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1 Direitos Fundamentais

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Aula 01
Direito da Criança e do Adolescente p/ OAB 1ª Fase - com videoaulas
Professor: Ricardo Torques
 
ECA - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 01 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 42 
 
 
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SUMÁRIO 
1 - Considerações Iniciais ....................................................................................... 2 
Direitos Fundamentais 
2 - Direitos Fundamentais do ECA ............................................................................ 2 
2.1 - Direito à Vida e à Saúde .............................................................................. 3 
2.2 - Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade ............................................... 4 
2.3 - Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer ....................................... 6 
2.4 - Direito à profissionalização e à proteção no trabalho ....................................... 9 
3 - Direito à convivência familiar e comunitária. .......................................................10 
4 - Família Natural ................................................................................................12 
5 - Família substituta ............................................................................................14 
5.1 - Guarda .....................................................................................................15 
5.2 - Tutela ......................................................................................................16 
6 - Adoção nacional ..............................................................................................23 
6.1 - Requisitos objetivos da adoção ....................................................................25 
7 - Adoção internacional ........................................................................................31 
8 - Lista de Questões de Aula .................................................................................34 
9 - Considerações Finais ........................................................................................42 
 
 
 
ECA - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 01 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 42 
 
1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Sejam bem-vindos ao nosso Curso de Estatuto da Criança e do 
Adolescente para o XXII Exame da OAB. Esse é um assunto 
fundamental para o nosso Exame. 
Para que vocês tenham ideia, das 36 questões anteriores cobradas pela FGV 
em Estatuto da Criança e do Adolescente, 15 versaram sobre assuntos que 
serão estudados hoje. Desse modo, redobre a atenção. As duas questões 
do XX Exame de Ordem poderiam ser resolvidas com o estudo dessa aula. 
No XXI Exame foi uma questão de adoção! 
Os direitos fundamentais estão presentes entre os arts. 7º a 70 do ECA. Em 
síntese, todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa são assegurados 
às crianças e aos adolescentes, com o diferencial de que esses direitos 
devem ser assegurados com prioridade absoluta e objetivando à proteção 
integral. 
Com fins didáticos, nossa aula será dividida da seguinte forma: 
ª Na primeira parte da aula vamos destacar vários direitos previstos 
no ECA, mais especificamente: 
x direito à vida e à saúde 
x direito à liberdade, ao respeito e à dignidade 
x direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer. 
Essa primeira parte será analisada com objetividade. Destacaremos 
as principais regras para a nossa prova. 
ª A segunda parte da aula será destinada ao estudo de alguns 
institutos fundamentais do ECA, tais como famílias (natural, 
substituta), guarda, tutela e adoção. É aqui que se concentra a parte 
mais significativa das questões. 
Boa aula a todos! 
2 - DIREITOS FUNDAMENTAIS DO ECA 
Em relação aos direitos fundamentais o ECA disciplina os seguintes 
capítulos: 
x direito à vida e à saúde; 
x direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; 
x direito à convivência familiar e comunitária; 
x direito à educação, à cultura e ao lazer; e 
x direito à profissionalização e à proteção no trabalho. 
Desses direitos deixaremos a parte relativa à convivência familiar e 
comunitária para tratar em capítulo específico, ainda nesta aula. Optamos 
por colocar em capítulo próprio da aula, em razão da grande incidência do 
assunto em Exames da OAB. 
Portanto, veremos: 
 
ECA - XXII EXAME DA OAB 
teoria e questões 
Aula 01 - Prof. Ricardo Torques 
 
 
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2.1 - Direito à Vida e à Saúde 
O direito à vida e à saúde são inerentes à condição humana. Em relação às 
crianças e aos adolescentes confere-se um tratamento privilegiado, em 
razão das peculiaridades da fase de sua existência. 
A efetivação desses direitos, de acordo com o art. 7º, do ECA, deve ocorrer 
por intermédio de políticas públicas para o desenvolvimento sadio e 
harmonioso, em condições dignas. 
Nesse contexto, o ECA assegura o atendimento à gestação. Em relação a 
esse aspecto tivemos várias alterações promovidas pela Lei 13.257/2016. 
Devido ao fato de serem alterações recentes no ECA, vamos dar a devida 
atenção ao assunto. 
Essa lei recebeu a denominação de Marco Legislativo da Primeira 
Infância, com a fixação de princípios e diretrizes. 
Mas qual o conceito de primeira infância? 
De acordo com a Lei 13.257/2016 primeira infância compreende o período 
entre primeiros 6 anos completos ou 72 meses de vida da criança. 
Assim, a primeira informação que você deve levar para a prova é a 
seguinte: 
 
