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Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 1 Olá, prezado aluno! Chegou a hora de avançarmos. Hoje o assunto é emprego e colocação de classes de palavras, tema importante nas provas do Cespe. Portanto estude a matéria com muito empenho. Veja o que nos aguarda: Definição .............................................................................................. 2 Emprego de substantivos ..................................................................... 6 Emprego de artigos .............................................................................. 8 Emprego de pronomes ........................................................................ 11 Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais .............................. 11 Pronomes de tratamento ...................................................................... 13 Pronomes possessivos ......................................................................... 14 Pronomes demonstrativos .................................................................... 14 Pronomes relativos .............................................................................. 17 Colocação dos pronomes oblíquos átonos ........................................... 21 Casos de próclise ................................................................................ 22 Casos de mesóclise .............................................................................. 22 Casos de ênclise .................................................................................. 22 Advérbios ............................................................................................ 27 Preposições ......................................................................................... 29 Conjunções ......................................................................................... 31 Conjunções coordenativas .................................................................... 32 Conjunções subordinativas ................................................................... 34 Verbos ................................................................................................. 42 Flexões verbais ................................................................................... 42 Voz ................................................................................................. 42 Número e pessoa .............................................................................. 47 Modo e tempo .................................................................................. 48 Emprego dos modos verbais ................................................................. 50 Sumário Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 2 Emprego dos tempos verbais ................................................................ 50 Correlação verbal ................................................................................ 54 Lista das questões comentadas ........................................................... 62 Gabarito das questões comentadas ..................................................... 82 Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte teórica: Classe Gramatical Definição Substantivo É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, instituições, animais, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.) Substantivo comum de dois números Tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será estabelecida por meio de outro elemento linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus etc. Substantivo comum de dois gêneros Apresenta uma só forma para ambos os gêneros. Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de qualquer outro determinante. Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista. Substantivo sobrecomum Possui uma só forma e um só gênero a fim de designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro. Substantivo epiceno Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de designar animais de ambos os sexos. Usam-se as expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 3 cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc. Artigo (definidos: o, a, os, as; indefinidos: um, uma, uns, umas) É a palavra que se antepõe ao substantivo, servindo basicamente para generalizar ou particularizar o sentido desse substantivo. Em alguns casos, o artigo é essencial na identificação do gênero e do número do substantivo. Exemplos: Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi demitida. – O pires quebrou. / Os pires quebraram. Adjetivo Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe atribuir uma característica. Com ele concorda em número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros bons, árvore alta, tapete novo etc. Adjetivo uniforme Mantém a mesma forma tanto quando se refere a substantivos masculinos quanto a femininos. Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável, obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça adorável. Numeral É a palavra que indica a quantidade ou a posição dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem (cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo (ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo (multiplicativos). Advérbio É a palavra invariável que se refere a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, indicando uma circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 4 “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, intensificando-lhe o sentido). Interjeição É a palavra invariável que exprime emoções ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que se faça uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia! Preposição É a palavra invariável que conecta (liga) palavras ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu para sair mais cedo. Conjunção É a palavra invariável que une orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Exemplos: Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos. Verbo É a palavra que designa um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe gramatical mais rica emvariação de formas. Pode mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número e voz. No dicionário, são encontrados no modo infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser, amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) / Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 5 Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está doente. (estado) / A lagarta virou borboleta. (mudança de estado) / Choveu forte. (fenômeno) Pronome Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu significado. Existem seis classes de pronomes: Pessoal Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco. Também são pessoais os pronomes de tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa senhoria, vossa excelência, etc. possessivo Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo: meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. demonstrativo Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. 