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Emprego e Colocação de Classes Gramaticais

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Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) 
Prof. Albert Iglésia 
Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais 
 
www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Albert Iglésia 1 
Olá, prezado aluno! 
Chegou a hora de avançarmos. Hoje o assunto é emprego e 
colocação de classes de palavras, tema importante nas provas do Cespe. 
Portanto estude a matéria com muito empenho. 
Veja o que nos aguarda: 
 
 
Definição .............................................................................................. 2 
Emprego de substantivos ..................................................................... 6 
Emprego de artigos .............................................................................. 8 
Emprego de pronomes ........................................................................ 11 
Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais .............................. 11 
Pronomes de tratamento ...................................................................... 13 
Pronomes possessivos ......................................................................... 14 
Pronomes demonstrativos .................................................................... 14 
Pronomes relativos .............................................................................. 17 
Colocação dos pronomes oblíquos átonos ........................................... 21 
Casos de próclise ................................................................................ 22 
Casos de mesóclise .............................................................................. 22 
Casos de ênclise .................................................................................. 22 
Advérbios ............................................................................................ 27 
Preposições ......................................................................................... 29 
Conjunções ......................................................................................... 31 
Conjunções coordenativas .................................................................... 32 
Conjunções subordinativas ................................................................... 34 
Verbos ................................................................................................. 42 
Flexões verbais ................................................................................... 42 
Voz ................................................................................................. 42 
Número e pessoa .............................................................................. 47 
Modo e tempo .................................................................................. 48 
Emprego dos modos verbais ................................................................. 50 
Sumário 
Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) 
Prof. Albert Iglésia 
Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais 
 
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Emprego dos tempos verbais ................................................................ 50 
Correlação verbal ................................................................................ 54 
Lista das questões comentadas ........................................................... 62 
Gabarito das questões comentadas ..................................................... 82 
 
Ao todo, são dez as classes de palavras. Umas variáveis e outras 
invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições 
nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro que resume bem a parte 
teórica: 
Classe Gramatical Definição 
Substantivo 
É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, 
instituições, animais, entes de natureza espiritual 
ou mitológica, etc.) 
Substantivo comum de 
dois números 
Tem a mesma forma para o singular e o plural: 
lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será 
estabelecida por meio de outro elemento 
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus 
etc. 
Substantivo comum de 
dois gêneros 
Apresenta uma só forma para ambos os gêneros. 
Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de 
qualquer outro determinante. Exemplos: o/a 
colega, o/a agente, o/a lojista. 
Substantivo 
sobrecomum 
Possui uma só forma e um só gênero a fim de 
designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a 
pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o 
monstro. 
Substantivo epiceno 
Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de 
designar animais de ambos os sexos. Usam-se as 
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a 
distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a 
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cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou 
fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc. 
Artigo 
(definidos: o, a, os, 
as; indefinidos: um, 
uma, uns, umas) 
É a palavra que se antepõe ao substantivo, 
servindo basicamente para generalizar ou 
particularizar o sentido desse substantivo. Em 
alguns casos, o artigo é essencial na identificação 
do gênero e do número do substantivo. Exemplos: 
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à 
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi 
demitida. – O pires quebrou. / Os pires 
quebraram. 
Adjetivo 
Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe 
atribuir uma característica. Com ele concorda em 
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros 
bons, árvore alta, tapete novo etc. 
Adjetivo uniforme 
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a 
substantivos masculinos quanto a femininos. 
Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável, 
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça 
adorável. 
Numeral 
É a palavra que indica a quantidade ou a posição 
dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem 
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo 
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze 
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo 
(multiplicativos). 
Advérbio 
É a palavra invariável que se refere a um verbo, um 
advérbio ou a um adjetivo, indicando uma 
circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos: 
Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal 
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“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu 
bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, 
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude 
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, 
intensificando-lhe o sentido). 
Interjeição 
É a palavra invariável que exprime emoções ou que 
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a 
adotar certo comportamento sem que se faça uso 
de estruturas linguísticas mais elaboradas. 
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia! 
Preposição 
É a palavra invariável que conecta (liga) palavras 
ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do 
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu 
para sair mais cedo. 
Conjunção 
É a palavra invariável que une orações ou termos 
de uma oração. No desempenho desse papel, a 
conjunção pode relacionar termos e orações 
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações 
coordenadas) ou relacionar uma oração principal a 
uma oração que lhe é subordinada. Exemplos: 
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e 
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos. 
Verbo 
É a palavra que designa um processo (ação, desejo, 
estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe 
gramatical mais rica emvariação de formas. Pode 
mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número 
e voz. No dicionário, são encontrados no modo 
infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser, 
amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do 
verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) / 
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Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está 
doente. (estado) / A lagarta virou borboleta. 
(mudança de estado) / Choveu forte. 
(fenômeno) 
Pronome 
Palavra que substitui o nome (pronome 
substantivo) ou que o acompanha (pronome 
adjetivo) para tornar claro o seu significado. 
Existem seis classes de pronomes: 
Pessoal 
Indica diretamente as pessoas do discurso (no 
singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª 
pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se 
fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, 
se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim, 
comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, 
convosco. Também são pessoais os pronomes de 
tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa 
senhoria, vossa excelência, etc. 
possessivo 
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a 
posse de algo: meu, minha, meus, minhas, 
nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, 
tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, 
seus, suas. 
demonstrativo 
Indica a posição dos seres em relação às pessoas 
do discurso, situando-os no tempo e no espaço. 
1ª. Pessoa: este, esta, estes, estas, isto. 
2ª. Pessoa: esse, essa, esses, essas, isso. 
3ª. Pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas, 
aquilo. 
relativo 
É aquele que, em uma oração, se refere a um 
termo constante em oração anterior, chamado 
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antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava 
danificado. São pronomes relativos: que, quem, 
quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, 
a qual, os quais, as quais. 
indefinido 
Refere-se à terceira pessoa do discurso num 
sentido vago ou exprimido quantidade 
indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre 
alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e 
número. São pronomes indefinidos: algum, 
alguns, nenhum, nenhuns, qualquer, 
quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc. 
interrogativo 
É aquele usado para formular uma pergunta direta 
ou indireta: que, quem, qual, quanto. 
 
Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe, Esaf e 
FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas 
classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão 
inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o 
restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que 
reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe 
gramatical. 
 
Emprego de substantivos 
Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo 
indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc. 
Às vezes, essas mesmas formas são empregadas para traduzir 
valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho 
etc. 
Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a 
ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado 
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diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha 
(calendário), película, portão, flautim, calção etc. 
 
[...] 
 
1. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/Telecomunicações e Eletricidade/2012) Na 
construção do sentido do texto, destaca-se a ambiguidade do vocábulo 
“militar”, que, no contexto em que aparece, pode ser classificado ora 
como substantivo, ora como verbo. 
Comentário – Como substantivo, o vocábulo “militar” significa integrante de 
uma das Forças Armadas. Como verbo, significa seguir uma carreira, ou atuar 
em um partido, uma organização etc. Portanto é possível entender que o 
jornalista aproveitou a oportunidade para reclamar da intromissão das Forças 
Armadas na liberdade de imprensa ou para, a exemplo do coronel, desabafar 
sobre as dificuldades da sua própria atividade profissional. 
Resposta – Item certo. 
 
2. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2014) Dado que, na expressão 
“o vácuo interrogante do porvir” (l.2), os termos “interrogante” e “do 
porvir” especificam o mesmo núcleo nominal, o sentido da expressão seria 
mantido caso a posição desses elementos fosse a seguinte: o vácuo do 
porvir interrogante. 
Comentário – No trecho original, os adjetivos especificam o substantivo 
“vácuo”. Na expressão transformada, apenas a locução “do porvir” qualifica o 
substantivo “vácuo”. Já o adjetivo “interrogante” especifica o “porvir”. Isso 
muda o sentido da expressão original. 
Resposta – Item errado. 
 
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Emprego de artigos 
 
1) Todos 
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento 
posterior, caso este admita o seu uso. 
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores. 
Todas as leis devem ser cumpridas. 
Todos vocês estão suspensos. 
 
2) Todo 
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar 
integralidade do que é considerado, totalidade daquilo que é 
mencionado; não se usa para indicar generalização. 
 
Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro, totalmente.) 
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país 
indiscriminadamente.) 
 
ATENÇÃO! É possível surgirem questões que abordam a diferença entre os 
sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é perguntado se o 
emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. 
Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto 
de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por 
algum motivo conserva o significado inicial. 
 [...] 
 No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os 
 requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do 
25 requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos 
 legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo 
 universal. 
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). 
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3. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O artigo masculino plural os 
poderia ser corretamente inserido após “Todos”, em “Todos requisitos” 
(L.25). 
Comentário – A expressão Todos os requisitos legítimos abrangeria 
requisitos diferentes daqueles mencionados no texto. Bastaria que fossem 
legítimos para que diversos requisitos estivessem subentendidos na expressão 
em negrito. Essa não é a ideia original. O pronome “Todos” sintetiza e retoma 
especificamente os requisitos listados no trecho anterior: “requisitos da 
nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento 
eleitoral”. A ideia originalmente expressa pelo enunciador é que os requisitos 
mencionados são todos legítimos. 
Perceba também que o emprego do artigo os prejudicariaa 
coesão entre os elementos do texto, pois sugeriria que a expressão Todos os 
requisito legítimos seria um suposto sujeito sem um verbo que lhe servisse 
de base para compor uma oração. Analise: Todos os requisito legítimos 
(???) e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Assim, a 
passagem tem sua coerência e sua coesão prejudicadas. 
Resposta – Item errado. 
 
 [...] 
 Para um número crescente de pessoas em todo o 
 mundo, a vida deixou de ser vivida como destino — como 
28 relativamente fixa e determinada. [...] 
Anthony Giddens. Democracia. In: Mundo em descontrole. 
Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 78-82 (com adaptações). 
4. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) A interpretação da expressão 
“todo o mundo” (L.26-27), em “Para um número crescente de pessoas em 
todo o mundo”, é ambígua, assim como a da expressão todo mundo em 
Em todo mundo há esperança. 
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Comentário – Não existe essa tal ambiguidade. O que existe é a ideia de 
integralidade no primeiro caso e de generalização no segundo. Na frase “todo o 
mundo”, considera-se totalmente o mundo, isto é, todas as partes dele, não 
ficando nada de fora, conforme o próprio contexto. Na frase Em todo mundo 
há esperança, a ideia é que existe esperança em qualquer pessoa, 
indiscriminadamente. 
Resposta – Item errado. 
 
 
[...] 
 
5. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) Os substantivos “velhice” (L.1) e “tese” 
(L.11) estão empregados no texto de forma indefinida e com sentido 
genérico. 
Comentário – Para resolver acertadamente esta questão, você precisa notar o 
que vem antes desses substantivos. Em “à velhice”, tem-se a fusão da 
preposição a com o artigo definido a. Os artigos definidos (o, os, a, as) são 
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antepostos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado. 
Semelhantemente, é isso que também ocorre em “à tese”. 
Resposta – Item errado. 
 
Emprego de pronomes 
Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais 
a) Ele virou ela. 
 
 
 
 
 
b) Quero falar com ele. 
Sou útil a ele. 
Vi-o na rua. 
 
 
 
 
 
1 Especialmente no que comunica o papel da justiça 
 eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela 
 garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas 
 ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente 
 pelo eleitor no resultado das urnas. [...] 
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral 
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista 
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, 
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 
6. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) O pronome “lhe” (L.3) exerce a 
função de complemento verbal indireto na oração em que se insere. 
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas 
(complemento verbal, complemento nominal etc.) 
Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, 
via de regra, do caso reto. 
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Comentário – O pronome oblíquo átono “lhe” complementa o sentido do 
adjetivo “cabível”, portanto não funciona como complemento indireto de verbo. 
A função do pronome é de complemento nominal. 
Resposta – Item errado. 
 
c) Eu contei a ti o que acontecera. 
Você terá de viajar com nós dois. 
Você terá de viajar conosco. 
 
 
 
 
 
 
 
CUIDADO! Não vá sem eu saber. 
Todos saíram, exceto eu. 
 
 
 
 
 
 
d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. 
Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. 
 
 
 
e) Mandei-o sair da sala. 
Fiz-lhes ver que estavam errados. 
 
 
 
Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto 
direto; lhe(s), de objeto indireto. 
Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto 
será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este 
esteja elíptico. 
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. 
Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem 
acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração 
adjetiva. 
LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. 
Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” 
tem regência intransitiva. 
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Pronomes de tratamento 
PRONOME DE 
TRATAMENTO 
ABREVIATURA 
USADO PARA SE 
DIRIGIR A 
Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal 
Você V. tratamento informal 
Vossa Alteza V. A. príncipes e duques 
Vossa Eminência V. Emª cardeais 
Vossa Excelência V. Exª 
altas autoridades e 
oficiais-generais 
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades 
Vossa Majestade V. M. reis e imperadores 
Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral 
Vossa Santidade V. S. papa 
Vossa Senhoria V. Sª 
tratamento formal para 
pessoas graduadas. 
 
