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crianças; Ambiente aconchegante com almofadas e elementos lúdicos (comprar almofadas e tapetes) Painel com indicações literárias, recados e produções das crianças; Ambientação com elementos lúdicos que nos remetam às histórias; Eventos de leitura na biblioteca: realizado pelos alunos, professores, funcionários e pais; Digitalização do acervo; Ar condicionado; Empréstimo com carteirinha; Abertura da biblioteca para a comunidade; (Fonte: Quadro de metas a curto, médio e longo prazo da EM Profª Daisy Rollemberg Trefíglio) Nesse projeto precisamos considerar a questão inicial, sobre a quem se destinam esses espaços. Tratando-se das crianças de educação infantil, compreender a infância, seu processo de relação com o mundo, de construção do conhecimento é saber da necessidade de se contemplar suas especificidades nos espaços para leitura. Portanto, a biblioteca e o canto da leitura na educação infantil devem favorecer uma situação de intimidade e autonomia da criança no espaço e com os materiais. O incentivo ao momento da leitura começa pela oportunidade de contato, uso, manuseio e conhecimento dos livros, desde os bebês! Planejar os espaços requer planejar as ações a serem desenvolvidas neles, antecipar quais são as intenções que darão qualidade às situações que serão propostas com regularidade. Isso significa que o que oferecemos às crianças é aquilo que teremos como aprendizagem! Investir num ambiente convidativo e aconchegante pede mais do que o cuidado com a estética sob a ótica do adulto: Um tapete, acolchoado, almofadas convidam as crianças a se acomodarem da maneira que se sintam mais confortáveis para interagir com a leitura... deitados, sentados, recostados em um colega, pois é um momento de PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 19 deleite. Rompemos assim com a equivocada ideia de que é preciso demonstrar atenção pelo corpo sentado, coluna ereta, todos olhando para o livro e para o leitor! A autonomia também é uma aprendizagem construída por meio das experiências. Nas situações de uso da biblioteca e cantos de leitura é muito importante que as crianças tenham, além do professor como modelo em suas ações, sejam elas também participantes das situações de organização, escolha, devolução dos livros. Permitir que construam suas escolhas, pela observação da capa, por um personagem atrativo, que troquem de livro com os amigos ou na própria prateleira, que manuseiem mais de um livro ao mesmo tempo, isso só é possível se esse material estiver ao alcance e organizado, separado de forma compreensível para leitores não convencionais. Para isso, planejar um espaço com os livros acessíveis e visíveis à criança é uma orientação essencial no planejamento do professor e da escola, no caso do espaço de leitura coletivo. É preciso cuidado com a forma de apresentação, “exposição” e disposição dos livros, não sendo essa uma situação de simples inovação e criatividade. Ela precisa convidar para a leitura e ajudar no acesso. O uso de símbolos, cores, na organização do acervo apoiam essa autonomia, entendendo que o uso deles nesse momento é para essa finalidade (Não aproveitar para “ensinar” formas geométricas, números, etc.). EM ProfªDaisy Rollemberg Trefíglio Podemos usar caixas, prateleiras, estantes, cuidando para que as crianças consigam alcançar, selecionar, compreender os critérios de organização dos livros usando-os para uma busca mais pontual, quando já se sabe qual livro quer naquele dia. PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 20 O canto de leitura na sala de aula, deve ser planejado pelo professor, pensando nesse espaço delimitado, acolhedor e confortável, com materiais já citados (tapete, almofadas, colchonete, podendo até improvisar amarração de tecidos como tenda). Ainda que o espaço seja pequeno, assegurar que haja um local para disposição do acervo, em pequenas estantes, caixas transformadas em nichos, para que os livros fiquem visualmente dispostos e ao alcance das crianças para apreciar, escolher, manusear, folhear, ler e guardar novamente com autonomia. O importante é que as crianças tenham garantido um momento na rotina para que possam fazer uso desse espaço e material. O professor deve cuidar para que esse acervo, mesmo que em pequena quantidade, seja diversificado e que atenda aos critérios de seleção e qualidade em relação aos aspectos literários, da linguagem, do vocabulário e enredo, de material, ilustração e gráfico, critérios essenciais na construção do comportamento leitor. O acervo do canto da leitura deve ser trocado com regularidade, despertando o interesse e ampliando o repertório das crianças. O professor planeja os tempos, uso e a troca do acervo a partir de suas observações quanto ao envolvimento e interesse das crianças. “Eu gosto do cantinho da leitura porque dá pra gente conhecer muitos lugares e muitas coisas” RICKELME APARECIDO MATOS DOS SANTOS, 5 anos, JD II F A professora do Rickelme relata que ele passa muito tempo nesse cantinho, faz indicações e reconto para os colegas… EM Profª Elvira de Guzzi Ribeiro PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 21 EM Profª Maria Faria de Vasconcelos O sentido e valor que possui o livro enquanto portador de um texto literário não deve ser associado a objetos como brinquedos. Os bebês já têm o direito de vivenciar experiências de momentos de leitura, com livros de qualidade, não substituídos por objetos que se caracterizam como tal, como por exemplo, os “livros de banho”, de plástico. Valorizar a qualidade na composição do acervo significa repertoriar as crianças com bons modelos de textos literários, bem escritos, com bons enredos e riqueza nas descrições e detalhes de cenas, personagens, que oportunize ao leitor o contato e o uso de uma linguagem mais rica. EM José Froes Filho e EM Tacla Said Benetti PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 22 Contemplar uma diversidade de gêneros, autores e editoras na composição do acervo proporciona a ampliação do repertório das crianças que, somada às situações de leitura planejadas pelo professor apoiam o desenvolvimento de comportamentos leitores como a construção de preferências, a referência a trechos que mais gostaram ou acharam interessante, bem como comentários, opiniões, perguntas... Contudo, compor um acervo envolve muito mais do que a preocupação com a quantidade de livros: A literatura se move na esfera do simbólico e apela à experiência profunda dos seres humanos. Desconfie das mensagens explícitas e das morais óbvias. O mercado está cheio de livros infantis que "disfarçam" – sob o título de "conto" – as intenções didáticas dos adultos. Aprenda a diferenciar os manuais de autoajuda das obras literárias. A literatura não pretende explicar valores, letras do alfabeto, regras de polidez ou mensagens ambientais. Leia nas entrelinhas e não escolha um livro só pelo seu tema, mas pela sua forma e pela maneira como um autor constrói uma voz e um mundo próprios. Desconfie dessa linguagem pseudoinfantil, cheia de diminutivos e de histórias light, onde os protagonistas são tão perfeitos como ursos de pelúcia. (Seu filho vai ser o primeiro a "não engolir a história".) Os livros infantis podem ser atrevidos, transgressores, irreverentes, sutis, inteligentes, tristes... Todas essas nuances, que constituem a infinita variedade da experiência de um ser humano,