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Semiologia e semiotécnica AULA: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO PROCESSO DE MORTE PROFª JAYLEN FRANÇA PROCESSO DE MORTE Morrer – tempo entre o momento em que a doença se torna irreversível até aquele em que o individuo deixa de responder a qualquer medida terapêutica, progredindo inexoravelmente para a morte. Fases do processo de morte A reação psíquica determinada pela experiência com a morte, vivida pelo indivíduo ou familiares, foi descrita por Elisabeth Kubler-Ross como tendo cinco estágios sequenciais: Negação Raiva Barganha Depressão Aceitação negação Negação é a não aceitação da realidade. São mecanismos de defesa temporários diante da morte. A intensidade e duração desses mecanismos de defesa dependem de como a própria pessoa que sofre e as outras pessoas ao seu redor são capazes de lidar com essa dor. Em geral, a Negação e o Isolamento não persistem por muito tempo. raiva Surge devido à impossibilidade de manter a Negação e o Isolamento. Os relacionamentos se tornam problemáticos e todo o ambiente é hostilizado. Junto com a raiva, também surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento. Transformar a dor psíquica em agressão é comum. É importante, nesse estágio, haver compreensão dos demais sobre a angústia transformada em raiva na pessoa que sente interrompidas suas atividades de vida pela doença ou pela morte. barganha Acontece após a pessoa ter deixado de lado a Negação e o Isolamento, “percebendo” que a raiva também não resolveu. A maioria dessas barganhas é feita com Deus e, normalmente, mantidas em segredo. A pessoa se envolve com a religiosidade e implora que Deus aceite sua “oferta” em troca da vida, como por exemplo, sua promessa de uma vida dedicada à igreja, aos pobres, à caridade, ou promessas como deixar de beber, fumar. Na realidade, a barganha é uma tentativa de adiamento. Nessa fase o paciente se mantém sereno, reflexivo e dócil (não se pode barganhar com Deus, ao mesmo tempo em que se hostiliza pessoas). depressão Aparece quando o paciente toma consciência de sua debilidade física, quando já não consegue negar suas condições de doente, quando as perspectivas da morte são claramente sentidas. Evidentemente, trata-se de uma atitude evolutiva. Surge então um sentimento de grande perda. aceitação Nesse estágio o paciente já não experimenta o desespero e nem nega sua realidade. Esse é um momento de repouso e serenidade antes da morte. Assim ocorrendo, o processo até a morte pode ser experimentado em clima de serenidade por parte do paciente e, pelo lado dos que ficam, de conforto, compreensão e colaboração para com o paciente. Orientações para ajudar o paciente a enfrentar a morte Aceite o comportamento dos pacientes não importando qual seja; Oportunize aos pacientes momentos para a expressão livre de seus sentimentos; Trabalhe para compreender os sentimentos dos pacientes; Use afirmações de ampla abertura, como "Deve ser difícil para você", e "Gostaria de conversar a respeito?" Realizando os cuidados terminais Hidratação Alimentação Eliminação Fisiológica Higiene Posição Conforto Constatação do óbito O enfermeiro e outros profissionais da saúde podem confirmar a morte pela verificação de inconsciência, ausência de respiração e de pulso. A constatação do óbito é oficialmente feita pelo médico, que confirma o diagnóstico e realiza os registros no prontuário do paciente. Quem comunica o óbito? Parecer Coren/SC Nº 005/CT/2015 PARECER COREN-SP 003/2016 – CT Cuidados com o corpo após a morte Deverão ser prestados de forma digna, com sensibilidade e respeito, levando-se em consideração as crenças culturais ou religiosas do paciente e familiares. Código de Ética (Resolução COFEN 311/2007) Seção I , das relações com as pessoas, família e coletividade; das responsabilidades e deveres dos profissionais de enfermagem ,afirma: “Art 19- Respeitar o pudor. A privacidade e intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pos-morte.” Cuidados com o corpo após a morte Responsável pela prescrição: Enfermeiro Responsáveis pela execução: Enfermeiro e Técnico de Enfermagem Finalidades: Remover os dispositivos Limpar, tamponar e identificar o corpo Colocar o corpo em posição anatômica para o sepultamento Cuidados com o corpo após a morte Materiais: Equipamentos de Proteção Individual - EPI - (máscara cirúrgica, óculos protetor, avental e luvas de procedimento) Cuidados com o corpo após a morte Materiais: Biombo Bandeja Pinça longa (Cheron) Tesoura ou bisturi (SN) Algodão e gaze Material para aspiração (SN) Cuidados com o corpo após a morte Materiais: Atadura crepe Mortalha Lençol e esparadrapo Microporo (SN) Compressa de banho (SN) Papel toalha (SN) Sabonete líquido (SN) Lixeira Hamper Prótese dentária (se houver) Maca Cuidados com o corpo após a morte Descrição dos procedimentos Desligar todos os equipamentos, após a constatação escrita do óbito pelo médico responsável. Paramentar-se com os EPI Higienizar as mãos Reunir os materiais necessários e encaminhá-los à unidade Colocar a bandeja com os materiais sobre a mesa de cabeceira. Colocar o biombo, se necessário. Cuidados com o corpo após a morte Descrição dos procedimentos Posicionar a cama na horizontal com a cabeceira levemente elevada. Soltar os lençóis da cama e retirar o travesseiro. Fechar os olhos do cliente, pressionando as pálpebras. Caso não seja possível, fixá-las com tiras de fita adesiva. Retirar os cateteres, as cânulas e os drenos com auxílio de tesoura ou bisturi, se necessário, colocando-os em um recipiente de descarte. Fazer curativo oclusivo nos sítios de inserção de dispositivos que estiverem drenando secreções, utilizando gazes e fita adesiva. Cuidados com o corpo após a morte Descrição dos procedimentos Aspirar secreções da naso e orofaringe, se necessário. Colocar ou reposicionar a prótese dentária, se houver. Tamponar os orifícios naturais do corpo (narinas, ouvidos e regiões orofaríngea, vaginal e anal) com algodão seco, por meio de uma pinça longa, de tal maneira que não apareça o algodão. Remover os curativos e refazê-los, quando for necessário. Fazer a higiene do corpo com compressa úmida com água e sabonete líquido na presença de sangue, secreções e outras sujidades. Cuidados com o corpo após a morte Descrição dos procedimentos Remover os lençóis sujos e molhados, desprezando-os no hamper. Sustentar a mandíbula com atadura crepe ou com esparadrapo, amarrando-o no alto da cabeça. Unir as mãos sobre a região epigástrica e fixá-las com atadura crepe ou esparadrapo. Juntar os pés e fixá-los com atadura crepe ou fita adesiva. Cuidados com o corpo após a morte Descrição dos procedimentos Identificar o paciente - nome completo, DN, data e hora do óbito, setor e número do leito, nome do responsável pelos cuidados Colocar na mortalha ou enrolar no lençol e prender com esparadrapo Reunir o material e organizá-los Retirar os EPI’s Lavar as mãos Acionar maqueiro Acionar limpeza do leito Proceder as anotações de enfermagem Intervenções de Enfermagem Observações Evitar comentários desnecessários e manter atitude de respeito durante o cuidado com o corpo. Respeitar as crenças dos familiares ao preparar o corpo. Não realizar os procedimentos de higienização e tamponamento para o corpo que será encaminhado ao IML e/ou que esteve hospitalizado por um período inferior a 24 horas. Nesses casos, deve ser feita somente a identificação, e os cuidados com o corpo passam a ser do local onde o corpo será encaminhado. Permitir que a família veja o corpo antes de ser encaminhado, quando solicitado.
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