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Noções de Administração de Recursos Materiais 
para o MPU 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br 
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AULA 03 - 3 Compras. 3.1 Organização do setor de 
compras. 3.2 Etapas do processo. 3.3 Perfil do comprador. 
3.4 Modalidades de compra. 3.5 Cadastro de fornecedores. 
4 Compras no setor público. 4.1 Modalidades de licitação 
pública. 4.2 Objeto de licitação. 4.3 Edital de licitação. 
Pregão. 7 Gestão patrimonial. 7.1 Tombamento de bens. 
7.2 Controle de bens. 7.3 Inventário. 7.4 Alienação de 
bens. 7.5 Alterações e baixa de bens. 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
Sumário 
3 Compras. ...................................................................................................... 2 
3.1 Organização do setor de compras ............................................................. 4 
3.2 Etapas do Processo de Compras .............................................................. 6 
Negociação...................................................................................................... 8 
Centralização e Descentralização de Compras ............................................... 9 
3.4 Modalidades de Compras ........................................................................ 10 
Acompanhamento de Pedidos ....................................................................... 13 
3.5 Cadastro de Fornecedores ...................................................................... 13 
3.4 Perfil do Comprador ................................................................................ 20 
4. Compras no Setor Público ......................................................................... 21 
4.1 Modalidades, 4.2 Objeto de Licitação, Dispensa e Inexigibilidade de 
Licitação ................................................................................................................... 25 
4.3 Edital de Licitação ................................................................................... 36 
4.4 Pregão ..................................................................................................... 39 
7. Gestão Patrimonial .................................................................................... 42 
Noções de Administração de Recursos Materiais 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
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7.1 Tombamento dos Bens ........................................................................... 45 
7.2 Controle de Bens – 7.3 Inventário ........................................................... 46 
7.4 Alienação de Bens e 7.5 Alteração e Baixa de Bens ............................... 51 
Questões Comentadas .................................................................................. 54 
Questões Propostas ...................................................................................... 69 
 
Em frente para aquilo que, acredito eu, seja nossa última aula. Lógico que se 
a CESPE tiver alguma ideia mirabolante no edital, nós nos veremos de novo. 
Isso não impede você de usar o fórum para tirar dúvidas, ou ainda, solicitar 
comentários adicionais (basicamente, pedir para que eu reexplique as coisas de 
outro jeito :P). 
Chega de conversa. 
3 Compras. 
Este tópico, apesar de parecer curto no edital, é tão grande que precisa ser 
dividido em tópicos. Mas nada que a gente não resolva. 
Falamos bastante sem atender a necessidade da empresa com os materiais 
entregues em tempo, modo e lugar corretos. 
Mas como é que um material chega ao estoque? Qual setor será responsável 
por suprir os estoques? 
Primeiramente observe que a ideia de suprimento está ligada ao 
abastecimento da produção, e este ocorrerá por meio do fornecimento de 
materiais, matérias-primas e insumos, quando necessários à produção. 
O material chegará ao estoque por intermédio de compras, uma operação 
essencial entre aquelas que compõem o processo de suprimento de uma 
Noções de Administração de Recursos Materiais 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 03 
 
 
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empresa1. É por está razão que as compras assumem um papel tão importante na 
ARM. 
Falamos que os estoques são investimento da empresa, pois bem, este gasto 
ocorre justamente por meio das compras. E já foi demonstrado que as matérias-
primas e insumos (os materiais em geral) representam parcela significativa dos 
custos envolvidos na produção. 
De acordo com Chiavenato2: “O órgão de compras é hoje considerado um 
centro de lucro e não simplesmente um centro de custo, uma vez que, quando 
bem administrado, pode trazer consideráveis economias, vantagens e lucros para a 
empresa.”. 
O processo de compras, como quase todos os processos da AM, deve 
analisado de forma ampla, pois envolve desde a programação de compras 
(localização de fornecedores, negociações...), passando pelo acompanhamento dos 
pedidos, pelo dispêndio financeiro, até chegar o momento em que os materiais são 
recebidos e verificados na empresa. 
Observe então: 
 
1Dias, Marco Aurélio P., Administração de Materiais: princípios, conceitos e 
gestão, ed. Atlas, 6ª ed. 
2 Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 100. 
 
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 Estão entre os objetivos de um setor de compras de uma empresa: manter 
a produção abastecida com os materiais necessários; obter a quantidade de 
materiais necessários e com baixos preços; prezar pela qualidade do material 
que será adquirido; enfim, buscar as melhores condições possíveis para a 
empresa. 
Suprir as necessidades do sistema de produção, garantindo as entradas do 
processo produtivo e estabelecendo, por consequência, uma cadeia de 
suprimentos. Preste atenção especialmente no que diz respeito a: 
A Quantidade 
A Qualidade e especificações 
As Datas (prazos) 
3.1 Organização do setor de compras 
 No processo de compras são fatores que influenciarão na tomada de 
decisão: A quantidade (de acordo com a demanda), a qualidade, o preço e o prazo. 
Segundo Marco Aurélio P Dias: 
“Independentemente do porte da empresa, os princípios básicos de 
organização constituem-se em normas fundamentais, assim consideradas: 
As atividades de 
compras mantém 
relações: 
quanto com a 
administração 
de materiais 
tanto com o 
setor 
financeiro 
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 Autoridade para compras; 
 Registro de compras; 
 Registro de preços; 
 Registro de estoques e consumo; 
 Registro de fornecedores; 
 Arquivos e especificações; 
 Arquivos de catálogos. [...] 
 
Utilizemos o exemplo de uma compra de supermercado. Se você estivesse 
encarregado do setor de compras e para que o investimento, o gasto, fosse 
adequado, quais seriam as etapas que você utilizaria no processo de compra? E 
qual seria a primeira atividadeque a desenvolver? Parece não restar dúvidas de 
que você deveria começar com uma pesquisa, não só a pesquisa de preços (de 
custos), mas, dentre outros, o estudo do mercado, o conhecimento do fornecedor, a 
possibilidade de se utilizar materiais alternativos. 
Passada a pesquisa temos a aquisição, por esta etapa se entente desde a 
encomenda, quando necessária, até o recebimento do material. Logo depois de 
recebido o material, passamos a administração os procedimentos de 
armazenamento em depósito. 
No que diz respeito às compras ela esta assim estruturada: 
 
A administração de compras deve manter um fluxo contínuo de 
suprimentos, mas não deve incorrer em gastos desnecessários e que provocariam 
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excedentes, ou seja, é fundamental que este setor execute uma programação de 
compras. 
 
