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Leitura e Produção do Texto

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UNIDADE 1
LINGUAGEM, TIPOS TEXTUAIS E DISCURSOS: CARACTERÍSTICAS, CONCEITOS E SUAS OCORRÊNCIAS NO 
PROCESSO COMUNICACIONAL
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LINGUAGEM, TIPOS 
TEXTUAIS E DISCURSOS: 
CARACTERÍSTICAS, 
CONCEITOS E SUAS 
OCORRÊNCIAS NO PROCESSO 
COMUNICACIONAL
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INTRODUÇÃO
“A linguagem é o instrumento com que o homem pensa e sente, for-
ma estados da alma, aspirações, volições e ações, o instrumento com 
que influencia e é influenciado, o fundamento último e mais profun-
do da sociedade humana”. Louis Hjelmslev 
Foi a partir da necessidade humana de se comunicar que nasceu a linguagem. E 
é por ela e por meio dela que o ser humano realiza a ação de interagir com o mundo. 
As linguagens podem apresentar-se por meio da verbalização ou não da comunicação. Mas 
antes de discutirmos essas características precisamos compreender o significa a palavra 
“comunicação” e o que ela representa: Mas o que significa esta palavra?
Ao desdobrarmos essa palavra teremos a seguinte representação:
COMUNICAÇÃO: “comum” + “ação” = “ação em comum”
Machado (2011) afirma que a palavra comunicação deriva do latim “communicare”, 
e tem como significado “tornar comum”, “partilhar”, “repartir”. Observamos assim que a 
comunicação apresenta um contexto onde a participação, a interação entre duas ou mais 
pessoas (ou até mesmo elementos), sendo um o emissor de informações e o outro o receptor 
dessas informações, pois sem a presença desses polos comunicativos não haveria a partilha 
de informações, ideias, comandos e suas respostas.
Em nosso período contemporâneo temos acesso a diversificados meios que realizam 
o ato de comunicar, como por exemplo, por intermédio das instituições de ensino (escolas, 
cursos, faculdades, etc), por meio dos produtos que consumimos e, principalmente, pelas 
propagandas transmitidas pelos meios de comunicação sociais (internet, jornais, revistas, 
TV, livros, etc). Mas, para que possamos nos comunicar de forma adequada, transmitir e 
receber informações, precisamos entender um pouco mais sobre a “Linguagem, os tipos 
textuais e seus discursos”.
A partir deste momento, a Unidade 1 de nosso estudo, destaca a importância da 
linguagem para o crescimento profissional, acadêmico e pessoal, assim como, o conhecer 
e identificar os diferentes tipos textuais e suas características presentes no discurso oral e 
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escrito, tendo, como objetivo, a sistematização do pensamento, o aumento vocabular e a 
obtenção de informações gerais e específicas apresentadas em textos e em discursos orais 
e escritos.
A Unidade 1 da disciplina “Linguagem, tipos textuais e discursos: características, 
conceitos e suas ocorrências no processo comunicacional” apresenta, também, as formas da 
linguagem escrita (verbal e não verbal) existentes na atual sociedade e quais ferramentas 
presentes nesta linguagem auxiliam o processo de compreensão e entendimento de textos.
No decorrer do curso serão propostas algumas atividades no ambiente do sistema 
moodle, de forma a reforçar a aprendizagem, assim como, participações dos alunos em 
fóruns de debates para que a interação possa potencializar o conhecimento adquirido sobre 
“Linguagem, tipos textuais e discursos”.
Bons estudos a todos participantes!
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1. LINGUAGEM: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
Para iniciarmos os nossos estudos precisamos primeiramente entender o conceito 
de linguagem e suas características. Bechara (2006) afirma que o termo “linguagem” é 
atribuído por um sistema organizado por símbolos, sendo este complexo, extenso e apresenta 
propriedades específicas que realizam a função de codificar, estruturar e consolidar dados 
sensoriais, dando a esses um determinado sentido ou significado, permitindo assim a 
intercomunicação social, possibilitando ao homem comunicar as ideias, suas experiências 
e transmitir os seus saberes e conhecimentos - é, portanto, um sistema caracterizado pela 
troca de informações. 