As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do 
discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias 
nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, 
conforme o caso. 
• Particularidades 
a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda 
que por meio de correspondências) 
Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa) 
 
b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o 
pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar 
com o gênero da pessoa – concordância ideológica) 
 
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) 
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Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) 
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os 
outros pronomes para a terceira pessoa) 
 
Pronomes possessivos 
 
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de 
algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída. 
Primeira pessoa 
Meu(s), minha(s), 
nosso(s), nossa(s) 
Segunda pessoa 
Teu(s), tua(s), 
vosso(s), vossa(s) 
Terceira pessoa Seu(s), sua(s) 
 
1 Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer 
 a Amazônia. Sua vocação eminentemente hídrica impõe, ao 
 longo dos séculos, a necessidade do deslocamento de seus 
4 habitantes através dos rios. Muito antes da chegada dos 
 [...] 
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet: 
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações). 
7. (Cespe/2014/Antaq/Conhecimentos Básicos/Nível Médio) Na linha 2, o 
pronome “Sua” refere-se ao antecedente “Amazônia”. 
Comentário – O pronome possessivo “Sua” foi utilizado como elemento de 
coesão anafórica. Ou seja, ele retomou um termo antecedente. Esse termo é o 
substantivo “Amazônia”. 
Resposta – Item certo.Pronomes demonstrativos 
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, 
situando-os no tempo e no espaço. 
Ex.: Eu trouxe meu caderno. 
Tu trouxeste tuas canetas. 
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RONOMES TEMPO ESPAÇO 
Este(s), esta(s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala 
Esse(s), essa(s), isso 
Passado próximo Perto da pessoa com 
quem se fala 
Aquele(s), aquela(s), 
aquilo 
Passado longínquo Longe de quem fala e da 
pessoa com quem se fala 
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. 
Este rapaz ao meu lado é meu amigo. 
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. 
O que é isso aí do teu lado? 
Naquela época, a vida era melhor. 
O que é aquilo atrás do carro? 
 
 Casos Especiais 
a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este: 
empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão 
textual conhecida como catafórica.). 
Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse: 
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual 
conhecida como anafórica) 
 
b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele, 
para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já 
citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.) 
 
c) O que ele disse era verdade. 
Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome 
relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos) 
 
 
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 [...] 
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções 
 acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas: 
 há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como 
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus 
 condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um 
 corolário da incerteza ética de nossa cultura. 
 [...] 
8. (Cespe/DPF/Papiloscopista/2012) O termo “Essa discrição” (l.18) 
refere-se apenas ao que está expresso na primeira oração do período 
que o antecede. 
Comentário – Este é um caso típico em que o pronome demonstrativo foi 
usado como elemento de coesão anafórica. A tal “discrição” é a maneira como 
as mencionadas execuções são feitas: “em lugares fechados, diante de poucas 
testemunhas”. 
Resposta – Item certo. 
 
1 Como o ar, a água, as praças e a ordem democrática, 
 a moeda é um dos bens públicos e a sua preservação é uma das 
 obrigações mais importantes dos poderes políticos. 
4 Cumprir essa obrigação é também proteger os pobres, 
 os mais indefesos diante da alta de preços. Em tempos de 
 inflação elevada, o reajuste de seus ganhos é normalmente mais 
7 lento que a alta do custo de vida. Além disso, eles são menos 
 capazes de poupar e de buscar proteção em aplicações 
 financeiras. 
O Estado de S.Paulo, 27/2/2014. 
9. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) No texto acima, o pronome “eles” (l.7) é 
termo coesivo que retoma o antecedente 
a) “poderes políticos” (l.3). 
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b) “os pobres” (l.4). 
c) “seus ganhos” (l.6). 
d) “o ar, a água, as praças e a ordem democrática” (l.1). 
e) “bens públicos” (l.2). 
Comentário – Depreende-se da leitura do texto que o termo retomado pelo 
pronome “eles” é “os pobres”, outro exemplo de coesão anafórica. 
Resposta – B 
 
Pronomes relativos 
 
a) Eis os velhos amigos de que lhe falhei. 
 
Eis o instrumento de que lhe falei. 
O pronome relativo QUE pode ser empregado tanto para substituir 
coisa quanto para representar pessoa. Rejeita preposições com duas ou mais 
sílabas e dispensa sem e sob 
Lembre-se de que para ser conjunção integrante, esse vocábulo 
deve unir uma oração subordinada de valor substantivo (objeto direto, objeto 
indireto, complemento nominal, sujeito, predicativo, aposto) à sua principal. 
Considere este fragmento: “...eles explicam que tipo de rodovia cada uma é.”, 
em que a oração sublinhada é objeto direto da forma verbal “explicam” e o 
“que” não é pronome relativo. 
 
b) A casa onde morei era muito antiga. (certo) 
 A reunião onde estávamos acabou tarde. (errado) 
ONDE é usado restritivamente em referência a lugar. 
A escola onde estudo foi fechada. 
A escola aonde vais é muito longe. 
A escola donde vens é muito longe. 
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ONDE é pronome relativo quando substitui um termo antecedente, 
como no primeiro exemplo (onde = escola). Não deve ser confundido com 
onde = advérbio interrogativo: “Onde você estuda?”. Observe que agora o 
vocábulo onde não substitui nenhum termo anterior, apenas introduz uma 
pergunta que exprime a ideia de lugar. 
Usaremos aonde (contração de a + onde) quando o verbo que 
surgir após esse pronome relativo exprimir ideia de movimento e exigir a 
preposição “a”. Se o verbo indicativo de movimento reger preposição “de”, 
usaremos “donde” (contração de de + onde – a contração não é obrigatória). 
Ressalto que o verbo seguinte deve indicar movimento e não 
permanência (como no primeiro exemplo). Com verbos estáticos, que 
exprimem permanência, a preposição empregada será “em”. Na Língua 
Portuguesa não existe nonde, isto é, a contração de em + onde. Nesse 
caso, a preposição desaparece. 
 
1 O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal 
 onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de 
 assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências 
4 permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes 
 do encerramento das investigações. Contudo, para torcer pela 
 justiça, não era necessário acampar na porta do tribunal, de 
7 onde ninguém podia pressionar os jurados. [...] 
Maria Rita Khel. A morte do sentido. Internet: 
<www.mariaritakehl.psc.br> (com adaptações). 
10. (Cespe/PF/Escrivão/2013) O emprego dos elementos “onde” (l.2) e “de 
onde” (l.6-7), no texto, é próprio da linguagem oral informal, razão por 
que devem ser substituídos, respectivamente, por no qual e da qual, em 
textos que requerem o emprego da norma padrão escrita. 
Comentário – Isso não faz sentido. O elemento “onde” foi utilizado como 
pronome relativo nas duas ocorrências. No primeiro caso, substitui o nome 
“tribunal” (o lugar do julgamento); no segundo, o termo “porta do tribunal” 
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(lugar de onde partia a pressão). Em ambos os casos, a ideia de lugar está 
muito clara. Tudo está de acordo com a norma padrão escrita da Língua 
Portuguesa. Observe estas construções: No tribunal foi julgado um dos mais 
famosos casais acusados de assassinato no país e Da porta do tribunal 
ninguém podia pressionar os jurados. 
Resposta – Item errado. 
 
c) Ele participou da reunião, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho. 
O relativo o qual (e variações) é útil para desfazer ambiguidades. 
Perceba que, se fosse empregado o relativo QUE, haveria margem para a 
seguintedúvida: a reunião ou ele deu origem ao atual grupo de trabalho? 
 
