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Gabarito AP1 Grandes Temas da Biologia 2018 2

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Gabarito Grandes Temas em Biologia - AP1 – 2018-2 
 
1. Como se mede a biodiversidade? Existe uma única forma. Se não, explique por que. 
 
R: Existem várias maneiras de se medir a biodiversidade ou diversidade biológica (termo mais 
acadêmico). 
A Riqueza e a Diversidade específica são as medidas mais comumente utilizadas, mas existem 
outros conceitos como as diversidades filética, filogenética, funcional: 
1. Riqueza específica: Refere-se ao número total de espécies viventes em uma área do ecossistema; 
2. Diversidade específica: além do número total de espécies, também leva em consideração o 
número de indivíduos de cada uma destas espécies em uma área do ecossistema. Logo, avalia a 
equitabilidade, isto é, a proporção da distribuição dos indivíduos entre as espécies. Avalia o quão 
numerosa é cada espécie em indivíduos e quantas espécies ocorrem. Em outras palavras, avalia a 
relação entre riqueza de espécies (número de espécies por local) e quantidade de indivíduos 
existentes em cada uma das espécies deste local. Verifica, portanto, o balanço riqueza/abundância 
de indivíduos. Será maior quando houver maior número de espécies com uma distribuição da 
quantidade de indivíduos por espécie de modo mais homogêneo (equitabilidade). Esta medida de 
diversidade é mais completa e robusta que a riqueza isolada. 
3. Diversidade filética: avalia à quantos grupos taxonômicos as espécies encontradas numa área 
pertencem; 
4. Diversidade filogenética: considera quão distante evolutivamente as espécies de um ecossistema 
estão entre si; 
5. Diversidade Funcional: Avalia quantas espécies num ecossistema desempenham funções 
ecológicas distintas ** 
** Por exemplo, um ecossistema costeiro marinho (digamos um costão rochoso na beira do mar 
numa praia) que possua algas filamentosas, algas laminares, algas incrustantes, uma espécie 
herbívora raspadora de algas, uma herbívora cortadora de algas, uma herbívora coletora de algas, 
uma predadora-carnívora, uma carniceira (come animais mortos), uma detritívora ( que come 
detritos orgânicos em geral ), uma filtradora de partículas orgânicas em suspensão na água, uma 
construtora de tubos de areia para habitar, uma construtora de tubos calcáreos para viver, uma 
perfuradora da rocha, terá maior diversidade funcional (de funções ecológicas - um ecossistema 
de maior complexidade funcional) do que outro ecossistem que só contenha algas laminares, uma 
espécie herbívora raspadora, três espécies predadoras e dez espécies detritívoras. Isto porque no 
primeiro exemplo de ecossistema temos maior número de funções ecológicas desempenhadas, 
independentemente do número de espécies. O segundo exemplo de ecossistema tem maior 
redundância (repetição) funcional, porém menos funções ecológicas em ação. Quando várias 
espécies desempenham uma mesma função ecológica, dizemos que há redundância funcional, o 
que eleva a complexidade mas não a diversidade funcional; 
6. Diversidade molecular ou genética: Esta ocorre não apenas entre espécies, mas dentro das 
espécies, ou seja, entre indivíduos de uma mesma espécie. Quanto mais indivíduos com genes 
distintos nos seus DNAs, maior esta diversidade. Portanto, tem a ver com a variabilidade genética 
nas populações. 
 
 
 
2. O uso de plásticos em embalagens tem sido muito criticado do ponto de vista ambiental. 
Qual a relação que existe entre plásticos no ambiente e biodiversidade? 
 
R: O plástico possui uma baixa velocidade de degradação (até mesmo um século), o que permite 
que se acumulem no ambiente e possam ser levados aos ecossistemas aquáticos, como as praias, 
mares e oceanos, sendo transportados pelas correntes marinhas por longas distâncias. 
 Nos oceanos por exemplo, pode ocorrer a ingestão de plásticos acidental por animais marinhos 
como peixes ósseos, tubarões, tartarugas e aves, porque estes animais confundem o plástico com 
alimento. Se torna, então um sério problema ambiental. Estes resíduos, dependendo das correntes 
marinhas, ainda podem se acumular formando regiões oceânicas com altas concentrações que são 
conhecidas como manchas de lixo flutuante (ou ilhas de lixo flutuante). 
Estima-se que pelo menos metade das tartarugas marinhas do planeta já ingeriram algum tipo de 
plástico, confundido por elas com águas vivas ou caravelas-portuguesas, um dos alimentos 
favoritos destes animais. Além do possível sufocamento, tartarugas com o estômago cheio de 
plásticos, tendem a morrer de fome, pois não conseguem digerir mais alimento. 
 
