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Direito Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO
1 (NEO)CONSTITUCIONALISMO
1.1 ALOCAÇÃO DO D. CONSTITUCIONAL
1.1.1 A CLASSIFICAÇÃO EM RAMOS DO DIREITO
-Para José Afonso da Silva é Direito Público Fundamental pois se refere diretamente à organização e funcionamento do Estado, articulação dos elementos primários do mesmo e estabelecimento das bases da estrutura política.
-Modernamente têm-se dito que o Direito é uno, indivisível e indecomponível. Deve ser estudado como um grande sistema em que tudo se harmoniza. Esta divisão em ramos é didática.
1.1.2 SUPERAÇÃO DA DICOTONOMIA PÚBLICO-PRIVADO – A CONSTITUCIONALIZAÇÃO DO DIREITO PRIVADO
-A superação fica mais evidente com a tendência de descodificação do direito civil em vários microssistemas. 
-Todos estes microsistemas encontram seu fundamento na CF, norma de validade de todo o sistema, passando o direito civil por um processo de despatrimonialização.
-Fala-se então em uma necessária releitura dos institutos, notadamente os de direito civil, sob a ótica constitucional.
1.2 CONSTITUCIONALISMO
1.2.1 CONCEITO
-Canotilho identifica vários constitucionalismos (inglês,americano, francês) preferindo falar em movimentos constitucionais. O define como uma teoria ou ideologia que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade.
-Neste sentido, é uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos.
-Para Kildare Gonçalves Carvalho existem duas perspectivas:
	Jurídica: sistema normativo enfeixado na CF e que se encontra acima dos detentores do poder.
	Sociológica: movimento social que dá sustentação à limitação do poder, inviabilizando que os governantes possam prevalecer seus interesses e regras na condução do Estado.
-Para André Ramos Tavares existem quatro sentidos:
	Primeira acepção: movimento político social com origens históricas que pretende limitar o poder arbitrário.
	Segunda acepção: imposição de que haja cartas constitucionais escritas.
	Terceira acepção: indica os propósitos mais latentes e atuais da função e posição da Constituição na sociedade.
	Quarta acepção: vertente mais restrita, é reduzido à evolução histórico-constitucional de um determinado Estado.
1.2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
-Canotilho estabelece apenas dois grandes movimentos constitucionais: o constitucionalismo antigo e o moderno.
1.2.2.1 DURANTE A ANTIGUIDADE (até 476 d.C - tomada do Império Romano do Ocidente)
-Karl Loewenstein indentificou que os hebreus estabeleciam no Estado teocrático limitações ao poder político ao assegurar aos profetas legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites bíblicos.
-Também identificou nas Cidades-Estados gregas que a democracia era direta, sendo o único sistema político com plena identidade entre governantes e governados no qual o poder político está igualmente distribuído entre todos os cidadãos ativos.
1.2.2.2 DURANTE A IDADE MÉDIA (476 d.C até 1453 tomada do Império Romano do Oriente)
-Magna Carta de 1215 estabeleceu, mesmo que formalmente, proteção de importantes direitos individuais.
1.2.2.3 DURANTE A IDADE MODERNA (1453 até 1789 - Revolução Francesa)
-Destacam-se:
	Petition of Rights de 1628;
	Habeas Corpus Act de 1679;
	Act of Settlement de 1701;
	Pactos: documentos que buscavam resguardar direitos individuais a determinados homens;
	Forais ou Cartas de Franquia: mesma finalidade dos pactos, só que admitiam a participação dos súditos no governo local);
1.2.2.4 CONSTICUCIONALISMO NORTE-AMERICANO
	Contratos de colonização: Compact (1620) e Fundamental Orders of Connecticut (1639) estabeleram e organizaram o governo pelos próprios governados, que é outro pilar da ideia de Constituição;
	Declaration of Rights do Estado de Virgínia de 1776;
	Constituições das ex-colônias britânicas da América do Norte e Constituição da Confederação dos Estados Americanos (1781).
1.2.2.5 CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO
-Predominância de Constituições escritas como instrumentos para conter qualquer arbítrio decorrente do poder.
- Tem como marcos históricos a Constituição norte-americana de 1787 e a francesa de 1791 ( que teve como preâmbulo a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789).
-Destacando um constitucionalismo liberal marcado pelo liberalismo clássico, pregando os seguintes valores: individualismo, absenteísmo estatal, valorização da propriedade privada e proteção do indivíduo. Influenciou as CF brasileiras de 1824 e 1891.
-A concepção liberal gerará concentração de renda e exclusão social fazendo com que o Estado seja chamado para evitar abusos e limitar o poder econômico. Daí o surgimento da segunda geração de Direitos, que teve como documentos marcantes: Constituição do México de 1917 e a de Weimar de 1919, influenciando a CF brasileira de 1934 (Estado Social de Direito).
1.2.2.6 CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO E A IDEIA DE CONSTITUCIONALISMO GLOBALIZADO
-Segundo Uadi Lamêgo Bulos o constitucionalismo contemporâneo está centrado no totalitarismo constitucional consectário com a ideia de Constituição programática.
-Os atuais textos sedimentam importantes conteúdos sociais, estabelecendo normas programáticas (metas a serem atingidas pelo Estado e programas de governo) e realçam o sentido de Constituição dirigente defendido por Canotilho.
-Em relação as normas programáticas, segundo André Ramos de Tavares existem duas categorias: 
	As normas que são praticamente inalcançáveis pela maioria dos Estados e jamais deixarão de serem programáticas.
	E as que não são implementadas por simples falta de motivação política dos administradores e responsáveis.
-Segundo ele, as primeiras devem ser erradicadas dos corpos constitucionais pois declaram realidades utópicas. E as segundas precisam ser cobradas do Poder Público o que envolve participação da sociedade na gestão das verbas públicas e atuação dos organismos de controle e cobrança.
-Esta concepção de dirigismo estatal tende a evoluir para um dirigismo comunitário que busca difundir normas de direitos humanos propagados por todas as Nações através de um constitucionalismo globalizado.
-Destaca-se ainda a proteção aos direitos de fraternidade ou solidariedade identificados como direitos de terceira geração.
1.2.2.7 CONSTITUCIONALISMO DO FUTURO
-Busca-se consolidar os direitos de terceira dimensão incorporando-os no constitucionalismo social.
-Valores a serem alcançados segundo José Roberto Dromi:
	Verdade: (só prometer o que for viável cumprir) ;
	Solidariedade: entre os povos;
	Consenso;
	Continuidade: nos avanços já conquistados;
	Participação: democracia participativa;
	Integração: precisão de órgãos supranacionais entre os povos;
	Universalização:dos direitos fundamentais internacionais nas Constituições futuras;
1.3 NEOCONSTITUCIONALISMO
1.3.1 ASPECTOS INICIAIS
-Também chamado de pós-moderno ou pós-positivismo.
-Busca-se a eficácia da Constituição e a concretização das prestações materiais prometidas.
-Hierarquia entre as normas não apenas formal, mas axiológica (valorativa).
1.3.2 PONTOS MARCANTES
	Estado Constitucional de Direito: o Estado deixa de ser Legislativo de Direito e a CF passa a ser o centro do sistema devendo ser observada em consonância com seu espírito e seus valores. Dotada de superioridade e centralidade no sistema.
	Conteúdo Axiológico: A lei não deve observar só a forma prescrita na CF, mas sua carga valorativa. Porém não basta que os valores sejam só constitucionalizados, mas exige mecanismos para sua efetiva concretização. 
	Concretização dos Valores e Garantia de Condições Dignas Mínimas: reaproximação do Direito e a Ética , Moral, Justiça e demais valores substantivos com a consequente proteção aos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana.
1.4 O NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO AMERICANO.
-Culmina com a promulgação da Constituição do Equador (2008) e da Bolívia (2009) e
sedimenta-se na ideia de Estado plurinacional reconhecendo o direito a diversidade cultural, e assim revendo os conceitos de legitimidade e participação popular.
-Relação igual e respeitosa de distintos povos e culturas, a fim de manter diferenças legítimas e eliminar ilegítimas.
1.5 CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR
1.5.1 ASPECTOS GERAIS
-O parágrafo único do art 1º da CF 88 concretiza que : todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente , nos termos desta Constituição.
-O titular do poder é o povo. Como regra, o exercício dá-se através dos representantes do povo.
-O povo também o realiza diretamente mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.
-Portanto a CF, consagra a democracia semidireta ou participativa, verdadeiro sistema híbrido.
AUMENTAR O ROL DE PARTICIPAÇÃO ATRAVÉS DA TECNOLOGIA.
2 CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, ELEMENTOS HISTÓRICOS E CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA
2.1 CONCEITO
2.1.1 SENTIDO SOCIOLÓGICO
-Segundo Ferdinand Lassale a Constituição só será legítima se representar o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Seria então a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
2.1.2 SENTIDO POLÍTICO
-Segundo Carl Schmitt, a Constituição só se refere à decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática, etc), os demais dispositivos inseridos seriam leis constitucionais, pois não conteriam matéria de decisão política fundamental.
Podendo se afirmar sobre sua visão que a em razão de a Constituição ser o produto de uma decisão política, ella seria a decisão política do titular do poder constituinte.
2.1.3 SENTIDO MATERIAL E FORMAL
-Do ponto de vista material , o que vai importar para definir se uma norma tem caráter constitucional é o seu conteúdo, pouco importando a forma como foi introduzida no ordenamento.
-Do ponto de vista formal, não interessa o conteúdo da norma, mas a forma que ela foi introduzida no ordenamento.
2.1.4 SENTIDO JURÍDICO
-Segundo Hans Kelsen a Constituição é fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais.
-A Constituição tem fundamento de validade em uma norma hipotética fundamental suposta situada no plano lógico-jurídico, servindo de validade para o plano jurídico-positivo que é a norma posta, positivada.
2.1.5 SENTIDO CULTURALISTA
-Conduz ao conceito de Constituição Total, apresentando aspectos econômicos, sociológicos , jurídicos e filosóficos a fim de abranger uma perspectiva unitária como sendo a constituição fruto de um conjunto de normas fundamentais condicionadas pela cultura total e condicionantes desta.
