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1 Nivelamento Aulas baseadas no material do Prof. M.Sc. Ricardo Ferreira 2/50 O nivelamento geométrico é a operação que visa a determinação do desnível entre dois pontos a partir da leitura em miras (estádias ou em código de barras) efetuadas com níveis ópticos ou digitais. Este pode ser executado para fins geodésicos ou topográficos. A diferença entre ambos está na precisão (maior no caso do nivelamento para fins geodésicos) e no instrumental utilizado. Nivelamento geométrico 2 3/50 Níveis Os níveis são equipamentos que permitem definir com precisão um plano horizontal ortogonal à vertical definida pelo eixo principal do equipamento. As principais partes de um nível são: luneta; nível de bolha; sistemas de compensação (para equipamentos automáticos); dispositivos de calagem. 4/50 Quanto ao funcionamento, os equipamentos podem ser classificados em ópticos e digitais, sendo que para este último a leitura na mira é efetuada automaticamente empregando miras em código de barra. Níveis 3 5/50 Níveis Os níveis ópticos podem ser classificados em mecânicos e automáticos. Nos mecânicos, o nivelamento "fino ou calagem" do equipamento é realizado com o auxílio de níveis de bolha. Nos modelos automáticos a linha de visada é nivelada automaticamente, dentro de um certo limite, utilizando-se um sistema compensador (pendular). Os níveis digitais podem ser enquadrados nesta última categoria. 6/50 Níveis São três os eixos principais de um nível: ZZ’ = eixo principal ou de rotação do nível OO’ = eixo óptico/ linha de visada/ eixo de colimação HH’ = eixo do nível tubular ou tangente central 4 7/50 Níveis A NBR 13133 classifica os níveis segundo o desvio-padrão de 1 km de duplo nivelamento, conforme a tabela abaixo. Nível digital DL-102C: 0,7mm/km Nível ótico NI030: 2mm/km 8/50 Mira ou Régua graduada é uma régua de madeira, alumínio, invar, fibra de vidro ou PVC, graduada em m, dm, cm e mm. utilizada na determinação de distâncias horizontais e verticais entre pontos. a figura ilustra parte de uma régua de 4 m de comprimento e as respectivas divisões do metro: dm, cm e mm. 5 9/50 10/50 Mira ou Régua graduada Durante a leitura em uma mira convencional devem ser lidos quatro algarismos, que corresponderão aos valores do metro, decímetro, centímetro e milímetro, sendo que este último é obtido por uma estimativa e os demais por leitura direta dos valores indicados na mira. A mira está graduada em centímetros (traços claros e escuros). A leitura do valor do metro é obtida através dos algarismos em romano (I, II, III) e/ou da observação do símbolo acima dos números que indicam o decímetro. A convenção utilizada para estes símbolos é apresentada na figura. 6 11/50 12/50 FS = 3,095 FM = 3,067 FI = 3,040 7 13/50 Exercício Indicar na mira ao lado, as seguintes leituras: 1,615 m 1,705 m 1,658 m 1,600 m 1,725 m Nivelamento Geométrico 8 15/50 Métodos de nivelamento geométrico É possível dividir o nivelamento geométrico em quatro métodos: visadas iguais visadas extremas visadas recíprocas visadas eqüidistantes 16/50 Visadas iguais É o método mais preciso e de larga aplicação em engenharia. Nele as duas miras são colocadas à mesma distância do nível, sobre os pontos que deseja-se determinar o desnível, sendo então efetuadas as leitura. É um processo bastante simples, onde o desnível será determinado pela diferença entre a leitura de ré e a de vante. 9 17/50 Visadas iguais 18/50 Visadas iguais A necessidade do nível estar a igual distância entre as miras não implica necessariamente que o mesmo deva estar alinhado entre elas. 10 19/50 Visadas iguais Neste procedimento o desnível independe da altura do nível. É possível observar que ao mudar a altura do nível as leituras também se modificam, porém o desnível calculado permanece o mesmo. 20/50 Visadas iguais A grande vantagem deste método é a minimização de erros causados pela curvatura terrestre, refração atmosférica e colimação do nível. Cabe salientar que os dois primeiros erros (curvatura e refração) são significativos no nivelamento geométrico aplicado em Geodésia. 11 21/50 Visadas iguais Conceitos importantes para o nivelamento geométrico: Visada: leitura efetuada sobre a mira. Lance: é a medida direta do desnível entre duas miras verticais. 22/50 Visadas iguais Seção: é a medida do desnível entre duas referências de nível e é obtida pela soma algébrica dos desníveis dos lances. 12 23/50 Visadas iguais Linha de nivelamento: é o conjunto das seções compreendidas entres duas RN chamadas principais. Circuito de nivelamento: é a poligonal fechada constituída de várias linhas justapostas. Pontos nodais são as RN principais, às quais concorrem duas ou mais linhas de nivelamento (BRASIL, 1975). Rede de nivelamento: é a malha formada por vários circuitos justapostos. 24/50 Visadas iguais 13 25/50 Visadas iguais O nivelamento geométrico poderá ser simples ou composto. No nivelamento geométrico simples o desnível entre os pontos de interesse é determinado com apenas uma única instalação do equipamento, ou seja, um único lance. No nivelamento geométrico composto, o desnível entre os pontos será determinado a partir de vários lances, sendo o desnível final calculado pela somatória dos desníveis de cada lance. 