Buscar

PIC Pedagogia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE \* MERGEFORMAT�16�
Reflexão sobre as ações dos professores em sala de aula diante da pluralidade cultural, social e sexual nos Anos Inicias do Ensino Fundamental e a utilização do volume 10 dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Brasil - Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.
Resumo: A Educação possui um papel de protagonista no que se refere a construção de um discurso de inclusão social e de pluralismo cultural, onde cada cidadão é importante e respeitando o limite do contrato social na convivência de uma sociedade mais justa e igualitária. Para refletir-se sobre as ações dos professores nos anos iniciais do ensino fundamental, serão entrevistados através de uma pesquisa qualitativa, onde será feita uma reflexão sobre as respostas referente ao seu comportamento e ação diante do tema cultural e sexual. Compreende-se que a educação é a base do desenvolvimento humano, portanto, é papel primordial da escola, possibilitar condições de (re) construção do conhecimento e através desse estudo é possível evidenciar a importância da utilização dos PCN Volume 10 Pluralidade Cultural e Orientação Sexual com instrumento mediador do saber, guiando a atuação docente que é responsável pelas principais interações e relações infantis, propiciando assim, uma aprendizagem significativa e estimulando o desenvolvimento integral do nosso educando do Ensino Fundamental
Abstract: Education has a cultural protagonist role that refers to the construction of a social and plural language of cultural pluralism, where each citizen is important and respects the social contract in the coexistence of a more just and egalitarian society. In order to reflect on the actions of teachers in the initial years of elementary education, the research was carried out with the research of a qualitative research, from there it became a measure on the cultural and sexual theme. Education is the basis of human development, therefore, it is the primary role of the school, to enable conditions to (re) build knowledge and make teaching the most likely to highlight the importance of using NCPs Volume 10 Cultural Plurality and Sexual Orientation with a mediating instrument of knowledge, guiding a teaching teacher who is responsible for the main interactions and child relationships, thus providing a meaningful learning and stimulating the integral development of our elementary education
Introdução
Atualmente a sociedade transita em uma fase, onde toda construção que se localizava em gueto sociais chamados de “tabus”, começa a transparecer, trazendo consigo debates antes que ficavam distanciados e a margem das estruturas coletivas, como as escolas, famílias, associações e outros grupos.
Esta transição trás consigo alguns mitos e “tabus sociais” como a questão racial, regionalista e sexual. E desde a década de 90, o Ministério da Educação e Cultura, observando esta transição e percebendo que a cada dia ficaria mais acentuada, lançaram os Parâmetros do Currículo Nacional (PCN), constituído por 10 volumes para trabalho no ensino fundamental.
Referente ao tema do volume 10 - Pluralidade Cultural e Orientação Sexual nunca esteve tão necessário, como na atualidade, onde pode ser acrescido às questões de gênero, discussão que se faz tão necessária por ser tão real na formação do cidadão.
Na atualidade, existem cientistas em vários espectros sociais que estudam as questões de gênero e suas identidades, onde caracterizam a escola como includente ou excludente, possuindo um papel de destaque enquanto ambiente de inclusão. Há o debate entre o aceite ou não, a realidade identitária de gênero começa a ser algo comum nos ambientes escolares e como são as ações do professor diante destas realidades?
Além da questão de gênero, outro tema que está se tornando realidade nas salas de aula é a racial e cultura afrodescendente. Quando se fala sobre a construção histórica da população brasileira, temos como resultado uma miscigenação constituída de várias nacionalidades e culturas. Nas salas de aulas, os alunos começam a levar estas culturas e qual será a ação do professor diante destas culturas e que algumas vezes possam até serem contra a sua ideologia de vida?
Com esses temas de ressignificação social, a Educação possui um papel de protagonista no que se refere a construção de um discurso de inclusão social e de pluralismo cultural, onde cada cidadão é importante e respeitando o limite do contrato social na convivência de uma sociedade mais justa e igualitária.
Para refletirmos sobre as ações dos professores nos anos iniciais do ensino fundamental, serão entrevistados através de uma pesquisa qualitativa, onde será feita uma reflexão sobre as respostas referente ao seu comportamento e ação diante do tema cultural e sexual. 