Essa nova lei trouxe diversas alterações. Temos alterações no ECA, na CLT, 
na Lei 11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã) e até mesmo no CPP. Para 
o nosso estudo importa analisar as alterações promovidas no ECA! 
Em relação ao ECA e dentro do tópico pertinente ao estudo do direito à vida 
e à saúde nós tivemos uma completa reformulação dos dispositivos. 
DIREITOS 
FUNDAMENTAIS NO 
ECA
direito à vida e à saúde
direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
direito à educaçao, à cultura ao esporte e ao 
lazer
direito à profissinalização e à proteção no 
trabalho
PRIMEIRA 
INFÂNCIA
Período que abrange os primeiros 6 
meses de vida (ou 72 meses).
 
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Para fins de prova, nos interessa algumas informações específicas. Nota-se 
um esforço da legislação em desenvolver programas e políticas de 
atendimento adequadas à proteção da gestação. Lembre-se: 
ª A mãe terá direito de escolher, nos últimos 3 meses da gestação, 
do local onde será realizado o parto. 
ª É assegurado à gestante e à parturiente o direito a um 
acompanhante durante o período que estiver em estabelecimento 
hospitalar. 
ª O Poder Público deverá atuar a fim de garantir os direitos das 
gestantes perante a rede pública de saúde, atuará também em 
posição interventiva nos contratos de emprego, preservará o direito 
das gestantes que estiverem em restrição de liberdade. 
ª Além de promover os direitos das gestantes e parturientes, o 
Estado deverá coibir práticas discriminatórias e violadoras dos direitos 
das gestantes. 
 Prevê o ECA atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, 
pelo SUS, por intermédio de atendimento especializado, abrangendo: 
ª fornecimento de medicamentos, próteses e recursos 
ª�estabelecimentos que permitam a permanência dos pais em 
tempo integral 
ª controle das condições dos hospitais, notadamente em relação às 
situações de tratamentodegradante ou desumano. 
Por fim, prevê o ECA que compete ao SUS a promoção de programas de 
assistência médica e odontológica. 
2.2 - Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
No que despeito à liberdade, assegura-se o direito de: 
 
O ECA trata do direito à educação de crianças e adolescente, com destaque 
para a vedação ao uso do castigo físico ou de tratamento cruel ou 
degradante, em termos de correção e disciplina. Nesse contexto, o 
Estatuto fixou alguns conceitos, os quais devemos conhecer para a nossa 
prova. 
ir, vir e estar nos 
logradouros 
públicos e 
espaços 
comunitários
opinião e 
expressão
crença e culto 
religioso
brincar, praticar 
esportes e 
divertir-se
participar da vida 
familiar e 
comunitária, sem 
discriminação
participar da vida 
política
buscar refúgio, 
auxílio e 
orientação.
 
ECA - XXII EXAME DA OAB 
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Caso identificada algumas situações acima praticadas contra crianças ou 
adolescentes será determinado: 
ª encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família 
ª encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico 
ª encaminhamento a cursos ou programas de orientação 
ª obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado 
ª advertência 
Vejamos como a matéria fora cobrada em exames anteriores: 
 
Questão - OAB/FGV - XVII Exame de Ordem - 2015 
Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana corrigindo 
o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu 
patinete. Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no 
infante, na presença das outras crianças e mães, que assistem a tudo 
assustadas. 
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar. 
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, 
após a atuação policial, dar o caso por encerrado. 
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, 
decorrência do atributo do poder familiar. 
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa 
forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma das 
medidas previstas no ECA. 
‡sofrimento físico; ou
‡lesão
CASTIGO FÍSICO: ação de natureza disciplinar ou 
punitiva aplicada com o uso da força física sobre a 
criança ou o adolescente que resulte em:
‡humilhe
‡ameace gravemente
‡ridicularize
TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE: conduta ou 
forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao 
adolescente que:
 