3.2 Etapas do Processo de Compras 
De acordo com a estrutura e o porte da empresa, o processo de compras, 
também denominado ciclo de compras, poderá apresentar pequenas variações, no 
entanto, a sequência a baixo seria uma organização básica: 
1. Solicitação de compras (análise das ordens de compras3 – Ordem de 
Compras, recebidas); 
2. Seleção de fornecedores (em decorrência de pesquisa); 
3. Cotação de preços e determinação do preço certo; 
4. Negociações com o fornecedor; 
5. Pedido de Compra; 
6. Acompanhamento de compras (follow up); 
7. Recepção e aceitação das mercadorias (controle e recebimento do 
material comprado); 
8. Aprovação da fatura do fornecedor para pagamento. 
A solicitação de compras é a origem do processo de compra, ocorre por 
meio da ordem de compra (OC), que é o documento que informa a necessidade de 
compra, indicando também, qual o material se deve comprar, a quantidade que se 
deve comprar, o prazo e o local de entrega. 
A seleção de fornecedores4é etapa que antecede a cotação, na seleção de 
fornecedores, são analisados o preço, a qualidade, a capacidade produtiva do 
 
3 É a comunicação enviada ao setor responsável pelas compras da necessidade de 
aquisição de materiais. 
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fornecedor, o prazo de entrega e as condições de pagamento (falaremos de 
tudo isso na parte de cadastro de fornecedores). 
Veja que, na seleção de fornecedores, uma serie de fatores são analisados, 
portanto não se pode afirmar que a o fornecedor selecionado será obrigatoriamente 
o que apresentar o menor preço. A empresa analisará, de acordo com a suas 
necessidades, qual é o fornecedor mais adequado. 
Como bem leciona Chiavenato à página 105, há dois tipos de fornecedores, o 
real e o potencial. “Fornecedor real é aquele que já efetuou vendas de materiais ou 
insumos à empresa, enquanto o fornecedor potencial é aquele que pode se 
candidatar a futuros fornecimentos.” (grifos nossos). 
A cotação (registro) de preços normalmente é feita entre alguns 
fornecedores pré-selecionados e tem como objetivo encontrar, a preço satisfatório, 
os materiais de qualidade e nas especificações que a produção necessita. 
O pedido de compra é a oficialização do negócio, é o contrato formal que 
se estabelece entre o comprador e o fornecedor logo após a negociação. 
Após o pedido ter sido efetuado passamos a uma nova etapa que é a de 
acompanhamento (follow up). Esta etapa, de certa forma, é o controle do 
processo de compra5, que dedicando atenção, dentre outras coisas, à entrega do 
material. 
Este acompanhamento deve ocorrer por meio de registros devidamente 
documentados. 
 
4 Normalmente a pesquisa e a seleção são feitas entre os fornecedores 
previamente cadastrados pela empresa, que registra também em um banco de dados as 
negociações passadas. 
5 O setor de compras precisa manter uma boa comunicação com o fornecedor 
mesmo após a realização do pedido. O processo não deve ser abandonado até o 
recebimento e conferência da mercadoria. 
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Negociação 
A negociação tem um papel significativo no processo de compras, Trata-se 
de uma relação entre o comprador e o fornecedor, na qual serão levados em 
consideração alguns itens, tais como: a quantidade, a qualidade, o preço e o prazo. 
 
A empresa deve tratar seus fornecedores como parceiros em seus negócios 
(e direi logo logo o porquê). 
“A negociação serve para definir como será feita a emissão do pedido de 
compra ao fornecedor.”. 
O resultado final de uma negociação bem sucedida é o pedido de compra. 
Em quase todas as oportunidades, este pedido de comprasse encontrará 
consubstanciado em um contrato formal que representa fielmente as condições 
estipuladas na negociação. 
Das poucas vezes em que não houver contrato, a própria aceitação do 
pedido de compra pelo fornecedor possui caráter contratual, obrigando-o a 
atender todas as condições estipuladas no pedido, como por exemplo, 
quantidade, qualidade, frequência de entregas, prazos, preços e o local de 
entrega dos materiais. 
Dado este caráter contratual da negociação (fique tranquilo que teoria dos 
contratos é tema de Direito Civil, então, infelizmente, não vou dar aula disso agora 
Negociador de 
compras 
Fornecedores 
Devem ter como objetivo 
o equilíbrio do negócio, 
uma situação em que 
ambos possam sair 
ganhadores. 
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:P), quaisquer alterações nas condições originais devem ser objeto de novas 
discussões e entendimentos, para que não haja dúvidas sobre o que se propõe e 
deseja que seja fornecido. Do contrário, a empresa corre o risco de que haja 
contestação por parte dos fornecedores, que acreditarão ter cumprido as condições 
contratadas. 
Centralização e Descentralização de Compras 
Outra característica da organização das compras é aquela relacionada a 
analise quanto a sua centralização (onde um único órgão é responsável pelas 
compras – o que favorece o controle de estoques) ou descentralização (quando há 
unidades de compras dispersas). 
Já foi questão de concurso: “São condições básicas para o controle de 
estoques: centralização das compras em um setor de compras, sob a direção e 
responsabilidade de um especialista, com rotinas claras e definidas; estocagem 
de todos os materiais em locais previamente designados e sujeitos à supervisão 
direta; e determinação de limites (máximos e mínimos) para cada item do 
estoque.”. 
Importante: Observe que quando falado das atribuições do setor de compras 
não é citada a responsabilidade com transporte, porque esta fica a cargo do 
próprio fornecedor, que tem a obrigação de entregar o material na qualidade e no 
prazo acordados. 
Acredito que o que realmenteimporta neste tópico seja a análise comparativa 
sobre as vantagens de cada uma: 
A Centralização das Compras, de acordo com a doutrina, oferece as 
seguintes vantagens: 
- Possibilidade de compras em maior volume, o que pode significar o 
aproveitamento de condições e preços melhores, decorrentes de descontos, por 
exemplo; 
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- Redução dos custos de transporte vez que valor do frete poderá ser 
“rateado” entre um maior número de mercadorias; 
- Homogeneidade na qualidade dos materiais adquiridos; 
- Possibilidade de acerto de entregas menores e periódicas, que evitam a 
ocorrência de pedidos duplicados; 
- Melhor controle global das transações financeiras relacionadas ao setor 
de compras, uma vez que todas elas serão gerenciadas pelo mesmo departamento; 
- Evita a concorrência danosa entre os compradores regionais e as 
disparidades de preços de aquisição de um mesmo material por vários compradores 
Por outro lado, a Descentralização das Compras é associada às seguintes 
vantagens: 
- Oferece maior autonomia funcional às unidades regionais; 
- Permite maior flexibilidade e sensibilidade na solução de problemas 
regionais. A unidade descentralizada está mais próxima dos problemas e anseios de 
sua área de controle, além de melhor representar seus interesses, por constituir um 
grupo menor. Desta forma, é de se esperar que possua melhor conhecimento a 
respeito das fontes de suprimento, meios de transporte e armazenamento mais 
próximo da região; 
- Em situações emergenciais, costuma oferecer soluções mais rápidas e 
adequadas àquele momento, pelas mesmas razões do item anterior. 
- Permite melhor controle de suas funções. Lembre-se que estruturas 
menores são sempre mais fáceis de gerenciar. 
3.4 Modalidades de Compras 
Toda classificação tem um propósito (ou ao menos, deveria ter um). Não 
existem classificações boas ou ruins, mas existem classificações úteis e inúteis. 
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As modalidades de compras não são mais do que classificações que se 
referem aos modos como eu posso dividi-las. E não, isto aqui não tem 
absolutamente nada a ver com a matéria de licitações, que vocês verão com clareza 
nas aulas de Direito Administrativo. 
Dito isto, eu não me preocuparia tanto em memorizar as modalidades aqui 
expostas, são autoexplicativas. 
Vamos lá: 
Eu posso dividir as compras conforme o item comprado. Assim temos: 
Compra voltada para o investimento: os bens assim adquiridos não 
integrarão o produto final, mas farão parte do ativo imobilizado da empresa. Toda 
vez que a empresa compra um prédio, máquinas de produção, ou até as cadeiras 
onde os funcionários sentam, está comprando voltando seu foco para o 
investimento, pois não tem intenção de vender esses itens no mercado. 
Compra voltada para o consumo: falamos aqui daqueles materiais que 
compõem o processo produtivo. Olhe para a seta de novo: 
 