2.1.6 CONSTITUIÇÃO ABERTA
-Vários estudiosos são filiados a esta ideia no sentido de que ela possa permanecer dentro de seu tempo e assim evitar o risco de desmonoramento de sua força normativa.
2.1.7 ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO
-Soberania, finalidade, povo e território.
2.2 CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA
2.2.1 ASPECTOS INICIAIS
-Marcelo Neves discute a função meramente simbólica dos textos constitucionais carentes de concretização normativo-jurídica.
2.2.2 LEGISLAÇÃO SIMBÓLICA
-Predomínio ou hipertrofia da função simbólica da atividade legiferante e do seu produto, a lei, em detrimento da função jurídico-instrumental.
-O seu conteúdo pode: 
	confirmar valores sociais; 
	demonstrar a capacidade de ação do Estado; 
	adiar a solução de conflitos através de compromissos dilatórios;
2.2.2.1 CONFIRMAÇÃO DE VALORES SOCIAIS
-O legislador assume uma posição a determinado conflito social e consagra o posicionamento de um grupo determinado, sendo secundária a eficácia normativa da lei.
-O grupo prestigiado procura influenciar a atividade legiferante, fazendo prevalecer os seus valores contra o grupo adversário. 
-Exemplo da lei seca nos Estados Unidos em que não estavam preocupados com a eficácia e sim em adquirir respeito social.
2.2.2.2 DEMONSTRAÇÃO DA CAPACIDADE DE AÇÃO NO ESTADO (LEGISLAÇÃO ÁLIBI)
-Resposta pronta e rápida do governo diante de certa insatisfação da sociedade.
-Busca dar uma aparente solução para os problemas da sociedade mesmo que mascarando a realidade.
2.2.2.3 ADIAMENTO DA SOLUÇÃO DE CONFLITOS ATRAVÉS DE COMPROMISSO DILATÓRIO
-Trasnferência da resoluçaõ do conflito para um futuro indeterminado.
-O ato legislativo é aprovado consensualmente pelas partes envolvidas porque está presente a perspectiva de ineficácia da respectiva lei.
2.2.2.4 EFEITOS SOCIAIS LATENTES OU INDIRETOS DA LEGISLAÇÃO SIMBÓLICA
-Além do sentido negativo pela ineficácia normativa e vigência social que a lei produz, ela também apresenta um sentido positivo que é a produção de efeitos políticos e não jurídicos.
2.2.3 CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA
-Efeito negativo: o texto constitucional não é concretizado normativo-juridicamente de forma generalizada.
-Efeito positivo: a atividade constituinte desempenha papel politico-ideológico, servindo para encobrir problemas sociais e obstruindo transformações efetivas na sociedade.
2.2.4 CONSTITUCIONALIZAÇÃO SIMBÓLICA COMO ALOPOIESE DO SISTEMA JURÍDICO
-Aparece como realidade marcante das sociedades periféricas em razão da desigualdade econômica.
-Constata-se assim uma preponderância ou sobreposição do sistema político sobre o jurídico. 
-O texto da constituição é usado para interesses políticos.
2.3 CLASSIFICAÇÃO
2.3.1 QUANTO À ORIGEM 
	Outorgada: é a Constituição\Carta imposta, de maneira unilateral, por agente revolucionário que não recebeu legitimidade do povo para atuar.
	Promulgada: é a fruto do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para, em nome dele, atuar. Nascendo da deliberação da representação legítima popular.
	Cesarista: é formada por um plebiscito ou referendo popular sobre um projeto elaborado por um Imperador. A participação popular não é democrática, pois visa apenas ratificar a vontade do detentor do poder.
	Pactuada: surgem através de um pacto em que o poder originário se concentra nas mãos de mais de um titular como a Magna Carta de 1215 (barões ingleses). O equilíbrio é precário pois uma das partes se acha sempre politicamente superior com uma estipulação unilateral camuflada.
2.3.2 QUANTO À FORMA
	Escrita ou instrumental: Constituição formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento. 
	Não-escrita ou costumeira: é formada por textos esparsos reconhecidos como fundamentais e baseia-se nos costumes, jurisprudências e convenções (Constituição Inglesa).
-Inexistem nos dias atuais Constituições totalmente costumeiras.
2.3.3 QUANTO À EXTENSÃO
	Sintéticas: são as enxutas, veículadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do Estado. (Constituição Americana).Resultam em maior estabilidade.
	Analíticas: abordam todos os assuntos que os representantes entenderem por fundamentais.
2.3.4 QUANTO AO CONTEÚDO
	Material: é o texto que contem as normas fundamentais e estruturais do Estado, organização de seus órgãos e os direitos e garantias fundamentais.
	Formal : elege como critério o processo de formação e não o conteúdo das normas.
2.3.5 QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO
	Dogmáticas: são sempre escritas e partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos. Elaboradas de um só jato.
	Históricas: se constituem através de um lento e contínuo processo de formação ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo.
2.3.6 QUANTO À ALTERABILIDADE
	Rígidas: são as que só se alteram em processo legislativo mais àrduo e solene do que o das normas não-constitucionais.
	Flexíveis: possuem o mesmo processo de alteração que uma lei comum. E não existe hierarquia entre a Constituição e uma lei infraconstitucional.
	Semiflexíveis ou semirígidas: algumas matérias requerem processo mais dificultoso e outras não.
	Fixas: só podem ser alteradas pelo poder constituinte originário e não estabelecem
um processo para sua alteração.
	Super-rígidas: algumas matérias são imutáveis como cláusulas pétreas. Não parece ser a posição adotada pelo STF que vêm admitindo alteração destas cláusulas desde que não tenda a abolir os preceitos ali resguardados e dentro de uma ideia de razoabilidade e ponderação.
2.3.7 QUANTO À SISTEMÁTICA
	Reduzidas: se materializam em um só código básico e sistemático.
	Variadas: se distribuem em vários textos e documentos esparsos sendo formadas por várias leis constitucionais.
2.3.8 QUANTO À DOGMÁTICA
-Refere-se ao critério ideológico.
	Ortodoxa é aquela formada por uma só ideologia;
	Eclética é aquela formada por várias ideologias conciliatórias.
2.3.9 QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE
-Refee-se ao critério ontológico.
	Normativas: o processo de poder está de tal forma disciplinado que as relações políticas e os agentes do poder subordinam-se ao seu conteúdo e seu controle procedimental.
	Nominalistas: as disposições de limitação e controle não tem ressonância na sistemática do processo real de poder.
	Semânticas: são simples reflexos da realidade política servindo como instrumento dos donos de poder e elites.
2.3.10 QUANTO AO SISTEMA
	Principiológica: predominam os princípios, identificados como normas constitucionais com alto grau de abstração que consagram valores.
	Preceitual: prevalecem as regras, individualizadas como normas constitucionais revestidas de pouco grau de abstração, concretizadoras de princípios.
2.3.11 QUANTO À FUNÇÃO
	Provisórias: buscam definir o regime de elaboração e aprovação da Constituição formal e de estruturação do poder político , a que se acrescenta a função de eliminação ou erradicação de resquícios do antigo regime. Contrapoe-se à definitiva.
2.3.12 QUANTO À ORIGEM DA DECRETAÇÃO
	Heteroconstituição: foram decretadas de fora do Estado por outro ou por uma organização internacional. Se contrapoe à autônoma.
2.3.13 CONSTITUIÇÕES GARANTIA, BALANÇO E DIRIGENTE
	Garantia: busca garantir a liberdade limitando o poder.
	Balanço: reflete um degrau da evolução socialista.
	Dirigente: estabelece um projeto de Estado.
2.3.14 CONSTITUIÇÃO LIBERAIS (NEGATIVAS) E SOCIAIS (DIRIGENTES)
	Liberais: surgem com o triunfo da ideologia burguesa e se destacam pelo absenteísmo estatal e liberdade individual.
	Sociais: refletem um momento posterior de necessidade da atuação estatal consagrando a igualdade substancial e direitos sociais.
2.3.15 A CF de 1988
Promulgada, escrita, analítica, dogmática, rígida, reduzida, eclética, principiológica, definitiva, autônoma, garantia .
2.4 ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
-Segundo José Afonso da Silva:
	Elementos Orgânicos: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.
	Elementos Limitativos: normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais.
	Elementos Socioideológicos: revelam o compromisso com o Estado Social intervencionista.
	Elementos de Estabilização Constitucional: asseguram a solução de conflitos constitucionais e defesa da Constituição,do Estado e das Instituições Democráticas.
	Elementos formais de aplicabilidade: normas que estabelecem as regras de aplicação da Constituição.
2.5 HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
2.5.1 CF de 1824
-Após a independência em 7 de setembro de 1822, D.Pedro I convoca uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa em 1823 com ideais liberais, que vem a ser dissolvida tendo em vista divergência com suas pretensões.
-Em substituição, D.Pedro I cria um Conselho de Estado para elaborar um novo projeto em consonância com seus ideais.
-Foi outorgada em 1824 e foi a que durou mais tempo, sofrendo forte influência da francesa de 1814. Foi marcada por forte centralismo administrativo e político tendo em vista o P.Moderador, unitarismo e absolutismo.
-Características:
	Governo: monárquico por hereditariedade. Tratava- se de forma unitária de Estado com forte centralização política-administrativa.
	Território: as antigas capitanias foram transformadas em províncias que eram subordinadas ao Poder Central e tinham um presidente nomeado e removido a qualquer tempo pelo imperador.
	Religião oficial do império: católica apostólica romana, todas as outras eram permitidas em culto doméstico ou particular em casas destinadas.
	Capital do Império: Rio de janeiro, não se submetia à província do RJ e sim diretamente ao Poder Central.
	Organização dos poderes: poderes legislativos, executivo, judicial e moderador.
	Poder legislativo: exercido pela Assembleia Geral com a sanção do Imperador. A Câmara dos Deputados era eletiva e temporária e a Câmara dos Senadores era vitalícia e seus membros nomeados pelo Imperador pos lista tríplice enviada da província.