3. “Nem toda espécie exótica é uma espécie invasora“ - discuta esta afirmação justificando. 
 
R: Uma espécie é considerada exótica quando coloniza uma determinada região geográfica onde 
naturalmente não ocorria antes. Mas só é considerada invasora caso esta espécie afete 
negativamente a biodiversidade local, seja: 
- pela competição com espécies nativas similares; 
- pela introdução de predadores exóticos que afetam as espécies nativas, que antes não tinham 
predadores naturais; - ou como os eucaliptos através da liberação de substâncias tóxicas que matam 
ou impedem o crescimento de plantas nativas; 
- quando se torna um vetor de doenças que não haviam no local antes da espécie exótica chegar. 
Nestes casos acima, as espécies serão consideradas invasoras. 
Contudo, algumas espécies introduzidas, propositalmente ou mesmo acidentalmente, passam 
quase despercebidas, pois se estabeleceram bem na natureza e não são consideradas invasoras. 
Estas se estabeleceram fora de ambientes controlados, como ocorre nas plantações e cultivos. Um 
exemplo deste estabelecimento na natureza são algumas frutas populares como a jaca e o jambo. 
Com relação a jaca, por exemplo, sua existência hoje em dia é benéfica porque alguns animais 
locais estão adaptados a se alimentar dela. O mesmo pode-se citar para o caso do mexilhão Perna 
perna nos ambientes marinhos de costão rochoso, aonde esta espécie serve de habitat e alimento 
para muitas espécies marinhas. 
 
4. ”Extinção é para sempre” – A expressão ao lado - embora redundante pois não existe 
extinção provisória – é muito utilizada para chamar a atenção do grande público sobre o 
desaparecimento de animais e plantas em nosso planeta, principalmente quando causada 
pelos seres humanos. Entretanto, extinções já ocorriam antes mesmo do surgimento dos 
humanos. Por que então este grande destaque que se dá a estas extinções mais recentes? 
 
R: Os eventos históricos que chamamos de “grandes extinções” ocorreram naturalmente no nosso 
planeta, e fala-se em 5 grandes extinções ao longo da história da vida na Terra. Geralmente, as 
extinções se davam em longos intervalos de tempo, da ordem de milhões de anos. Contudo, a taxa 
com que os animais são extintos na natureza nas últimas centenas de anos parecem maiores. Em 
função das altas taxas de extinção recentes, pesquisadores têm proposto a denominação de um 
novo período geológico, o Antropoceno, período este associado à sexta grande extinção do nosso 
planeta. 
Esta ação humana tem sido mais intensa e efetiva nos últimos dois séculos. Este impacto humano, 
embora muito mais intenso e frequente nos últimos séculos, ocorre desde o surgimento e dispersão 
dos humanos pelo planeta a milhares de anos. 
Por exemplo, na América do Sul existem raros mamíferos de grande tamanho quando comparados 
à Africa e a Ásia, como qualquer visitante de um zoológico pode observar ao admirar elefantes, 
girafas, rinocerontes, hipopótamos, etc. A teoria mais aceita para esta ausência está associada à 
chegada, na América do Sul, de seres humanos primitivos. Acredita-se que o impacto causado por 
caçadores primitivos foi tão grande que diversas espécies foram extintas 
Este impacto humano só aumentou ainda mais como crescimento da população humana, a maior 
dispersão dela por todos os cantos do planeta, e pelo surgimento da sociedade industrial, 
aumentando o transporte e a exploração dos recursos naturais para atender ao enorme consumismo 
das nossas grandes cidades, o que vem resultando em uma taxa mais elevada das extinções do que 
no passado. 
 