 A fim de solucionar o litígio, atos sucessivos e 
 concatenados são praticados pelo escrivão. Entre eles, estão os 
 atos de comunicação, os quais são indispensáveis para que os 
4 sujeitos do processo tomem conhecimento dos atos acontecidos 
 no correr do procedimento e se habilitem a exercer os direitos 
 que lhes cabem e a suportar os ônus que a lei lhes impõe. 
Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). 
11. (Cespe/Polícia Federal/Escrivão/2013) Na linha 3, a correção gramatical 
do texto seria mantida caso a expressão “os quais” fosse substituída por 
que ou fosse suprimida, desde que, nesse último caso, fosse suprimida 
também a forma verbal “são”. 
Comentário – Caso você não esteja seguro, sugiro que faça a reescritura 
durante a prova. Perca um minuto, mas ganhe o precioso ponto. 
– Entre eles, estão os atos de comunicação, que são 
indispensáveis... (os relativos que e o qual são equivalentes, podendo haver a 
substituição proposta pelo examinador). 
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– Entre eles, estão os atos de comunicação, indispensáveis... 
(a ausência do pronome relativo e do verbo não prejudica a correção 
gramatical, apenas faz desaparecer a oração adjetiva). 
Resposta – Item certo. 
 
d) É uma pessoa com cujas opiniões não podemos concordar. 
O pronome relativo CUJO(S)/CUJA(S) estabelece uma relação de 
posse/dependência entre os termos antecedente e consequente. Concorda em 
gênero e número com a “coisa” possuída. 
Muito cuidado quando a banca lhe propuser a substituição dele 
por outro relativo (que, a/o qual, quem), a pretexto de que serão mantidas a 
correção gramatical e a coerência argumentativa. ISSO NÃO É VERDADE. 
NÃO É POSSÍVEL FAZER TAL SUBSTITUIÇÃO. Não confunda o caso 
anterior (correspondência entre que e o/a qual) com este. 
Observe esta construção: O professor cujo o filho nasceu está feliz. 
O que acha dela? Certa ou errada? ERRADA. A norma gramatical não abona o 
emprego de artigo antes (...o cujo...) ou depois (...cujo o...) do relativo CUJO, 
daí o motivo de não se empregar o acento indicativo de crase diante dele. 
 
1 A China já entendeu que sua passagem de emergente 
 para desenvolvida não pode prescindir da qualificação de seus 
 trabalhadores. Os chineses têm investido pesadamente no 
4 ensino superior, cujo número de matrículas foi multiplicado por 
 seis nos últimos dez anos. [...] 
Editorial, O Estado de S. Paulo, 19/7/2012. 
12. (Cespe/TRE-RJ/Técnico Judiciário/2012) Mantém-se a correção gramatical 
do período ao se substituir “cujo” (L.4) por qual. 
Comentário – Se você leu atentamente o que eu acabei de escrever, não 
deve ter perdido tempo com esta questão. Não é possível substituir cujo por 
qual. O pronome relativo cujo estabelece relação de 
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posse/dependência/pertencimento entre o antecedente e o consequente 
(número de matrículas do ensino superior). 
Resposta – Item errado. 
 
e) Esta é a pessoa a quem prezo como amigo. 
O pronome relativo QUEM é utilizado em referência a pessoas e se 
faz acompanhar de preposição. Eu disse PREPOSIÇÃO e não artigo. Portanto, 
se perguntarem a você qual a classe gramatical daquele “a” em negrito, NADA 
DE DIZER “ARTIGO”. 
 
f) Esqueci tudo quanto foi dito. 
Podemos confiar em todos quantos estão presentes. 
Podemos confiar em todas quantas estão presentes. 
QUANTO (e variações) será pronome relativo quando estiver 
acompanhado de tudo (e variações). 
 
g) Essa é a hora quando as garças levantam vôo. 
Não entendi a maneira como ela se dirigiu a mim. 
QUANDO e COMO são pronomes relativos sempre que se referirem a um 
termo antecedente (“a hora” e “a maneira”, nessa ordem). O primeiro tem 
valor semântico de tempo; o segundo, de modo. 
 
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos 
Antes de apresentar os casos de colocação pronominal – assunto 
que não é muito explorado pelo Cespe –, cabe lembrar que próclise é a 
ocorrência do pronome antes do verbo (Fingiu que não o reconheceu.). 
Quando acontece o inverso, ou seja, o pronome surge após o verbo, temos um 
caso de ênclise, que na escrita é marcada pela presença do hífen (Dá-me sua 
ajuda.). A mesóclise, que só ocorre com verbos no futuro do presente e no 
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futuro do pretérito, é o emprego do pronome no “meio” do verbo, entre a 
forma infinitiva e a desinência modo-temporal (Dar-lhe-ia minha ajuda.). 
Casos de Próclise 
a) Palavras de sentido 
negativo 
Nada me fará desistir. 
Ninguém me fará desistir. 
b) Advérbios sem pausa 
Aqui se fazem chaves. 
Talvez se cumprimentassem. 
c) Conjunções 
subordinativas e 
pronomes relativos 
Quando lhe dissemos a verdade, chorou muito. 
O livro que me deste é muito interessante. 
d) Conjunções 
coordenativas 
alternativas 
Ora se atribulava, ora se aquietava. 
Das duas uma: ou as faz ela, ou as faço eu. 
e) Pronomes e advérbios 
interrogativos 
Quem lhe contou a verdade? 
Por que te afliges tanto? 
f) Pronomes indefinidos 
Tudo me foi dado. 
Alguém te contou a verdade? 
g) Frases exclamativas e 
optativas 
Como te atreves! 
Deus o abençoe, meu filho! 
h) Preposição em + verbo 
no gerúndio 
Em se tratando desse assunto, nada mudará. 
Casos de Mesóclise 
a) Verbo no futuro do 
presente ou do pretérito, 
sem palavra atrativa 
 
Amar-te-ei a vida inteira. (Não te amarei a vida 
inteira.) 
Dar-lhe-ia o livro. (Jamais lhe daria o livro.) 
Casos de Ênclise 
a) Antes de tentar decorar 
qualquer outra regra, é 
fundamental saber que 
a tendência da língua 
Levante-se e lute. 
Tratando-se desse assunto, nada mudará. 
Vendê-lo era o que mais importava. 
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portuguesa recai 
sobre o uso da 
ênclise. Portanto, se 
não ocorrer qualquer 
um dos casos 
mencionados 
anteriormente, 
usaremos a ênclise. 
Aqui, fazem-se chaves. 
 
13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) No segmento “isso então nem se 
fala” (l.8), a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de 
palavra de sentido negativo. 
Comentário – Sim, este é um caso obrigatório de próclise e tem a ver com o 
que foi exposto na alínea “a” do referido assunto. A palavra de sentido 
negativo é “nem”. De vez em quando, este tipo de questão aparece. 
Resposta – Item certo. 
 
14. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) Na oração “ele se destacou entre os 
colegas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição 
pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo elemento que o 
antecede. 
Comentário – Estar “em posição pré-verbal” é estar numa posição proclítica 
ou, simplesmente, antes do verbo. Esse é o caso do pronome oblíquo átono 
“se”. Mas não se trata de um caso obrigatório de próclise, conforme mencionou 
o examinador. Observe no quadro acima. O pronome pessoal do caso reto 
“ele” não atrai o pronome oblíquo átono. Portanto o pronome também poderia 
surgir depois do verbo, isto é, numa posiçãoenclítica: “ele destacou-se entre 
os colegas”. 
Resposta – Item errado. 
 