Todos os itens comprados para integrar esse processo são feitos por 
compras voltadas para o consumo. 
Posso dividir também levando em conta onde está o fornecedor. 
Compra local: Sem complicações: são as compras feitas no mesmo país 
da empresa compradora. 
Compra importada: O fornecedor dos produtos encontra-se em outro país 
que não o do comprador. 
Materias- primas 
Materiais em 
processamento 
Materiais 
semiacabados 
Materiais 
acabados ou 
componentes 
Produtos 
acabados 
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Também posso classificar as compras de acordo com seu nível de 
formalização: 
Compra formal: Essas aqui são mais comuns no setor público, face à 
exigência de licitação e outras exigências burocráticas atinentes ao Direito 
Financeiro. São compras que exigem comprovação de, se não todas grandes parte 
dos processos que as justificaram. 
Compra informal: Por sua vez, são compras que não necessitam seguir um 
ritual tão detalhado e rígido. Pense na feira: é tudo feito e combinado de boca, você 
e o feirante acertam o preço na hora e você sai com a verdura, sem nenhum "papel" 
que comprove a operação. 
Outra classificação que pode ser cobrada (e essa sim eu considero muito útil) 
é a da urgência na entrega do item: 
Compras antecipadas: São compras feitas com planejamento. A empresa 
compra o item antes mesmo de vir a precisar dele. 
Compras contratadas: Neste caso, a figura do contrato de fornecimento 
ganha uma importância maior. Nele ficará discriminado a época em que o material 
deve ser entregue (não sendo recomendado nem que a entrega seja feita antes, 
nem depois), ou em quantas vezes a entrega será feita (um lote, dois, três, e assim 
por diante). 
Compras emergenciais: Compras realizadas quando deu o popular "xabú" 
(que desconfio não ser com "x"). A necessidade da compra não foi prevista com 
antecedência, seja pela imprevisibilidade do evento que a provocou ou pela própria 
falta de planejamento do gestor. Esse tipo de compra merece atenção especial, pois 
é prejudicial à empresa. A pressa coloca o fornecedor em posição de vantagem, 
pois a empresa não tem tempo de procurar muitos fornecedores para avaliar o 
preço. Devem ser evitadas. 
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Acompanhamento de Pedidos 
Seu examinador esqueceu-se de me dizer que pedidos são esses :P. 
Felizmente, ele também não é muito criativo, de maneira que ele faz menção aqui 
ao Acompanhamento de Pedidos de Compras. 
Nós já falamos por cima desse assunto. Este é o “Follow up” que mencionei 
no ciclo de compras. 
A fim de que a nossa empresa não entre em falência pela ausência de 
materiais para dar seguimento a sua produção, é necessário que o órgão de 
compras certifique-se que o material será entregue dentro dos prazos estipulados, 
como não poderia deixar de ser, na quantidade e qualidade contratadas. 
Para que se tenha absoluta certeza de que isto irá ocorrer, o setor de 
compras não deve abandonar o fornecedor logo após o encaminhamento do 
pedido de compras. 
Muito pelo contrário: deve entrar em contato com o fornecedor de 
maneira constante, assegurando-se que a produção do material solicitado está 
em andamento. 
Ao realizar este monitoramento constante sobre o fornecedor, cobrando de 
maneira permanente resultados (que no caso são os fornecimentos de bens 
demandados), ao invés de simplesmente largar mão do controle do pedido, é como 
se o setor de compras desse prosseguimento no desempenho de sua atividade, 
razão pela qual o correspondente em inglês desta descrição é o nosso Follow up 
(acompanhar, seguir, agendar). 
E é só isso. Próximo ponto. 
3.5 Cadastro de Fornecedores 
O que, em verdade, seu examinador quer neste tópico é o conhecimento 
teórico por trás da construção do cadastro de fornecedores. E é o que eu vouensinar a você. 
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Antes de qualquer coisa, você poderia imaginar que o cadastro de 
fornecedores é algo inútil e ultrapassado. Afinal, eu sempre posso procurar na 
internet por determinado produto e compra-lo, sem ter de incorrer nos custos de 
manter um cadastro próprio. Além do que, o cadastro do Google sempre será maior 
e mais completo que o de qualquer corporação do mundo :P. 
Bobagens à parte, só tem um problema neste raciocínio: não estamos mais 
comprando um quilo de carne no açougue. O ato de compra em uma empresa é 
uma tarefa bastante complexa, envolvendo conhecimentos que vão desde o 
próprio objeto da compra (especificação do material, normas aplicáveis, critérios 
de inspeção) até a busca de fontes de suprimento que sejam capazes de 
abastecer a empresa com o produto desejado, na hora certa, local certo e na 
quantidade certa. Lembra-se da tríade? Olha ela de novo: 
 