Desenvolvimento
A prática pedagógica atualmente é um debate realizado não somente pelos profissionais de educação, mas tem ampla discussão na sociedade em geral. Este debate na sociedade levanta questões “do que” e “como deve” ser ação do professor, o que deve ter no plano de ensino.
Os temas que são discutidos atualmente possuem um histórico no que se refere a função da Educação na vida de um cidadão como um indivíduo crítico. Foi utilizado um questionário com 8 questões para auxiliar na reflexão e estas questões foram respondidas por professores de ensino fundamental, do 1º ao 5º ano.
Questionário da pesquisa:
Qual a sua idade?
	(____) 20 a 30
	(____) 31 a 40
	(____) 41 a 50
	(____) Acima de 51
	
Há quanto tempo é professor (a)? _______ anos.
Leciona para qual ano do Ensino Fundamental? 
(____) 1º Ano
(____) 2º Ano
(____) 3º Ano
(____) 4º Ano
(____) 5º Ano
Em qual cidade Leciona? __________________________.
 
Já utilizou os PCN’s?
	(______) Sim (______) Não
 Já usou o tema do volume 10 - Pluralidade Cultural e Orientação Sexual?
	(______) Sim (______) Não
Já ocorreu situação de discriminação através brincadeiras ofensivas em relação a sexualidade e/ou utilização de palavras pejorativas com meninas com trejeitos masculinos ou meninos com trejeitos femininos? 
	(______) Sim (______) Não
Realizou alguma atividade sobre o tema?
 (______) Sim (______) Não
Já ocorreu situação de racismo na sala de aula?
 (______) Sim (______) Não
Realizou alguma atividade sobre o tema?
(______) Sim (______) Não
Já ocorreu situação de discriminação de crianças com sotaque de outras regiões? 
(______) Sim (______) Não
Realizou alguma atividade sobre o tema?
(______) Sim (______) Não
8)	Como reagiria diante de alguma das situações das perguntas 4,5 e 6?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________ 
Pluralidade Cultural
O documento intitulado Parâmetros Curriculares Nacionais introduziu a temática denominada Pluralidade Cultural para abordar entre outros aspectos, uma crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, provendo assim, uma discussão as práticas racistas dentro da sala de aula.
Quando se fala em temas na educação, tem-se que levar em consideração a formação e construção da sociedade brasileira, consequentemente a sua pluralidade. O Brasil possui várias identidades culturais e suas performances sociais que se misturam e interagem diariamente através das mídias sociais, televisivas, arte, música e pelo contato pessoal.
A reflexão sobre pluralidade cultural brasileira remete às relações históricas de configuração multicultural na América Latina, especificamente o Brasil possui uma configuração própria e muito forte, onde os processos histórico marcados por escravidão, migração e miscigenação de povos, uma construção social com relações interétnicas, sendo uma históriadolorosa e trágica como a relação com afrodescendentes e indígenas.
Portanto, a cultura brasileira está marcada historicamente por negações de povos e a resistências dos mesmos, que até atualmente afirma sua identidades e lutam por direitos de cidadania plena. A reflexão do processo de construção cultural brasileira traz consigo a reflexão da relação entre poder dos privilegiados e a resistência de não privilegiados historicamente, onde pode ser citado o povo afrodescendente que resistiram através da religião e dos quilombos, pode ser questionado se na sala de aula é debatido sobre Zumbi do Palmares e Dandara.
Pensando na reflexão e argumentação da pluralidade cultural na sala de aula, o Ministério de Educação e Cultura publicou em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais com temas transversais e incorporou o tema de pluralidade cultural no volume 10 de sua coleção e justifica esta inclusão:
É sabido que, apresentando a heterogeneidade notável em sua composição populacional, o Brasil desconhece a si mesmo. Na relação do país consigo mesmo é comum prevalecerem vários estereótipos, tanto regionais quanto em relação a grupos étnicos, sociais e culturais.
Historicamente, registra-se dificuldade para ser lidar com a temática do preconceito e da discriminação racial/étnica. O país evitou o tema por muito tempo, sendo marcado por “mitos” que veicularam uma imagem de um Brasil homogêneo, sem diferenças, ou, em outra hipótese, promotor de uma suposta “democracia racial” (Parâmetros Curriculares Nacionais, vol. 10, pág.22).