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 [...] 
 Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do 
25 inquérito policial que serão coletadas as informações e as 
 [...] 
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do 
Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio 
de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4. 
Internet: <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações). 
15. (Cespe/2015/MPU/Analista) Em “Evidencia-se” (l.24), o pronome “se” 
pode, facultativa e corretamente, ser tanto posposto — como aí foi 
empregado — quanto anteposto à forma verbal — Se evidencia. 
Comentário – A substituição proposta faria com que a oração começasse com 
pronome oblíquo átono, o que não é permitido pela gramática normativa. 
Resposta – Item errado. 
 
Alguns pontos precisam ser ressaltados neste momento: 
1 – O particípio não admite ênclise. 
Dada-me a resposta, calei-me. (errado) 
Dada a mim a resposta, calei-me. (certo) 
2 – O futuro do presente e o futuro do pretérito também não admitem ênclise. 
Direi-te a verdade. (errado) 
Dir-te-ei a verdade (certo) 
3 – O numeral ambos, quando sujeito, também atrai o pronome oblíquo átono. 
Ambos se casarão amanhã. 
4 – É licita a próclise ou a ênclise quando o infinitivo estiver precedido de 
preposição ou palavra negativa. 
Estou aqui para te servir (ou servir-te). 
Meu desejo era não o incomodar (ou incomodá-lo). 
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5 – Quando o infinitivo vier precedido pela preposição a, a próclise não será 
possível se o pronome for o ou a. 
Estamos a contemplá-la. 
Se soubesse, não continuaria a lê-lo. 
Começou a lhe ensinar português (ou ensinar-lhe). 
Até agora, a posição do pronome oblíquo átono levou em conta a 
existência de apenas um verbo. Veja a seguir como empregá-los em relação a 
uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal). 
a) Verbo auxiliar + infinitivo 
Ex.: Eu devo-lhe fazer um favor. (ênclise do verbo auxiliar) 
Eu devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal) 
Eu não lhe devo fazer um favor. (próclise do verbo auxiliar; a palavra 
atrativa impede a ênclise) 
Eu não devo fazer-lhe um favor. (ênclise do verbo principal; o advérbio 
“não” é insuficiente para impedi-la) 
 
b) Verbo auxiliar + preposição + infinitivo 
Ex.: Os jovens deixaram de se falar. (próclise do principal) 
Os jovens deixaram de falar-se. (ênclise do principal) 
 
c) Verbo auxiliar + gerúndio 
Ex.: Estou-lhe obedecendo. (ênclise do auxiliar) 
Estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal) 
Não lhe estou obedecendo. (próclise do auxiliar, em virtude da palavra 
atrativa, que impede a ênclise) 
Não estou obedecendo-lhe. (ênclise do principal; distante, o advérbio 
perde sua força atrativa) 
 
d) Verbo auxiliar + particípio 
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Ex.: Havia-me levado ao cinema. (ênclise do auxiliar; não é possível a ênclise 
do verbo principal por estar ele no particípio) 
Não me havia levado ao cinema. (próclise do auxiliar, em virtude do 
advérbio de negação) 
Devo esclarecer ainda que, na fala brasileira (diferentemente do 
que ocorre na tradição lusitana), os pronomes oblíquos átonos tendem a ficar 
“solto” entre o verbo auxiliar e o principal, formando a próclise deste, como 
atestam os exemplos abaixo, extraídos de excelentes escritores modernos. 
a) “Mas agora já sabemos nos defender” (Guimarães Rosa) 
b) “Meus olhos iam se enchendo de água.” (Raquel de Queirós) 
c) “A conversa na mesa teria lhe dado suficiente prestígio para isso?” (Jorge 
Amado) 
 
16. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No trecho “o de que não se trata 
de norma penal” (l.13-14), o emprego da próclise em vez da ênclise — 
não trata-se — justifica-se pela presença de palavra negativa 
antecedendo a forma verbal. 
Comentário – Temos aqui um caso obrigatório de próclise, por causa da 
presença do advérbio negativo não. 
Resposta – Item certo. 
 
1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações 
 Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus 
 territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações 
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher 
 caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por 
 [...] 
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado. 
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações). 
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17. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Não haveria prejuízo para a correção 
gramatical do texto caso os pronomes “se” (l. 2) e “a” (l. 5) fossem 
deslocados para imediatamente após as formas verbais “aplicava” (l. 2) e 
“apanhasse” (l. 5), escrevendo-se que aplicava-se e caso apanhasse-
a, respectivamente. 
Comentário – No texto, a próclise dos pronomes destacados é obrigatória, 
pois o pronome relativo “que” e a conjunção subordinativa “caso” os atrai. A 
formação da ênclise, como sugere o examinador, traria prejuízo à correção 
gramatical. 
Resposta – Item errado. 
 
Advérbios 
Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, 
acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias. 
Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica 
quando a ação verbal se realizou) 
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, 
intensificando o modo indicado pelo advérbio) 
Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, 
adicionando-lhe valor semântico intensificador) 
 
Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração 
inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou 
escreve sobre o conteúdo da oração. 
Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas. 
As providências foram infrutíferas, lamentavelmente. 
 
 
 
 
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 [...] 
7 Oficialmente, o presidente Nazarbayev justificou a mudança 
 alegando o risco permanente de terremoto em Almaty e a falta 
 de espaço para crescimento. Contudo, também queria integrar 
 [...] 
Brasília asiática. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações). 
18. (Cespe/Câmara dos Deputados/ Analista Legislativo/2014) Os vocábulos 
“Oficialmente” (L.7) e “permanente” (L.8) pertencem à mesma classe 
gramatical. 
Comentário – Não, não é verdade. O primeiro vocábulo é advérbio que se 
refere à ação do presidente de justificar a mudança. O segundo é adjetivo que 
qualifica o substantivo “risco”. 
Resposta – Item errado. 
 
Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a 
adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o 
grau comparativo de superioridade. 
Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala. 
Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro. 
Alguns advérbios podem assumirformas diminutivas (e passam a 
ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva. 
Ex.: Chegaram agorinha. 
Terminei a prova rapidinho. 
Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em 
mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos 
eles. 
Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. 
 Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os 
ensinamentos. 
 
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ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios. 
Nesse caso, ficam invariáveis. 
 
Ex.: Não falem alto! 
As aulas de português não custam caro. 
 
Preposições 
Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de 
subordinação do consequente ao antecedente. 
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu 
vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à 
mesma oração) 
 O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a 
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a 
oração completiva nominal “fracassar”. 
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico. 
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase. 
Ex.: Estou com você. (associação, a favor) 
Estou contra você. (posição contrária) 
Pus sob a mesa. (posição inferior) 
Pus sobre a mesa (posição superior) 
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade) 
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição) 
Veio de casa. (origem) 
 
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[...] 
19. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A preposição “para”, 
em “para a discussão” (L.3) e em “para colecionar livros” (L.23), introduz 
expressão que exprime finalidade. 
Comentário – Apesar de alguns protestos por parte de alguns estudantes, não 
vejo problemas em considerar certo este item. Na linha 3, a preposição “para” 
introduz uma finalidade da biblioteca de Alexandria: servir de epígrafe para a 
discussão sobre a materialidade da comunicação. Na linha 23, a mesma 
preposição introduz a finalidade da procura por uma biblioteca estruturada: 
colecionar livros. 
Resposta – Item certo. 
 