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d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma 
representação administrativa por descumprimento dos deveres inerentes 
ao poder familiar. 
Comentários 
A presente questão cobra o conhecimento das alterações legislativas 
perpetradas pela Lei 13.010/14, conhecida como Lei da Palmada. Se for 
verificada a prática de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante 
contra crianças e adolescentes, uma série de medidas deverá ser tomada. 
O órgão responsável por essas medidas é o Conselho Tutelar, conforme art. 
18 ± B, do ECA. 
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os 
agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer 
pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, 
educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel 
ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer 
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, 
às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do 
caso: 
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à 
família; 
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; 
V - advertência. 
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas 
pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. 
Desse modo, Ana está infligindo castigo físico ao seu filho, por isso o 
conselheiro tutelar deve intervir na situação, uma vez que é sua função 
tratar de situações como essa. 
Portanto, a alternativa C está correta e pé o gabarito da questão. 
Gabarito: C 
Sigamos! 
2.3 - Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer 
Em relação ao direito à educação, o ECA assegura: 
ª igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. 
ª direito de ser respeitado por seus educadores. 
ª direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias 
escolares superiores. 
ª direito de organização e participação em entidades estudantis. 
ª acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
 
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Ainda em relação ao direito à educação, o ECA estabelece que é dever do 
Estado garantir: 
ª ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele 
não tiveram acesso na idade própria; 
ª progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino 
médio; 
ª atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino; 
ª atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de 
idade; 
ª acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um; 
ª oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
adolescente trabalhador; 
ª atendimento no ensino fundamental, através de programas 
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde. 
Do rol acima, extraímos que o ensino fundamental é obrigatório e gratuito, 
constituindo direito público subjetivo de todas as crianças e adolescentes, 
sob pena de responsabilização da autoridade competente. Em relação ao 
ensino médio, fixa-se o dever de implementá-lo progressivamente de forma 
obrigatória a todos. 
Em relação aos pais, fixa o ECA que eles têm o dever de matricular os filhos 
no ensino regular. Além disso, se no ambiente escolar forem identificadas 
situações de maus-tratos, faltas injustificadas, evasão escolar ou 
repetência, tais informações serão repassadas ao Conselho Tutela. 
No que diz respeito à cultura, valores culturais, artísticos e históricos serão 
levados em consideração no processo educativo. Além disso, o Poder 
Público deverá implementar políticas públicas na área cultural. 
O ECA trata, ainda, acerca da profissionalização e da proteção ao trabalho 
dos adolescentes. Sabe-se que a Constituição veda qualquer forma de 
trabalho, ainda que na condição de aprendiz, antes dos 14 anos de idade. 
 
Questão - OAB/FGV - VII Exame de Ordem ± 2012 
Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 
1990, consagra a doutrina da proteção integral da criança e do 
adolescente, assegurando-lhes direitos fundamentais, entre os quais o 
direito à educação. Igualmente, é-lhes franqueado o acesso à cultura, ao 
esporte e ao lazer, preparando-os para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, fornecendo-lhes elementos para seu pleno 
desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com as 
 
ECA - XXII EXAME DA OAB 
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disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto 
afirmar que 
a) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados 
por seus educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, 
uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais 
superiores, norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC. 
b) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino 
fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a progressiva extensão 
da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. 
c) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino 
àqueles genitores ou responsáveis pela criança ou adolescente que, por 
convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos métodos 
de educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos. 
d) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental 
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo 
seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, 
esgotados os recursos escolares, assim como os elevados níveis de 
repetência. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. As crianças e adolescentes possuem direito 
de serem respeitados por seus educadores e de contestar os critérios de 
avaliação. Vejamos os incisos II e III, do art. 53. 
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno 
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias 
escolares superiores; 
A alternativa B está incorreta, pois é dever do estado assegurar, também 
a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio. 
Vejamos o art. 54, inciso II. 
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; 
A alternativa C está incorreta, pois os pais ou responsáveis tem o dever 
de matricular as crianças e adolescentes na rede de ensino, conforme 
prescreve o art. 55, do ECA. 
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos 
ou pupilos na rede regular de ensino. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, consoante dispõe 
o art. 56, do ECA. 
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental 
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: 
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; 
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os 
recursos escolares; 
 
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III - elevados níveis de repetência. 
GABARITO: D 
2.4 - Direito à profissionalização e à proteção no trabalho 
Referente ao assunto, o ECA estabelece algumas regras de formação 
profissional e protetivas do mercado de trabalho. 
Em relação à aprendizagem vejamos inicialmente o conceito e, em seguida, 
os princípios que a orientam. 
 