A reflexão sobre a pluralidade cultural levanta questões que devem primeiramente fazer parte da formação dos professores, os quais precisam estarem dispostos, abertos e preparados para conversarem e refletirem sobre temas que estão presentes no contexto social da comunidade que seus alunos estão inseridos. Sendo que alguns temas podem estar nas televisões, na militância política e social. 
Desse modo, o tema pluralidade cultural assume centralidade e importância nas discussões e propostas de ações propositivas que necessitam ser adotadas no ambiente escolar, uma vez que é para ele que convergem crianças e jovens portadores de pré-conceitos e estereótipos, muitas vezes, reforçados, mais do que transformados, contribuindo assim, para excluir outras crianças e jovens, por suas diferenças. São eles/elas que sofrem todo tipo de atitudes de desrespeito, sendo alijadas do direito à educação escolar em condições saudáveis, física, moral e emocionalmente. É importante atentar ainda, que é da escola, que anos depois de sua trajetória estudantil, saem os/as jovens cidadãos e cidadãs, também responsáveis pela condução de suas histórias individuais e coletivas e muito de sua formação está nesse percurso.
As iniciativas dos professores referentes a questões trazidas pelos próprios alunos e podem levantar reflexões sobre convicções contrárias ao do professor, por isso deve ser analisado como será e o que poderá ser utilizado para a abordagem e discussão dos temas.
Duas abordagens atuais que podem ser trabalhadas em sala de aula sobre pluralidade cultural é o racismo e regionalismo.
Racismo
Ao decorrer das décadas fica registrado a dificuldade em se lidar com a temática do preconceito e da discriminação racial/étnica, em qualquer que seja o âmbito, principalmente no educacional. Por muito tempo veiculou-se uma imagem de um Brasil homogêneo, sem diferenças, ou, em outra hipótese, promotor de uma suposta “democracia racial”. Na escola não é diferente, muitas vezes, “há manifestações de racismo, discriminação social e étnica, por parte de professores, de alunos, da equipe escolar, ainda que de maneira involuntária ou inconsciente.” (Parâmetros Curriculares Nacionais, vol. 10, pág.20). Essas situações e ações representam violação dos direitos dos alunos, professores e funcionários discriminados, trazendo consigo obstáculos ao processo educacional, pelo sofrimento e constrangimento a que essas pessoas se veem expostas.
O que se sabe então, tendo em vistas as considerações comentadas acima é que o racismo, desde a antiguidade, é a inferiorização do diferente, do selvagem, do bárbaro, entre outros:
O racismo, desde os tempos antigos, é basicamente uma rejeição daquela pessoa que é diferente de nós. Segundo o historiador Heródoto, os antigos egípcios evitavam a companhia de pessoas de rosto claro e cabelos ruivos, como alguns gregos, por considerá-las maléficas; os persas por sua vez, consideravam-se absolutamente superiores ao resto da humanidade; [...] (LOPES, 2007, p. 18).
Tende-se abafar e encobrir os problemas entrelaçados à diversidade, enquanto se dá destaque apenas à sua característica de ser um dos potenciais mais férteis, tipicamente brasileiros, demoraram várias décadas para se reconhecer o racismo como uma mazela social que o Brasil, evitando-se essa responsabilidade. A teoria da integração das raças, tradicionalmente divulgada na maioria das escolas de ensino fundamental, deixou pouco ou nenhum espaço para que se encarassem as reais dificuldades das diferentes etnias no contexto social brasileiro
Então se conclui que há uma ideia de superioridade quando, por meio de práticas racistas, existe a intenção de tornar menor o outro, seja ele de outra classe, cor, nacionalidade, etnia.
[...] o racismo é uma ilusão de superioridade. O racista se acha superior àquele a quem se compara: ele nasceu pra mandar e o outro, visto como inferior a ele, para obedecer. O racismo, então, é antes de tudo é uma expressão de desprezo por uma pessoa. Às vezes não por causa de suas características, mas por aquela pessoa pertencer a outro grupo (LOPES, 2007, p. 19-20).
Por décadas o Brasil, tentou-se justificar, pelas injustiças cometidas contra africanos e seus descendentes, da barbárie da escravidão a formas contemporâneas de discriminação e exclusão que se decodificam pelo preconceito, desses e outros grupos étnicos e culturais, em diferentes graus e formas. A escola deve posicionar-se criticamente em relação a esses fatos, mediante informações corretas, cooperando no esforço histórico de superação do racismo e da discriminação.
