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10/05/2012 1 ENZIMAS Profª. Fernanda C. Esteves de Oliveira Ciências Moleculares e Celulares ENZIMAS - CONCEITO Moléculas com propriedade de acelerar intensamente determinadas reações químicas, tanto no sentido da síntese como no da degradação de moléculas. (Junqueira & Carneiro, 2005). � Graças as enzimas, as células executam em milésimos de segundo, a síntese de moléculas que, in vitro, sem enzimas, necessitariam de semanas de trabalho para serem sintetizadas. � Além da rapidez as sínteses enzimáticas apresentam alto rendimento, isto é, no final da reação gera-se apenas o produto desejado ou alguns produtos, mas todos úteis as células. ENZIMAS � Ao contrário, nas sínteses de laboratório, não enzimáticas, formam-se, além das moléculas desejadas,numerosos subprodutos originado-se assim, uma mistura da qual a molécula desejada deve ser purificada. � Se isso acontecesse no meio intracelular, haveria uma concentração de subprodutos indesejáveis que perturbaria o metabolismo. ENZIMAS � Do grego, en, dentro, e zýmee, levedura. � Maioria - longas cadeias de pequenas moléculas chamadas aminoácidos (proteínas globulares, de estrutura terciária); � Tb podem ser glicoproteínas; � OBS: Pequeno grupo de moléculas de RNA com propriedades catalíticas, chamadas de ribozimasribozimas. ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). � Catalisadores biológicos substâncias que aceleram as reações químicas sem se modificar, o que significa que podem ser utilizadas mais de uma vez. � São altamente eficientes, acelerando a velocidade das reações (108 a 1011 + rápida); ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). 10/05/2012 2 � São econômicas, reduzindo a energia de ativação; ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). Diferença entre a energia livre de S e P Caminho da Reação Energia de ativação com enzima Energia de ativação sem enzima SS PP ENZIMAS � Não são consumidas na reação; � Atuam em pequenas concentrações; � Atuam em condições fisiológicas de temperatura e dentro de limites estreitos de pH; � Possuem alta especificidade. (Roberts & Hib, 2006). � São produzidas sob o controle do DNA. � Por meio delas o DNA controla todo o metabolismo celular. ENZIMAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Maioria das enzimas não apresentam constância em suas atividades, podendo facilmente ser moduladas. Propriedade importante!!!!! Possibilita as células modificar seletivamente a atividade de determinadas enzimas, para adequá-las as necessidades momentâneas que vão surgindo. ENZIMAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Comissão de Enzima da União Internacional de Bioquímica adotou a seguinte classificação para as enzimas (6 categorias): ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO (Junqueira & Carneiro, 2005). Oxidorredutases: catalisam reações onde um composto é reduzido e outro oxidado ou transferência de elétrons. Ex: oxidases, peroxidases. � Transferases: catalisam transferência de grupamentos químicos (grupos funcionais como amina, fosfato, carboxil, etc) de uma molécula para outra. Ex: Transaminases, transmetilases. ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO (Junqueira & Carneiro, 2005). Aspartato doa seu grupo amino, tornando-se o oxaloacetato um ceto- ácido. α-cetoglutarato aceita o grupo amino, tornando- se o aa. glutamato. 10/05/2012 3 ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO � Hidrolases: catalisam o rompimento de moléculas com a adição de água (reações de hidrólise de ligações covalentes). Ex: Peptidases, fosfatases. (Junqueira & Carneiro, 2005). ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO � Liases: catalisam a remoção de um grupo químico (água, amônia e gás carbônico), originando uma dupla ligação no substrato; ou adição de um grupo a uma dupla ligação que é assim desfeita. Ex: Descarboxilases, desaminases. ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO (Junqueira & Carneiro, 2005). � Isomerases: catalisam rearranjos intramoleculares que modificam a estrutura tridimensional do substrato. Ex: racemases, epimerases. ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO (Junqueira & Carneiro, 2005). � Ligases: catalisam a união de duas moléculas, com hidrólise de ATP ou outro composto rico em energia. Ex: acetil coenzima A sintetase, carboxilase do piruvato. ENZIMAS - CLASSIFICAÇÃO (Junqueira & Carneiro, 2005). � O composto que sofre a ação de uma enzima chama-se substrato. � A molécula da enzima possui um ou mais sítios ativos, aos quais o substrato se combina para que seja exercida a ação enzimática. ENZIMAS (Junqueira & Carneiro, 2005). 10/05/2012 4 � Sítio ativo – fissuras ou fendas na superfície de uma enzima usualmente composta por aas. de diferentes partes da cadeia polipeptídica que são aproximados quando do dobramento e estabelecimento da estrutura terciária da proteína. � A forma tridimensional da enzima é importante para sua atividade, pois os sítios ativos são regiões cuja conformação tridimensional é complementar da molécula de substrato. ENZIMAS (Junqueira & Carneiro, 2005; Cooper et al., 2007). ENZIMAS Mudança da conformação da enzima induzida pela ligação com o substrato. O exemplo mostra a hexoquinase antes e depois de se ligar ao substrato (glicose). A molécula da enzima consta de dois domínios, que se aproximam, encaixando o substrato. � Alta Especificidade. � Específica - atua exclusivamente sobre um tipo de molécula (normalmente ocorre). � Não-específica – atua sobre vários compostos com alguma característica estrutural comum. ENZIMAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou → ChaveChave--FechaduraFechadura ��������, que considera que a enzima possui sítio ativo complementar ao substrato. ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). � Centro ativo complementar em tamanho, forma e natureza química à molécula do substrato, ou seja, uma cavidade geometricamente rígida. ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). � Koshland (1958): EncaixeEncaixe InduzidoInduzido,, enzima e o substrato sofrem conformação para o encaixe. O substrato é distorcido para conformação exata do estado de transição. ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). 10/05/2012 5 � Este tipo de encaixe se forma somente após a ligação. � Substrato induz mudanças conformacionais na enzima - resultam em um alinhamento preciso dos grupos catalíticos e suas ligações com o substrato. (Roberts & Hib, 2006). ENZIMAS � Na ligação do substrato com o sítio ativo da enzima participam forças químicas de natureza não-covalente. - Ligações iônicas; - Pontes de hidrogênio; - Forças de van der Walls. ENZIMAS (Roberts & Hib, 2006). � Não são consumidas na reação. � Ex: Decomposição do H2O2 ENZIMAS H2O2 H2O O2+ Catalase ENZIMAS � Atuam em pequenas concentrações. 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min � A cinética enzimática é a parte da Enzimologia que estuda a velocidade das reações enzimáticas bem como os fatores que a influenciam. � Fatores: - Concentração do substrato; - pH; - Temperatura; - Presença de inibidores; CINÉTICA ENZIMÁTICA � As reações enzimáticas são realizadas em duas etapas: � 1) Ligação enzima + substrato CINÉTICA ENZIMÁTICA (Roberts & Hib, 2006). EE ++ SS ⇔⇔ EESS K1 K2 Etapa rápida 10/05/2012 6 � 2) Complexo enzima + substrato se desdobra no produto + enzima. � Os valores de K1, K2, K3 e K4 são constantes de velocidade das reações. � A velocidade da reação depende da [ ] substrato. CINÉTICA ENZIMÁTICA (Roberts & Hib, 2006). EESS⇔⇔ E + P K3 K4 Etapa lenta v = Vmax [S] Km + [S]Km + [S] [S] v Vmax 2 v = Vmax v = Vmax [S] Km Km 11 22 33 1- [S]↓↓↓↓ →→→→ Km>>[S] 2- [S]↑↑↑↑ →→→→ [S]>>Km 3- v = Vmax 2 CINÉTICA ENZIMÁTICA Hipérbolevo [S] Vmax CINÉTICA ENZIMÁTICA Concentração do Substrato V el oc id ad e In ic ia l Hipérbole CINÉTICA ENZIMÁTICA CINÉTICA ENZIMÁTICA ↑ temperatura dois efeitos ocorrem: � a taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; � a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. � Enzima → temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima, é a temperatura máxima na qual a enzima possui uma atividade cte. por um período de tempo. CINÉTICA ENZIMÁTICA 10/05/2012 7 ENZIMA TEMPERATURA ÓTIMA (°C) Pepsina 31,6 Tripsina 25,5 Urease 20,8 CINÉTICA ENZIMÁTICA � Atividade das enzimas, muito sensível a diversos agentes químicos e físicos, é capaz de ser inibida de várias maneiras. � Inibidores- Qualquer substância que reduz a velocidade de uma reação enzimática. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Junqueira & Carneiro, 2005). INIBIÇÃO ENZIMÁTICA INIBIDORES REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS COMPETITIVOS NÃO COMPETITIVOS INCOMPETITIVOS � Entre os fatores que afetam a atividade enzimática, chama a atenção a temperatura, concentração do substrato e presença de ativadores ou inibidores que alteram a atividade de atuação das enzimas. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Junqueira & Carneiro, 2005). INIBIDOR IRREVERSÍVEL � Pode decorrer da desnaturação da enzima ou da formação de uma ligação covalente entre ela e a molécula. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Roberts & Hib, 2006). INIBIDOR COMPETITIVO � Quando uma substância resistente à ação enzimática, porém de molécula muito parecida com o do substrato da enzima, se fixa nos centros ativos da molécula enzimática. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Junqueira & Carneiro, 2005; Roberts & Hib, 2006). 10/05/2012 8 � Neste caso o inibidor compete com o substrato para se localizar no centro ativo, e o grau de inibição é influenciado pela concentração do substrato. � Quanto maior a concentração do substrato, menor será a probabilidade de o inibidor chocar- se com moléculas da enzima e ocupar os seus centros ativos. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Junqueira & Carneiro, 2005). INIBIDOR NÃO-COMPETITIVO � Não é afetada pela concentração de substrato, depende exclusivamente da concentração do inibidor. INIBIÇÃO ENZIMÁTICA (Junqueira & Carneiro, 2005). � O exemplo mais comum é representado pela combinação reversível de metais pesados com os grupos –SH da molécula enzimática. Altera a forma tridimensional da molécula enzimática e impede sua atividade. (Junqueira & Carneiro, 2005). INIBIÇÃO ENZIMÁTICA INIBIDOR INCOMPETITIVO � Se liga reversivelmente, em um sítio próprio, ao complexo ES. Km e Vmax da enzima INIBIÇÃO ENZIMÁTICA � Muitas cadeias enzimáticas (conjunto de enzimas trabalhando em cooperação) são moduladas por auto-regulação, sobretudo pelo efeito final da cadeia sobre a primeira enzima da sequência. � Estas facilitam as reações sucessivas porque estas ocorrem em uma distância mínima entre si. ENZIMAS REGULADORAS (Junqueira & Carneiro, 2005; Roberts & Hib, 2006). � Ex: L-treonina é transformada em L-isoleucina por meio de uma cadeia de 5 enzimas. A primeira enzima desta cadeia é a L-treonina-desaminase, cuja a atividade é diminuída ou suprimida pela L-isoleucina. � Falta de L-isoleucina provoca o funcionamento da cadeia em toda a intensidade; � Excesso de L-isoleucina faz a cadeia diminuir de ritmo, ou mesmo, parar a produção de mais L- isoleucina. ENZIMAS REGULADORAS (Junqueira & Carneiro, 2005). 10/05/2012 9 � Este processo de auto-regulação promove a manutenção da concentração deste aa. na célula dentro de seus limites de normalidade. Regulação alostérica. � Regulação alostérica: deriva do fato de que moléculas regulatórias não se ligam ao sítio catalítico e sim a sítios distintos na proteína. ENZIMAS REGULADORAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Enzima sensível a este controle (L-treonina- desaminase) ENZIMAS REGULADORAS Enzima reguladora (Junqueira & Carneiro, 2005; Cooper et al., 2007). � A substância inibidora (L-isoleucina) é conhecida como Efetor ou modulador � Na regulação alostérica