 
 
Ainda em relação ao adolescente aprendiz, assegura-se: 
ª bolsa de aprendizagem 
ªdireitos trabalhistas e previdenciários 
Na sequência o ECA estabelece algumas vedações em relação ao trabalho 
do menor, seja ele realizado como trabalho a partir dos 16, seja como 
aprendiz: 
 
APRENDIZAGEM
formação técnico-profissional ministrada 
segundo as diretrizes e bases da legislação 
de educação em vigor.
PRINCÍPIOS
garantia de acesso e 
frequência obrigatória 
ao ensino regular
atividade compatível 
com o 
desenvolvimento do 
adolescente
horário especial para o 
exercício das 
atividades
 
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teoria e questões 
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Por fim, o ECA trata do trabalho educativo que constitui programa social 
voltado para a capacitação do adolescente, com vistas ao exercício de 
atividade regular remunerada. 
Segundo o ECA: 
 
 
Com isso, encerramos a primeira parte do nosso estudo. Vimos o que há de 
mais importante referente aos direitos estudados acima. 
Vamos em frente! 
3 - DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA. 
A Lei nº 12.010/2009, conhecida como Lei de Convivência Familiar, trouxe 
diversas alterações no ECA, tratando sobre o direito à convivência familiar 
e sobre a adoção. 
Essa lei parte do princípio de que a família é o lugar natural em que 
deve permanecer a criança. 
Assim, a retirada da criança ou adolescente de sua família natural 
ocorrerá unicamente em situações excepcionais, por decisão judicial 
devidamente motivada, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa. A 
retirada se dá para entidade de acolhimento familiar ou institucional, 
e deve ter caráter provisório e com brevidade. Com o ECA, abandona-
se a ideia de acolhimento em abrigo, para se falar em acolhimento 
institucional. 
A retirada da criança ou adolescente da família natural decorre de medida 
protetiva aplicada pelo juiz, a qual ocorre por meio da emissão de uma 
V
E
D
A
 O
 T
R
A
B
A
L
H
O
noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as 
cinco horas do dia seguinte
perigoso, insalubre ou penoso
realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu 
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social
realizado em horários e locais que não permitam a frequência à 
escola
TRABALHO 
EDUCATIVO 
a atividade laboral em que as exigências 
pedagógicas relativas ao desenvolvimento 
pessoal e social do educando prevalecem 
sobre o aspecto produtivo
 
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guia de acolhimento (individualizada), diante da qual a entidade 
produzirá um plano individualizado de ações, com a indicação das 
necessidades da criança e das ações previstas para viabilizar o retorno da 
criança à família natural e enviará relatórios regulares, no prazo e seis 
meses, relatando a evolução do acolhimento. 
Com base nesses relatórios interdisciplinares o juiz decide se a criança deve 
continuar na entidade, retornar à família natural ou extensa. Além disso, 
caso verifique tratar-se de situação na qual o retorno é impossível 
procederá à colocação em família substituta. 
Assim... 
 
 
A reintegração consiste no retorno da criança ou do adolescente à família 
natural ou extensa. 
O acolhimento institucional, por sua vez, consiste em deixar as crianças sob 
o cuidado do Estado, nas unidades institucionais de acolhimento. 
A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento 
institucional não se prolongará por mais de dois anos, exceto em caso 
de comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, por 
decisão fundamentada. 
O acolhimento familiar consiste na colocação da criança ou adolescente em 
família acolhedora, que gratuitamente recebe a criança, podendo obter a 
sua guarda. Ele é preferível ao acolhimento institucional pela maior 
proximidade da convivência familiar ou comunitária e que poderá ser 
desenvolvida por entidades governamentais ou não. 
Por fim, a colocação em família envolve as modalidades de adoção, que 
serão estudadas adiante. 
O ACOLHIMENTO 
INSTITUCIONAL 
SERÁ 
avaliado a cada seis 
meses
por intermédio de 
relatórios 
interdisciplinares
decide-se pelareintegração, 
manutenção do 
acolhimento 
(institucional ou em 
família acolhedora) 
ou colocação em 
família substituta.
 