Destacamos também que a linguagem humana é caracterizada pela sua grande 
diversidade, pela complexidade de suas formas de organização e de suas formas de atividades. 
Devemos lembrar que é por meio dela que as organizações e as atividades humanas ganham 
uma dimensão social. 
A linguagem, além de realizar a função de comunicação, desempenha ainda outras 
ações, dentre as quais podem apresentar características particulares, como, por exemplo: a 
função apelativa, a função expressiva, descritiva, estética, argumentativa e persuasiva. Mais 
a frente iremos abordar cada uma dessas características, fornecendo maiores explicações e 
exemplos.
Um mundo de informações!!!
 Figura 1: Língua e Linguagem do ser humano.
Fonte: Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/_XFqCiZcZBOU/S_0QTu674XI/AAAAAAAABaw/YlIR1l55zHI/
s320/vicios+linguagem.jpg. Acesso em: 15 set. 2013.
 Apresentaremos agora algumas características fundamentais presentes na 
linguagem. Pois a linguagem é (MESQUITA, 2007):
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 @ a) Transmissível e traduzível em outra linguagem: a linguagem pode caracterizar-
se pela possibilidade de se transformar em outra forma de linguagem, permitindo 
assim a comunicação entre diferentes pessoas que de outra forma não se 
poderiam entender.
 @ b) Fenômeno social: a linguagem apresenta-se também como fenômeno social, 
pois exprime a relação que uma sociedade estabelece com o mundo que a 
circunda e a civilização dessa sociedade. A língua é por si própria um fato social, 
produto das ações e relações dos seres humanos organizados em comunidades. 
A linguagem, como prática social, exige do usuário desta língua um olhar de um 
lugar sócio-histórico marcado por conotações de ideologias.
 @ c) Possibilidade de dar sentido: outra característica de grande importância 
da linguagem é a possibilidade que esta tem de dar sentido/significado às 
experiências, noções e pensamentos de cada pessoa pode ter, transformando 
vivências pessoais em forma de linguagem.
 @ d) Organização racional: a linguagem apresenta-se também por meio de uma 
organização racional, pois esta possui um conjunto de regras, isto é, com uma 
determinada sintaxe. Essas regras, oriundas de um resultado de racionalização, 
estabelecem as formas de combinar significativamente os símbolos linguísticos.
Sintaxe: Conjunto de regras que determinam a ordem e as relações 
das palavras na frase. Fonte: Aulete Digital, 2013.
Símbolos linguísticos: Corresponde as famílias tipográficas e suas 
combinações semânticas em forma de enunciados. Fonte: Aulete 
Digital, 2013. 
Ao falarmos em símbolos linguísticos não podemos deixar de mencionar o signo 
linguístico que é composto pelo significado e o significante, vamos então conhecer o que são 
e quais os seus significados e sua importância para a linguagem.
1.1 SIGNO LINGUÍSTICO: SIGNIFICANTE VERSUS SIGNIFICADO
De acordo com o Curso de Linguística Geral (2004, p. 80), obra que reúne anotações 
de um curso ministrado por Sausurre em 1916, afirmando que “o signo linguístico une não 
uma coisa a uma palavra mas um conceito a uma imagem acústica”. Esta ideia sobre o 
conceito de signofoi publicada na primeira edição desta obra que é uma coletânea das 
anotações pelos alunos de Sausurre.
As palavras são as representações de idéias, conceitos e ações, constituídas por um 
significante (por fonemas e letras) e o seu significado (o sentido da palavra para o ouvinte).
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Para melhor visualizar esses conceitos podemos exemplificar: a palavra hoje tem 
como significante as letras h-o-j-e e os fonemas / ho / j / e / e como significado: o momento 
ao qual estamos agora. Isso não representa que esse significado seja exclusivo dessa palavra 
e vice e versa. O mesmo conceito pode ser representado por palavras distintas: atualmente, 
presentemente, etc.
Desta forma, assim que ouvimos uma palavra logo percebemos a combinação de 
sons (o significante) ao qual associamos de maneira imediata a um conceito (o significado).
Vamos ver um outro exemplo:
Figura 2: Significante x Significado. 