	Sufrágio: censitário, baseado em condições econômico-financeiras.
	Poder executivo: exercida pelo Imperador pelo intermédio de seus M.Estado. Durante o Segundo Reinado existiu o parlamentarismo monárquico com a escolha por D.Pedro II do presidente do Conselho e este escolhia os Ministros que deveriam ter a confiança do Imperador e dos Deputados.
	Poder Judicial: Os juízes aplicavam a lei e os jurados se pronunciavam sobre os fatos. Os juízes eram vitalícios porém sem inamovibilidade. Só perdiam o lugar por sentença ou por suspensão através de queixa ao Imperador. As Relações foram criadas para julgar em segunda instância nas províncias e na capital foi criado o STJ composto por juízes das Relações e pelo critério de antiguidade.
	Poder Moderador: é a chave de toda organização política e é delegado privativamente ao Imperador. Podendo:
	Nomear Senadores;
	Convocar Assembleia Geral extraordinária;
	Sancionar e vetar proposições do Legislativo;
	Dissolvição da Câmara dos Deputados convocando outra;
	Suspensão de Magistrados;
	Tentativa de se instalar o Estado Federativo: no período Regencial foi criado as Assembleias Legislativas Provinciais com considerável autonomia, porém a Lei de Interpretação reestabeleceu a ideia centralizadora.
	Constituição semirígida
	Liberdades públicas: continha importante rol de direitos civis e públicos influenciada pelo liberalismo e pelo constitucionalismo das revoluções americana e francesa. Tutelou a liberdade de locomoção e vedou hipótese de prisão arbitrária. Somente a partir do C.Criminal de 1830 passou a estabelecer a garantia do habeas corpus.
2.5.2 Decreto de 1889
-A República é ploclamada em 15 de novembro de 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca afastando D. Pedro II e toda sua dinastia. Tratou-se mais de um golpe de Estado sem legitimidade do povo.
-As províncias passam a ser chamadas de Estados Unidos do Brasil
-Entre 1889 e 1891 se instala o Governo Provisório através deste decreto com a missão de consolidar o novo regime e promulgar a primeira CF da Republica.
2.5.3 CF de 1891
-A Assembleia Constituinte foi eleita e em 1991 foi promulgada a primeira Constituição da República do Brasil, sofrendo pequena reforma em 1926. Vigorou até 1930.
-Consagrou o sistema de governo presidencialista, forma de governo republicana em substituição à monárquica e forma de estado federal no lugar de unitário.
-Características:
	Forma de governo e regime representativo: república federativa sob o regime representativo com a união perpétua e indissolúvel dos Estados (vedaçao de secessão).
	Distrito Federal: o antigo município neutro do RJ foi transformado em Distrito Federal. Mas já com previsão da delimitação da futura capital no Planalto Central.
	Religião Oficial: nos termos do que já estabelecido no decreto de 1890, constitucionaliza-se o Estado como laico , leigo ou não confessional. É retirado os efeitos civis do casamento religioso. Os cemitérios passaram a ser administrados por municípios e proibição do ensino religioso nas escolas públicas.
	Organização dos poderes: o P. Moderador foi extinto.
	Poder Legislativo: Bicameralismo federativo. Câmara dos Deputados eleitos por sufrágio direto com mandato de 3 anos.
O Senado Federal eleito do mesmo modo com mandato de 9 anos. O P. Legislativo foi estabelecido em âmbito estadual. Alguns Estados possuiam duas casas também.
	Poder Executivo: presidente eleito junto com o vice por sugfrágio direto com mandato de 4 anos sem reeleição. Contudo, a primeira eleição foi indireta pelo CN elegendo o proclamador da República.
	Poder Judiciário: criação do STF, estabelecimento dos crimes de responsabilidade. Vitaliciedade e irredutibilidade de vencimentos para Juízes Federais. Justiça Federal mantida.
	Constituição rígida: perde-se a distinção feita pela CF anterior em material e formalmente constitucional. Estabeleceu-se como cláusula pétrea: forma republicano-federativa e igualdade de representação dos Estados no Senado.
	Declaração de Direitos: aboliu-se a pena de galés, banimento e de morte, ressalvada a última em caso de guerra. Expressa previsão constitucional do habeas corpus.
	Reforma de 1926: restrição do habeas corpus, centralização do poder e restrição da autonomia dos Estados.
2.5.4 A REVOLUÇÃO DE 1930
-A república Velha tem o seu fim constituindo por Decreto o segundo Governo Provisório levando Getúlio Vargas ao poder.
-Cabia ao governo provisório exercer discricionariamente todas as funções do Executivo e Legislativo até que seja eleita Assembleia Constituinte. Foi nomeado um interventor para cada Estado.
-Em 1932 Getúlio Vargas decretou o Código Eleitoral incluindo voto feminino, o sufrágio universal, direto e secreto.
2.5.5 A CF de 1934
-Forte influência social da Constituição de Weimar na Alemanha, evidenciando os direitos de segunda geração e a perspectiva de um Estado Social de Direito.
-Teve duração curtíssima sendo abolida pelo movimento de 1937.
-Os Poderes da União foram aumentados.
	Distrito Federal: previsão de transferência da capital para o Planalto mantida. Amplo regime de autonomia do DF que foi elevado à categoria de supermunicípio, que o aproximava dos Estados.
	Religião: passou-se a admitir o casamento religioso com efeitos civis e facultou-se o ensino religioso nas escola públicas para amenizar a CF de 1891.
	Poder Legislativo: exercido pela CD (mandato de 4 anos por sistema proporcional e participação de representantes eleitos de organizações profissionais - fascismo) com a colaboração do SF (competência reduzida para áreas relacionadas à Federação e as que interessassem a mais de um Estado, mandato de 8 anos renovando-se pela metade) rompendo-se com o bicameralismo paritário e estabelecendo um desigual.
	Poder Executivo: os Ministros passaram a ter responsabilidade pessoal e solidária com o PR.
	Poder Judiciário: implantação da irredutibilidade, inamovibilidade e vitaliciedade.
	Constituição rígida: porém não poderá ser alterado a estrutura política do Estado, a organização dos Poderes e a forma republicana-federativa.
	Declaração de Direitos: constitucionalização do voto feminino e secreto, já com previsão no Código Eleitoral. Criação de novos título em razão do caráter social. Prestígio da legislação trabalhista e da representação classista. Previsão do mandado de segurança e da ação popular.
2.5.6 CF de 1937
-Getúlio Vargas decreta Estado de Guerra e dá o golpe ditatorial centralizando o poder e fechando o Congresso Nacional frente a ameaça de se instalar o socialismo no País.
-A autonomia dos Estados foi reduzida e a Carta foi outorgada com influência da “Polaca”.
-O governo manteve domínio do Judiciário, fora nomeado interventores e os partidos políticos dissolvidos.
-Consolidação da CLT e importantes direitos sociais como o salário mínimo.
-Características:
	Forma de Estado: podemos falar que o regime federativo foi nominalista, havendo assunção de interventores federais.
	Organização dos Poderes: Legislativo e Judiciário esvaziados.
	Poder Legislativo: exercido pelo Parlamento Nacional (Câmara dos Deputados e Conselho Federal) com colaboração do Conselho da Economia e do PR. CD com sufrágio indireto para mandato de 4 anos, CF composto por representantes dos Estados e 10 membros nomeados pelo PR com mandato de 6 anos. Foram dissolvidas todas as Câmaras e Assembleias até a formação de um Parlamento Nacional que nunca chegou a se instalar.
	Poder Executivo: eleição indireta com mandato de 6 anos.
	Poder Judiciário: no caso de ser declarada inconstitucionalidade de uma lei e o PR decidisse que fosse necessária, poderia submetê-la ao parlamento nacional. Durante o estado de guerra os atos praticados em virtude deles não poderiam ser conhecidos por qualquer juiz.
	Declaração de Direitos: não houve previsão do MS e da AP, direito de manifestação do pensamento restringido (censura prévia), previsão de pena de morte para crimes políticos e nas hipóteses de homicídio por motivo fútil e com extremos de perversidade. Greve e lock-out proibidos.
	Nacionalização da economia e direitos trabalhistas: criação de estatais para controlar áreas estratégicas de produção e criação da CLT.
2.5.7 CF de 1946
-Com o apoio aos Aliados e contradições em sua política interna semelhante aos países do Eixo, Vargas assinou ato adicional convocando eleições presidenciais e marcando o fim do Estado Novo. Logo depois foi deposto pelas Forças Armadas que convocaram o P. do STF até as novas eleições que culminaram na posse de Eurico Gaspar Dutra.
-A Assembleia Constituinte foi eleite e instalada inspirada nos ideias liberais de 1891 e sociais de 1934.
-Características:
	Capital da União: em 1960 JK inaugura Brasília. O Estado da Guanabara (que era a antiga capital) foi fundida com o Estado do Rio de Janeiro.
	Poder Legislativo: reaparecimento do bicameralismo paritário. CD proporcional em mandato de 4 anos e SD majoritariamente com mandato de 8 anos com renovação alternada por 1 e 2/3. As funções do presidente do SF era exercida pelo VPR.
	Poder Executivo: eleição direta para mandato de 5 anos.
	Declaração de Direitos: MS e AP reestabelecidos. Inclusão do princípio da inafastabilidade da jurisdição constitucional. Vedação da pena de morte, banimento, confisco e de caráter perpétuo. Reconhecimento do direito de greve.
2.5.8 GOLPE LIMITAR DE 1964
-Jango foi derrubado pelos militares e baixaram o AI-1:
	possibilidade de decretação de estado de sítio;
	poder de aposentar civis ou militares;
	suspensão de direitos políticos por 10 anos;
	cassação de mandatos legislativos excluída apreciação judicial;
-O AI- 2 estabeleceu eleições indiretas em âmbito nacional e estadual.
-O Congresso foi fechado , sendo reaberto pelo pelo AI- 4 para aprovar a CF de 1967.