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Ainda em relação à convivência familiar, em alteração recente no ECA, foi 
conferido o direito de conviver com pais caso estejam privados de liberdade. 
Essa convivência será promovida por intermédio de visitas periódicas a 
serem promovidas porque detiver a responsabilidade direta pela criança. 
Essas regras iniciais devem ser cotejadas com o art. 226 da CF, que afirma 
que a família é a base da sociedade e, em razão disso, merecedora de 
proteção especial. O rol contido nesse artigo é meramente 
exemplificativo, de forma que é possível a existência de entidades 
familiares típicas e atípicas. 
A definição das famílias é dada pela dinâmica da vida em sociedade. O 
principal exemplo, atualmente, são as famílias compostas por pessoas do 
mesmo sexo. Entende a doutrina que a socioafetividade representa 
critério para formação da família, ainda que isso não represente a 
paternidade biológica da criança. 
Pode-se afirmar que: 
 
 
Vamos em frente! 
4 - FAMÍLIA NATURAL 
Os tipos de famílias tuteladas pelo ECA podem ser divididas em três grupos 
SHOD� FKDPDGD� ³FODVVLILFDomR� WULQiULD´�� $VVLP�� H[LVWH� D� IDPtOLD� QDWXUDO�� D�
família extensa ou ampliada e a família substituta. 
Vejamos um esquema: 
 
A SOCIOAFETIVIDADE SE SOBREPÕE AOS 
LAÇOS SANGUÍNEOS.
 
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Para manutenção da criança ou adolescente em determinada família, usa-
VH�D�FKDPDGD�³OLQKD�GH�H[FHSFLRQDOLGDGH´��TXH�GHYH�REVHUYDU�D�VHJXLQWH�
ordem de colocação: 
 
Nesse contexto, ECA diferencia família natural da extensa do seguinte 
modo: 
Família natural
Pais e filhos.
Família extensa ou 
ampliada
Vai além da unidade 
pais e filhos, 
englobando os parentes 
com quem a criança 
mantém um vínculo de 
afinidade/afetividade.
Família substituta
em razão de 
guarda, tutela e 
adoção. 
1º. Família natural
2º. Família extensa
3º. Família substituta composta por parentes
‡Adoção nacional;
‡Adoção internacional por brasileiros;
‡Adoção internacional por estrangeiros.
4º. Família substituta composta por não 
parentes
 
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5 - FAMÍLIA SUBSTITUTA 
Na colocação da criança em família substituta, deve-se levar em 
consideração opinião de criança, sempre que possível. Já em relação aos 
adolescentes é necessário o consentimento. 
 
 
Esse direito está previsto, inclusive, no art. 12 da Convenção sobre Direitos 
da Criança da ONU. 
ARTIGO 12 
1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus 
próprios juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os 
assuntos relacionados com a criança, levando-se devidamente em consideração 
essas opiniões, em função da idade e maturidade da criança. 
2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de 
ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer 
diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em 
conformidade com as regras processuais da legislação nacional. 
Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a 
relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as 
consequências decorrentes da medida. Desse modo, sempre que 
possível, os irmãos devem ser mantidos juntos. 
FAMÍLIA NATURAL a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes
FAMÍLIA EXTENSA (ou 
ampliada)
aquela que se estende para além da 
unidade pais e filhos ou da unidade do 
casal, formada por parentes próximos 
com os quais a criança ou adolescente 
convive e mantém vínculos de afinidade 
e afetividade.
Criança
Sempre que 
possível deve 
ser ouvida.
Opinião
Adolescente Deve consentir, sempre Consentimento
 
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A regra em relação aos irmãos somente não será observada caso haja 
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique a 
excepcionalidade de solução diversa. De todo modo, procura-se evitar o 
rompimento definitivo dos vínculos fraternais. 
A colocação em família substituta depende de decisão judicial, de modo que 
o Conselho Tutelar não poderá alterar a família na qual a criança está 
inserida. 
5.1 - Guarda 
É a primeira forma de colocação em família substituta prevista no 
ECA. No entanto, é importante lembrar que a guarda também está 
regulamentada no Código Civil. A diferença é que a guarda tratada no 
Código aplica-se ao término do casamento, ou seja, nas hipóteses de 
divórcio e de anulação. Por exemplo, o CC disciplina a denominada guarda 
compartilhada. 
A guarda que estudaremos aqui é provisória e constitui uma das 
modalidades de colocação em família substituta e ocorrerá para a 
regularização de uma situação de fato, exercida sem controle judicial. 
De acordo com o ECA, a guarda traz o dever de assistência material, 
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu 
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 
Em face disso, o protegido terá a condição de dependente dos detentores 
da guarda, com validade, inclusive, para fins previdenciários. 
A guarda será concedida em regra no bojo das ações de tutela de adoção. 
Excepcionalmente, a guarda - que ora estudamos - será deferida para 
atender situações peculiares ou para suprir a falta momentânea dos 
pais. 
Além disso, a concessão da guarda não impede, em regra, o direito de 
visita dos pais e não elide a responsabilidade por prestar alimentos. 
Assim, se a criança estiver sob guarda poderá receber a visita dos genitores. 
Contudo, a visita poderá ser evitada em duas situações: 
Ö por decisão judicial fundamentada; e 
Ö em guardas concedidas no período do estágio de convivência. 
A guarda constitui um ato precário, revogável a qualquer tempo mediante 
decisão fundamentada do Juiz da Infância e Juventude, após ouvir o 
Ministério Público. 
 