Fonte: Disponível em: http://www.kalipedia.com/kalipediamedia/lenguayliteratura/media/200704/17/lenguac
astellana/20070417klplyllec_2.Ees.SCO.png. Acesso em: 18 set. 2013.
Após compreendermos um pouco mais sobre significante e significado podemos 
então dar continuidade ao nosso estudo. Iremos abordar os tipos textuais.
2. TIPOS E TEXTUAIS
Para que possamos desenvolver as habilidades técnicas para a produção de textos 
coerentes, concisos e bem estruturados, precisamos, primeiramente, conhecer os diferentes 
tipos textuais que fazem parte do contexto da linguagem e da comunicação.
A partir de agora estudaremos os três principais tipos textuais, sendo eles: os textos 
narrativos, os textos descritivos e os textos dissertativos.
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 2.1 – TEXTOS NARRATIVOS
As narrações fazem parte do nosso dia a dia por meio do que contamos as pessoas, 
das histórias as quais ouvimos a todo o momento e de textos que lemos nos jornais, nas 
revistas, informativos, dentre outros.
A narração se tipifica quando um texto (nosso objeto de estudo) nos fornece 
informações referentes ao tempo e o espaço ao qual aquela específica ação (história) ocorre, 
desencadeando uma seqüência de fatos e acontecimentos que caracterizam o inicio, o meio 
e o fim de uma historia (narração).
Sendo assim, é comum encontrar no texto narrativo as seguintes estruturas:
 @ a) Apresentação: nessa parte do texto podemos evidenciar a introdução de 
personagens e algumas circunstâncias da historia, como, por exemplo: o 
momento e o lugar ao qual a ação ocorrerá. Podemos identificar também que o 
narrador (escritor) apresenta um cenário e a demarcação do tempo das ações 
dos personagens no inicio de suas ações. 
Existem casos em que o texto narrativo já apresenta os fatos 
e os seus personagens em pleno desenvolvimento de ações, não 
expondo ao leitor uma prévia apresentação de seu todo.
 @ b) Complicação: encontramos essa estrutura quando o texto apresenta ao leitor 
o início propriamente dito da ação, tendo como pontapé inicial algum motivo, 
algum acontecimento ou a tomada de ação por algum personagem dando origem 
a transformação do estado inicial da narrativa (momento de equilíbrio da 
narração) de forma a sucederem episódios que conduzem a história a um clímax.
 @ c) Clímax: no clímax encontramos o ponto ao qual a narrativa atinge um momento 
crítico: o seu ápice da história. De forma a conduzir a sucessão de fatos a um 
desfecho final ou parcial para a história narrada.
 @ d) Desfecho: é o momento final da narração ao qual ocorre a solução do conflito 
gerado pelas ações dos personagens, de forma a restabelecer novamente o 
equilíbrio a narração, podendo permitir uma avaliação de todos os fatos que 
ocorreram nessa história.
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Durante a composição da narração podemos identificar uma seqüência cronológica, 
por meio da conjugação de verbos, do uso de advérbios e das conjunções que indicam o tempo 
da sucessão de fatos e ações dos personagens. Esses elementos são de grande importância 
para se garantir uma estrutura textual coesa entre as suas diversas partes do texto narrativo.
Outro fator essencial para o texto narrativo é a sua composição de personagens, 
composto por: protagonista (personagem ou um grupo principal), antagonista (personagem 
ou um grupo que realiza ações de forma a prejudicar ou impedir o protagonista de realizar 
seus propósitos) e também personagens secundários, que são chamados de adjuvantes ou 
coadjuvantes.
Outro elemento fundamental para que o sucesso do texto narrativo é a figura do 
narrador da história. O narrador é responsável pelas informações, os fatos, os acontecimentos, 
apresentados ao leitor do texto, dando a esse as explicações ou não dos fatos narrados 
atuando de forma intermediária entre as ações narradas e o leitor.
O narrador pode se apresentar na narrativa como um personagem, relatando o que 
vivencia, ou o que testemunha, se utilizando da primeira pessoa (eu, nós). Assim como pode 
descrever as ações como se fosse alguém que as observa, podendo ser onisciente (conhecer 
até os pensamentos dos personagens) ou onipresente (estando presente em todos os fatos e 
acontecimentos da narração) se utilizando da terceira pessoa (ele, eles, ela, elas).