-Apesar de votado, aprovado e promulgado, a preferência é em dizer que a Carta foi outorgada em virtude do autoritarismo dos Atos Institucionais.
2.5.9 CF de 1967
- No mesmo âmbito da Carta de 1937 concentrou o poder no âmbito federal e conferiu amplos poderes ao PR.
-Características:
	Forma de Estado: embora formalmente federalista, mas se aproximou do Estado unitário com centralização político-administrativa.
	Poder Legislativo: CD com mandato de 4 anos e SF majoritário com mandato de 8 anos renovando alternativamente com 1 e 2/3. Fortaleceu a representação de Deputados Estaduais.
	Poder Executivo: 4 anos de maneira indireta por sufrágio eleitoral composto pelo CN e Assembleia dos Estados em sessão pública e votação nominal. Inclusão do decreto-lei por decurso de prazo e iniciativa exclusiva para certas matérias ao PR.
	Declaração de direitos: possibilidade de ter direito político suspenso e possibilidade de reforma agrária mediante indenização. Direitos dos trabalhadores definidos com maior eficácia.
	AI-5:
	O PR poderia decretar recesso do CN e qualquer Assembleia;
	O PR poderia decretar intervenção;
	Direitos políticos poderiam ser suspensos por 10 anos e cassados os mandatos;
	suspensão das garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e estabilidade;
	suspensão de habeas corpus em caso de crime político, contra segurança nacional, ordem econômica e social e economia popular;
exclusão de qualquer apreciação judicial dos Atos Institucionais e complementares.
2.5.10 CF de 1969
-Com o AI-5 o CN foi fechado.
-Emenda constitucional baixada pelos militares enquanto o CN estava fechado constitucionalizando todos os atos institucionais.
-O mandato foi aumentado para 5 anos e em seguida para 6.
-Revogação total do Ai 5 em 1978 através do pacote de junho
-Suspensão das medidas que cassaram direitos políticos e previsão de impossibilidade de suspender o Congresso.
-Lei da Anistia e volta do pluripartidarismo;
2.5.11 1988
-Plebiscito que teve o resultado de manutenção da República e do sistema de governo presidencialismo.
-O DF deixa de ser autarquia federal e passa a ser considerado ente federativo.
-Primeira CF a separar a ordem econômica da social.
3 HERMENÊUTICA : MUTAÇÃO X REFORMA . REGRAS X PRINCÍPIOS . DERROTABILIDADE . POSTULADOS NORMATIVOS . CRIAÇÃO JUDICIAL DO DIREITO . ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO
3.1 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL X REFORMA CONSTITUCIONAL
-Só caberá interpretação no caso de dúvida e levará em consideração todo o sistema.
-Reforma constitucional é a modificação do texto mediante mecanismos definidos pelo poder constituinte originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando ao texto original.
-Mutações são alterações no significado e sentido interpretativo de um texto constitucional. Exteriorizam o caráter dinâmico e prospectivo das normas, por meio de processos informais.
-A mutação para ser legítima deve corresponder a uma demanda social efetiva que a justifique.
-Mecanismos da mutação constitcucional, segundo Barroso:
	interpretação (judicial ou administrativa): é exteriorizada a mutação na evoluçao jurisprudencial, e também no ambito administrativo;
	atuação do legislador: quando por ato normativo primário procura alterar o sentido já dado a alguma norma constitucional;
	por via de costumes constitucionais: não é pacífico a existência de costumes em Constituições escritas e rígidas porém certas práticas reiteradas ensejaram mudanças do sentido interpretativo da Constituição.
3.2 REGRAS E PRINCÍPIOS
-Ambos são espécies de normas e não guardam hierarquia entre si diante da ideia da unidade da Constituição.
-Segundo Canotilho os princípios possuem elevado grau de abstração e carecem de mediações concretizadoras, já as normas possuem abstração relativamente reduzida e possíveis de aplicação imediata.
-Segundo Barroso as regras somente deixarão de incidir quando forem inválidas, se houver mais específica ou se não estiver em vigor (tudo ou nada - Dworkin). Já os princípios deverão ser ponderados e balanceados.
-Segundo Robert Alexy as normas ou são satisfeitas ou não como determinações, mandados de definição, portanto a distinção é qualitativa e não de grau. Já os princípios podem ser aplicados com graus variados como mandamentos de otimização.
-Recentemente já se discute a aplciação do sistema tudo ou nada em princípios e ponderamento nas regras, dependendo do caso concreto.
3.3 DERROTABILIDADE (DEFEASIBILITY)
-Autores começam a reconher a ideia de derrotabilidade das regras, superando o modelo tudo ou nada de Dworkin.
-Condições necessárias de superação segundo Ávila:
	requisitos materiais: a superação da regra no caso individual não pode prejudicar os valores inerentes à regra (não prejudica a finalidade da regra e nem a segurança jurídica).
	requisitos formais: 
	justificativa condizente: demonstração de incompatibilidade e que não afetará a segurança jurídica;
	fundamentação condizente: as razões devem ser exteriorizadas para controle;
	comprovação condizente: a ausência de controvérsias, incertezas, arbitrariedades, altos custos, problemas de conhecimento devem ser comprovadas por meio de provas adequadas se não por meras alegações; 
3.4 NORMAS DE SEGUNDO GRAU: POSTULADOS NORMATIVOS
-Não se confundem com as regras ou princípios.
-São classificados como metanormas ou normas de segundo grau, ou normas metódicas que instituem critérios para aplicação de outras normas.
-Destacando-se os postulados inespecíficos (ponderação, concordância prática e proibição do excesso), e os postulados específicos (igualdade, razoabilidade e proporcionalidade).
3.5 MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
3.5.1 MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO
-Todos os métodos tradicionais deverão ser utilizados e a CF deve ser encarada como uma lei.
-Nesses métodos o intérprete resume-se em descobrir o verdadeiro significado e sentido da norma.
	elemento genético: busca investigar a origem dos conceitos utilizados pelo legislador;
	elemento gramatical ou filológico: a análise é realizada de modo textual e literal;
	elemento lógico: procura harmonia lógica das normas consitucionais;
	elemento sistemático: busca a análise do todo;
	elemento histórico: analisa o projeto de lei, sua justificativa,exposição de motivos, pareceres, discussões, condições culturais e psicológicas que resultaram na elaboração da norma;
	elemento teológico ou sociológico: busca a finalidade da norma;
	elemento popular: se implementa através da participação das massas, partidos políticos, sindicatos através de plebiscito, referendo, recall, veto popular, etc;
	elemento doutrinário: parte da interpretação feita pela doutrina;
	elemento evolutivo: segue a linha da mutação constitucional;
3.5.2 MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO ( OU MÉTODO DA TÓPICA)
-Parte-se de um problema concreto para a norma na busca da solução do caso concreto, atribuindo-se uma interpretação de caráter prático.
3.5.3 MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR
-Parte da Constituição para o problema.
3.5.4 MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL
-Parte da realidade social e dos valores subjacentes à norma.
3.5.5 MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE
-O teor literal da norma deve ser analisado à luz da concretização da norma em sua realidade social.
3.5.6 MÉTODO DA COMPARAÇÃO CONSTITUCIONAL
-Comparação entre as várias constituições.
3.6 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
3.6.1 PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CF
-A Constituição deve ser interpretada como um todo, em sua globalidade, afastando antinomias e procurando afastar os espaços de tensão.
3.6.2 PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR
-Associado ao p. da unidade dá prioridade aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.
3.6.3 PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE
-A norma constitucional deve ter a mais ampla efetividade social.
3.6.4 PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU DA CONFORMIDADE FUNCIONAL
-O intérprete não poderá subverter ou pertubar o esquema da organização e do funcionamento dos Poderes e do Estado constitucionalmente estabelecidos.
3.6.5 PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO
-Os bens jurídicos e princípios constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de conflito, buscando evitar o sacrifício total em relação ao outro.
3.6.6 PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA
-Ao solucionar conflitos, devem conferir a máxima efetividade às normas constitucionais.
3.6.7 PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO
-Diante de normas polissêmicas e polisignificativas, deve-se priorizar a interpretação que mais se aproxime da CF, e que não seja contrária à ela.
3.6.8 PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE
-Consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibiçao do excesso.
-Elementos a serem preenchidos:
	necessidade: ou exigibilidade, só se legitima sua aplicação se indispensável para o caso concreto e se não puder substituí-lo por medida menos gravosa.
	adequação: ou pertinência, idoneidade, o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido.
	proporcionalidade em sentido estrito: se o ato supera os limites estabelecidos.
3.7 LIMITES DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
3.7.1 DECISÕES INTERPRETATIVAS EM SENTIDO ESTRITO
3.7.1.1 SENTENÇA INTERPRETATIVA DE RECHAÇO
-Diante de duas possíveis interpretações sobre ato normativo , a
Corte adota aquela que se conforma com a CF, repudiando à que contraria, proibindo que se interprete do outro modo.
3.7.1.2 SENTENÇA INTERPRETATIVA DE ACEITAÇÃO
-A Corte anula decisão tomada pelas instâncias ordinárias que adotou interpretação ofensiva à CF. Dizendo que o dispositivo é inconstitucional se interpretado dessa forma.
3.7.2 DECISÕES MANIPULADORAS OU NORMATIVAS
-Sentenças de aceitação em que a Corte não se limita em declarar a inconstitucionalidade das normas, mas age como legislador positivo modificando diretamente o ordenamento jurídico. 
3.7.2.1 SENTENÇAS ADITIVAS
-A Corte declara a insconstitucionalidade de dispositivo legal pelo que omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência.
3.7.2.2 SENTENÇAS SUBSTITUTIVAS
-A Corte não só anula a norma impugnada como a substitui por outra o que implica em produção heterônoma de atos legislativos ou de direito judicial.
3.7.3 LACUNA CONSTITUCIONAL E O PENSAMENTO JURÍSICO DO POSSÍVEL NA JURISPRUDÊNCIA DO STF
-Lacuna constitucional é quando a Carta não dispõe de situações que acontecem excepcionalmente. O pensamento do possível visa concordar as diversidades e contradições que se apresentam na teoria com a prática mediante soluções combinatórias que conduzem a um desenvolvimento conjunto. Funciona como limite para uma interpretação constitucional aberta. Ex: escolha de lista sêxtupla de profissional do MPT com 10 anos de carreira para o TRT quando não se tem o número desejado na prática. Aplicação da lei ainda constitucional.