5. Qual a relação entre a Teoria Celular e a discussão sobre a geração espontânea e origem 
da vida? 
 
R: A descoberta do microscópio alavancou os estudos e descobertas sobre as células, o que levou 
à Teoria Celular no século 19. Tal Teoria afirma, principalmente, que todo ser vivo é formado por 
células, que a célula é a unidade morfológica, fisiológica e reprodutiva do ser vivo. Logo, a 
Hipótese da geração espontânea (abiogênese) que afirmava que a vida poderia surgir da materia 
sem vida, inanimada, além de ser desacreditada pelos experimentos de Francesco Redi e Louis 
Pasteur, acabou por levar mais um duro golpe com a descoberta e proposição da Teoria Celular. 
A vida se baseia na célula, logo seria mesmo impossível surgir vida sem ser através dos processos 
celulares que viabilizam a reprodução. 
Além disso, a questão da origem da vida na Terra, após a Teoria Celular, passa a ter mais 
significado, uma vez que, passou a se buscar as células primordiais, como as primeiras células 
surgiram, já que a vida começa numa célula. O princípio da vida na Terra estaria registrado nas 
primeiras evidências de células encontradas, o que foi confirmado com fósseis de células 
primitivas similares aos atuais procariotos, as cianobactérias, datado de mais ou menos 3,5 bilhões 
de anos atrás. Logo, a Teoria Celular também ajudou a compreender a origem da vida. 
 
6. Os cupins são conhecidos por perfurar a madeira. Isto só é possível pois, no seu trato 
digestivo existem microorganismos capazes de digerir a celulose da madeira. 
Qual a relação entre a associação entre desses organismos e a teoria mais aceita para a 
origem dos seres eucariotos? 
 
R: Os protozoários que vivem em simbiose no trato digestivo dos cupins são organismos 
unicelulares que auxiliam os insetos na digestão da celulose, composto de difícil digestão e 
presente nas células vegetais da madeira ingerida. Esta associação é vital para o cupim que 
consegue digerir a celulose e obter energia, e para o protista que obtém abrigo dentro do cupim e 
a energia da celulose. 
A simbiose do cupim com o Protozoário é algo similar à relação mencionada na Teoria da 
endosimbiose sequencial. Esta Teoria explica a origem evolutiva das células eucariotas a partir 
das células procariotas. Num passado distante, as células procariotas mais primitivas teriam sido 
fagocitadas pelas células eucariotas mais remotas, sendo as atuais organelas, mitocôndrias e 
cloroplastos, as evidências das células procariotas fagocitadas. Isto porque estas duas organelas 
possuem dupla membrana (indício da fagocitose) e DNA próprio (indício de que foram células 
independentes). 
Então, a semelhança entre as simbioses do cupim-protozoário e das células eucariota-procariota 
existe porque, assim como as células eucariotas mais primitivas passaram a viver e depender 
totalmente das antigas bactérias fagocitadas seja para obter o oxigênio (na origem da mitocôndria), 
ou realizar a fotossíntese (na origem do cloropolasto), os cupins são totalmente dependentes dos 
protozoários para realizar sua digestão e se nutrir. Portanto, os organismos passaram a viver como 
uma unidade, seja no sistema célula eucariota/célula procariota, que se tornaram uma só célula 
funcionalmente plena (a célula eucariota atual), seja no sistema cupim/protozoários que funcionam 
em conjunto para digerir a celulose e obter energia para sobreviver. 
 
7. Porque tanto tempo foi necessário para formulação da Teoria Celular? 
 
R. O estabelecimento da Teoria Celular, exigiu estudos de vários cientistas e avanços na técnica 
de microscopia. No entanto, a simples observação nos microscópios da época, ainda rudimentares, 
nem sempre era suficiente para que a existência das células fosse aceita por todos. Para isso, foi 
necessário, também, um conjunto de transformações históricas e conceituais, caracterizando o que 
é chamado de mudança de paradigma. Entre as transformações podemos citar: as melhorias na 
qualidade dos microscópios, desenvolvimento de técnicas de coloração, a biologia passou a ser 
uma ciência desenvolvida nas universidades que substituíram as cátedras, mudanças na sociedade 
(maior interesse), a uniformização de termos técnicos e o estabelecimento de vias de comunicação 
mais abertas entre os cientistas.

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