1ª. Pessoa: este, esta, estes, estas, isto. 2ª. Pessoa: esse, essa, esses, essas, isso. 3ª. Pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. relativo É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante em oração anterior, chamado Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 6 antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, os quais, as quais. indefinido Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum, nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc. interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta: que, quem, qual, quanto. Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe gramatical. Emprego de substantivos Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc. Às vezes, essas mesmas formas são empregadas para traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho etc. Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 7 diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc. [...] 1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo “militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora como substantivo, ora como verbo. Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional. Resposta – Item certo. 2. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Dado que, na expressão “o vácuo interrogante do porvir” (l.2), os termos “interrogante” e “do porvir” especificam o mesmo núcleo nominal, o sentido da expressão seria mantido caso a posição desses elementos fosse a seguinte: o vácuo do porvir interrogante. Comentário – No trecho original, os adjetivos especificam o substantivo “vácuo”. Na expressão transformada, apenas a locução “do porvir” qualifica o substantivo “vácuo”. Já o adjetivo “interrogante” especifica o “porvir”. Isso muda o sentido da expressão original. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 8 Emprego de artigos 1) Todos Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este admita o seu uso. Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores. Todas as leis devem ser cumpridas. Todos vocês estão suspensos. 2) Todo Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar integralidade do que é considerado, totalidade daquilo que é mencionado; não se usa para indicar generalização. Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro, totalmente.) Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país indiscriminadamente.) ATENÇÃO! É possível surgirem questões que abordam a diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial. [...] No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do 25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 9 3. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O artigo masculino plural os poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos requisitos” (L.25). Comentário – A expressão Todos os requisitos legítimos abrangeria requisitos diferentes daqueles mencionados no texto. Bastaria que fossem legítimos para que diversos requisitos estivessem subentendidos na expressão em negrito. Essa não é a ideia original. O pronome “Todos” sintetiza e retoma especificamente os requisitos listados no trecho anterior: “requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento eleitoral”. A ideia originalmente expressa pelo enunciador é que os requisitos mencionados são todos legítimos. Perceba também que o emprego do artigo os prejudicariaa coesão entre os elementos do texto, pois sugeriria que a expressão Todos os requisito legítimos seria um suposto sujeito sem um verbo que lhe servisse de base para compor uma oração. Analise: Todos os requisito legítimos (???) e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Assim, a passagem tem sua coerência e sua coesão prejudicadas. Resposta – Item errado. [...] Para um número crescente de pessoas em todo o mundo, a vida deixou de ser vivida como destino — como 28 relativamente fixa e determinada. [...] Anthony Giddens. Democracia. In: Mundo em descontrole. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 78-82 (com adaptações). 4. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) A interpretação da expressão “todo o mundo” (L.26-27), em “Para um número crescente de pessoas em todo o mundo”, é ambígua, assim como a da expressão todo mundo em Em todo mundo há esperança. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 10 Comentário – Não existe essa tal ambiguidade. O que existe é a ideia de integralidade no primeiro caso e de generalização no segundo. Na frase “todo o mundo”, considera-se totalmente o mundo, isto é, todas as partes dele, não ficando nada de fora, conforme o próprio contexto. Na frase Em todo mundo há esperança, a ideia é que existe esperança em qualquer pessoa, indiscriminadamente. Resposta – Item errado. [...] 5. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese” (L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido genérico. Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 11 antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado. Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”. Resposta – Item errado. Emprego de pronomes Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais a) Ele virou ela. b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Vi-o na rua. 1 Especialmente no que comunica o papel da justiça eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente pelo eleitor no resultado das urnas. [...] Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 6. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O pronome “lhe” (L.3) exerce a função de complemento verbal indireto na oração em que se insere. Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.) Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 12 Comentário – O pronome oblíquo átono “lhe” complementa o sentido do adjetivo “cabível”, portanto não funciona como complemento indireto de verbo. A função do pronome é de complemento nominal. Resposta – Item errado. c) Eu contei a ti o que acontecera. Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco. CUIDADO! Não vá sem eu saber. Todos saíram, exceto eu. d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados. Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto. Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico. Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 13 Pronomes de tratamento PRONOME DE TRATAMENTO ABREVIATURA USADO PARA SE DIRIGIR A Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal Você V. tratamento informal Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª cardeais Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e oficiais-generais Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e imperadores Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V. S. papa Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para pessoas graduadas. As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o caso. • Particularidades a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda que por meio de correspondências) Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa) b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar com o gênero da pessoa – concordância ideológica) c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 14 Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) (muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os outros pronomes para a terceira pessoa) Pronomes possessivos Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída. Primeira pessoa Meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s) Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) Terceira pessoa Seu(s), sua(s) 1 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus 4 habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos [...] Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: <www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). 7. (Cespe/2014/Antaq/Conhecimentos Básicos/Nível Médio) Na linha 2, o pronome “Sua” refere-se ao antecedente “Amazônia”. Comentário – O pronome possessivo “Sua” foi utilizado como elemento de coesão anafórica. Ou seja, ele retomou um termo antecedente. Esse termo é o substantivo “Amazônia”. Resposta – Item certo.Pronomes demonstrativos Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. Ex.: Eu trouxe meu caderno. Tu trouxeste tuas canetas. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 15 RONOMES TEMPO ESPAÇO Este(s), esta(s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala Esse(s), essa(s), isso Passado próximo Perto da pessoa com quem se fala Aquele(s), aquela(s), aquilo Passado longínquo Longe de quem fala e da pessoa com quem se fala Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. Este rapaz ao meu lado é meu amigo. Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. O que é isso aí do teu lado? Naquela época, a vida era melhor. O que é aquilo atrás do carro? Casos Especiais a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este: empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão textual conhecida como catafórica.). Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse: empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual conhecida como anafórica) b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.) c) O que ele disse era verdade. Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos) Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 16 [...] 16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como 19 um progresso: os povos civilizados não executam seus condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um corolário da incerteza ética de nossa cultura. [...] 8. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18) refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período que o antecede. Comentário – Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas testemunhas”. Resposta – Item certo. 1 Como o ar, a água, as praças e a ordem democrática, a moeda é um dos bens públicos e a sua preservação é uma das obrigações mais importantes dos poderes políticos. 4 Cumprir essa obrigação é também proteger os pobres, os mais indefesos diante da alta de preços. Em tempos de inflação elevada, o reajuste de seus ganhos é normalmente mais 7 lento que a alta do custo de vida. Além disso, eles são menos capazes de poupar e de buscar proteção em aplicações financeiras. O Estado de S.Paulo, 27/2/2014. 9. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, o pronome “eles” (l.7) é termo coesivo que retoma o antecedente a) “poderes políticos” (l.3). Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 17 b) “os pobres” (l.4). c) “seus ganhos” (l.6). d) “o ar, a água, as praças e a ordem democrática” (l.1). e) “bens públicos” (l.2). Comentário – Depreende-se da leitura do texto que o termo retomado pelo pronome “eles” é “os pobres”, outro exemplo de coesão anafórica. Resposta – B Pronomes relativos a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei. Eis o instrumento de que lhe falei. O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais sílabas e dispensa sem e sob Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal. Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”, em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o “que” não é pronome relativo. b) A casa onde morei era muito antiga. (certo) A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado) ONDE é usado restritivamente em referência a lugar. A escola onde estudo foi fechada. A escola aonde vais é muito longe. A escola donde vens é muito longe. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 18 ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente, como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma pergunta que exprime a ideia de lugar. Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”, usaremos “donde” (contração de de + onde – a contração não é obrigatória). Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde. Nesse caso, a preposição desaparece. 1 O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências 4 permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de 7 onde ninguém podia pressionar os jurados. [...] Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet: <www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações). 10. (Cespe/PF/Escrivão/2013) O emprego dos elementos “onde” (l.2) e “de onde” (l.6-7), no texto, é próprio da linguagem oral informal, razão por que devem ser substituídos, respectivamente, por no qual e da qual, em textos que requerem o emprego da norma padrão escrita. Comentário – Isso não faz sentido. O elemento “onde” foi utilizado como pronome relativo nas duas ocorrências. No primeiro caso, substitui o nome “tribunal” (o lugar do julgamento); no segundo, o termo “porta do tribunal” Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 19 (lugar de onde partia a pressão). Em ambos os casos, a ideia de lugar está muito clara. Tudo está de acordo com a norma padrão escrita da Língua Portuguesa. Observe estas construções: No tribunal foi julgado um dos mais famosos casais acusados de assassinato no país e Da porta do tribunal ninguém podia pressionar os jurados. Resposta – Item errado. c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho. O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades. Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a seguintedúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho? A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e concatenados são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os atos de comunicação, os quais são indispensáveis para que os 4 sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acontecidos no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direitos que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). 11. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Na linha 3, a correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “os quais” fosse substituída por que ou fosse suprimida, desde que, nesse último caso, fosse suprimida também a forma verbal “são”. Comentário – Caso você não esteja seguro, sugiro que faça a reescritura durante a prova. Perca um minuto, mas ganhe o precioso ponto. – Entre eles, estão os atos de comunicação, que são indispensáveis... (os relativos que e o qual são equivalentes, podendo haver a substituição proposta pelo examinador). Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 20 – Entre eles, estão os atos de comunicação, indispensáveis... (a ausência do pronome relativo e do verbo não prejudica a correção gramatical, apenas faz desaparecer a oração adjetiva). Resposta – Item certo. d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar. O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em gênero e número com a “coisa” possuída. Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele por outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE. NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este. Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz. O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO, daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele. 1 A China já entendeu que sua passagem de emergente para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no 4 ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por seis nos últimos dez anos. [...] Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012. 12. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cujo” (L.4) por qual. Comentário – Se você leu atentamente o que eu acabei de escrever, não deve ter perdido tempo com esta questão. Não é possível substituir cujo por qual. O pronome relativo cujo estabelece relação de Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 21 posse/dependência/pertencimento entre o antecedente e o consequente (número de matrículas do ensino superior). Resposta – Item errado. e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo. O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto, se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA DE DIZER “ARTIGO”. f) Esqueci tudo quanto foi dito. Podemos confiar em todos quantos estão presentes. Podemos confiar em todas quantas estão presentes. QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver acompanhado de tudo (e variações). g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo. Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim. QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem valor semântico de tempo; o segundo, de modo. Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.). Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 22 futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a forma infinitiva e a desinência modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). Casos de Próclise a) Palavras de sentido negativo Nada me fará desistir. Ninguém me fará desistir. b) Advérbios sem pausa Aqui se fazem chaves. Talvez se cumprimentassem. c) Conjunções subordinativas e pronomes relativos Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. O livro que me deste é muito interessante. d) Conjunções coordenativas alternativas Ora se atribulava, ora se aquietava. Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. e) Pronomes e advérbios interrogativos Quem lhe contou a verdade? Por que te afliges tanto? f) Pronomes indefinidos Tudo me foi dado. Alguém te contou a verdade? g) Frases exclamativas e optativas Como te atreves! Deus o abençoe, meu filho! h) Preposição em + verbo no gerúndio Em se tratando desse assunto, nada mudará. Casos de Mesóclise a) Verbo no futuro do presente ou do pretérito, sem palavra atrativa Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida inteira.) Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.) Casos de Ênclise a) Antes de tentar decorar qualquer outra regra, é fundamental saber que a tendência da língua Levante-se e lute. Tratando-se desse assunto, nada mudará. Vendê-lo era o que mais importava. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 23 portuguesa recai sobre o uso da ênclise. Portanto, se não ocorrer qualquer um dos casos mencionados anteriormente, usaremos a ênclise. Aqui, fazem-se chaves. 13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No segmento “isso então nem se fala” (l.8), a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de palavra de sentido negativo. Comentário – Sim, este é um caso obrigatório de próclise e tem a ver com o que foi exposto na alínea “a” do referido assunto. A palavra de sentido negativo é “nem”. De vez em quando, este tipo de questão aparece. Resposta – Item certo. 14. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Na oração “ele se destacou entre os colegas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo elemento que o antecede. Comentário – Estar “em posição pré-verbal” é estar numa posição proclítica ou, simplesmente, antes do verbo. Esse é o caso do pronome oblíquo átono “se”. Mas não se trata de um caso obrigatório de próclise, conforme mencionou o examinador. Observe no quadro acima. O pronome pessoal do caso reto “ele” não atrai o pronome oblíquo átono. Portanto o pronome também poderia surgir depois do verbo, isto é, numa posiçãoenclítica: “ele destacou-se entre os colegas”. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 24 [...] Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do 25 inquérito policial que serão coletadas as informações e as [...] Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. Internet: <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações). 15. (Cespe/2015/MPU/Analista) Em “Evidencia-se” (l.24), o pronome “se” pode, facultativa e corretamente, ser tanto posposto — como aí foi empregado — quanto anteposto à forma verbal — Se evidencia. Comentário – A substituição proposta faria com que a oração começasse com pronome oblíquo átono, o que não é permitido pela gramática normativa. Resposta – Item errado. Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento: 1 – O particípio não admite ênclise. Dada-me a resposta, calei-me. (errado) Dada a mim a resposta, calei-me. (certo) 2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise. Direi-te a verdade. (errado) Dir-te-ei a verdade (certo) 3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono. Ambos se casarão amanhã. 4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra negativa. Estou aqui para te servir (ou servir-te). Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo). Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 25 5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será possível se o pronome for o ou a. Estamos a contemplá-la. Se soubesse, não continuaria a lê-lo. Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe). Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal). a) Verbo auxiliar + infinitivo Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar) Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal) Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra atrativa impede a ênclise) Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio “não” é insuficiente para impedi-la) b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal) Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal) c) Verbo auxiliar + gerúndio Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar) Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal) Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra atrativa, que impede a ênclise) Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio perde sua força atrativa) d) Verbo auxiliar + particípio Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 26 Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise do verbo principal por estar ele no particípio) Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do advérbio de negação) Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar “solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos. a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa) b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós) c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge Amado) 16. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No trecho “o de que não se trata de norma penal” (l.13-14), o emprego da próclise em vez da ênclise — não trata-se — justifica-se pela presença de palavra negativa antecedendo a forma verbal. Comentário – Temos aqui um caso obrigatório de próclise, por causa da presença do advérbio negativo não. Resposta – Item certo. 1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações 4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por [...] Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações). Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 27 17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Não haveria prejuízo para a correção gramatical do texto caso os pronomes “se” (l. 2) e “a” (l. 5) fossem deslocados para imediatamente após as formas verbais “aplicava” (l. 2) e “apanhasse” (l. 5), escrevendo-se que aplicava-se e caso apanhasse- a, respectivamente. Comentário – No texto, a próclise dos pronomes destacados é obrigatória, pois o pronome relativo “que” e a conjunção subordinativa “caso” os atrai. A formação da ênclise, como sugere o examinador, traria prejuízo à correção gramatical. Resposta – Item errado. Advérbios Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias. Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica quando a ação verbal se realizou) Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando o modo indicado pelo advérbio) Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, adicionando-lhe valor semântico intensificador) Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas. As providências foram infrutíferas, lamentavelmente. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 28 [...] 7 Oficialmente, o presidente Nazarbayev justificou a mudança alegando o risco permanente de terremoto em Almaty e a falta de espaço para crescimento. Contudo, também queria integrar [...] Brasília asiática. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações). 