É de grande importância que você possa considerar todos os 
elementos narrativos apresentados até aqui como recursos 
essenciais para a construção do seu texto narrativo (e também 
para realizar a análise de textos de terceiros), mas também não 
deve se observar esses elementos como obrigatórios e infalíveis 
para uma boa produção textual. Você deve manipular esses 
elementos da forma mais adequada aos seus propósitos e a 
finalidade da sua produção textual. Fica aí a dica: Seja criativo!
Vamos conhecer um pouco mais sobre um texto narrativo, observe abaixo o exemplo 
apresentado com as estruturas que acabamos de explicar:
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Ex: Figura 3: Texto Narrativo 
Fonte: Disponível em: http://i.imgur.com/1NR5Fqy.png. Acesso em: 18 set. 2013.
Observando a o texto e as anotações que foram feitas ao lado dele, notamos 
claramente as quatro estruturas que estão sempre presentes em textos narrativos: 
apresentação, complicação, clímax e desfecho. Percebemos a evolução da narrativa e a 
apresentação descritiva dos personagens ao longo da história escrita por Rachel de Queiroz.
Após conhecermos e identificarmos as características e as estruturas de um texto 
narrativo, iremos discorrer sobre textos descritivos. 
2.2 – TEXTOS DESCRITIVOS
Se ligarmos a TV em um programa policial, desses que falam sobre a violência das 
cidades, podemos notar que as vezes os repórteres apresentam uma notícia e mencionam a 
montagem do “retrato falado” de algum suspeito de um crime.
Quando pegamos o celular e ligamos para um amigo, familiar ou colega de trabalho 
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e descrevemos: o dia ensolarado ou chuvoso, a temperatura do momento (quente ou fria), 
algum fato ocorrido ou uma situação presente, estamos exercitando a nossa capacidade 
descritiva.Pare para pensar um pouco e observar como nós nos utilizamos da descrição no dia 
a dia e talvez nem percebamos? 
 Aplicamos à linguagem verbal para descrevermos imagens que representam pessoas, 
animais, objetos, e demais situações por meio do que os nossos sentidos captam: sentimos, 
vemos, aspiramos ou percebemos. Através do nosso ponto de vista (espacial ou interpretativo) 
tentamos descrever a imagem que estamos presenciando ou estávamos presenciando.
Antes de se elaborar um texto descritivo devemos desenvolver um plano de trabalho. 
E para isso devemos pensar nos seguintes questionamentos:
 @ I – Como devo apresentar os detalhes do que estou descrevendo?
 @ II – Qual ordem de apresentação deve ser seguida para criar a melhor imagem 
para a pessoa que está lendo?
 @ III – Como descrever o todo e também os seus detalhes?
Durante o ato da escrita descritiva o nosso estado de espírito e a nossa atitude, 
perante a imagem captada, podem influenciar na seleção e na organização de dados para a 
construção do texto. O escritor tende de certa forma a utilizar marcas pessoais no momento 
da descrição textual.
A ocorrência de uma maior ou uma menor impregnação da postura pessoal do 
escritor em um texto descritivo não é nenhum problema, pois o texto busca transmitir uma 
sensação e/ou uma impressão despertada pelo que se descreve indo muito mais além do que 
apenas um retrato fiel. 
Se procurarmos descrever algo em sua objetividade absoluta, temos que recorrer 
ao auxilio da descrição técnica. Mas é praticamente impossível anularmos a interferência de 
quem descreve uma imagem ou um texto.
O ato de descrever propõe-se a informar o leitor por meio da comunicação de 
impressões, detalhes, sentimentos, emoções, dentre outros aspectos, captando um recorte 
da realidade e transcrevendo-a em um texto ou até em uma imagem.
Vamos verificar um exemplo de texto descritivo:
Ex:
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Figura 4: Samsung Galaxy S3 e S4 (Comparativo). 
Fonte: Disponível em: http://static.zoom.com.br/content/Image/2013%20-%20jan%20a%20jul/celular/
comparativo%20galaxy%20s3%20s4.jpg. Acesso em: 19 set. 2013.