Em síntese... 
 
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5.2 - Tutela 
A tutela guarda um "plus" em relação à guarda, pois é a forma de colocação 
em família substituta que, além de regularizar a posse de fato da criança 
ou do adolescente, também confere direito de representação ao tutor. 
A tutela se aplica apenas a pessoa de até 18 anos e pressupõe a perda 
ou suspensão do poder familiar, além de implicar os deveres de guarda. 
 
Essa matéria é bastante incidente em provas. 
 
Vejamos algumas questões: 
Questão - OAB/FGV - XVI Exame de Ordem - 2015 
B e P, vizinhos da criança Y, cuidam do menino desde a tenra idade, quando 
o pai da criança faleceu e sua genitora, por motivos profissionais, mudou-
se para localidade distante, fazendo visitas esporádicas ao infante, mas 
sempre enviando ajuda de custo para a alimentação do filho. Quando a 
criança completou um ano de idade, a genitora alcançou patamar financeiro 
estável, passando a termeios para custear os gastos da criança também 
com educação, lazer, saúde etc. Assim, buscou a restituição do convívio 
diário P, vizinhos da criança Y, levando-a para morar consigo, o que gerou 
discordância dos vizinhos B e P, que ingressaram com Ação de Guarda e 
Tutela do menor, argumentando a construção de laços afetivos intensos e 
que a criança iria sofrer com a distância. 
Analise a situação e, sob o ponto de vista jurídico, assinale a afirmativa 
correta. 
‡provisória
‡destina-se a regularizar um situação de fato
‡dever de assistência material, moral e educacional à criança ou ao 
adolescente
‡quem está sob a proteção da guarda será considerado dependente, 
inclusive, para fins previdenciários
‡deferida para atender situações peculiares ou para suprir a falta 
momentânea dos pais.
‡revogável por decisão fundamentada
GUARDA
‡forma de colocação em família substituto que confere o direito de 
representação ao tutor
‡até os 18 anos de idade
‡pressupõe a perda ou suspensão do poder familiar.
TUTELA
 
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a) O afastamento da genitora do convívio cotidiano com a criança Y impede 
a reconstrução de laços afetivos, devendo ser, de pronto, conferida a 
guarda provisória aos vizinhos que o criaram e, ao final, a tutela do menor 
aos demandantes B e P. 
b) A reintegração à família natural, no caso, junto à mãe, deve ser 
priorizada em relação a outra providência, não havendo justo motivo para 
a que a criança seja posta sob tutela na hipótese narrada, uma vez que isso 
demandaria a perda ou suspensão do poder familiar, o que não encontra 
aplicabilidade nos estritos termos do enunciado. 
c) Os vizinhos que detinham a guarda de fato da criança Y têm prioridade 
no exercício do encargo de tutores, considerando esse o atendimento ao 
melhor interesse da criança, podendo eles assumir a função mesmo que a 
mãe mantenha o poder familiar, ante a precariedade e provisoriedade do 
referido encargo jurídico. 
d) A mãe da criança Y pode anuir com o pedido de colocação da criança sob 
tutela se considerar que atenderá ao melhor interesse do infante, hipótese 
em que a sentença homologatória poderá ser revogada a qualquer tempo, 
caso mudem as circunstâncias que a justificaram, não fazendo, pois, coisa 
julgada material. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois a manutenção ou reintegração da 
criança ao convívio com sua família terá sempre preferência, conforme art. 
����†��ž�GR�(&$��'HVVH�PRGR��D�FRORFDomR�³GH�SURQWR´�GD�FULDQoD�FRP�RV�
vizinhos não é a primeira medida a ser tomada. 
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no 
seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada 
a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de 
pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. 
§ 3o A manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família 
terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será 
esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do 
parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos 
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Conforme 
comentamos na alternativa acima, o convívio familiar e, especialmente, 
com a mãe, terá preferência. Além disso, caso a criança seja colocada sob 
os cuidados de alguém que não detém o poder familiar se faz necessária a 
decretação prévia de perda ou suspensão do poder familiar, conforma art. 
36, § único. 
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 
(dezoito) anos incompletos. 
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia 
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica 
necessariamente o dever de guarda. 
A alternativa C está incorreta. Como dito acima, a guarda da criança não 
pode ser dada aos vizinhos sem destituição do poder familiar. 
 