Já ficou mais complicado né? Para isso serve o cadastro de fornecedores. Ao 
conseguir criar seu próprio cadastro, a empresa tem em mãos a lista de todos seus 
parceiros de negócio que vão lhe garantir a vantagem competitiva de que necessita. 
O cadastro de fornecedores é o corpo central que alimenta o processo de 
suprimento da empresa. 
Eu falei em parceiros de negócio logo acima. E eu realmente quis dizer isso. 
O fornecedor não é uma pessoa da qual a empresa tenta tirar vantagem, 
comprando o produto pelo menor preço possível, aumentando suas margens. Essa 
visão de curto prazo é contrária à ideia por trás do cadastro. O que se busca é 
formar alianças estratégicas visando interesses comuns. Só assim se garantirá 
que o suprimento de materiais tenha: 
Dentro de um processo produtivo, a Administração de Materias (AM) precisa controlar: 
A Quantidade (para que se 
evite a falta ou os excessos) 
O Tempo ( o momento em 
que os materias estarão 
disponíveis) 
A Localização (não basta o 
material estar disponível ele 
também precisa estar 
disponível no local certo) 
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- Qualidade 
- Tempestividade 
- Regularidade 
Outra ideia que deve estar encrustada na sua mente é que o cadastro de 
fornecedores não busca sempre e a todo o momento a aquisição de material pelo 
menor preço. Nos sistemas de administração tradicional, a busca pelo fornecedor só 
se inicia no momento da necessidade de materiais. Espera-se ter sede para se abrir 
o poço. 
E somente a partir da existência da necessidade se busca o fornecedor. Uma 
vez encontrado, começa-se a discutir preços e prazos de entrega. E pior, buscam-
se condições espetaculares de fornecimento para aquela ocasião, em um raciocínio 
típico de quem não pensa no longo prazo. O cadastro de fornecedores não se 
presta a isto. 
Veja: o que se busca com o cadastro é a construção de uma relação de 
longo prazo com os fornecedores eventualmente aprovados para ali figurar. Esta 
ideia, no longo prazo, se revelará mais rentável, por dois motivos principais: 
- Não dá para manter o padrão espetacular de aquisições em todas as 
compras, e assim, fatalmente, o ganho de uma operação se perderá em outra. 
- Os fornecedores também têm seus interesses, e assim, procurarão melhor 
servir os seus bons e leais clientes, em detrimento dos demais. 
Se você acha que tudo que eu falei acima não se aplica ao regime público, 
por conta das licitações, se engana. Os órgãos públicos também possuem cadastro 
de fornecedores, e embora estejam atrelados à Lei de Licitações para fazer 
contratações, lembre-se que, por exemplo, a modalidade convite comporta algum 
grau de preferência (pensem bem, três fornecedores são diretamente convidados 
pela repartição enquanto os demais precisam fuçar editais em quadros de aviso 
nelas). Além do que, a tomada de preços depende da existência de cadastro prévio 
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dos fornecedores interessados. Embora mitigada, a importância do cadastro 
também se faz presente nas repartições públicas. 
Pois bem, agora que você já tem em mente as premissas do cadastro, vamos 
falar de sua construção. 
E quais fornecedores nós queremos em nosso cadastro? Os melhores! E os 
melhores serão aqueles que: 
- Tenham condições de fornecer o material ou executar os serviços na 
quantidade, qualidade e prazo certos; 
- Possam tornar-se uma fonte regular de suprimentos de materiais ou de 
serviços; 
- Possuam preços e condições competitivas. 
O primeiro passo é pesquisar todos os existentes. Catálogos de fabricantes, 
guias comerciais, e até a internet. Nesta primeira fase, buscamos conhecer todos os 
fornecedores potenciais, a fim de vir a escolher algum deles. 
Assim sendo, o órgão responsável pelo cadastro de fornecedores vai coletar 
informações destas fontes, tabulando os dados para que sejam manipulados mais 
facilmente em um momento posterior do processo. 
Alias, o cadastro tem de ser de fácil consulta por qualquer interessado dentro 
da empresa. Afinal de contas, o cadastro existe para facilitar a vida de quem 
precisará de fornecedores. 
Por isso, outra preocupação do cadastro, fora a tabulação dos dados para 
pesquisa, é que contenha os dados necessários para identificação do fornecedor, 
entre os quais: 
- Tipo de produto vendido (autoexplicativo né, se eu quero lâmpadas, o 
fornecedor tem de ser capaz de fornecer lâmpadas); 
- Capacidade de produção (o número de unidades que o fornecedor é 
capaz de atender por pedido). 
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- Facilidade de comunicação e relacionamento com seus clientes 
- Localização geográfica (os produtos têm de sair do fornecedor para 
chegar à empresa, e esta informação é relevante para se estimar o custo de frete). 
- Situação do fornecedor (uma empresa em falência provavelmente não 
poderá continuar a ser fornecedora por muito tempo, e ainda que possa, talvez a 
nossa empresa não se interesse por ela :P). 
 