26/50 Visadas iguais 14 27/50 Visadas Extremas Neste método determina-se o desnível entre a posição do nível e da mira através do conhecimento da altura do nível e da leitura efetuada sobre a mira. É um método de nivelamento bastante aplicado na área da construção civil. 28/50 Visadas Extremas A grande vantagem deste método é o rendimento apresentado, pois se instala o nível em uma posição e faz-se a varredura dos pontos que se deseja determinar as cotas. Porém, tem como inconveniente não eliminar os erros como curvatura, refração e colimação, além da necessidade de medir a altura do instrumento, o que pode introduzir um erro de 0,5cm ou superior. Para evitar este último, costuma-se realizar uma visada de ré inicial sobre um ponto de cota conhecida, e desta forma determinar a altura do instrumento já no referencial altimétrico a ser utilizado. 15 29/50 Visadas Extremas 30/50 Visadas Extremas Visada ou Leitura de Ré – é uma leitura feita a um ponto cuja cota ou altitude é conhecida. A leitura de ré serve somente para o cálculo da altura do instrumento (hi). Visada ou Leitura de Vante – é uma leitura a um ponto de cota ou altitude desconhecida. A leitura de vante serve para o cálculo da cota ou altitude do ponto. Visada ou Leitura Vante de Mudança - é uma leitura (ou visada) a vante realizada para um ponto, a ser determinado a sua cota ou altitude, que posteriormente receberá uma visada de ré, para se determinar a cota do aparelho, pelo fato do aparelho ter mudado de posição. 16 31/50 Visadas Extremas Deseja-se determinar as cotas dos pontos A, B, C e D, localizados dentro de uma edificação, em relação a referência de nível dada. 32/50 Visadas Extremas 17 33/50 Visadas Extremas A seguir é apresentado o porquê de considerar a última leitura efetuada como sendo de mudança. Tome-se como exemplo o caso apresentado, onde foram determinadas as cotas dos pontos de 1 a 7 através do nivelamento geométrico por visadas extremas. Neste caso o nível foi estacionado quatro vezes. 34/50 Visadas Extremas Pela figura pode-se deduzir que: Desta forma,ao realizar-se os cálculos, é possível verificar se a cota do último ponto está correta. 18 35/50 Exercícios Dado o esquema do nivelamento geométrico por visadas extremas, preencher a caderneta de campo e realizar os cálculos e verificações (as leituras estão em metros). 36/50 Exercícios Fazendo a verificação: 19 37/50 Exercícios Sabendo-se que o ponto 1 tem altitude igual a 974,150 m, calcular a altitude dos demais pontos. As leituras estão em metros (m). 38/50 Visada Ré Intermediária Mudança 1 0,982 974,150 2 975,132 1,745 973,387 3 975,132 3,092 972,040 3 0,815 972,855 972,040 4 972,855 1,902 970,953 5 972,855 2,334 970,521 6 972,855 3,717 969,138 6 0,508 969,646 969,138 7 969,646 2,423 967,223 Σ 2,305 9,232 Cálculos DH1-7= -6,927 Σré - Σvante mud = -6,927 Nivelamento Geométrico Estaca Altura do Instrumento Visada Vante Cota/Altitude 20 39/50 Exercícios Dada a figura abaixo, monte a caderneta de nivelamento geométrico. Faça a verificação. Desenhe o perfil do terreno. 40/50 Visada Ré Intermediária Mudança A 1,500 200,000 B 201,500 1,200 200,300 C 201,500 1,650 199,850 D 201,500 1,050 200,450 E 201,500 1,480 200,020 E 3,780 203,800 200,020 F 203,800 1,230 202,570 F 0,500 203,070 202,570 G 203,070 0,980 202,090 Σ 5,780 3,690 Cálculos DHA-G= 2,090 Σré - Σvante mud = 2,090 Nivelamento Geométrico Estaca Altura do Instrumento Visada Vante Cota/Altitude 21 Nivelamento trigonométrico 42/50 Nivelamento trigonométrico O nivelamento trigonométrico baseia-se na resolução de um triângulo retângulo. Para tanto, é necessário coletar em campo, informações relativas à distância (horizontal ou inclinada), ângulos (verticais, zenitais ou nadirais), além da altura do instrumento e do refletor. Este método de determinação de desnível pode ser dividido em nivelamento trigonométrico de lances curtos e lances longos. 22 43/50 Nivelamento trigonométrico para lances curtos Utiliza-se lances curtos, visadas de até 150m, para levantamento por caminhamento, amplamente aplicado nos levantamentos topográficos em função de sua simplicidade e agilidade. Quando o ângulo zenital é menor que 90º. 44/50 Nivelamento trigonométrico para lances curtos Eq. 02 Eq. 01 23 45/50 Nivelamento trigonométrico para lances curtos Ou ainda: Substituindo a Eq.02 na Eq.01, obtém-se: Substituindo a Eq.03 na Eq.01, obtém-se: Eq. 03 Eq. 04 46/50 Nivelamento trigonométrico para lances longos Este método está vinculado aos casos em que deve-se levar em consideração a influência da curvatura da Terra e refração atmosférica. 24 47/50 Nivelamento trigonométrico para lances longos A expressão utilizada é a mesma que foi apresentada no item anterior, porém com a inclusão de um termo referente à correção relativa a curvatura da Terra e refração atmosférica: correção relativa curvatura da Terra e refração atmosférica. k = coeficiente de refração da atmosfera Associando esta correção à Eq.04, tem-se: 6370
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