3.7.4 CRÍTICAS AO PAN-PRINCIPIOLOGISMO E A REALIDADE DE UMA SUPREMOCRACIA
-O Pan-principiologismo é a criação de princípios de acordo com a vontade de cada julgador de modo arbitrário nas decisões. Deve ser evitado os pseudo-princípios que servem como álibis teóricos para decisões sem fundamentação.
-Humberto Àvila sustenta que a interpretação e aplicação dos princípios e regras devem obedecer os postulados normativos para evitar tal situação.
-A Supermocracia é a autoridade que o STF assume em relação às instâncias inferiores como também a expansão de sua autoridade em detrimento dos demais poderes.
-É viável uma autocontenção da Corte para evitar excessos.
3.8 TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS
-A outorga de competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento implícito dos meios necessários à integral realização dos fins que lhe forem atribuídos. Esses meios devem passar por uma análise de proporcionalidade e razoabilidade.
3.9 SOCIEDADE ABERTA DOS INTÉRPRETES
-Superação da interpretação fechada de procedimentos formalizados de juízes para uma interpretação aberta no qual todos destinatários da norma são legítimos intérpretes em uma interpretação pluralística e democrática. (Amicus curiae, audiências públicas).
3.10 ESTRUTURA DA CF
3.10.1 PREÂMBULO
3.10.1.1 ESQUEMATIZAÇÃO
-Preâmbulo, nove títulos e o Ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT).
3.10.1.2 NATUREZA JURÍDICA
	tese da irrelevância jurídica (aceita): situa-se no domínio da política, sem relevância jurídica;
	tese da plena eficácia: tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais;
	tese da relevância jurídica indireta: ponto intermediário entre as duas;
-O preâmbulo serve apenas como norte interpretativo das normas constitucionais.
3.10.1.3 INVOCAÇÃO DE DEUS
-O Estado desde a CF de 1891 é laico, não confessional e leigo. Laicidade que é a neutralidade religiosa não se confunde com laicismo que é a intolerância à religião.
3.10.2 ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
3.10.2.2 FINALIDADE
-Estabelece regras de transição entre o antigo ordenamento e o novo. Procura neutralizar os efeitos nocivos do confronto no tempo entre regras de igual hierarquia e de hierarquia diversa.
3.10.2.4 NATURAL EXAURIMENTO E DESVIRTUAMENTO
-Pela sua natureza de eficácia temporária, após produzirem seus efeitos ou diante do advento do termo ou condição esgotam-se com eficácia exaurida. Norma permanente no ADCT seria norma anômala.
-Essa sistemática tem sido desvirtuada pelo constituinte reformador que vêm introduzindo normas permanentes sem qualquer conteúdo intertemporal e sem qualquer conexão com o momento de transição. 
3.10.2.5 NATUREZA JURÍDICA
-Tem natureza de norma constitucional.
A alteração ou acréscimo depende de poder constituinte derivado reformador. Servirão de parâmetro para análise de constitucionalidade devido ao seu caráter constitucional.
3.10.2.6 ADCT E PODER DE REFORMA
-Se a norma estiver exaurida não parece razoável a reforma. Se não estiver, deverá ser respeitado os princípios intangíveis e os limites do poder de reforma.
4 PODER CONSTITUINTE
4.2 CONCEITO E TITULARIDADE
-Segundo Canotilho, é o poder , força ou autoridade política que está em condições de numa determinada situação concreta criar, garantir ou eliminar uma Constituição.
-A titularidade do poder constituinte pertence ao povo. Porém existe o conceito clássico de Sieyes que aponta como titular a nação.
4.3 HIATO CONSTITUCIONAL 
-Segundo Ivo Dantas o hiato constitucional ou revolução verifica-se quando há um choque entre o conteúdo da Constituição e a realidade social ou sociedade.
-Diante do hiato poderá ocorrer convocação de Assembleia Nacional Constituinte, mutação e reforma constitucional ou hiato autoritário que é nas hipóteses de ilegítima outorga constitucional.
4.4 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
4.4.1 CONCEITO
-É aquele que instaura uma nova ordem jurídica rompendo por completo com a ordem jurídica precedente.
4.4.2 SUBDIVISÃO
-Histórico ou fundacional: é o que estrutura pela primeira vez o Estado.
-Revolucionário: são todos os posteriores ao histórico.
4.4.3 CARACTERÍSTICAS
a) inicial: inicia uma nova ordem jurídica;
b) autônomo: a estruturação da nova CF será determinada autonomamente;
c) ilimitado juridicamente: não tem de respeitar os limites postos pelo direito anterior;
d) incondicionado e soberano na tomada de decisões: não se submete a nenhuma forma prefixada de manifestação;
e) poder de fato e poder político: energia ou força social de natureza pré-jurídica;
f) permanente: não se esgota com a edição da nova CF;
-Pela corrente jusnaturalista o poder constituinte não seria totalmente autônomo pois teria de respeitar as normas de direito natural.
-O poder constituinte não é onipotente e deve obedecer os padrões culturais, éticos e sociais do povo além dos princípios de justiça e de direito internacional. Do contrário será uma insurreição sem anuência do povo.
4.4.4 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO FORMAL E MATERIAL
	Formal: é o ato de criação propriamente dito que atribui o status constitucional a um complexo normativo;
	Material:é o lado substancial do poder constituinte. 
4.4.5 FORMAS DE EXPRESSÃO
	outorga: declaração unilateral do agente revolucionário;
	assembleia nacional constituinte ou convenção: nasce da deliberação da representação popular;
4.5 PODER CONSTITUINTE DERIVADO
-Criado e instituído pelo originário. Deve obedecer às regras colocadas e impostas pelo originário, sendo limitado e condicionado (Reformador, decorrente e o revisor).
4.5.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR
-Tem a capacidade de modificar a CF por meio de um procedimento específico estabelecido pelo originário. 
-O poder reformador tem natureza jurídica, diferente do originário que é um poder de fato.
-Sua manifestação se dá através de emendas constitucionais.
4.5.3 PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE
4.5.3.1 ESTADOS MEMBROS
-Sua missão é estruturar a Constituição dos Estados-membros (decorrente inicial) ou sua modificação (decorrente de segundo grau).
-Tal competência decorre da capacidade de auto-organização dada aos Estados pelo poder constituinte originário.
-Art 25 caput: os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
-Segundo Uadi Lamego Bulos, os limites à manifestação do poder constituinte derivado decorrente estão nos:
	princípios constitucionais sensíveis: os
princípios que estão expressos na Constituição;
	princípios constitucionais estabelecidos ou organizatórios: limitam, vedam ou proíbem a ação indiscrimanada do poder decorrente.
	Vedatórios ou mandatórios: proíbem o Estado de praticar atos os procedimentos contrários aos fixados na Constituição;
	Inerentes: vedam possibilidade de invasão de competência;
	Decorrentes: decorrem de disposições expressas;
	princípios constitucionais extensíveis: integram à estrutura da Federação;
4.5.3.2 DISTRITO FEDERAL
-Art 32 caput: Será regido por lei orgânica que deverá obedecer os princípios estabelecidos na Constituição.
-Tendo em vista que a derivação da lei orgânica é direta à CF e existe a presença de competências estaduais no DF , atualmente a doutrina vêm aceitando a ideia de que é uma manifestação decorrente (verdadeira Constituição Distrital), inclusive para fins de controle concentrado.
4.5.3.3 MUNICÍPIOS
-Mesmo com capadidade de auto-organização de elaborar a sua lei orgânica, deverá respeito ao conteúdo da CF e da CE, por isso se entende que não é um poder decorrente (emanado diretamente do poder originário).
-O poder derivado deve ser obrigatoriamente de segundo grau, ou em outras palavras, ter fonte de legitimidade direta à CF.
-Por essa razão, ato local questionado em face da lei orgânica municipal enseja controle de legalidade.
4.5.3.4 TERRITÓRIOS FEDERAIS
-Trata-se de descentralização administrativa territorial, portanto não possuem capacidade de auto-organização e por conseguinte não se emana poder constituinte derivado decorrente.
4.5.4 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR
-O art 3º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após no mínimo 5 anos da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta do CN em sessão unicameral e uma única vez.
-Não estava vinculada ao art 2º que admitia a volta da monarquia ou parlamentarismo mediante plebiscito.
-Entendeu-se à época que se sujeitaria aos mesmos limites de reforma constitucional. E resultou em 6 emendas revisoras, tendo sua eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada.
4.6 PODER CONSTITUINTE DIFUSO
-Pode ser considerado como um poder de fato e que serve de fundamento para os mecanismos de atuação da mutação constitucional. Trata-se de processo informal que altera o sentido interpretativo da Constituição.
4.7 PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL
-É o poder constituinte que busca sua fonte de validade na cidadania universal, pluralismo de ordenamentos jurídicos, vontade de integração e conceito remodelado de soberania.
4.8 NOVA CONSTITUIÇÃO E ORDEM JURÍDICA ANTERIOR
4.8.1 RECEPÇÃO
-Todas as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento da nova Constituição que forem incompatíveis serão revogadas por falta de recepção.
4.8.1.1 INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
-O STF não admite controle de constitucionalidade concentrada de ato ou norma editada antes da atual Constituição, tendo em vista o princípio da contemporaneidade.
-Nada impede a possibilidade do uso de ADPF para a análise derecepção.
4.8.1.2 UMA LEI QUE FERE O PROCESSO LEGISLATIVO DA CF ANTERIOR PODERÁ SER RECEBIDA PELA NOVA CF SE COMPATÍVEL?
-Parte da doutrina fala que se a lei não foi declarada inconstitucional na CF anterior ela se presume constitucional se for compatível, e portanto poderá ser recepcionada.