 
Vencida estas etapas, a empresa está pronta para avaliar os fornecedores, e 
uma vez feito isto, terá seu cadastro de fornecedores. Tudo que irá precisar fazer 
daqui para frente é analisar o desempenho dos mesmos ao longo do tempo, para 
garantir que o fornecedor mantém o mesmo padrão de excelência no cumprimento 
de suas obrigações. 
O processo de avaliação e seleção dos fornecedores também é específico, 
mas não foi cobrado em seu edital, mas vou pelo menos relacionar os requisitos 
mais usuais, a fim de que você “feche” o raciocínio na sua cabeça. 
Tipo de 
produto 
vendido 
Capacidade 
de produção 
Facilidade de 
comunicação 
Localização 
geográfica 
Situação do 
fornecedor 
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Os parâmetros usuais de avaliação e aprovação do fornecedor (são aqueles 
que autorizam a inclusão do fornecedor no cadastro, sem isso, a empresa nem quer 
saber que aquele fornecedor existe): 
- Preço 
- Qualidade 
- Condições de Pagamento 
- Condições de Embalagem e Transporte 
Uma vez preenchidos os requisitos acima nos patamares desejados (cada 
empresa terá o seu conforme sua situação), deve haver uma análise inicial das 
entregas, para que a empresa avalie: 
- Cumprimento dos prazos de entrega; 
- Manutenção dos padrões de qualidade; 
- Política de preços ao longo do tempo; 
- Assistência Técnica 
Isto que falei das avaliações são só parâmetros. Cada empresa ou órgão 
público pode usar os parâmetros que desejar, e não há maneira de especificar a 
infinidade de possíveis critérios. Apenas coloquei estes para que você tenha uma 
ideia de como se processa a fase de avaliação, não acredito que será solicitado em 
seu edital, mas você não pode ter uma visão “quebrada” do cadastro, pois isso 
dificultará a memorização. 
O cadastro normalmente manterá dois tipos de fornecedores: 
Fornecedores ativos: Aqueles que gradativamente suprem as necessidades 
de bens e serviços da empresa. São aqueles a quem a empresa recorre 
normalmente quando precisa de materiais. 
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Fornecedores potencias: São fontes alternativas de fornecimento. Caso um 
fornecedor ativo não consiga fornecer os bens em determinada ocasião, é bom que 
a empresa tenha um “Plano B” para não ficar sem o material. Conforme o 
desempenho do fornecedor potencial, ele talvez consiga chegar ao cadastro de 
fornecedores ativos da empresa. 
Não há um número fixo de fornecedores no cadastro para cada tipo de 
material, entretanto, é sugerível que se mantenha ao menos três fornecedores 
diferentes para cada item. Isto dificultará a interrupção do fluxo de fornecimento de 
materiais. 
Mas como eu disse, é apenas sugerível. Veja que no caso de fornecedores 
monopolistas (fabricantes de produtos exclusivos no mercado) e especiais 
(dominam materiais ou processos específicos, normalmente não encontrados entre 
outros fornecedores), a manutenção de mais de um fornecedor neste cadastro é 
impossível ou inviável, ou mesmo não desejada. Por essas razões, a relação entre 
fornecedores e compradores neste caso é conhecida como de “fonte única”. 
Alias, uma última dica: o cadastro de fornecedores volta-se, essencialmente, 
a manter uma base de dados de fornecedores habituais (em contraposição aos 
fornecedores monopolistas e especiais). 
E isto é perfeitamente justificável: os fornecedores habituais oferecem 
produtos padronizados. Existem vários deles concorrendo entre si e, portanto, em 
busca de parceiros comerciais que permitam sua sobrevivência. Eles se 
diferenciarão no que diz respeito à qualidade de seu atendimento e sua eficiência, e 
por isso, o cadastro da empresa buscará ter como parceiro apenas aquele que 
cumpra de maneira satisfatória seus objetivos. Os fornecedores habituais, a seu 
passo, estabelecem relações de “fontes múltiplas”, já que o comprador possui 
diversas opções em mercado para obter os materiais de que necessita. 
E já que falamos de fontes, vamos passar mais uma classificação, que já tem 
um tempinho que não vejo ser cobrada pela CESPE: 
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Fonte Única: Há exclusividade do produto fornecido (quer seja pela 
existência de monopólio, produto especial, ou mero acordo exigindo que o material 
seja obtido apenas daquele fornecedor); 
Fonte Múltipla: O contrário :P. Agora o comprador tem livre acesso a 
diversas fontes de materiais, podendo escolher a que mais lhe agradar. 
Fonte Simples: Essa daqui é a cereja do bolo na organização do setor de 
compras. Como dissemos, a tarefa de escolha do fornecedor é árdua. E, além de 
tudo, “acertar” na escolha de um bom fornecedor é bastante difícil. Quando o setor 
de compras consegue isto, se agarra com unhas e dentes nele :P. 
A fonte simples indica uma relação na qual a empresa poderia comprar de 
qualquer fornecedor, mas que por questões de planejamento e estratégia, firma um 
contrato de longo prazo com um fornecedor específico, sedimentando a relação 
comercial entre eles. Muito bonito :P 
3.4 Perfil do Comprador 
Comprador é aquele que compra. Parece óbvio, mas das três palavras que 
estão nessa frase, a mais importante é "aquele". O comprador é uma pessoa. Esta 
atividade ainda não pode ser substituída por uma máquina, de maneira que é dever 
do comprador, representando sua empresa, estabelecer um ponto em comum entre 
o seu representado e o fornecedor, e fazer isso da maneira mais profissional 
possível. 
Porém, é altamente recomendável que essa pessoa tenha algumas 
características, pois de outro modo, o exercício de sua função será um desastre, ou 
ao menos, extremamente antiética. Você consegue se imaginar como fornecedor, 
recebendo um representante da empresa interessada em comprar vindo de shorts, 
sem camisa, mascando chiclete e te chamando de "cara" o tempo todo? Lógico que 
não. 
Mas para fins de prova, acredito que as características mais importantes e 
procuradas no comprador são as seguintes: 
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- O comprador defende sua empresa. Ele tem em mente satisfazer os 
interesses de seu patrão e não do fornecedor. Não pode, por exemplo, fazer uma 
compra 20% mais cara do que seria possível para "rachar" com o fornecedor os 
10%. 
- Por outro lado, defesa de interesses tem limite. O comprador não pode ser 
um estelionatário profissional a serviço de sua entidade. Ele age com 
transparência, sem a ideia de querer prejudicar o fornecedor. 
- O comprador deve ser um sujeito honesto. Ele não só não pratica 
irregularidades, ele denuncia irregularidades de que tenha ciência. 
- Por fim, do ponto de vista do comprador, todos os fornecedores devem 
ser tratados de maneira igual. Então, nada de fazer um favorzinho para aquele 
seu primo que ta com dificuldades financeiras para facilitar a compra de material da 
empresa dele. Tão ruim quanto é aceitar uma joia ou outro presente caro no caso de 
uma negociação bem sucedida com a empresa. 
Só a título de curiosidade, no caso do serviço público federal, presentes 
abaixo de R$ 100,00 podem ser aceitos sem problemas, por serem classificáveis 
como "brindes". Acima desse valor entende-se que o presente passa a influenciar 
nas atribuições do servidor. Para distinguir as situações em que o recebimento do 
presente ultrapassa a mera cortesia, utilize este parâmetro. 
Embora essas características todas sejam até mesmo óbvias, o que se 
assiste no Jornal Nacional todos os dias é justamente servidores fazendo o contrário 
disso. Então, lembre-se das reportagens como o exato oposto do perfil do 
comprador :P. E por favor, quando passar nessa prova, nada de "esquema". 
4. Compras no SetorPúblico 
Os temas relacionados a Compras no Setor Público são eminentemente de 
Direito Administrativo. É a minha casa, aquilo que passei cinco longos anos 
estudando com afinco. Entretanto, para resolver as questões de ARM, não faria 
sentido algum eu marretar vocês com tudo que há para se falar sobre o tema. O que 
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vai aqui é apenas o necessário para resolver esta parte da prova, e ter uma noção 
razoável sobre o assunto. 
O setor público também compra. Repartições, por mais que pareçam etéreas 
e incompreensíveis, são, em sua maioria, grandes escritórios, e com esta visão, não 
são muito diferentes das empresas que existem por aí. 
Desta forma, os órgãos públicos precisam de materiais tanto quanto qualquer 
empresa em funcionamento. Mas temos um pequeno problema agora. 
Quando a empresa precisa de um material, o gerente da empresa é 
informado disso e procede à autorização da compra. Entretanto, ele só tem 
autoridade para fazer isso porque o dono da empresa (uma pessoa física e muito 
bem conhecida por todos) disse que ele encontrava-se autorizado a tanto. Essa 
pessoa física, fala, pensa e pode ser localizada dentro do espaço físico que 
chamamos de “realidade” :P. O dono da empresa pode muito bem comprar de um 
fornecedor mais caro, a preços extorsivos e não haveria nada de errado com isso. 
Entretanto, pense comigo: é o negócio dele. Ele lucra com a eficiência de sua 
empresa. Desta forma, é perfeitamente normal que busque sempre a melhor oferta 
possível, o melhor fornecedor, as melhores condições, enfim, busque não ser 
enganado. 
Só que na Administração Pública esse raciocínio opera de outra forma. A 
Administração Pública não existe no plano físico. Ela não é uma pessoa, não pensa 
e não fala. Desta forma, a Administração Pública, enquanto entidade, não é capaz 
de resolver quem, dentre os fornecedores que se apresentam, é o melhor para 
aquele caso, menos ainda manifestar verbalmente esta vontade, pelo simples fato 
de ela não ser dotada de existência física :P. 
A Administração Pública opera através de seus representantes devidamente 
eleitos (Prefeitos, Governadores e Presidente). Só que, mesmo estes 
representantes não passam de meros “gerentes” da grande empresa que é a 
Administração Pública. E assim o sendo, estão vinculados às ordens do chefe. 
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Mas já que o chefe mesmo não fala, como descobriremos a sua vontade? E 
aqui começa a sua longa jornada de descobrimento: a vontade do Estado é a Lei. 
As leis editadas por esta querida nação representam aquilo que o Estado procura 
ver acontecer em seu território, sendo a manifestação do que a Administração 
Pública entende por correto. 
Pois bem, este raciocínio geral funciona aqui também. O chefe já disse como 
quer que compremos materiais. Se um órgão público precisar de materiais, e para 
ser bem sincero, de quase qualquer coisa, terá de realizar um procedimento 
específico, que garanta que aquele contrato fechado com um fornecedor era, de 
fato, a melhor oferta entre todas as que se ofereceram e encontravam-se 
disponíveis. 
Este procedimento é chamado de licitação, e encontra-se atualmente 
regulado na Lei 8666/1993. Olha o chefe falando aqui: 
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e 
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos 
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, 
as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e demais entidades controladas direta ou 
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
 