18. (Cespe/Câmara dos Deputados/ Analista Legislativo/2014) Os vocábulos “Oficialmente” (L.7) e “permanente” (L.8) pertencem à mesma classe gramatical. Comentário – Não, não é verdade. O primeiro vocábulo é advérbio que se refere à ação do presidente de justificar a mudança. O segundo é adjetivo que qualifica o substantivo “risco”. Resposta – Item errado. Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o grau comparativo de superioridade. Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala. Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro. Alguns advérbios podem assumirformas diminutivas (e passam a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva. Ex.: Chegaram agorinha. Terminei a prova rapidinho. Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos eles. Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 29 ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis. Ex.: Não falem alto! As aulas de português não custam caro. Preposições Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de subordinação do consequente ao antecedente. Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à mesma oração) O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a oração completiva nominal “fracassar”. Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico. Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase. Ex.: Estou com você. (associação, a favor) Estou contra você. (posição contrária) Pus sob a mesa. (posição inferior) Pus sobre a mesa (posição superior) Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade) Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição) Veio de casa. (origem) Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 30 [...] 19. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”, em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz expressão que exprime finalidade. Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para” introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada: colecionar livros. Resposta – Item certo. [...] classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de 10 relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 31 crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com 13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a [...] Internet: <www.direitoshumanos.usp.br> 20. (Cespe/DPF/Agente/2014) Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição “com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do vocábulo “conexos”. Comentário – As aparências enganam! Os crimes não são conexos com a criminalidade e a violência – isso nem faria muito sentido. É preciso retomar a leitura de um ponto anterior: “...é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos crimes conexos [...] com a criminalidade e a violência...”. Ou seja, é a associação disso e daquilo com a criminalidade e a violência. Resposta – Item errado. Conjunções Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções, um vínculo de coordenação. Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm entre si uma relação de equivalência sintática) Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de coordenação) Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 32 É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que estudemos”) Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo (coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas; subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal). CONJUNÇÕES COORDENATIVAS aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem como adversativas e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso) alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por isso explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo) 21. (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) Mantêm-se as relações sintáticas originais ao se substituir o termo “Entretanto” (l.11) por qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Todavia, No entanto. Comentário – Todas as conjunções apontadas pela banca transmitem noção de adversidade, portanto a substituição proposta mantém as relações sintáticas originais. Resposta – Item certo. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 33 22. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical do texto e suas informações originais ao se substituir “Portanto” (L.13) por qualquer um dos seguintes termos: Por isso, Logo, Por conseguinte. Comentário – As conjunções apresentadas pelo examinador expressam ideia de conclusão, portanto a substituição proposta mantém a correção gramatical do texto e suas informações originais (o texto aqui também é dispensável). Resposta – Item certo. [...] A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de costumes tradicionais, 25 proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram 28 melhores depositários do direito e meios mais eficazes para conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por mais força que tivessem em função de seu constante exercício. 31 Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais. Somente em tempos mais avançados da civilização é que se 34 começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito. Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da 37 moral. Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In: AntônioC. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações) 23. (Cespe/2015/TCU/TFCE) Sem prejuízo do sentido do texto, o termo “destarte” (l.27) poderia ser substituído por contudo ou todavia. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 34 Comentário – No texto, “destarte” estabelece uma relação de conclusão entre as ideias que articula. Contudo e todavia expressam ideias adversativas. Portanto a substituição é inadequada. Resposta – Item errado. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS integrantes (introduzem orações subordinadas que funcionam como substantivos: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, apositiva) que, se adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias) causais que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, na medida em que, se comparativas como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como) concessivas embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não) condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. conformativas como, conforme, segundo, consoante consecutivas que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 35 (não) finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que proporcionais à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto temporais Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que 1 Em linhas gerais, o texto da Lei da Ficha Limpa prevê que, para ficar impedido de concorrer a um cargo público eletivo, basta que o candidato tenha sido condenado por um 4 órgão colegiado, ainda que ele esteja com recursos em tramitação, caso muito comum, por exemplo, em condenações de tribunais eleitorais. [...] Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba. Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações). 24. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No texto, a expressão “ainda que” (L.4) tem sentido equivalente ao da expressão desde que. Comentário – A locução conjuntiva “ainda que” transmite valor concessivo à informação e pode se substituída, por exemplo, pela conjunção embora. A locução desde que transmitira ao leitor um sentido de condição. Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 36 25. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 – adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens abaixo. I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe. II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos trechos, semelhantes relações de sentido. III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de tempo. Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia de possibilidade presente nas palavras do poema. Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste. Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida; “até” denota ideia de inclusão. Resposta – Itens errados. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 37 [...] [...] [...] 26. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento “que” recebe a mesma classificação morfossintática. Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo, substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva restritiva. Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração subordinada substantiva objetiva direta. Resposta – Item errado. [...] [...] Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 38 27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas não como se caso alguém se execute. Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado. A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da conjunção caso. Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso. Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original. Resposta – Item certo. [...] [...] Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 39 28. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de consequência no trecho em que ocorre. Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que (precedido dos termos intensivostal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que. Resposta – Item errado. 29. (Cespe/CEF/Médico do Trabalho/2014) No trecho “Eu, se retorquisse dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (16-17), a partícula “se” recebe classificação distinta em cada ocorrência. Comentário – Sim, é verdade. Na primeira ocorrência, o “se” é conjunção subordinativa condicional. Observe que ele pode ser substituído por caso, outra conjunção condicional. Já na segunda, o “se” é pronome apassivador e, ao lado do verbo transitivo direto “perde”, forma a voz passiva sintética (ou pronominal). Observe que a estrutura pode ser transformada: “...do tempo que é perdido” (voz passiva analítica ou verbal). Resposta – Item certo. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 40 30. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que, porquanto, visto que ou porque. Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo examinador podem expressar noção de causa. Resposta – Item certo. 1 Especialmente no que comunica o papel da justiça eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 41 7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas pelos votos legitimamente conquistados. [...] Sabe-se que, no Brasil, o eleitor geralmente escolhe seus candidatos em função de sua imagem social, pelo que os 19 meios de comunicação de massa lhe vendem, ou por aquilo que é produzido e maquiado no grande mecanismo de promoção pessoal que é a propaganda eleitoral. No entanto, uma 22 característica essencial da liberdade em nosso processo democrático é que o eleitor brasileiro não precisa (e não deve) justificar as suas escolhas. [...] Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 31. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Os elementos “Assim” (L.6) e “No entanto” (L.21) expressam ideias equivalentes. Comentário – Na linha 6, o elemento “Assim” serve para expressar uma ideia conclusiva em relação à atuação da justiça eleitoral. O conectivo “Assim” equivale-se a portanto, logo, por conseguinte. Já o elemento “No entanto”, na linha 21, expressa ideia distinta, pois estabelece uma ressalva à declaração feita sobre o voto do eleitor brasileiro. A locução “No entanto” equivale-se a porém, contudo, entretanto. Resposta – Item errado. [...] outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a 13 quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 42 parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos 16 grupos socialmente fragilizados. Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações). 32. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 11, o vocábulo “pois” está empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto. Comentário – Este é um caso clássico da preposição pois com sentido conclusivo: após o verbo da oração e isolada por meio de vírgulas. Veja novamente: “É crucial, pois, que as ações afirmativas...”. Resposta – Item certo. Verbos FLEXÕES VERBAIS Voz 1. ATIVA indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo. Ex.: Cabral descobriu o Brasil. 2. PASSIVA indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo. Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva. 2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA. Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado. As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz passiva sem agente da passiva. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 43 3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e pronominal ou sintética. Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal no particípio = analítica. Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + pronome SE = sintética. Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’ [...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva. VOZ ATIVA VOZ PASIVA Sujeito Pacientes afetados pela síndrome Agente da passiva pelos pacientes afetados pela síndrome Verbo transitivo direto ultrapassaram (o que?) Locução verbal (voz passiva analítica) foi ultrapassada Objeto direto a fronteira da adaptabilidade às demandas Sujeito paciente A fronteira da adaptabilidade às demandas [...] 13 Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º 848/1890, ao [...] Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). 33. (Cespe/2015/MPU/Técnico) Caso se substituísse “iniciou-se” (l.14) por foi iniciada, a correção gramatical do período seria prejudicada. Comentário – A estrutura original constitui voz passiva sintética (ou pronominal). Observe que ela é formada por VTD + SE. A substituição Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 44 proposta, apenas mudaria a voz passiva sintética em analítica (ou verbal). Observe que até a concordância entre o particípio iniciada e o substantivo “sistematização” (núcleo do sujeito paciente) seria respeitada. Portanto não haveria prejuízo algum. Resposta – Item errado. Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa: a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbode LIGAÇÂO + SE = sujeito indeterminado b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE = sujeito indeterminado c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO + SE = sujeito indeterminado d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado 3. REFLEXIVA indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo sujeito ao mesmo tempo. Ex.: Não me considero tão importante. Reservamo-nos o direito de ficar calado. Ele se deu um presente. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e representa a mesma pessoa do sujeito. 2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando, conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, etc. Ex.: Feri-me a mim mesmo. Julgai-vos a vós mesmos. 3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 45 Ex.: Os amigos se cumprimentaram. Amavam-se um ao outro. [...] 10 A declaração não previu que o desenvolvimento capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e 13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar, [...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 34. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma: Na declaração, não se previu. Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial (antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso. Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu, nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse... Resposta – Item certo. [...] que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é admissível que grupos privados transnacionais — não mais do Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 46 19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do 22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares. [...] Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 35. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse substituído por Não se admitem. Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na voz passiva sintética. Portanto não há razão para que o verbo admitir se flexione na terceira pessoa do plural. Resposta – Item errado. 1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro [...] Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações). 36. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em vez de “enfatizou-se”. Comentário – Sim. O sujeito continuaria sendo a expressão “a busca de explicações sobre as origens”; o verbo continuaria na voz passiva (apenas Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 47 passaria de passiva sintética para passiva analítica). O gênero feminino do vocábulo enfatizada justifica-se pela concordância do particípio com o substantivo “busca”. Resposta – Item certo. Número e Pessoa 1ª 2ª 3ª singular eu tu ele/ela plural nós vós eles/elas [...] 37. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26) justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação genérica. Comentário – O verbo “importava” está na terceira pessoa do singular porque concorda com o sujeito oracional “descobrir e estudar” (l. 27). Basta fazer a boa e velha pergunta ao verbo: “O que importava?” A resposta é o sujeito: “Descobrir e estudar”. Entenda assim, para melhor compreensão: descobrir e estudar importava. Como se percebe, o sujeito está bem determinado na passagem. Na aula sobre concordância verbal, veremos que o verbo se flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo composto, é oracional (apresenta verbo em sua estrutura). Resposta – Item errado. Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 48 Modo e Tempo Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar. Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentre de determinado momento (durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). Mais à frente falarei melhor sobre o emprego dos tempos e modos. MODOS TEMPOS SIMPLES indicativo presente (tenho) Pretérito perfeito (tive) imperfeito (tinha) mais-que-perf. (tivera) futuro do presente (terei) do pretérito (teria) subjuntivo presente (tenha) pretérito imperfeito (tivesse) futuro (tiver) imperativo afirmativo (tem tu) negativo (não tenhas tu) MODOS TEMPOS COMPOSTOS Indicativo pretérito Perfeito (tenho/hei cantado) mais-que-perfeito (tinha/havia cantado) futuro do presente (terei/haverei cantado) do pretérito (teria/haveria cantado) Subjuntivo pretérito Perfeito (tenha/haja cantado) mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado) futuro (tiver/houver cantado) Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) Prof. Albert Iglésia Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 49 ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal. Ex.: Temos estudado
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