-Porém é razoável que o Judiciário ao analisar a recepção verifique se a lei era compatível do ponto de vista formal e material com a CF anterior.
4.8.1.3 CONCLUSÕES SOBRE A RECEPÇÃO
	Só se analisa a compatibilidade material perante a nova CF.
	A lei precisa ter compatibilidade formal e material com a CF na qual ela foi editada.
	Como a análise perante a nova CF é só material a lei poderá ter sido editada como ordinária e ser recebida como complementar.
	Um ato normativo que deixe de ter previsão no novo ordenamento também poderá ser recebido.
	A técnica para controle dessas leis ou é pelo sistema difuso ou é pelo sistema concentrado por meio de ADPF.
	É possível recepção de somente uma parte da lei.
	A recepção ou revogação acontece no momento da promulgação da nova Constituição. Contudo é possível ao STF modular os efeitos.
4.8.2 REPRISTINAÇÃO
-O Brasil adotou a impossibilidade de repristinação, salvo se a atual CF expressamente requerer através do poder constituinte originário.
4.8.3 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
-Fenômeno em que a CF anterior ,se compatível, permanece em vigor como lei infraconstitucional.
-Em regra geral não admitido no Brasil, salvo se a atual CF expressamente requerer através do poder constituinte originário.
4.8.4 RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS
-Fenômeno em que a norma constitucional da CF anterior permanece como norma constitucional frente à nova CF.
-Só será admitido se a CF atual expressamente requerer. Se caracterizam por serem normas com prazos certos e de caráter precário, normas de transição.
4.9 PODER CONSTITUINTE E DIREITO ADQUIRIDO
	Retroatividade máxima ou restitutória: a lei ataca a coisa julgada e fatos já consumados.
	Retroatividade média: a lei nova atinge os efeitos pendentes de fatos passados. Ex: prestações vencidas não adimplidas.
	Retroatividade mínima, temperada ou mitigada: a lei atinge somente os efeitos futuros de fatos passados. Ex: prestações futuras.
- A regra geral é a retroatividade mínima. É possível retroatividade mãxima ou média desde que expressamente prevista.
-Nada impede a retroatividade média ou máxima , desde que prevista na CF pelo poder constituinte originário (ilimitado).
-As Constituições Estaduais bem como as emendas estão sujeitas à retroatividade mínima, com pequenas exceções (lei penal benéfica).
5 EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
5.1 EFICÁCIA JURÍDICA E EFICÁCIA SOCIAL
-Como regra geral, as normas constitucionais sempre apresentam eficácia. Algumas jurídica e social, outras apenas jurídica.
	Eficácia Social: a norma vigente é efetivamente aplicada a casos concretos;
	Eficácia Jurídica: a norma está apta para ser aplicada na ocorrência de casos concretos e já produz efeitos jurídicos desde sua edição (revogação das anteriores);
5.2 EFICÁCIA PLENA
-Classificação feita por José Afonso da Silva.
-São de aplicabilidade direta, imediata e integral.
-No momento em que entra em vigor está apta a produzir todos os seus efeitos, independente de norma integrativa infraconstitucional.
-Aproximam-se do que a doutrina americana chama de auto-aplicáveis.
-Situam-se predominantemente entre os elementos orgânicos da CF.
5.3 EFICÁCIA CONTIDA
-Ou eficácia prospectiva, tem aplicabilidade imediata, direta , mas possivelmente não integral.
-Embora tenham condições de produzirem todos seus efeitos quando da sua entrada em vigor, poderá norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência.
-Essa limitação poderá ocorrer por norma infraconstitucional ou normas da própria CF desde que ocorra certos pressupostos de fato (estado de sítio, defesa).
-Enquanto não ocorrer a restrição a norma terá eficácia plena.
-Alguns doutrinadores preferem chamá-la de norma de eficácia redutível ou restringível.
5.4 EFICÁCIA LIMITADA
-São normas de aplicabilidade indireta, reduzida, mediata ou diferida.
-Precisam de norma infraconstitucional ou até normas de normas constitucionais para produzirem todos os seus efeitos.
-Segundo doutrina, produzem um mínimo efeito, de vincular o legislador infraconstitucional aos seus vetores.Portanto, sua eficácia jurídica seria imediata, direta e vinculante.
	Normas de princípio institutivo ou organizativo: contém esquemas gerais de iniciação e estruturação das instituições, órgãos ou entidades.
	Normas declaradoras de princípios programáticos: veiculam programas a serem implementados pelo Estado (direito à saúde, educação, cultura, etc).
5.5 CLASSIFICAÇÃO MARIA HELENA DINIZ
	Normas supereficazes ou com eficácia absoluta: São intangíveis e não podem ser emendadas. (cláusulas pétreas);
	Normas de eficácia plena:
contém todos os elementos para que produza os efeitos imediatos;
	Normas com eficácia relativa restringível: correspondem às contidas;
	Normas com eficácia relativa complementável: correspondem às limitadas;
5.6-CLASSIFICAÇÃO CELSO RIBEIRO E CARLOS AYRES
	Normas de aplicação regulamentáveis ou irregulamentáveis: já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos, dispensando ou permitindo regulamentação.
	Normas de integração restringíveis ou completáveis: são integradas pela legislação infraconstitucional podendo ser completadas ou restringidas para sua completa produção de efeitos.
5.7 NORMAS DE EFICÁCIA EXAURIDA E APLICABILIDADE ESGOTADA.
-Já extinguiram a produção de seus efeitos (ADCT).
5.8 NORMAS DEFINIDORAS DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
-De acordo com a CF art. 5º §1º essas normas possuem aplicação imediata. O que difere do termo aplicabilidade. 
-A regra é que os direitos individuais (1ª dimensão) sejam de aplicabilidade imediata, porém os direitos sociais (2ª dimensão) nem sempre o são.
-Segundo Jose de Afonso da Silva a aplicação direta significa que as normas são aplicadas até onde possam, até onde as intituições oferecem condições, e também que o Judiciário não poderá deixar de aplicá-las no caso concreto, podendo diante de omissão impetrar ADO ou MI.
-Segundo Maria Helena Diniz existe um gradualismo eficacial, pois seria uma utopia considerar que todas as normas constitucionais tem a mesma eficácia.
6 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
6.1 DIREITO COMPARADO 
6.1.2 SISTEMA AMERICANO DE NULIDADE (marshall) E SISTEMA AUSTRÍACO DE ANULABILIDADE (kelsen) 
-O Brasil acatou a teoria da nulidade ao se declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.
-Segundo a teoria da nulidade a lei ou ato normativo inconstitucional é considerada absolutamente nula e ineficaz desde o seu nascimento, sendo uma decisão declarativa de nulidade de uma situação preexistente.
-Segundo a teoria da anulabilidade a Corte anula a lei ou ato normativo insconstitucional, que até este pronunciamento era considerada válida e eficaz, sendo uma decisão constitutiva de anulação.
6.1.3 FLEXIBILIZAÇÃO DAS TEORIAS
-Na Áustria a regra que negava retroatividade foi atenuada, possibilitando os efeitos retroativos à decisão anulatória.
-Nos EUA, flexibilizou a retroatividade , pois a colheita de provas ilegais não poderia retroagir para invalidar decisões já tomadas com base no sistema anterior, e se permitiu a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade a partir daí.
6.1.4 FLEXIBILIZAÇÃO NO BRASIL
6.1.4.1 MITIGAÇÃO DA NULIDADE NO CONTROLE CONCENTRADO
-Art. 27 da Lei 9.868/99 (dispõe sobre ADI e ADC): ao se declarar lei ou ato normativo inconstitucional, tendo em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, poderá por maioria de 2/3 restringir os efeitos ou decidir que só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou outra data fixada.
-No mesmo sentido, foi previsto na ADPF. Trata-se da técnica de modulação dos efeitos da decisão.
-Cabendo ressaltar que a teoria da nulidade (ex tunc) é a regra geral.
6.1.4.2 MITIGAÇÃO DA NULIDADE NO CONTROLE DIFUSO
-A regra geral do Art. 27 também tem sido aplicada por analogia.
6.2 ANÁLISE EVOLUTIVA DO CC
6.2.1 CF de 1824
-Não estabeleceu nenhum sistema de controle, consagrando o dogma da soberania do Parlamento e mais ainda do P.Moderador.
6.2.2 CF de 1891
-Qualquer juiz ou tribunal, a depender da competência, poderia exercer a técnica do CC de lei ou ato de caráter normativo (controle difuso).
6.2.3 CF de 1934
-Manteve o sistema difuso. 
-Estabeleceu a ADI interventiva (cláusula de reserva de plenário), em que só poderia ser declarada inconstitucionalidade pela maioria absoluta dos membros do Tribunal e a atribuição do SF para suspender a execução, no todo ou em parte, da lei ou ato normativo. 
-Tendo como legitimado o PGR.
6.2.4 CF de 1937
-O PR poderia submeter as decisões declaradas inconstitucionais ao Parlamento para seu reexame, podendo o Legislativo por 2/3 tornar sem efeito a declaração.
6.2.5 CF 1946
-.Restaurou-se o CC.
-Criação da ADI, a ser proposta exclusivamente pelo PGR.
-Possibilidade de controle concentrado em âmbito estadual.
6.2.6 CF 1967 e EC 1\69
-Ultima regra retirada. Embora tenha previsto controle concentrado do Estado em caso de intervenção no Município.
6.2.7 CF 1988
	Ampliação dos legitimados para propor ADI.
	Criação da ADO e MI nos casos de omissões legislativas.
	Criação da ADPF.
	Criação da ADC e igualou os legitimados.
6.3 ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
6.3.1 POR AÇÃO E POR OMISSÃO
	Inconstitucionalidade por ação: é preciso a criação de leis ou atos normativos do Poder Público incompatíveis com a CF. Pode se dar por vício material, formal ou de decoro parlamentar.
	Inconstitucionalidade por omissão: decorre da inércia legislativa na regulamentação das normas constitucionais de eficácia limitada.
6.3.2 INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
-Também chamada de nomodinâmica, verifica-se quanto a lei ou ato normativo contiver algum vício em seu processo de formação.