Acredita-se ser impossível, ou no mínimo improvável, que a escola enquanto instituição inserida nessa sociedade racista, discriminatória e preconceituosa na qual vivemos, fosse privada das marcas do racismo, da discriminação e do preconceito. A escola nada mais é do que um reflexo da sociedade e mais ainda, do seu contexto social. Sendo assim, a escola deve atuar de forma sistemática frente às injustiças e desrespeitos que possam ocorrer dentro dos seus limites de atuação, pois tem a possibilidade de desempenhar uma função que as outras instituições não são mais capazes de realizar sozinhas: a transmissão e a construção do conhecimento. Essa atuação torna-se uma arma poderosa de combate ao preconceito e ao racismo dentro da escola.
Mesmo não sendo a única responsável pelas transformações na sociedade, é certo que sem a escola as transformações não virão. Essa visão é fundamentada pelo texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), onde a escola é vista como um espaço privilegiado para a promoção da igualdade e a eliminação de toda forma de discriminação e racismo, por possibilitar em seu espaço físico a convivência de pessoas com diferentes origens étnico-raciais, culturais e religiosas. Além disto, sua atuação é intencional, sistemática, constante e obrigatória.
Da mesma forma, notamos o quão é importante esse tema na formação das nossas crianças do ensino fundamental (1º ao 5°), principalmente no que diz respeito à cidadania. Mesmo porque a temática está relacionada ao conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, à crítica às desigualdades socioeconômicas e às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira.
Alguns historiadores afirmam que o racismo surgiu no período escravagista, em que os negros não eram tratados como sereshumanos. Porém, mesmo após séculos da abolição da escravatura, muitas pessoas ainda têm essa cultura fixada em sua mente.
Obviamente isso não é desculpa para tratar com desrespeito qualquer pessoa, essa é apenas uma explicação histórica, e talvez essa seria a primeira maneira de trabalhar o racismo na sala de aula. Explicando não apenas a história, mas deixando claro para o aluno que esse tipo de comportamento ficou no passado.
Ainda que a discriminação não apareça de maneira explícita na escola, pode ser interessante abordar o assunto junto aos alunos para conscientizá-los, por meio do diálogo, sobre preconceitos latentes dos quais eles frequentemente sequer se dão conta. Seja por meio da literatura ou de debates, com os alunos mais velhos, ou de dinâmicas e narração de histórias, com os mais jovens, a discriminação deve ter espaço, sendo tema de conversas intermediadas pelo educador. Pense bem: se o preconceito é construído pela sociedade, para erradicá-lo é preciso contar com a desconstrução. E isso pode ser feito em sala, ensinando o estudante a se colocar no lugar do outro e enxergar que, apesar das diferenças, somos todos seres humanos e merecemos respeito.
Essa é uma forma de abrir o diálogo sobre o racismo na sala de aula, deixando os alunos exporem suas ideias e entendimentos sobre o assunto. O educador pode atuar como um mediador dessa discussão tirando dúvidas, mas sempre deixando claro que o racismo, ou qualquer tipo de atitude preconceituosa não deve ser incentivada.
Pode-se evidenciar que as questões implicadas no racismo permeiam todas as diretrizes que formam as NDCNEB, inclusive sendo destacadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, que fazem parte das próprias NDCNEB. Mas as NDCNEB são diretrizes, ou seja, esboçam planos e metas, sem o objetivo de promover ações uniformes. Não trazem os conteúdos específicos que cada disciplina deve trabalhar, porque não valorizam um ensino conteúdista. Procuram, sim, nortear os envolvidos nos processos educacionais, sobretudo em relação a como agir de maneira a atender aos interesses sociais plurais e a como transformar a escola em um espaço de formação cidadã.
Contidos nos objetivos do ensino fundamental estão os objetivos de ética, também propostos pelo PCN, relevantes na medida em que o racismo, preconceito e discriminação têm a ver com valores e atitudes do homem em suas relações cotidianas com os outros homens. 