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, 
alienações, concessões, permissões e locações da Administração 
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente 
precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas 
nesta Lei. 
 
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo 
e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração 
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a 
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja 
qual for a denominação utilizada. 
Não resta dúvida, esta é a vontade do patrão, e assim será feito! Mas esse 
patrão também explica o porquê de suas razões: 
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio 
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa 
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional 
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sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade 
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade 
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
 
Lembre-se: como todo patrão, a Administração Pública não deseja levar 
prejuízo. Era para impedir que isso ocorra que fazemos uso do procedimento 
licitatório. 
Mas eu ainda não defini o que é uma licitação. Recorramos à doutrina de 
meus queridos bancos acadêmicos: 
“Licitação é procedimento administrativo pelo qual um ente público, no 
exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às 
condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem 
propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a 
celebração do contrato”. Esta definição é José Roberto Dromi, com algumas 
adaptações para o nosso caso aqui. 
Através da licitação, a Administração abre a todos os interessados que se 
sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de 
oferecer à Administração a sua proposta. 
Mas isso não é feito de qualquer jeito. A licitação é procedimento 
administrativo, e assim o sendo, segue um rito determinado pela lei. E, mais 
importante: a Administração Pública fixará as regras pelas quais analisará as 
propostas, a fim de decidir qual delas é de fato a mais vantajosa. 
O tal instrumento convocatório de que tanto falo é o edital, que será também 
visto na aula de hoje. Então, fique tranquilo. 
Ah sim: você está vendo nesta aula Lei 8666/93 para ARM. Este capítulo 
introdutório precisaria de bem mais páginas se eu fosse falar sobre Lei 8666/93 para 
Direito Administrativo (um dia... :P). Então, se você já conhece a matéria, não 
estranhe algumas omissões. Como vocês podem ver, embora existam vários 
trechos importantes na lei do ponto de vista da disciplina de contratos 
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administrativos,entretanto, só grifei aqueles que são pertinentes a nossa disciplina. 
O que não quer dizer que esta aula esgote o assunto (nem que eu não saiba a 
matéria :P). 
4.1 Modalidades, 4.2 Objeto de Licitação, Dispensa e 
Inexigibilidade de Licitação 
A expressão “objeto de licitação” é repetida incontáveis vezes ao longo da Lei 
8666/1993. Ela quer fazer referência àquilo que será contratado pela Administração 
Pública, seja material, bem, serviço ou qualquer coisa que possa passar pela sua 
cabeça. 
É a primeira coisa que deve constar no edital de uma licitação, a teor do 
artigo 40 da Lei 8666/1993: 
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o 
nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de 
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia 
e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da 
abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte: 
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; 
[...] 
Mas por qual razão um termo cuja explicação pode ser dada em três 
parágrafos foi exigido em um tópico separado? 
Porque, em algumas ocasiões, o objeto da licitação acaba forçando a 
realização da licitação em uma determinada modalidade. 
Mas vamos por partes, falemos das modalidades de licitações existentes: 
Art. 22. São modalidades de licitação: 
I - concorrência; 
II - tomada de preços; 
III - convite; 
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IV - concurso; 
V - leilão. 
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na 
fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
§ 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente 
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até 
o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária 
qualificação. 
§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao 
seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do 
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente 
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e 
quatro) horas da apresentação das propostas. 
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha 
de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou 
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na 
imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de 
bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a 
quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada 
pela Lei nº 8.883, de 1994) 
[...] 
Só de olhar as modalidades de licitação, você já tem alguma ideia dos 
objetos possíveis deste procedimento. Veja, por exemplo, no caso do Leilão, o 
objeto de uma licitação pode ser “produto legalmente apreendido” ou ainda “bem 
imóvel”. 
Pois bem, aqui para a nossa disciplina, peço apenas que você saiba o 
seguinte: 
A concorrência é obrigatória para os seguintes objetos contratuais: 
- obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00; 
- compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$ 
650.000,00; 
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- compra e alienação de imóveis, qualquer que seja o valor, ressalvados os 
casos de alienação de bens adquiridos em procedimentos judiciais ou mediante 
dação em pagamento (estes casos admitem tanto leilão como concorrência). 
- concessões de direito real de uso 
- elaboração do registro de preços, ressalvado neste caso a possibilidade de 
se utilizar da modalidade pregão. 
Estes são exemplos de objeto de licitações. Mas tenha em mente que a 
expressão significa apenas e tão somente “aquilo que se contrata” com a 
Administração Pública. Simples? Fácil? É porque é para ser mesmo! 
Só que agora o negócio vai ficar mais complicado. Nem sempre é necessário 
realizar a licitação. Como assim??? Você acabou de dizer que era! Sim, eu disse, 
mas digamos que nosso patrão tem lá seus caprichos :P. 
Existem dois motivos pelos quais uma licitação pode não ser feita: a primeira 
delas é simplesmente porque não dá para fazer, e a segunda é porque o Estado 
não deseja fazê-la. 
Tendo isto em mente, vamos refinar um pouco o raciocínio. 
Os casos de inexigibilidade de licitação compreendem hipóteses em que a 
competição entre licitantes é impossível, ou inviável. Sinta os artigos envolvidos: 
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em 
especial: 
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser 
fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a 
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a 
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, 
ainda, pelas entidades equivalentes; 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de 
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a 
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
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III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou 
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública. 
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito 
no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, 
publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos 
relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e 
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato. 
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado 
superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o 
fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de 
outras sanções legais cabíveis 
Veja que estes casos refletem uma impossibilidade de competição, o que 
torna a exigência de licitação quase uma piada de mau gosto. Exemplos esdrúxulos 
que podem fazer você entender a piada: 
I – A empresa “Mochileiros da Galáxia” é a única vendedora do aparelho 
“gerador de improbabilidade infinita”, uma geringonça vital para aqueles que 
desejam viajar no espaço. A partir do momentoem que o Estado demanda este 
aparelho, não há como outra empresa concorrer com a “Mochileiros da Galáxia”, 
visto que ela, e somente ela produzem a máquina. O servidor, coitado, não pode ser 
penalizado por não fazer a licitação neste caso. Mas, coisa muito diferente seria um 
edital de licitação que tivesse como objeto um carro da marca “PeopleWagen”. Esta 
exclusividade decorre da preferência de marca, coisa que o inciso I veda. 
II – Determinada Autarquia, que não conta com Procuradores em seus 
quadros funcionais, contrata o parecerista Pontes de Miranda para confecção de um 
parecer favorável à não aplicação do artigo 5º da Constituição Federal no âmbito 
desta federação, parecer este a ser apresentado perante o STF em ação direta de 
inconstitucionalidade. Para quem não conhece, Pontes de Miranda foi um 
doutrinador da disciplina de Direito Civil, e somente um parecer altamente 
especializado como o dele pode conceder à União a chance de passar com algo tão 
nefasto. Não adianta ser um parecer do Joãozinho das Flores, bacharel recém-
formado. A especialização faz o trabalho do tio Pontes mais super duper especial 
que os demais. Por outro lado, caso Didi Mendonça, renomado publicitário seja 
contratado para fazer propaganda sobre as escolas Federais, tal contratação, 
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apesar de constituir serviço técnico especializado, não poderá ser feita em regime 
de inexigibilidade de licitação, por conta da vedação do inciso II. 
Só para constar, o artigo 13 da Lei 8666/1993 é o seguinte: 
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais 
especializados os trabalhos relativos a: 
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou 
tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
VIII - (Vetado). 
Inciso III – A contratação do imortal Falcão, um cantor famoso por seu terno 