6.3.2.1 ORGÂNICA
-Decorre da inobservância da competência legislativa para a elaboração do ato (U,E,DF,M).
6.3.2.2 PROPRIAMENTE DITA
-Inobservância do devido processo legislativo.
	Vicio formal subjetivo: se verifica na fase de iniciativa (a pessoa ou órgão que pode dar início);
	Vício formal objetivo: qualquer fase posteriores à iniciativa;
6.3.2.3 POR FALTA DE PRESSUPOSTOS OBJETIVOS DA LEI OU ATO NORMATIVO
-São condições objetivas que se vinculam à determinados atos normativos ou leis para a sua criação.
-Ex: medida provisória que nao obedeça aos requisitos de relevância e urgência.
6.3.3 VÍCIO MATERIAL
-Também chamado de vício nomoestático.
-Diz respeito ao conteúdo do ato normativo ou da lei.
6.3.4 VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR
-Uma vez que se comprove a compra de votos para elaboração de uma lei ou ato normativo o autor entende que haveria mácula no processo de formação.
-Foi criado um esquema para pagar deputados federais em troca de seus votos na Câmara.
6.4 MOMENTOS DE CONTROLE
6.4.1 CONTROLE PRÉVIO OU PREVENTIVO
-Realizado durante o processo legislativo de formação da lei ou ato normativo. Será realizado pelo legislativo, executivo ou pelo judiciário.
6.4.1.1 LEGISLATIVO
-O Legislativo verificará através de suas Comissões de Consituiçao e Justiça se o projeto contém algum vício a ensejar a inconstitucionalidade.
-Tal controle nem sempre se verifica: medidas provisórias, resoluções de Tribunais e decretos.
-No RI das Casas dispõe que será rejeitado e arquivado o projeto caso a Comissão entenda pela insconstitucionalidade, cabendo recurso.
6.4.1.2 EXECUTIVO
-Através do veto, o PR considera o projeto de lei inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político).
-O veto será apreciado em sessão conjunta pela CD e SF dentro de 30 dias após o recebimento, podendo por votação ostensiva da maioria absoluta ser rejeitado.
-Derrubado o veto será enviado ao PR para promulgação da lei em até 48h e se este não o fizer caberá ao presidente do SF em igual prazo, e se este nao o fizer caberá ao vice.
6.4.1.3 JUDICIÁRIO
-Possibilidade que qualquer parlamentar tem de garantir o respeito ao devido processo legislativo mediante impetração de Mandado de Segurança, vedando procedimento desconforme com as normas constitucionais.
-Trata-se de um controle exercido no caso concreto por via de exceção ou de defesa.
-Segundo o STF a perda superveniente do mandato parlamentar desqualifica e extingue o processo de MS por falta de legitimação.
-Limites do controle judicial preventivo segundo STF:
	PEC manifestadamente ofensiva às cláusulas pétreas;
	PEC ou projeto de lei com manifesta ofensa às cláusulas constitucionais do processo legislativo;
6.4.1.4 O CONTROLE PREVENTIVO JUDICIÁRIO E AS NORMAS CONSTITUCIONAIS INTERPOSTAS
-O posicionamento pela total não apreciação e interpretação de normas dos
RI das Casas Legislativas pode ser visto com temperamento quando se tratar de normas constitucionais interpostas.
-Assim o conceito de matéria interna corporis deve ser temperado à luz da ideia de normas constitucionais interpostas.
-Se a CF fizer referência expressa a outras disposições normativas, a violação constitucional poderá advir da violação dessas outras normas que apresentaam uma força normativa diferenciada por derivar diretamente da CF.
6.4.2 CONTROLE POSTERIOR OU REPRESSIVO
-Será realizado sobre a lei e não mais sobre o projeto de lei. Os órgãos variam de acordo com o sistema de controle adotado pelo Estado (político, jurisdicional, híbrido).
6.4.2.1 CONTROLE POLÍTICO
-Estados onde o controle é exercido por órgão distinto dos três poderes, e é garantidor da supremacia da CF. (Cortes ou Tribunais Constitucionais)
6.4.2.2 CONTROLE JURISDICIONAL
-Realizado pelo Poder Judiciário tanto por um único órgão (STF/TJ) no modo concentrado como por qualquer outro juiz (modo difuso) . O Brasil adotou o sistema misto (concentrado e difuso)
6.4.2.3 CONTROLE HÍBRIDO
-Algumas normas são levadas a controle político, outras a controle jurisdicional.
6.4.2.4 EXCEÇÕES NO EXERCÍCIO DO CONTROLE POSTERIOR JURISDICIONAL
6.4.2.4.1 LEGISLATIVO
-1ª exceção (art 49 V CF): O CN através de decreto legislativo e sua competência esclusiva irá:
	Sustar os atos normativos do P.Exe que exorbitem o poder regulamentar.
	Sustar os atos normativos do P.Exe que exorbitem os limites da delegação legislativa. 
	(no fim é um controle de legalidade e nao de inconstitucionalidade).
-2ª exceção (art 62 CF): em caso de relevância e urgência o PR poderá adotar medida provisória com força de lei, devendo submetê-la de imediato ao CN. Entendendo inconstitucional o CN realizará controle de constitucionalidade.
6.4.2.4.2 EXECUTIVO
-Com o advento da CF/88 e ampliação do rol de legitimados para propor ADI/ADC não mais se admitiria o descumprimento de lei entendida por inconstitucional pelo Ch. Executivo.
-Porém alguns doutrinadores entendem pela possibilidade de descumprimento pois no controle concentrado e nas súmulas vinculantes está a obrigatoriedade de vinculação do P.Exe.
-O STF e STJ vem se posicionando no sentido de permitir esse controle pelo Chefe do Executivo.
6.4.2.4.3 TCU
-O TCU auxilia o CN no controle externo.
-Sum347/STF: ao exercer sua atividade poderá sempre no caso concreto e de modo incidental apreciar a constitucionalidade de uma lei ou ato normativo e deixar de aplicá-la.
6.5 SISTEMAS E VIAS DE CONTROLE JUDICIAL
-Regra geral o controle difuso é exercido pela via incidental, ou de exceção ou defesa. E o controle concentrado é exercido pela via principal.
-Poderá haver casos de órgao de competência originária para o controle concentrado, porém discutindo questão incidental de um caso concreto em uma HC ou MS por exemplo.
6.6 CONTROLE DIFUSO
6.6.2 NOÇÕES GERAIS
-É realizado por qualquer juiz ou tribunal dentro de um caso concreto e a declaração de inconstitucionalidade é declarada de forma incidental prejudicialmente ao mérito.
6.6.3-CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
-O sucumbente poderá apelar da sentença que declarou a inconstitucionalidade e o processo será remetido ao tribunal ad quem.
-Segundo o art. 97 CF/88 somente pelo voto da maioria absoluta do pleno ou de órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.
-Enaltecendo o p. da economia processual, segurança jurídica e racionalização judiciária vem se percebendo uma dispensa deste procedimento quando já haja decisão do órgão especial ou pleno do Tribunal ou do STF nesta matéria.
6.6.3.1- STF NO JULGAMENTO DE RE
-De acordo com o RI, é competência de uma das Turmas, a depender do relator, julgar o RE. 
-O encaminhamento de inconstitucionalidade será remetida ao Pleno somente no preenchimento das hipóteses regimentais.
-Desta forma a cláusula de reserva do plenário não se aplica às Turmas do STF em julgamento de RE, seja por não se tratar de Tribunal , seja a possibilidade de afetação dessa atribuição aos órgãos fracionários, tendo em vista suas hipóteses regimentais.
-Há divergência doutrinária, pois alguns entendem que as normas regimentais afrontam o art. 97 da CF.
6.6.3.2-TURMAS RECURSAIS
-Embora órgãos recursais não podem ser considerados Tribunais. Por isso poderão declarar a inconstitucionalidade difusa sem a reserva do plenário.
6.6.3.3-JUÍZO DE 1ª INSTÂNCIA
-Não se aplica a cláusula.
6.6.4-EFEITOS DA DECISÃO
6.6.4.1-PARA AS PARTES
-A regra geral é a declaração de inconstitucionalidade alcançar somente as partes do processo com efeitos retroativos.
-O STF já entendeu que é possível a modulação dos efeitos restringindo a retroatividade ou tornando-a irretroativa.
6.6.4.2-PARA TERCEIROS
6.6.4.2.1-PROCEDIMENTO
-Declarada a lei ou ato normativo inconstitucional pela via incidental através de RE para o STF, este comunicará à autoridade ou órgão interessado bem como ao SF após o trânsito em julgado.
-O art 52 X estabelece que é de competência privativa do SF mediante resolução, suspender a execução, no todo ou em parte, da lei declarada inconstitucional pelo STF.
6.6.4.2.2 AMPLITUDE DO ART 52 X
-A suspensão poderá se dar em relação à lei federais, estaduais, distritais e municipais.
-No caso de lei estadual ou municipal confrontando com a Constituição Estadual, será da alçada do respectivo TJ a decisão e remessa à Assembleia Legislativa.
6.6.4.2.3 NO TODO OU EM PARTE
-A expressão deve ser interpretada como sendo impossível o SF ampliar, interpretar ou restringir a extensão da decisão do STF, não podendo suspender menos do que foi decidido na Corte.
6.6.4.2.4 EFEITOS PROPRIAMENTE DITOS
-Se o SF entender pela suspensão da execução da lei declarada inconstitucional pela via incidental, atingirá a todos a partir do momento que a Resolução for publicada.
-Assim os efeitos para os terceiros serão erga omnes e ex nunc, sem retroatividade.
6.6.4.2.5 OBRIGAÇÃO DO SF
-A posição majoritária da doutrina e do STF é que o SF não estará obrigado a suspender a execução, pois possui discricionariedade política. Porém a resolução que suspende a lei é irrevogável.
6.6.5 TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA SENTENÇA
6.6.5.1 ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO
-Parte da doutina e alguns julgados do STF rumam para uma nova interpretação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso pelo STF fazendo a decisão entre as partes transcender para o efeito erga omnes.