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A alternativa D está incorreta, pois nesse caso não se fala em tutela, mas 
em guarda. Assim, a guarda é irrevogável. 
GABARITO: B 
 
Questão - OAB/FGV - XIV Exame de Ordem - 2014 
A Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece como necessária 
ao desenvolvimento completo e harmonioso das crianças e dos 
adolescentes a necessidade de cuidados e um ambiente de afeto e de 
segurança moral e material, o que prioritariamente deve ocorrer na 
companhia e sob a responsabilidade dos pais. Mas, em circunstâncias 
excepcionais, a criança ou o adolescente podem ser confiados às chamadas 
famílias substitutas. 
A respeito da colocação de criança ou adolescente em família substituta, 
segundo os termos do Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a 
afirmativa correta. 
a) O ECA disciplina procedimento específico para a colocação em família 
substituta de criança ou adolescente indígena, que requer, 
obrigatoriamente, a intervenção e oitiva de representantes de órgão federal 
responsável pela política indígena e de antropólogos. 
b) A criança ou adolescente será prévia e necessariamente ouvida pela 
equipe interprofissional no curso do processo, dispensando-se o 
consentimento da criança ou adolescente, que será substituído pelo parecer 
da equipe. 
c) A colocação da criança ou adolescente em família substituta, por ser de 
caráter provisório e precário, exime o guardião ou o tutor dos deveres de 
companhia e guarda, que poderão ser transferidos a terceiros. 
d) A guarda e a tutela são as únicas modalidades de colocação da criança 
ou adolescente em família substituta, que pode ser nacional ou estrangeira, 
sendo a adoção medida de colocação em família definitiva, não em família 
substituta. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De fato, se se tratar 
de criança ou adolescente de origem indígena, a colocação em família 
substituta obedece regrativa específica disciplinada no art. 28, § 6º. 
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela 
ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou 
adolescente, nos termos desta Lei. 
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de 
comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: 
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, 
os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não 
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta 
Lei e pela Constituição Federal; 
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua 
comunidade ou junto a membros da mesma etnia; 
 
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III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável 
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de 
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá 
acompanhar o caso. 
A alternativa B está incorreta. Na colocação em família substituta a criança 
será sempre previamente ouvida e terá sua opinião considerada. É o que 
dispõe o art. 28, § 1º. Além disso, se maior de 12 anos, será necessário o 
consentimento para a colocação em família substituta, de acordo com o § 
2º. 
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente 
ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de 
desenvolvimento egrau de compreensão sobre as implicações da medida, 
e terá sua opinião devidamente considerada. 
 § 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário 
seu consentimento, colhido em audiência. 
A alternativa C está incorreta. A colocação em família substituta não 
admite a colocação da criança ou adolescente sob responsabilidade de 
terceiros. Vejamos o art. 30. 
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da 
criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-
governamentais, sem autorização judicial. 
A alternativa D está incorreta. A colocação em família substituta ocorre 
mediante guarda tutela OU adoção, conforme caput do art. 28, supra citado. 
GABARITO: A 
 
Questão - OAB/FGV - X Exame de Ordem - 2013 
Acerca da colocação da criança ou do adolescente em família substituta na 
modalidade adoção, assinale a afirmativa correta. 
a) A adoção extingue os vínculos pretéritos entre o adotado e a família 
anterior, porém, excepcionalmente, no caso de falecimento dos adotantes, 
o poder familiar dos pais naturais poderá ser restabelecido, se atender ao 
melhor interesse do menor. 
b) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da 
sentença declaratória do estado de filiação, porém, se o adotante vier a 
falecer no curso do procedimento os efeitos retroagirão à data do óbito. 
c) A adoção depende do consentimento do adotando, se maior de 12 anos 
de idade, e dos pais do adotando ou do representante legal deste ou do 
guardião legal ou de fato, na falta dos primeiros. 
d) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da 
sentença constitutiva, porém, se o adotante vier a falecer após inequívoca 
manifestação de vontade no curso do procedimento, os efeitos retroagirão 
à data do óbito. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. A ressalva da alternativa não está prevista 
em lei. Prevê o art. 41 que a adoção desliga o adotado de qualquer vínculo 
 