Na escola essa naturalização também ocorre e estorva o desenvolvimento de uma pedagogia da diversidade, uma vez que faz com que os professores não se sintam indignados o suficiente para promoverem uma ação efetiva contra o racismo. Segundo a autora, uma forma de aguçar a indignação é oferecer dados que revelem a realidade do racismo. Buscando oferecer um pouco desses instrumentais, a própria autora passa a apresentar algumas inquietantes estatísticas a respeito da inserção educacional do negro no Brasil.
O primeiro passo que as instituições de ensino devem dar para discutir o racismo na sala de aula, é colocar os alunos em contato com agentes que fazem parte da cultura afro, um exemplo bem simples, é realizar visitações a museus.
Essa é uma forma de estimular os alunos a compreenderem, que como os brancos, os negros têm sua identidade, sua história, suas raízes e lutas. Isso não significa que os negros precisam ser colocados como vítimas da sociedade, esse comportamento seria praticamente uma inversão de valores.
Entende-se que ao discutir o racismo na sala de aula, apresentando características históricas dos negros, sua importância para eles e para a sociedade como um todo, automaticamente, essa cultura de preconceito começará a ser eliminada do comportamento das pessoas.
O racismo está inerente e intrínseco à população brasileira, emaranhado em aspecto paradigmas socioculturais que necessitam de várias décadas de compensação para ser superado, junto a isso, existe também a questão da regionalização, que é fator ascendente de preconceitos e xenofobia. A diversidade, com referência a esse, é circunscrita a determinada região ou espaço geográfico, como no caso dos índios, ou ainda enquanto "regionalismos", como no caso das crianças de periferia dos grandes centros urbanos, normalmente vítimas do êxodo rural. 
Regionalismo
Nosso país possui uma vasta dimensão territorial e tendo sido povoado por diferentes culturas (europeus, africanos e os povos ameríndios que já habitavam a região) possui uma infinidade de regionalismos. Além disso, o povoamento do país ocorreu de forma desigual e em várias áreas diferentes e distantes entre si (litoral nordestino, região amazônica e interior mineiro, por exemplo). O traço cultural de cada região influenciou o próprio desenvolvimento idiomático do português, ao longo da história.
O regionalismo é um exemplo de variação linguística. Podemos exemplificar este caso com os vocábulos ‘mimosa’, ‘mexerica’ e ‘bergamota’ para referir-se à tangerina em diferentes regiões do Brasil. E há também as variações referentes as situações formais e informais, as situações de oralidade e de escrita, gírias, pronúncias, entre outras. 
A língua é dinâmica e está sujeita a inúmeras variações. Essa peculiaridade de toda e qualquer língua é o que chamamos de variação linguística, que está sujeita ao contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes estão integrados.
Saber da existência de diferentes formas de bilingüismos e multilingüismos, presentes em diferentes regiões — assim como ver-se reconhecida e presente neste tema transversal, aberto às suas próprias singularidades regionais, étnicas e culturais — será extremamente relevante na construção desse conhecimento e na valorização do que é a pluralidade cultural brasileira. São exemplos de tais bilingüismos e multilingüismos as vivências de escolas indígenas, escolas de regiões de fronteiras geopolíticas do Brasil, escolas vinculadas a grupos étnicos, existentes em particular em grandes centros urbanos, regionalismos na fala cotidiana de tantas escolas espalhadas pelo País (Parâmetros Curriculares Nacionais, vol. 10, pág.35).
Essa pluralidade da língua é facilmente observada no Brasil, um país de extensão territorial e multiplicidade cultural significativas. As variações linguísticas acontecem porque, tendo em vista que a função primordial da língua é a comunicação, os falantes arranjam e rearranjam a língua de acordo com a necessidade de interação social.
Uma vez que essas variações visam à comunicação, jamais devemos considerá-las erros. Ao apontarmos essas alterações como erro, estamos cometendo o que chamamos de “preconceito linguístico”. Como todo preconceito, age-se maquiavelicamente em defesa de um dado status imposto como mais adequado e, por vezes, mais “bonito”.
Infelizmente, esse equivocado comportamento é corriqueiro aqui no Brasil. Você já deve ter visto afirmações pejorativas em relação à fala de quem mora no interior, por exemplo. Esse julgamento, em vez de contribuir para que sigamos em um processo educacional democrático, cria barreiras para o enriquecimento de nosso patrimônio cultural. A língua é responsável por transmitir a herança cultural de um povo que carrega aspectos de vida, das crenças e valores de uma sociedade.