amarelo e girassol gigante para cantar em um show organizado por uma entidade 
pública para arrecadar fundos. De novo, não adianta chamar o Joãozinho das 
Flores, que além de bacharel, canta no bar do Tião as quintas e sextas feiras. O 
público consagrou Falcão, e sua participação no show é que o torna especial. 
Veja que nestes três casos, a inexigibilidade da licitação é a única saída, já 
que não tem jeito nenhum de se realizar uma licitação competitiva. 
Agora, meu filho, respire fundo, e pense comigo: é impossível prever todas as 
hipóteses de inexigibilidade de licitação. A imaginação de nosso legislador não pode 
ir tão longe, e ele tem mais coisas para fazer do que supor todas os 359847 casos 
em que seria impossível realizar uma licitação competitiva. Não é um capricho, é um 
fato. 
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Desta forma, o artigo 25 está apenas enumerando exemplos onde, 
obviamente, a competição é inviável. Mas, sempre que nos deparamos com uma 
hipótese de licitação inviável, estaremos diante da inexigibilidade. 
Assim, o rol do artigo 25 é exemplificativo, fornecendo apenas exemplos. 
Outros casos podem surgir (daí a locução “em especial”). 
Mas há casos em que a Licitação poderia ser realizada, mas o chefe tem 
suas preferências, e nestes casos, por razões referentes ao pequeno valor, a 
situações excepcionais, ao objeto e em razão da pessoa com quem contrata, 
opta por não realizar a licitação. 
Poderia ser vantajoso competir? Sim! Poderíamos encontrar alguém 
querendo dar mais? Sim! Mas o chefe simplesmente dispensou a realização deste 
procedimento. 
São os casos de dispensa de licitação. Sinta o drama (dê só uma passada de 
olho agora, preciso que você leia o que está lá embaixo para fechar o raciocínio): 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite 
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de 
uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no 
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela 
Lei nº 9.648, de 1998) 
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto 
na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, 
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior 
vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada 
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a 
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou 
particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial 
ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo 
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência 
da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
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V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não 
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as 
condições preestabelecidas; 
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou 
normalizar o abastecimento; 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente 
superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados 
pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, 
por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 
48) 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens 
produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração 
Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta 
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação 
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos 
casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa 
Nacional; (Regulamento) 
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades 
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a 
sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundoavaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em 
conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da 
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, 
inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo 
necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente 
da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à 
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação 
ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional 
específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem 
manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de 
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou 
entidade. 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da 
administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de 
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informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que 
integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, 
de 1994) 
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, 
necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao 
fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for 
indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, 
embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada 
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, 
por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos 
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde 
que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta 
Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de 
materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a 
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e 
terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 
1994) 
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins 
lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, 
para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço 
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à pesquisa 
científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por 
outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim 
específico; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) 
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural 
com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação 
específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista 
com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou 
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no 
mercado.(Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações 
sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades 
contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) 
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por 
agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de 
uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) 
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com 
entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma 
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associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de 
cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
XXVII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que 
envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante 
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído 
pela Lei nº 11.196, de 2005) 
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos 
urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, 
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas 
de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, 
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde 
pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que 
envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante 
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído 
pela Lei nº 11.484, de 2007). 
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes 
militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, 
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e 
ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008). 
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem 
fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no 
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura 
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 
2.010) Vigência 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da 
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela 
constantes. (Incluído pela Medida Provisória nº 495, de 2010) 
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da 
Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela 
constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) 
XXXII - na contratação emque houver transferência de tecnologia de produtos 
estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de 
setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por 
ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído 
pela Lei nº 12.715, de 2012) 
Bela paulada né? Vou ser honesto com você: é humanamente impossível 
memorizar estas hipóteses, e mesmo que seja possível, isto vai consumir um 
espaço monstruoso na sua cabeça que poderia ser mais bem aproveitado com outro 
conteúdo. Eu mesmo tenho de recorrer à Lei 8666/1993 quando preciso responder 
uma questão a respeito de Dispensa de Licitação. 
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O que você pode fazer é o seguinte: peque um lápis, e anote do lado de cada 
inciso em qual das quatro hipóteses ele se encaixa. Isso vai, aos poucos, ajudar 
você a memorizar mais naturalmente o assunto. Mas não se desespere se você, ao 
tomar posse no último cargo público da sua vida, ainda precisar recorrer ao Vade 
Mecum para responder estas perguntas :P 
Continuando. Repare que o artigo como um todo parece um tanto aleatório, 
né? Um monte de hipóteses sem aparente ligação. Existem duas razões para isso: 
- As hipóteses de dispensa de licitação são taxativas, ou seja, se não 
estiver previsto em lei, a licitação é obrigatória. Isso força o legislador a sair 
escrevendo tudo que lhe vem à cabeça, pois se não estiver lá, tem de licitar. Note 
que existem várias leis posteriores à 8666/1993 que adicionam novos incisos, e a 
tendência é isso continuar indefinidamente :P. 
- Como as dispensas de licitação tem origem casuística (são editadas para 
atender a determinados cenários, conforme vão surgindo), o artigo começa a 
crescer desordenadamente, e sem nenhuma coesão, já que a edição legislativa é 
fruto de diversas épocas, todas condensadas neste caótico dispositivo :P. 
E para ficar bonitinho, vamos ao SmartArt: 
 