-Porém parte da doutrina entende que afronta à CF e ao art. 52 X e teria o STF o recurso da Súmula Vinculante para esta vinculação erga omnes.
6.6.5.2 OBJETIVAÇÃO DO R.E
-Em alguns casos o legislador tendeu para a ideia de abstrativização, por exemplo no julgamento de repercussão geral em R.E, que poderá ser julgado por amostragem quando houver multiciplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia.
-Mesma situação é prevista no caso de RESP para o STJ. Partem-se de processos modelos que repercutirão sobre os demais processos.
-Portanto esses instumentos deixam de ter caráter subjetivo inter partes para assumir um caráter objetivo por amostragem, de recursos com mesmo fundamento e controvérsia.
6.6.5.3 CONTROLE INCIDENTAL EM CONTROLE CONCENTRADO ASBTRATO
-Em determinado controle concentrado abstrato ao se verificar os fundamentos para nulificar a lei, o STF entenda que outro ato normativo que não fazia parte do pedido seja inconstitucional por a lei ser derivada deste ato.
-A corte já decidiu esta questão prejudicial incidental estendendo o efeito efeito erga omnes do controle concentrado.
6.6.6 CONTROLE DIFUSO EM SEDE DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA
-A regra geral é que a ação civil pública não pode ser ajuizada como sucedâneo de ADI, a controvérsia constitucional deve vir como questão prejudicial indispensável à resolução do litígio, sob pena de haver um controle concentrado de constitucionalidade e usurpação de competência do STF.
6.7 CONTROLE CONCENTRADO
6.7.1 ADI GENÉRICA
6.7.1.1 CONCEITO
-É a ação utilizada para declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional, buscando sua invalidação por vícios materiais ou formais.
6.7.1.2 OBJETO
-A lei ou ato normativo incompatível com a Constituição.
6.7.1.2.1 LEIS
-Entende-se por lei todas as espécies normativas do art. 59 da CF: emenda constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, medida provisória, decreto legislativo e resolução.
6.7.1.2.2 ATOS NORMATIVOS
-Qualquer ato revestido de insiscutível caráter normativo.
6.7.1.2.3 SÚMULAS?
-De acordo com o STF, só podem ser objeto perante ele leis ou atos normativos federais ou estaduais. Não possuindo a súmula grau de normatividade qualificada.
-No tocante as súmulas vinculantes, o que existe é a possibilidade de revisão, aprovação e cancelamento mediante provocação dos mesmos legitimados da ADI. Tendo assim seu procedimento próprio e distinto.
6.7.1.2.4 EMENDAS CONSTITUCIONAIS
-São passíveis de controle pois devem obedecer os limites impostos pelo poder constituinte originário, como decorre das regras do art. 60 da CF/88.
6.7.1.2.5 MEDIDAS PROVISÓRIAS
-Por ter força de lei poderá ser objeto de controle, no entanto se ela for convertida em lei ou tiver perdido sua eficácia por decurso de prazo, o objeto da ação será perdido. O autor na primeira hipótese poderá aditar o pedido da conversão em lei.
-Os requisitos de relevância e urgência , em caráter excepcional, podem ser objetos de controle com muita parcimônia.
6.7.1.2.6- REGULAMENTOS OU DECRETOS REGULAMENTARES DO EXECUTIVO
-A regra geral é que os regulamentos ou decretos regulamentares expedidos pelo Executivo e demais atos normativos secundários não são passíveis de controle. Trata- se de controle de legalidade.
-O objeto não seria ato normativo primário baseado na CF mas ato secundário baseado na lei, não se admitindo controle de inconstitucionalidad indireta, reflexa ou oblíqua.
-O STF tem admitido o controle do decreto quando este não regulamenta a lei, apresentando-se assim como decreto autônomo.
6.7.1.2.7 TRATADOS INTERNACIONAIS
-Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e aprovados por 3/5 dos votos em cada Casa do CN em 2 turnos de votação terão força de emenda constitucional.
-Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos aprovados pelo processo anterior à Reforma terá paridade normativa com leis ordinárias, segundo a maioria da doutrina. Segundo o STF serão supralegais (abaixo da CF e acima das leis).
-Tratados e convenções de outra natureza terão força de lei ordinária.
6.7.1.2.8 NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS
-Serão sempre constitucionais
6.7.1.2.9 O FENÔMENO DA RECEPÇÃO
-Somente os atos editados após a CF poderão ser objeto de controle, os anteriores são revogados ou não por recepção.
-A Corte reconheceu expressamente a possibilidade de modulação de efeitos da não recepção desses atos normativos.
6.7.1.2.10 ATOS ESTATAIS DE EFEITOS CONCRETOS E ATOS DE EFEITOS CONCRETOS COM FORMA DE LEI
-O STF afirma que em razão da inexistência de densidade jurídica-material os atos de efeitos concretos não são sujeitos ao controle, pois não constitui sucedâneo da ação popular.
-Contudo atualmente o STF vem permitindo o controle desses atos concretos se estiverem materializados em lei.
6.7.1.2.11 ATO NORMATIVO REVOGADO OU EXAURIDO
-Não admitido, não há objeto.
6.7.1.2.12 LEI REVOGADA OU QUE TENHA PERDIDO A VIGÊNCIA APÓS A ADI. FRAUDE PROCESSUAL
-Estando em curso a ADI e sobrevindo revogação da lei ou tenha perdido sua vigência ocorrerá por regra a perda do objeto da ação.
-Contudo, em alguns julgados, foi afastada a prejudicialidade, pois a revogação ocorrera com o intuito de frustar o julgamento.
-Dessa forma o STF parece estar revendo o entendimento, a depender da análise da situação concreta.
6.7.2.13 ALTERAÇÃO DO PARÂMETRO CONSTITUCIONAL INVOCADO
-Prevalece o entendimento de que havendo alteração no parâmetro constitucional invocado (no caso por emenda constitucional) e já proposta a ADI, esta deve restar prejudicada pela perda do objeto, pois a emenda constitucional revoga a lei infraconstitucional em sentido contrário.
6.7.2.14 DIVERGÊNCIA ENTRE EMENTA DA LEI E CONTEÚDO
-O STF decidiu nao caracterizar controle de constitucionalidade a simples divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo, pois não seria afronta à CF.
6.7.2.15 RESPOSTAS DO TSE
-Referidos atos não possuem eficácia vinculativa aos demais órgãos, tratando-se de ato de caráter administrativo.
6.7.2.16 LEIS ORÇAMENTÁRIAS?
-A jurisprudência vem evoluindo no sentido de que mesmo se o ato for de efeito concreto, é admitido o controle se vier materializado em lei.
6.7.2.17 RESOLUÇÕES DO CNJ E CNMP
-Algumas dessas resoluções, segundo o STF, são dotadas de generalidade, impessoalidade e asbtração, reconhecendo assim como ato normativo primário. Veda-se portantoa impetração de MS por se tratar de lei em tese.
6.7.2.18 ADI X POLÍTICAS PÚBLICAS. RESERVA DO POSSÍVEL
-Há de se verificar noc aso concreto a razoabilidade da pretensão e a disponibilidade financeira do Estado para a implementação de política pública via controle do STF. A violação de direito mínimo tem de ser evidente e arbitrária como desvio de dinheiro destinado à saúde ou educação ou veto à lei orçamentária anual.
6.7.1.3 ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CC
-O bloco de constitucionalidade é o que deverá servir de parâmetro para que se possa realizar a confrontação da lei ou ato normativo.
-O elemento conceitual é o próprio bloco de constitucionalidade que possui uma posição ampliativa (inclui as normas formalmente constitucionais, princípios não escritos e valores suprapositivos), e a posição restritiva (normas e princípios expressos). Prevalece a ideia restritiva e a ampliativa se apresenta tímida.
-O elemento temporal é analisado no tocante a vigência da lei e se ela se apresenta antes ou após o parâmetro constitucional invocado. Se sobrevir emenda posterior, a ação perdera o objeto pois não é possível aferição da constitucionalidade de uma lei ainterior ao parâmetro (p. da comtemporaneidade e proibição da constitucionalidade superveniente).
6.7.1.4 TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES DA SENTENÇA
-O STF vinha atribuindo efeito vinculante não somente ao dispositivo da sentença, mas também as fundamentos determinantes da decisão.
-A matéria esta sendo debatida. Não parecer razoável rechaçar a transcendência no controle concentrado.
6.7.1.5 TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO
-Se em determinada ADI for declarada inconstitucionalidade de uma norma principal, em futuro processo outra norma dependente daquela, tendo em vista relação de instumentalidade, também estará eivada de vício de inconstitucionalidade consequente.
-Esta técnica vem sendo aplicada em tanto em processos distintos como na mesma ADI. Inclusive, decretos regulamentares que não poderiam ser objeto de ADI por não ser ato normativo primário.
6.7.1.6 LEI AINDA CONSTITUCIONAL
6.7.1.6.1 INSTITUIÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA
6.7.1.6.1.1 PRAZO EM DOBRO
-Em relação ao processo civil existe equivalência entre DP, MP e Fazenda, não sofrendo repreensão.
- De acordo com a LC80/94 é prerrogativa da DP intimação pessoal e prazo em dobro em todo processo penal.
-Tendo em vista que o MP não goza dessa prerrogativa no processo penal, questionou-se a regra tendo em vista o princípio da isonomia e devido processo legal.
-O STF entendeu que a regra é constitucional até que a DP efetivamente se instale.
6.7.1.6.1.2 AÇÃO CIVIL EX DELICTO AJUIZADA PELO MP
-Segundo o CPP, quando o titular do direito de reparação do dano for pobre, a execução da sentença condenatória ou ação civil será promovida, a seu requerimento, pelo MP.
-Essa atribuição de suporte aos necessitados a partir de 1988 passou a ser da DP. Este artigo teria sido revogado por não recepção.
-O STF vem entendendo que a lei ainda é constitucional tendo em vista que a DP ainda não se faz efetiva e eficazmente instalada.
-Cabendo ressaltar que não

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