O exemplo apresentado tipifica exatamente as características de um texto 
descritivo. No quadro comparativo podemos identificar as descrições de cada um dos dois 
celulares apresentados, características técnicas, tamanhos, tipos de câmeras, resolução de 
tela, capacidade da bateria e potência do processador.
Os meios de tecnologia trabalham com textos descritivos a todo o momento, pois 
eles precisam apresentar características que a destaquem o seu produto ou serviço dos 
demais concorrentes do mercado de inovações tecnológicas.
Vamos agora conhecer as especificações de um texto dissertativo. 
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2.3 – TEXTOS DISSERTATIVOS
Em nosso cotidiano estamos, de forma constante, expondo: idéias, pensamentos 
e opiniões. E em vários desses momentos do cotidiano somos impelidos a esclarecer nossos 
pontos de vista de forma convincente ou até mesmo persuasiva, para que a outra pessoa a 
aceite, adote-a ou se convença da nossa forma de pensar.
Reflita comigo: essas ações ocorrem em nossos relacionamentos de amizade, de 
convivência com amigos, pais, familiares ou colegas de trabalho, em nossos relacionamentos 
amorosos e na relação professor-aluno (e vice versa). 
De diversas vezes e formas utilizamos nossas faculdades mentais para a dissertação, 
ou seja, para a organização de palavras, de sentenças e de frases com intuito da exposição 
do nosso pensamento por meio da apresentação de conceitos, de dados e ideias.
Diariamente recebemos uma grande quantidade de informações e mensagens que 
buscam a nossa adesão a diferentes formas da realidade. Essas mensagens nos alcançam pelos 
meios de comunicação: jornais, rádio, canais de TV, internet, revistas, livros, conversas, 
entre outras; tentando nos convencer da qualidade de produtos, dos benefícios de certos 
alimentos, dos erros ou acertos do governo, de um novo jeito de se levar a vida, ou seja, de 
quase tudo e quase todos.
Em todos esses textos (falados ou escritos) podemos perceber, em maior ou menor 
eficiência, a linguagem argumentativa, que busca nos convencer e não somente nos informar.
A elaboração de um texto argumentativo exige o conhecimento e o domínio das 
diferentes formas do funcionamento da linguagem escrita. Esse conhecimento e esse domínio 
perfazem as questões da ortografia da língua portuguesa, de um amplo vocabulário e suas 
construções sintáticas e da capacidade de representar expressões da fala.
O texto dissertativo requer do autor o conhecimento do assunto pelo qual ele se 
propôs a escrever, assim como uma tomada de posição crítica diante do mesmo. O autor 
deve então buscar por dados, informações, ideias e opiniões para construir argumentos que 
fundamentem o seu texto dissertativo.
Para se produzir um bom texto dissertativo, o escritor deve-se manter em permanente 
trabalho de pesquisa e atualização, assim como desenvolver e exercitar a sua capacidade 
de crítica. Um bom modo de se exercitar a crítica é a utilização da dúvida. Busque sempre 
questionar a informação que acabou de receber, procure saber sobre sua veracidade, sobre 
sua origem, se existe uma outra versão para esse acontecimento, qual o canal de informação 
que a veiculou, procure investiga-la sendo mais crítico e analítico.
Para a elaboração de um bom texto dissertativo é preciso desenvolver um plano 
de trabalho, organizando as informações, as ideias, os conceitos e o nosso posicionamento 
crítico, de forma que o texto produzido satisfaça o objetivo ao qual ele foi proposto. 
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O texto dissertativo está fundamentado em três principais estruturas: a introdução, 
o desenvolvimento e a conclusão.
Figura 5: Estrutura de um texto dissertativo. 
Fonte: Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_P1mwLx0bQHY/TB-XYcr9-CI/AAAAAAAAAAM/2ItQLZ77t6I/
s320/Apresenta%C3%A7%C3%A3o1.jpg. Acesso em: 20 set. 2013.
Vamos falar um pouco mais sobre essas estruturas.
 @ I – Introdução: é o ponto inicial da construção do texto dissertativo. Na introdução 
de seu texto devemos encontrar o assunto a ser tratado de forma clara e concisa, 
delimitando o assunto e seus questionamentos, mostrando ao leitor por qual 
caminho o escritor irá seguir.