Hipóteses 
de não 
realização 
da Licitação 
Inexigibilidade: 
Situações em que 
a competição é 
inviável. Rol 
Exemplificativo 
Dispensa: 
Situações em que 
a competição é 
dispensada. Rol 
Taxativo 
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E falta falar de um algumas coisinhas mais :P. A primeira delas você já 
conhece de outros carnavais: a homologação. 
A homologação é a simples aprovação do procedimento. Só que este ato 
singelo é precedido do exame de todos os atos que integraram o procedimento, de 
maneira a garantirmos que não houve nenhum vício no curso da licitação. Estando 
tudo em ordem, o procedimento é homologado. Igualzinho concurso público (alias, 
você ficaria surpreso com quantas perguntas sobre licitação você pode acertar 
pensando em concurso público :P) 
A segunda é um pouco mais pomposa. Nós não passamos por um monte de 
fases para que o objeto não fosse finalmente contratado. A Administração, através 
daquela longa lista de procedimentos previstos na Lei 8666/1993 queria saber quem 
oferecia o objeto da licitação nas melhores condições possíveis. E ela achou o 
sujeito ideal, razão pela qual homologou o procedimento, de maneira a atestar a 
regularidade de tudo que se passou ali. 
Aí chegamos à etapa final do procedimento licitatório: a adjudicação. 
Doutrinariamente, a adjudicação é "o ato pelo qual a Administração, pela 
mesma autoridade competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto 
da licitação". 
Primeira lição: adjudicação é um ato declaratório. Não é a assinatura do 
contrato. Assemelha-se mais a um ato formal no qual a Administração proclama 
que o objeto da licitação será entregue ao vencedor. Depois disso é que vem a 
convocação para assinatura do contrato. E se o licitante não assinar o contrato, 
apesar do objeto já ter sido adjudicado? 
Como eu já disse, a adjudicação não é a celebração do contrato. Se o 
particular, depois de tudo isso, não quiser contratar, não contrata e pronto. Será 
punido por isso, mas até que passe a caneta no contrato, não ocorreu a 
contratação. Isto deve ficar bem claro na sua cabeça. 
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4.3 Edital de Licitação 
Caro concurseiro. No fundo, você já sabe essa matéria. Era você que estava 
lá dando F5 constantemente na página do Diário Oficial (ou do Fórum, conforme seu 
nível de preguiça :P) para ver em primeira mão o edital de algum concurso (quem 
sabe até deste). 
O que é o edital? “Edital é o ato pelo qual a Administração divulga a 
abertura da concorrência, fixa os requisitos para participação, define o objeto 
e as condições básicas do contrato e convida a todos os interessados para 
que apresentem suas propostas”. Essa definição é da minha querida Professora 
de Direito Administrativo da Faculdade, que alguns de vocês conhecem por “DI 
PIETRO”. 
Vou começar fazendo as comparações com o edital de concurso público, e 
depois vou falar do edital de licitação. Assim, pela familiaridade, você vai saber o 
que procurar. Quer ver? 
- divulga a abertura da concorrência: A Administração Pública procura uma 
competição justa, mas, mais ainda, deseja que o máximo de pessoas apareça para 
fazer propostas, pois assim, é mais provável que consiga a melhor oferta possível. 
Isto só é possível através de divulgação, para que todos saibam que aquela licitação 
vai acontecer, e em breve. 
Pense no seu edital deste concurso: todo mundo ficou sabendo que o 
concurso estava aberto por conta do edital. Não foi manda uma cartinha para 
nenhum apadrinhado comparecer em um concurso secreto. Tornou-se público que o 
seu concurso público seria realizado e TODO MUNDO ficou sabendo. 
Uma questão interessante é a seguinte: porque a definição doutrinária fala 
sobre “concorrência”? A rigor, a fase de abertura do edital está vinculada a este tipo 
específico de licitação. 
A licitação na modalidade concorrência é a mais ampla possível, permitindo a 
participação de praticamente qualquer interessado. E mais ainda, de maneira a 
garantir essa participação ampla, faz uso do edital. Caso estivéssemos tratando da 
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modalidade de licitação “convite”, a Administração Pública mandaria o que 
chamamos de “carta-convite” para três potenciais fornecedores, e afixaria no quadro 
de avisos da repartição um informe para os demais. 
Veja que a carta-convite é diretamente direcionada a alguns fornecedores. 
No caso da concorrência, é na base do edital mesmo :P. 
- fixa os requisitos para participação: No caso do edital de concurso 
público, lá encontramos disposições a respeito da idade mínima, quitação das 
obrigações eleitorais e militares, nível de escolaridade exigido e afins. 
Para o nosso edital de licitação, a coisa não muda em absolutamente

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