 [...] 
 classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de 
10 relevância na discussão dos efeitos adversos do uso indevido 
 de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos 
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 crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com 
13 a criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a 
 [...] 
Internet: <www.direitoshumanos.usp.br> 
20. (Cespe/DPF/Agente/2014) Nas linhas 12 e 13, o emprego da preposição 
“com”, em “com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do 
vocábulo “conexos”. 
Comentário – As aparências enganam! Os crimes não são conexos com a 
criminalidade e a violência – isso nem faria muito sentido. É preciso retomar a 
leitura de um ponto anterior: “...é a associação do tráfico de drogas ilícitas e 
dos crimes conexos [...] com a criminalidade e a violência...”. Ou seja, é a 
associação disso e daquilo com a criminalidade e a violência. 
Resposta – Item errado. 
 
Conjunções 
Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse 
papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente 
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração 
principal a uma oração que lhe é subordinada. 
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma 
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções, 
um vínculo de coordenação. 
 
Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm 
entre si uma relação de equivalência sintática) 
Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao 
cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de 
coordenação) 
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É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece 
uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que 
estudemos”) 
Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de 
conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais 
importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus 
contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo 
(coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas; 
subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva, 
condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal). 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS 
aditivas 
e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem 
como 
adversativas 
e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao 
passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não 
obstante, apesar disso, em todo caso) 
alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer 
conclusivas 
logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por 
isso 
explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo) 
 
21. (Cespe/TCE-RS/Oficial de Controle Externo/2013) Mantêm-se as relações 
sintáticas originais ao se substituir o termo “Entretanto” (l.11) por 
qualquer um dos seguintes: Porém, Contudo, Todavia, No entanto. 
Comentário – Todas as conjunções apontadas pela banca transmitem noção 
de adversidade, portanto a substituição proposta mantém as relações 
sintáticas originais. 
Resposta – Item certo. 
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22. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Mantêm-se a correção gramatical do 
texto e suas informações originais ao se substituir “Portanto” (L.13) por 
qualquer um dos seguintes termos: Por isso, Logo, Por conseguinte. 
Comentário – As conjunções apresentadas pelo examinador expressam ideia 
de conclusão, portanto a substituição proposta mantém a correção gramatical 
do texto e suas informações originais (o texto aqui também é dispensável). 
Resposta – Item certo. 
 
 [...] 
 A invenção e a difusão da técnica da escritura, 
 somadas à compilação de costumes tradicionais, 
25 proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade, como o 
 de Hamurábi, o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas. 
 Constata-se, destarte, que os textos legislados e escritos eram 
28 melhores depositários do direito e meios mais eficazes para 
 conservá-lo que a memória de certo número de pessoas, por 
 mais força que tivessem em função de seu constante exercício. 
31 Esse direito antigo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, não 
 diferenciava, na essência, prescrições civis, religiosas e morais. 
 Somente em tempos mais avançados da civilização é que se 
34 começou a distinguir o direito da moral e a religião do direito. 
 Certamente, de todos os povos antigos, foi com os romanos que 
 o direito avançou para uma autonomia diante da religião e da 
37 moral. 
Antônio C. Walker. O direito nas sociedades primitivas. In: 
AntônioC. Walker (Org.) Fundamentos de história do direito. 
Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 19-20 (com adaptações) 
23. (Cespe/2015/TCU/TFCE) Sem prejuízo do sentido do texto, o termo 
“destarte” (l.27) poderia ser substituído por contudo ou todavia. 
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Comentário – No texto, “destarte” estabelece uma relação de conclusão entre 
as ideias que articula. Contudo e todavia expressam ideias adversativas. 
Portanto a substituição é inadequada. 
Resposta – Item errado. 
 
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS 
integrantes (introduzem orações 
subordinadas que funcionam como 
substantivos: subjetiva, predicativa, 
objetiva direta, objetiva indireta, 
completiva nominal, apositiva) 
que, se 
adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias) 
causais 
que, porque, pois, como, porquanto, visto que, visto 
como, já que, uma vez que, desde que, na medida em 
que, se 
comparativas 
como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão 
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou 
do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do 
mesmo modo que), o mesmo que (= como) 
concessivas 
embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda 
quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por 
muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), 
nem que, dado que, sem que (= embora não) 
condicionais 
se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= 
se não), a não ser que, a menos que, dado que. 
conformativas como, conforme, segundo, consoante 
consecutivas 
que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, 
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de 
modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que 
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(não) 
finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que 
proporcionais 
à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto 
mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), 
quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), 
(tanto)... quanto 
temporais 
Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre 
que, assim que, desde que, antes que, depois que, até 
que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que 
 
1 Em linhas gerais, o texto da Lei da Ficha Limpa prevê 
 que, para ficar impedido de concorrer a um cargo público 
 eletivo, basta que o candidato tenha sido condenado por um 
4 órgão colegiado, ainda que ele esteja com recursos em 
 tramitação, caso muito comum, por exemplo, em condenações 
 de tribunais eleitorais. 
 [...] 
Andeson de Oliveira Alarcon. As inovações eleitorais, a fichalimpa 
e as eleições 2012. In: Escola Judiciária Eleitoral da Paraíba. 
Internet: <www.tre-pb.gov.br> (com adaptações). 
24. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) No texto, a expressão “ainda 
que” (L.4) tem sentido equivalente ao da expressão desde que. 
Comentário – A locução conjuntiva “ainda que” transmite valor concessivo à 
informação e pode se substituída, por exemplo, pela conjunção embora. A 
locução desde que transmitira ao leitor um sentido de condição. 
Resposta – Item errado. 
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25. (Cespe/Correios/Agente de Correios/Atendente Comercial/2011 – 
adaptada) A respeito de aspectos linguísticos do texto, julgue os itens 
abaixo. 
I. No pedido de desculpa pelos erros (v.3), o autor da carta comete o 
seguinte erro: emprego da forma verbal “desculpes”, em vez de desculpe. 
II. Os termos “Porque” (v.2) e “Porém” (v.7) estabelecem, nos respectivos 
trechos, semelhantes relações de sentido. 
III. No verso 5, os vocábulos “Talvez” e “até” expressam circunstâncias de 
tempo. 
Comentário – Item I: errado. O verbo desculpar corretamente flexionado na 
segunda pessoa do singular do presente do subjuntivo. Quanto ao número e à 
pessoa, a referência é o pronome TU, representante da pessoa com quem o 
enunciador fala. Quanto ao tempo e modo verbal, o subjuntivo traduz a ideia 
de possibilidade presente nas palavras do poema. 
Item II: errado. A conjunção “Porque” apresenta o motivo pelo 
qual o autor escreve a carta; a conjunção “Porém”, como conjunção 
adversativa que é, introduz ideia de ressalva, contraste. 
Item III: errado. “Talvez” exprime circunstância de dúvida; 
“até” denota ideia de inclusão. 
Resposta – Itens errados. 
 