A introdução tem também, como função, despertar o interesse do leitor por meio da 
formulação de uma tese que deverá ser discutida e provada ao longo do texto, assim como 
propor questionamentos que serão debatidos e respondidos durante o desenvolvimento 
textual e finalizados em sua conclusão.
 @ II – Desenvolvimento: o desenvolvimento é composto por conceitos, teorias, 
informações, ideias e ações argumentativas e explicativas que serão desenvolvidas 
de forma organizada e criteriosa. 
O desenvolvimento de um texto é gradual e progressivo, por meio dos questionamentos 
propostos na introdução o autor deve abordar assuntos específicos de forma argumentativa 
e explicativa.
Todo o conteúdo a ser expandido na parte do desenvolvimento do texto dissertativo 
pode apresentar-se de diferentes maneiras, levando-se sempre em conta o propósito do 
texto e as informações que o autor tem em sua disponibilidade.
 @ III – Conclusão: é a finalização, o desfecho, o término do texto dissertativo. Essa 
parte apresenta-se por meio de um resumosucinto avaliando tudo o que foi 
escrito, expondo de forma clara uma avaliação final do assunto abordado. Na 
conclusão também podemos sugerir propostas de ações dando a possibilidade do 
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desenvolvimento de temáticas correlacionadas ao que o autor desenvolveu no 
seu texto dissertativo.
Vamos observar um exemplo de texto dissertativo:
Ex:
Figura 6: Mídias Sociais. 
Fonte: Disponível em: http://www.ratts.com.br/wp-content/uploads/2013/09/midias-sociais-centralizado.jpg. 
Acesso em: 19 set. 2013.
O texto escrito pela empresa RATTS/RATIS é um exemplo de texto dissertativo. O 
texto, que realiza um intertextualização com as diversas ferramentas sociais eletrônicas, 
apresenta uma introdução sobre o assunto que permeio “o acesso as mídias sociais”, 
desenvolvendo alguns aspectos delas e das ações de seus usuários chegando a conclusão de 
que se o usuário realiza essas ações descritas, como por exemplo “curtir no Facebook ou 
Like no Instagram” a empresa tem uma vaga para você atuar por meio das características do 
usuário digital.
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Para você aprofundar um pouco mais nos tipos 
textuais e suas características
Livro: Redação de Textos Dissertativos
Autores: Luiz Ricardo Leitão, Manoel de Carvalho 
Almeida
e Manuel Ferreira da Costa - Editora Ferreira 
O processo da escrita e da compreensão tipos textuais são 
aperfeiçoados com a realização de alguns exercícios práticos, 
ou seja, realizar leituras de estudo, de compreensão e de 
identificação dos diferentes tipos de textos e seus elementos é 
essencial para o aprendizado. O exercício da escrita, em seus 
diversos estilos textuais, irá te levar ao aperfeiçoamento das 
suas habilidades nessa área, caro(a) aluno(a). Fica aí a dica: É 
fundamental exercitar a leitura e a escrita para desenvolvê-las.
Pense um pouco no seu dia a dia e reflita: 
a) Com quais textos você tem mais contato no seu dia a dia? 
b) Qual o tipo de linguagem que você mais se utiliza?
c) Qual o tipo de texto é mais utilizado por você ao produzir à 
escrita?
Essas reflexões irão nos ajudar a conhecer o ambiente de estudo 
e de trabalho que nos rodeia quando abordamos a linguagem 
representada nos tipos textuais da sociedade contemporânea.
 
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ATIVIDADE
Chegamos ao final da Unidade 1, depois de muitas informações e leituras e com a 
certeza termos aprendido bastante sobre a linguagem, os tipos textuais, e quão 
presente esses estão em nossas vidas no dia a dia. 
A atividade final tem como intuito encerrarmos esse primeiro estágio da nossa 
aprendizagem no curso de “Leitura e Produção do Texto” e exercitarmos um 
pouco o que aprendemos juntos no decorrer dessa unidade.
