibra (acidose), e aumento dos ácidos graxos insaturados na dieta Formação de CLA 18:2 trans-10 cis-12 Inibição da enzima Acetil CoA carboxilase (bacteriana) na glândula mamária Diminuição da transformação de acetato em gordura do leite.
07/11
g) FREQUÊNCIA DE ALIMENTAÇÃO
*Empurrar a comida para o cocho aumenta.
Quando a frequência de alimentação aumenta, a % de gordura do leite também aumenta, pois o animal que come pouco várias vezes ao dia sofre menor oscilação do pH ruminal.
h) TEORIA DA ESCASSEZ DO ACETATO
Ocorre quando se fornece dieta de baixa fibra para os animais, ou seja, com mais [ ] e pouco volumoso Diminui a % de gordura do leite;
Relação Acetato:Propionato Quanto maior for, significa que há mais acetato no rúmen, ou seja, maior teor de gordura do leite.
i) TEORIA DA INSULINA-GLUCOGÊNICA
Vaca com alta [propionato] no rúmen Aumento da gliconeogênese Aumento da insulina Redução da lipólise;
Problema: lipólise não ocorre apenas para dar energia para vaca, mas também é quebrada para constituir a % de gordura do leite, que não vem só do acetato, mas também do organismo do animal.
Ocorre principalmente no início da lactação, quando o animal quebra muita gordura devido ao BEN e para a produção de leite Maiores teores de insulina Diminuição da lipólise;
*No meio da lactação, a vaca já passou pelo BEN, por isso, é menos comum.
PROTEÍNA
Fatores que afetam o teor de proteína no leite:
Ingestão de [ ] – mais energia;
Inclusão de gordura na dieta – impede a quebra de tecido (proteína) para utilizar aa’s para formar glicose (energia);
Nível de PB da dieta – caro aumentar;
Nível de PNDR – mais proteína microbiana = mais proteína do leite. Precisa-se colocar produtos mais caros na dieta;
Aditivos – deixam as vacas mais eficientes, melhorando a composição do leite.
PB = PDR + PNDR Aumento de PNDR leva a diminuição de PDR = Menos proteína microbiana Aumento da PNDR + Proteína microbiana constante = Aumento da proteína metabolizável
Forragem de alta qualidade: fornece energia rapidamente, permitindo que a PDR se transforme em proteína microbiana no rúmen. Ureia é muito volátil, por isso, se não houver energia no rúmen (cana demora mais para liberar), vai para o sangue e, consequentemente, para o leite (NUL).
FATORES AMBIENTAIS
- 45% da variação na composição do leite é causada por fatores ambientais (inclui os nutricionais também);
- Mais importante: estresse térmico;
- Clima;
- Estágio de lactação;
- Ordem de lactação;
- Práticas de ordenha;
- Mastite.
a) ESTRESSE TÉRMICO
- Animal em estresse térmico diminui a atividade: não deita na cama, fica em pé para dissipar calor;
- Reduz o CMS – logo diminui a produção de leite;
- Aumenta o consumo de água;
- Busca por sombra e vento;
- Aumenta a transpiração;
- Aumenta a frequência respiratória e baba;
- Diminui resultados em produção e saúde;
- Aumenta o fluxo de sangue à pele e reduz o fluxo aos órgãos – fluxo para a glândula mamária desviado diminui a composição do leite.
Pode aumentar o BEN no início da lactação, pois diminui o CMS, ou seja, faz com que o animal tenha que quebrar tecidos para produzir energia através de fontes secundárias (aa’s).
ESTRESSE TÉRMICO NA PROTEÍNA DO LEITE
Diminui o CMS Diminui a % e a produção (gramas) de proteína no leite.
*Apenas fatores nutricionais alteram o teor de proteína*
ESTRESSE TÉRMICO NA GORDURA DO LEITE
THI: índice de conforto que relaciona temperatura e umidade;
Quanto maior o THI, menor a % de gordura no leite.
(*)Temperatura deve estar sempre abaixo de 20ºC.
b) ESTÁGIO DE LACTAÇÃO (DURANTE A LACTAÇÃO)
Gordura e proteína: teores mais altos no início da lactação No meio, são menores, devido a maior produção de leite e efeito diluidor promovido No final, a produção de leite cai e os teores voltam a ser maiores.
c) ORDEM DE LACTAÇÃO
Teores de proteína e lactose não se alteram;
Teor de gordura diminui, pois a produção de leite aumenta a cada lactação, ou seja, há aumento do efeito diluidor.
d) FREQUÊNCIA DE ORDENHA
Quanto maior, maior a produção de leite, ou seja, menores os teores de proteína e gordura, devido ao efeito diluidor.

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