 
 
 
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[...] 
 
[...] 
 
[...] 
26. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/2011) Nos trechos “que de fato 
desprezava” (L.7) e “que ensinamentos tirei da leitura” (L.22), o elemento 
“que” recebe a mesma classificação morfossintática. 
Comentário – Na linha 7, o vocábulo classifica-se como pronome relativo, 
substitui o antecedente “mulheres” e introduz oração subordinada adjetiva 
restritiva. 
Na linha 22, o “que” é conjunção integrante, introduz oração 
subordinada substantiva objetiva direta. 
Resposta – Item errado. 
 
[...] 
 
[...] 
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27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) Mantendo-se a correção gramatical e a 
coerência do texto, a oração “se alguém é executado” (l.12), que expressa 
uma hipótese, poderia ser escrita como caso se execute alguém, mas 
não como se caso alguém se execute. 
Comentário – Além de expressar uma hipótese por causa da conjunção 
subordinativa “se”, a estrutura original transmite noção de passividade do 
termo “alguém”: ele sofre a ação de ser executado. 
A primeira proposta de substituição preserva tanto a correção 
gramatical quanto a coerência do texto. A conjunção se foi substituída pela 
também conjunção condicional caso. É digna de nota a flexão do verbo 
executar, obrigatoriamente conjugado no subjuntivo (execute) por causa da 
conjunção caso. 
Mas a segunda proposta apresenta problemas. Com respeito 
à correção gramatical, a justaposição das conjunções condicionais se caso fere 
a normatividade da língua. Parece que o examinador quis confundir os 
candidatos aproximando tal construção de outra bem semelhante: se acaso. 
Nesta estrutura, não temos duas conjunções condicionais, mas uma conjunção 
e um advérbio (= eventualmente). Em relação à coerência textual, segunda 
proposta transmite noção reflexiva. Alguém executa a si mesmo? Pratica e 
sofre a ação ao mesmo tempo? Não, não é essa a ideia original. 
Resposta – Item certo. 
 
[...] 
 
[...] 
 
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28. (Cespe/PC-CE/Inspetor/2012) O conector “pois” (L.18) introduz ideia de 
consequência no trecho em que ocorre. 
Comentário – A conjunção “pois” introduz uma explicação ou justificativa 
para o progresso do cientista político Phillippe Schmitter. Eis alguns conectivos 
que transmitem a ideia de consequência alegada pelo examinador: que 
(precedido dos termos intensivostal, tão, tanto, tamanho, às vezes 
subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira 
que. 
Resposta – Item errado. 
 
29. (Cespe/CEF/Médico do Trabalho/2014) No trecho “Eu, se retorquisse 
dizendo-lhe bem do tempo que se perde” (16-17), a partícula “se” recebe 
classificação distinta em cada ocorrência. 
Comentário – Sim, é verdade. Na primeira ocorrência, o “se” é conjunção 
subordinativa condicional. Observe que ele pode ser substituído por caso, 
outra conjunção condicional. Já na segunda, o “se” é pronome apassivador e, 
ao lado do verbo transitivo direto “perde”, forma a voz passiva sintética (ou 
pronominal). Observe que a estrutura pode ser transformada: “...do tempo 
que é perdido” (voz passiva analítica ou verbal). 
Resposta – Item certo. 
 
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30. Mantêm-se a correção gramatical e as informações originais do período ao 
se substituir o conectivo “pois” (L.1) por já que, uma vez que, 
porquanto, visto que ou porque. 
Comentário – Perceba que existe uma relação de causa e efeito entre as 
orações ligadas por meio da conjunção “pois”, a qual introduz a oração 
subordinada causal. Releia, portanto, o quadro das conjunções subordinativas 
adverbiais causais para confirmar que todas as conjunções apresentadas pelo 
examinador podem expressar noção de causa. 
Resposta – Item certo. 
 
1 Especialmente no que comunica o papel da justiça 
 eleitoral ao princípio da autenticidade eleitoral, cabe a ela 
 garantir que prevaleça a vontade do eleitor. Entenda-se: não lhe 
4 é cabível exigir ou orientar escolhas melhores, ou escolhas 
 ideais, apenas fazer valer a escolha expressada legitimamente 
 pelo eleitor no resultado das urnas. Assim, embora louvável o 
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7 esforço, não lhe cabe primar por “votos de qualidade”, apenas 
 pelos votos legitimamente conquistados. 
 [...] 
 Sabe-se que, no Brasil, o eleitor geralmente escolhe 
 seus candidatos em função de sua imagem social, pelo que os 
19 meios de comunicação de massa lhe vendem, ou por aquilo que 
 é produzido e maquiado no grande mecanismo de promoção 
 pessoal que é a propaganda eleitoral. No entanto, uma 
22 característica essencial da liberdade em nosso processo 
 democrático é que o eleitor brasileiro não precisa (e não deve) 
 justificar as suas escolhas. [...] 
Paola Biaggi Alves de Alencar. A concretização do direito eleitoral 
a partir dos princípios constitucionais estruturantes. In: Revista 
de Julgados/Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, vol. 1, 2002, 
Cuiabá: TRE/MT, 2002/6 v, p. 99 (com adaptações). 
31. (Cespe/TRE-MS/Analista Judiciário/2013) Os elementos “Assim” (L.6) e 
“No entanto” (L.21) expressam ideias equivalentes. 
Comentário – Na linha 6, o elemento “Assim” serve para expressar uma ideia 
conclusiva em relação à atuação da justiça eleitoral. O conectivo “Assim” 
equivale-se a portanto, logo, por conseguinte. Já o elemento “No entanto”, 
na linha 21, expressa ideia distinta, pois estabelece uma ressalva à declaração 
feita sobre o voto do eleitor brasileiro. A locução “No entanto” equivale-se a 
porém, contudo, entretanto. 
Resposta – Item errado. 
 
 [...] 
 outros na manutenção do status quo. É crucial, pois, que as 
 ações afirmativas, mecanismo jurídico concebido com vistas a 
13 quebrar essa dinâmica perversa, sofram o influxo dessas forças 
 contrapostas e atraiam considerável resistência, sobretudo da 
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 parte dos que historicamente se beneficiaram da exclusão dos 
16 grupos socialmente fragilizados. 
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de 
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Seminário internacional: as 
minorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações). 
32. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Na linha 11, o vocábulo “pois” está 
empregado com valor conclusivo, equivalendo a portanto. 
Comentário – Este é um caso clássico da preposição pois com sentido 
conclusivo: após o verbo da oração e isolada por meio de vírgulas. Veja 
novamente: “É crucial, pois, que as ações afirmativas...”. 
Resposta – Item certo. 
 
Verbos 
 
FLEXÕES VERBAIS 
 
Voz 
1. ATIVA  indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo. 
Ex.: Cabral descobriu o Brasil. 
 