1 – Preencha os espaços retangulares abaixo com os conceitos:
a) Significado
b) Significante
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Leia o texto abaixo:
ARMA
Luís Fernando Veríssimo
Nessa discussão sobre baixarias na TV e a má qualidade 
generalizada do que vai ao ar, ninguém se lembra que toda casa 
brasileira — pelo menos toda casa brasileira com TV — tem uma arma 
eficaz de autodefesa. É uma arma poderosa. Com ela se cala a boca do 
político embromador e do apresentador gritão, se elimina o programa 
que choca ou desagrada e o troca por outro, se chega até, em casos 
extremos, a cortar a força do aparelho ofensivo e silenciá-lo, para 
sempre ou por algum tempo, para aprender. E tudo isto sem sair da 
poltrona.
O nome da arma é Controle Remoto. É movida a pilhas e cabe 
na palma da mão. Não é uma invenção muito antiga. (Sim, crianças, 
houve um tempo em que para ligar e desligar a TV ou mudar de canal 
você precisava sair do sofá e ir até lá. Inconcebível, eu sei.).
Mas minha neta começou a usar o controle remoto antes de 
começar a andar, e pelo menos duas gerações se criaram usando-o 
sem se dar conta da mágica que tinham nas mãos. O poder de mover 
as coisas à distância e comandar o mundo sem precisar sair do lugar é 
uma ambição humana desde as primeiras bruxas, mas as gerações que 
se criaram com ele usam o CR com a inconsciência de um cachorro 
brincando com uma bola de césio.
Se não se dão conta do seu poder mágico, muito menos se dão 
conta de que o CR é uma arma. Porque o CR também representa essa 
outra coisa potente que temos para nos defender das agressões da TV: 
o livre arbítrio. A capacidade de decidir por nós mesmos. De procurar 
uma alternativa, outro canal, ou o silêncio. Em vez de dizer “isto 
deveria ser proibido” e incentivar, indiretamente, a censura, e negar 
o direito dos outros de gostarem de porcaria, deveríamos exercer, 
soberanamente, a liberdade de escolha do nosso dedão.
Fonte: O Globo, 02 fev. 2012
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2) Classifique os trechos extraídos da crônica de Luís Fernando Veríssimo, de 
acordo com a categorização dos tipos textuais.
a) “É movida a pilhas a pilhas e cabe na palma da mão. Não é uma invenção muito 
antiga.”
b) “...minha neta começou a usar o controle remoto antes de começar a andar.”
c) “Porque o CR também representa essa outra coisa potente que temos para nos 
defender das agressões da TV: o livre arbítrio.”
d) “Em vez de dizer ‘isto deveria ser proibido’ e incentivar, indiretamente, 
a censura, e negar o direito dos outros de gostarem de porcaria, deveríamos 
exercer, soberanamente, a liberdade de escolha do nosso dedão.”
e) “...deveríamos exercer, soberanamente, a liberdade de escolha do nosso 
dedão.”
3) Pode-se dizer que, ainda que o texto contenha trechos de diversos tipos 
textuais, predomina nele um determinado de organização textual. Qual seria 
ele? Por quê?
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4) Explique por que o controle remoto é comparado a “uma arma poderosa”, 
retirando do texto passagens que ratifiquem esta comparação.
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UNIDADE 1
LINGUAGEM, TIPOS TEXTUAIS E DISCURSOS: CARACTERÍSTICAS, CONCEITOS E SUAS OCORRÊNCIAS NO 
PROCESSO COMUNICACIONAL
Leitura e Produção do Texto
Curso de Licenciatura em Computação
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PARABÉNS CARO(A) ALUNO(A)
Nossa! Quantas informações significativas para o desenvolvimento da identificação 
e compreensão sobre a linguagem e os tipos textuais que são presentes em nosso dia a dia e 
em todos os momentos da sociedade contemporânea a que vivemos.Parabenizo você aluno(a) por mais esta vitória e por ter chegado até o fim desta 
unidade. Estamos muito felizes em tê-lo conosco e queremos continuar o processo de 
aprendizado através da sequência deste estudo por meio da Unidade 2. 
Aguardo todos vocês para trabalharmos com: as características dos hipertextos 
e o conhecimento das tipologias textuais com o objetivo de realizar leituras em textos 
dissertativos e científicos para a produção de textos na Unidade 2.
Um grande abraço a todos.

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