Atuação docente frente ao pluralidade cultural, social e sexual
Ao relacionar esses diversos aspectos pode-se visualizar a rede de dilemas que se entrelaçam no processo de formação de professores e na sua profissionalização. Porém, apesar desse confuso contexto, percebe-se a existência de um núcleo indenitário entre os professores que se traduz na crença de que o professor tem que ensinar com responsabilidade social.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, número 9.394, do ano de 1996 estabelece no Art. 43 as finalidades da Educação Superior e, entre elas, destacamos: “I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científicoe do pensamento reflexivo”. Nesse contexto, focamos especialmente na questão do pensamento reflexivo, visto que, ao abordarmos o processo de formação de professores, temos a necessidade de profissionais que sejam reflexivos. 
Precisamos, de fato, discutir a reflexão no contexto do ensino, ressaltando tanto a necessidade do professor como um profissional reflexivo como a formação de alunos nessa mesma perspectiva. Se desejamos formar alunos na educação básica e no ensino superior que sejam reflexivos, que pensem com criticidade sobre a sua relação consigo e com o outro, com a sociedade onde vive e em uma perspectiva humanizadora, é fundamental que o educador também se forme nessa perspectiva.
Considerar a diversidade não significa negar a existência de características comuns, nem a possibilidade de constituirmos uma nação, ou mesmo a existência de uma dimensão universal do ser humano. Pluralidade Cultural quer dizer a afirmação da diversidade como traço fundamental na construção de uma identidade nacional que se põe e repõe permanentemente, e o fato de que a humanidade de todos se manifesta em formas concretas e diversas de ser humano. (PCN, 2001, p. 16)
Ainda que a discriminação não apareça de maneira explícita na escola, pode ser interessante abordar o assunto junto aos alunos para conscientizá-los, por meio do diálogo, sobre preconceitos latentes dos quais eles frequentemente sequer se dão conta. Seja por meio da literatura ou de debates, com os alunos mais velhos, ou de dinâmicas e narração de histórias, com os mais jovens, a discriminação deve ter espaço, sendo tema de conversas intermediadas pelo educador. Pense bem: se o preconceito é construído pela sociedade, para erradicá-lo é preciso contar com a desconstrução. E isso pode ser feito em sala, ensinando o estudante a se colocar no lugar do outro e enxergar que, apesar das diferenças, somos todos seres humanos e merecemos respeito.
Tratadas com bases legais, essas temáticas são consideradas como centrais no processo de formação dos sujeitos na nossa atual sociedade. Assim sendo, devem estar presentes na formação de professores. Os professores deverão promover espaços em suas aulas para discussões sobre Direitos Humanos, Educação Ambiental e História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, atuando, assim, em uma perspectiva crítica e humanizadora. 
Para tanto, é preciso ter conhecimentos sólidos sobre essas questões para a sua própria formação e para a formação de seus alunos. Fica evidente que o professor deva ser um profissional consciente de seu papel na sociedade, revelando compromisso, seriedade, responsabilidade, ética, entre outras posturas que são fundamentais quando pensamos no processo de ensino e aprendizagem na atualidade. Essa consciência envolve professores e também demais profissionais que atuam na educação, entre eles, a equipe gestora de uma instituição escolar.
Falar sobre a pluralidade cultural é sempre um assunto muito complicado tendo em vista a complexidade do assunto discriminação racial. Ao que se se refere ao âmbito escolar devemos salientar que essa questão deve ser levada em conta pelo professor desde a preparação das aulas. Segundo o PCN (2001, p. 19), trabalhar a diversidade humana é algo fantástico e promissor se for levado em conta a realidade de cada povo e suas particularidades para entender toda a imensidão de um grande e múltiplo universo.
Discutir sobre a diversidade cultural e valorizá-la, é trabalhar sobre a superação dos preconceitos, é vencer alguns dos mecanismos de exclusão social, esse trabalho é necessário, porém árduo e insuficiente para chegar ao caminho de uma sociedade igualitária (PCN, 2001, p. 21).