o efetor combina-se com a enzima em um local diferente do centro ativo e denominado centro alostérico. ENZIMAS REGULADORAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Em consequência, ocorre uma modificação tridimensional da molécula enzimática, com alteração do centro ativo da enzima, cuja a atividade catalítica é inibida. Inibição incompetitiva ENZIMAS REGULADORAS (Junqueira & Carneiro, 2005). � Para exercerem sua atividade, muitas enzimas necessitam de cofatores. Íon metálico ou molécula orgânica Se covalente Coenzima Grupo prostético ENZIMAS E COFATORES (Junqueira & Carneiro, 2005). � Alguns cofatores estão ligados de modo permanente e íntimo a molécula da enzima, enquanto outros se unem temporariamente, durante a ação enzimática. (Junqueira & Carneiro, 2005). ENZIMAS E COFATORES 10/05/2012 10 � O complexo formado pela enzima + cofator Holoenzima Apoenzima (parte protéica e inativa da enzima) Retirada do co-fator (Junqueira & Carneiro, 2005). ENZIMAS E COFATORES � Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores. ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CATALASE CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2 ENZIMAS E COFATORES � Moléculas orgânicas de baixo peso molecular que participam de reações enzimáticas. � São chamadas de coenzimas pq trabalham juntamente com as enzimas para aumentar a velocidade das reações. COENZIMAS E FUNÇÃO BIOLÓGICA (Cooper et al., 2007). � Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis. � Classificam-se em: - transportadoras de hidrogênio; - transportadoras de grupos químicos. � Transportadoras de hidrogênio COENZIMAS E FUNÇÃO BIOLÓGICA Coenzim a A brevia tura Reação cata lisada O rigem N ico tinam ida aden ina d inuc leo tíd io NAD + Oxi-re dução N iac ina o u V itam ina B 3 N ico tinam ida aden ina d inuc leo tíd io fo s fa to NADP + Oxi-re dução N iac ina o u V itam ina B 3 F lavina ad en ina d inuc leo tíd io FAD Oxi-re dução R iboflavina o u V itam ina B 2 � Transportadoras de grupos químicos. COENZIMAS E FUNÇÃO BIOLÓGICA Coenzima Abrev. Reação catalisada Origem Coenzima A CoA-SH Transferência de grupo acil Pantotenato ou Vitamina B5 Biotina Transferência de CO2 Biotina ou Vitamina H Piridoxal fosfato PyF Transferência de grupo amino Piridoxina ou Vitamina B6 Metilcobalamina Transferência de unidades de carbono Cobalamina ou Vitamina B12 Tetrahidrofolato THF Transferência de unidades de carbono Ácido fólico Tiamina pirofosfato TPP Transferência de grupo aldeído Tiamina ou Vitamina B1 � A parte ativa de muitas coenzimas contém vitaminas do grupo B, riboflavina, tiamina,ácido pantotênico e nicotinamida. (Junqueira & Carneiro, 2005). COENZIMAS E FUNÇÃO BIOLÓGICA 10/05/2012 11 � Muitas enzimas são designadas pelo nome do substrato sobre o qual atuam ou da atividade que exercem mais o sufixo –Ase. � Exemplos: - ácido ribonucléico (substrato) – hidrolisado pela enzima ribonuclease. - Amido (substrato) – hidrolisado pela enzima amilase. - Lipídeos (substrato) – hidrolisado pela enzima lipase. ENZIMAS - NOMENCLATURA (Junqueira & Carneiro, 2005; Roberts & Hib, 2006). � Outras não seguem esta regra. � Exemplo: Pepsina e tripsina – hidrolisam proteínas (são proteases). (Junqueira & Carneiro, 2005). ENZIMAS - NOMENCLATURA CaracterísticaCaracterística EnzimasEnzimas Catalisadores Catalisadores QuímicosQuímicos Especificidade ao substrato alta baixa Natureza da estruturacomplexa simples Sensibilidade à T e pH alta baixa Condições de reação (T, P e pH) suaves drástica (geralmente) Custo de obtenção (isolamento e purificação) alto moderado Natureza do processo batelada contínuo Consumo de energia baixo alto Formação de subprodutos baixa alta Separação catalisador/ produtos difícil/cara simples Atividade Catalítica (temperatura ambiente) alta baixa Presença de cofatores sim não Estabilidade do preparado baixa alta Energia de Ativação baixa alta Velocidade de reação alta baixa
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