2. PASSIVA  indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo. 
Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. 
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o 
SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o 
OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva. 
2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for 
INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA. 
Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado. 
As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz 
passiva sem agente da passiva. 
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3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e 
pronominal ou sintética. 
Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal 
no particípio = analítica. 
Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + 
pronome SE = sintética. 
Agora considere o seguinte trecho: “[...] Pacientes afetados pela 
síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’ 
[...]”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva. 
VOZ ATIVA VOZ PASIVA 
 
Sujeito 
Pacientes 
afetados pela 
síndrome 
Agente da 
passiva 
pelos pacientes 
afetados pela 
síndrome 
Verbo 
transitivo 
direto 
ultrapassaram (o 
que?) 
Locução verbal 
(voz passiva 
analítica) 
foi ultrapassada 
Objeto direto 
a fronteira da 
adaptabilidade às 
demandas 
Sujeito 
paciente 
A fronteira da 
adaptabilidade às 
demandas 
 
 [...] 
13 Só no Império, em 1832, com o Código de Processo 
 Penal do Império, iniciou-se a sistematização das ações do 
 Ministério Público. Na República, o Decreto n.º 848/1890, ao 
 [...] 
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações). 
33. (Cespe/2015/MPU/Técnico) Caso se substituísse “iniciou-se” (l.14) por foi 
iniciada, a correção gramatical do período seria prejudicada. 
Comentário – A estrutura original constitui voz passiva sintética (ou 
pronominal). Observe que ela é formada por VTD + SE. A substituição 
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proposta, apenas mudaria a voz passiva sintética em analítica (ou verbal). 
Observe que até a concordância entre o particípio iniciada e o substantivo 
“sistematização” (núcleo do sujeito paciente) seria respeitada. Portanto não 
haveria prejuízo algum. 
Resposta – Item errado. 
 
Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa: 
a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbode LIGAÇÂO + SE = 
sujeito indeterminado 
b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE = 
sujeito indeterminado 
c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO + 
SE = sujeito indeterminado 
d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO 
DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado 
 
3. REFLEXIVA  indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo 
sujeito ao mesmo tempo. 
Ex.: Não me considero tão importante. 
Reservamo-nos o direito de ficar calado. 
Ele se deu um presente. 
ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo 
vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e 
representa a mesma pessoa do sujeito. 
2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando, 
conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, 
etc. 
Ex.: Feri-me a mim mesmo. 
Julgai-vos a vós mesmos. 
3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade. 
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Ex.: Os amigos se cumprimentaram. 
Amavam-se um ao outro. 
 
 [...] 
10 A declaração não previu que o desenvolvimento 
 capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de 
 capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e 
13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente 
 nas economias periféricas. Talvez fosse o caso de se afirmar, 
 [...] 
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). 
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 
34. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A oração “A declaração 
não previu” (l. 10) poderia ser corretamente reescrita da seguinte forma: 
Na declaração, não se previu. 
Comentário – A banca resolveu explorar a mudança de voz verbal, que veio 
acompanhada por outras modificações. Em vez de transformar o sujeito (“A 
declaração”) em agente da passiva, a banca tornou-o adjunto adverbial 
(antecipado, o que justifica o uso da vírgula): Na declaração. Até aqui, tudo 
bem. Não podemos dizer que a nova redação está errada só por causa disso. 
Também não há incorreção na formação da voz passiva sintética (formada pela 
combinação de verbo transitivo direto com pronome apassivador): se previu, 
nem na posição proclítica do tal pronome, atraído pelo advérbio não. Com a 
nova redação, a forma verbal previu passou a concordar com o sujeito 
oracional que o desenvolvimento capitalista chegasse... 
Resposta – Item certo. 
 
 [...] 
 que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é 
 admissível que grupos privados transnacionais — não mais do 
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19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo 
 industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas 
 comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do 
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando 
 restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares. 
 [...] 
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.). 
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações). 
35. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do 
texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse 
substituído por Não se admitem. 
Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda 
na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados 
transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação 
proposta, o sujeito continua o mesmo, embora o verbo admitir se flexione na 
voz passiva sintética. Portanto não há razão para que o verbo admitir se 
flexione na terceira pessoa do plural. 
Resposta – Item errado. 
 
1 No século XIX, enfatizou-se, nos mais diversos 
 domínios, a busca de explicações sobre as origens — dos 
 homens, das sociedades, das nações. Foi dentro desse quadro 
 [...] 
Márcia Regina Capelar Naxara. Cientificismo e sensibilidade romântica. 
Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2004, p. 24-35 (com adaptações). 
36. (Cespe/TRT 21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à prescrição 
gramatical o emprego, na linha 1, da forma verbal foi enfatizada, em 
vez de “enfatizou-se”. 
Comentário – Sim. O sujeito continuaria sendo a expressão “a busca de 
explicações sobre as origens”; o verbo continuaria na voz passiva (apenas 
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passaria de passiva sintética para passiva analítica). O gênero feminino do 
vocábulo enfatizada justifica-se pela concordância do particípio com o 
substantivo “busca”. 
Resposta – Item certo. 
 
Número e Pessoa 
 1ª 2ª 3ª 
singular eu tu ele/ela 
 plural nós vós eles/elas 
 
[...] 
 
37. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/Técnico em Material e 
Patrimônio/2012) A flexão de singular na forma verbal “importava” (L.26) 
justifica-se por ser o sujeito da oração indeterminado, de interpretação 
genérica. 
Comentário – O verbo “importava” está na terceira pessoa do singular porque 
concorda com o sujeito oracional “descobrir e estudar” (l. 27). Basta fazer a 
boa e velha pergunta ao verbo: “O que importava?” A resposta é o sujeito: 
“Descobrir e estudar”. Entenda assim, para melhor compreensão: descobrir e 
estudar importava. Como se percebe, o sujeito está bem determinado na 
passagem. Na aula sobre concordância verbal, veremos que o verbo se 
flexiona na terceira pessoa do singular quando o sujeito, mesmo sendo 
composto, é oracional (apresenta verbo em sua estrutura). 
Resposta – Item errado. 
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Modo e Tempo 
Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar. 
Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentre de determinado momento 
(durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). Mais à frente falarei 
melhor sobre o emprego dos tempos e modos. 
MODOS TEMPOS SIMPLES 
indicativo 
presente (tenho) 
 
Pretérito 
perfeito (tive) 
imperfeito (tinha) 
mais-que-perf. (tivera) 
 
futuro 
do presente (terei) 
do pretérito (teria) 
subjuntivo 
presente (tenha) 
pretérito imperfeito (tivesse) 
futuro (tiver) 
imperativo 
afirmativo (tem tu) 
negativo (não tenhas tu) 
 
MODOS TEMPOS COMPOSTOS 
Indicativo 
pretérito 
Perfeito (tenho/hei cantado) 
mais-que-perfeito (tinha/havia cantado) 
 
futuro 
do presente (terei/haverei cantado) 
do pretérito (teria/haveria cantado) 
Subjuntivo 
pretérito 
Perfeito (tenha/haja cantado) 
mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado) 
 
futuro (tiver/houver cantado) 
Língua Portuguesa para o TRE-PI (Teoria e Exercícios) 
Prof. Albert Iglésia 
Aula 1 – Emprego e Colocação de Classes Gramaticais 
 
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ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos 
compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou 
haver, seguidos do particípio do verbo principal. 
Ex.: Temos estudado

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