Além disso, o professor deve oferecer a seus alunos, e construir junto a eles, um ambiente de respeito e aceitação, de interesse e de valorização. Da mesma forma, deve garantir espaço para situações específicas vividas pelo aluno em seu cotidiano fora da escola. Isso nos prova que a pluralidade é um trabalho de construção, no qual o envolvimento de todos se dá pelo respeito e pela própria constatação de que, sem o outro, nada se sabe sobre ele, a não ser o que a própria imaginação fornece.
Deve-se usar a pluralidade como mecanismo de aprendizagem e enriquecimento cultural banindo os estereótipos e preconceitos:
O cotidiano da escola permite viver algo da beleza da criação cultural humana em sua diversidade e multiplicidade. Partilhar um cotidiano onde o simples “olhar-se” permite a constatação de que são todos diferentes traz a consciência de que cada pessoa é única e, exatamente por essa singularidade, insubstituível (PCN, 2001, p. 53).
Observa-se que entre os professores da educação básica, principalmente nas séries iniciais do ensino fundamental, alguns se encontram em formação, ainda há professores leigos, professores frutos de uma formação “aligeirada e utilitarista” professores de outras licenciaturas sem especialização e, somando-se a estes, estão, também, os pedagogos, os formados em outras licenciaturas com especialização, os formados no curso Normal do Ensino Médio e/ou Superior (em serviço). Percebemos que as séries iniciais do ensino fundamental contam com um grupo de professores bastante heterogêneos em suas formações.
Isto significa que a formação docente ainda é pensada como um processo ‘externo’ ao trabalho dos professor(a) e não se fundamenta na recuperação ou análise da prática pedagógica dos educadores. A maioria dos docentes formou-se e continua sendo formada com base em uma perspectiva tradicional homogeneizadora da ação docente que se centra na transmissão de conhecimentos teóricos e fragmentados entre si, os quais tendem a não apresentar relevância social tanto para a escola como para o estudante. 
A reflexão sobre a prática constitui uma componente fundamental na formação docente. Refletir sobre a prática é um meio para a identificação dos fatores que dificultam a aprendizagem e a participação dos estudantes nas atividades de sala de aula. A reflexão sobre a prática também tem um papel fundamental no processo de mudança das metodologias de ensino na sala de aula e que leva ao aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem. A avaliação oferece informações valiosas para a análise dos processos de ensino e aprendizagem e sua efetividade e, também para o processo de tomada de decisões. Uma boa avaliação proporciona dados relevantes sobre a situação em que os educadore(a)s estão, como se chegou a este estágio e o que pode ser feito para otimizar os processos de ensino e aprendizagem. Por conseguinte, a avaliação é parte essencial de qualquer experiência de aprendizagem, seja para adultos, seja para crianças
Pode-se afirmar que tanto no primeiro quanto no segundo ciclo a criança deve ser submetida ao intercâmbio, sendo que no primeiro ciclo o professor deve trabalhar com assuntos fictícios, exemplificados que levem a discussão sem expor os alunos, já no segundo ciclo o professor pode começar a trabalhar com documentos jurídicos, verídicos, algo concreto, que serão bem úteis quando se estabelece relações com as ações vividas no cotidiano.
O aprofundamento e maior aproximação com tais assuntos/conteúdos são essenciais aos profissionais comprometidos com a formação de crianças e jovens que respeitem e sejam respeitados para que não se tornem autores de atitudes de intolerância e tampouco vítimas de estereotipias e sofrerem todo tipo de discriminação. Fica claro aí, a defesa de uma concepção de formação docente e de educação que forme pessoas para viverem com maior autonomia, respeito e participação nos diferentes contextos em que vivem e atuam.
Segundo PCN volume 10, o docente deve oferecer aos alunos oportunidades de conhecimento de suas origens como brasileiros e como participantes de grupos culturais específicos. Isso deve ser feito por meio da valorização das diversas culturas presentes no Brasil, propiciando ao aluno a compreensão de seu próprio valor e promovendo a sua autoestima. E é no ambiente escolar que os alunos irãoperceber injustiças e manifestações de preconceito e discriminação que possam recair sobre eles, ou que venham a testemunhar. Dessa forma, eles começarão a repudiar tais práticas.
O tema pluralidade cultural é muito amplo e visa aproximar as várias realidades brasileiras.
Os conteúdos devem ser voltados para a formação cultural do nosso país, que é composto por índios, europeus, asiáticos e africanos, dando uma noção da variedade e da complexidade da formação da sociedade brasileira. Tais conteúdos e assuntos devem ser abordados nas aulas de língua portuguesa, geografia e história. Por exemplo, “transversalizando a língua portuguesa com a geografia, o professor pode utilizar as expressões típicas regionais”. (PCN, 2001, p.77).
Com a educação, a discriminação manifestada em gestos, comportamentos e palavras, que afastam os grupos sociais, pode ser efetivamente combatida. Entretanto, não se pode esquecer que esses problemas não são somente do âmbito comportamental, individual, mas também das relações sociais. Por isso, cabe ao educador o desafio de criar outras formas de relação social e interpessoal, por meio da interação entre o trabalho educativo escolar e as questões sociais, fazendo com que seus alunos se posicionem de forma crítica diante delas.
Não há dúvida de que o educador, ao assumir a docência, principalmente, no ensino superior - foco de nossas discussões -, deverá, ao planejar a sua disciplina e as suas aulas, primeiramente, ter clareza do para que ensinar. A partir daí é que será possível a realização de um planejamento e de uma ação pedagógica, compromissados e fundamentados em discussões teóricas sólidas.
Assim, uma prática docente que inclua os sujeitos e suas diferenças exige também uma formação que alcance a concepção de sujeito de nossos tempos como fruto de uma série de rupturas nos discursos do conhecimento racional e científico, levando-os a considerarem que o seu trabalho é marcado por incongruências, incertezas e descontinuidades que o podem formar tanto ou mais que todo e qualquer esforço de agências destinadas a tal fim. Então, considerar que a experiência pedagógica não reserva aos docentes somente positividades pré-concebidas leva-os a inventar (ou reinventar) a educação a todo instante. Os atos dos docentes produzem saberes tão particulares quanto são esses próprios atos, pois são saberes produzidos por sujeitos induzidos de singularidades, muitas vezes à revelia das prescrições educativas.
Conclusão
A formação continuada de professores tem sido entendida como um processo permanente de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade profissional, realizado após a formação inicial, com o objetivo de assegurar um ensino de melhor qualidade aos educandos.
Diante do exposto e suas devidas análises e reflexões, pôde-se compreender que a formação continuada passa a ser um requisito básico para a transformação do professor, pois é através do estudo, da pesquisa, da reflexão, do constante contato com novas concepções, proporcionado pelos programas de formação continuada, que é possível a mudança. Fica mais difícil de o professor mudar seu modo de pensar o fazer pedagógico se ele não tiver a oportunidade de vivenciar novas experiências, novas pesquisas, novas formas de ver e pensar a escola.
É necessário desenvolver um plano de ensino voltado para a pluralidade cultural com uma visão interdisciplinar, tendo conteúdos no campo jurídico, no campo de história e geografia, noções originárias da antropologia, da linguística, da sociologia e da psicologia, além de estudos populacionais, para construir uma base reflexiva no ambiente escolar. 
Discutir a pluralidade cultural é sempre um assunto complexo, polêmico. Essa monografia apresentou as várias ideias acerca da discriminação racial e pode-se afirmar que há muitas divergências sobre esse assunto.
Compreende-se que a educação é a base do desenvolvimento humano, portanto, é papel primordial da escola, possibilitar condições de (re) construção do conhecimento e através desse estudo é possível evidenciar a importância da da utilização dos PCN Volume 10 Pluralidade Cultural e Orientação Sexual com instrumento mediador do saber, guiando a atuação docente que é responsável pelas principais interações e relações infantis, propiciando assim, uma aprendizagem significativa e estimulando o desenvolvimento integral do nosso educando do Ensino Fundamental. 
Referências
BRASIL. Lei nº. 9394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em: 13 jul 2018.
________. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). Volume 10. Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Brasília: MEC/SEF, 2001. 
ABREU, M.; MATTOS, H. Em torno das Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana: uma conversa com historiadores. Estudos Históricos, v. 21, p. 5-20, 2008
LOPES, N; O RACISMO explicado aos meus filhos. Rio de Janeiro; Agir; 2007.

Continue navegando