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com seus pais e parentes. E a morte dos adotantes não reestabelece esse 
vínculo desligado, conforme art. 49. 
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos 
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo 
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. 
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais 
naturais. 
A alternativa B está incorreta, pois a adoção produz efeitos a partir do 
trânsito em julgado da sentença constitutiva. Além disso, a adoção poderá 
ser deferida após inequívoca manifestação de vontade, mesmo que o 
adotante vier a falecer. Vejamos o § 7º, do art. 47 e o § 6º do art. 42. 
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da 
sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta 
Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. 
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca 
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes 
de prolatada a sentença. 
A alternativa C está incorreta. A adoção não depende do consentimento 
do guardião legal ou de fato. O restante está correto. Vejamos o caput do 
art. 45. 
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante 
legal do adotando. 
A alternativa D está correta, com base nos artigos já citados na alternativa 
B. 
GABARITO: D 
 
 
Questão - OAB/FGV - II Exame de Ordem ± 2010 
Dentre os direitos de toda criança ou todo adolescente, o ECA assegura o 
de ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, a 
colocação em família substituta, assegurando- lhe a convivência familiar e 
comunitária. 
Fundando-se em tal preceito, acerca da colocação em família substituta, é 
correto afirmar que: 
a) a colocação em família substituta far-se-á, exclusivamente, por meio da 
tutela ou da adoção. 
b) a guarda somente obriga seu detentor à assistência material a criança 
ou adolescente. 
c) o adotando não deve ter mais que 18 anos à data do pedido, salvo se já 
estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
d) desde que comprovem seu estado civil de casados, somente os maiores 
de 21 anos podem adotar. 
Comentários 
 
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A alternativa A está incorreta, pois, como dissemos, a colocação em 
família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção. 
A alternativa B está incorreta. A guarda obriga a prestação de assistência 
material, moral e educacional à criança e ao adolescente, conforme art. 33 
do ECA. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 
40. 
A alternativa D está incorreta, pois a adoção independe do estado civil, de 
acordo com o art. 42. 
GABARITO: C 
 
Questão - OAB/FGV - II Exame de Ordem ± 2010 
Tendo por substrato legal as alterações promovidas pela Lei n. 12.010, de 
2009 no tocante à adoção, assinale a afirmativa correta. 
a) A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais. 
b) Para viabilizar a celeridade no processo de adoção, a legislação específica 
± ECA ± admite a representação do adotante por procuração. 
c) Uma vez falecido o adotante no curso do procedimento de adoção e antes 
de prolatada a sentença, não poderá o juiz deferir a adoção, mesmo que 
tenha havido inequívoca manifestação de vontade do adotante. 
d) Os cartórios de registros públicos de pessoas naturais deverão fornecer 
certidão a qualquer requisitante, independentemente, de justificativa de 
seu interesse, em que conste o vínculo da adoção consi tuído por sentença 
judicial. 
Comentários 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois a morte dos 
adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais. 
A alternativa B está incorreta, tendo em vista que é vedada a adoção por 
procuração; 
A alternativa C está incorreta, pois a adoção poderá ser deferida ao 
adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no 
curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. 
Já a alternativa D está incorreta, com base no art. 47, que diz que o 
vínculo da adoção se constitui por sentença judicial, que será inscrita no 
registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. 
GABARITO: A 
 
Questão - OAB/FGV - I Exame de Ordem ± 2010 
Assinale a opção correta no que se refere à família substituta. 
a) A colocação em família substituta ocorrerá mediante guarda, tutela, 
curatela ou adoção, conforme a situação jurídica da criança ou adolescente, 
o que só poderá ser reconhecido e determinado pelo juiz da vara da infância 
e da adolescência. 
 
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b) Sempre que possível, a criança ou adolescente deverá ser previamente 
ouvido, e a sua opinião, devidamente considerada. 
c) Na apreciação do pedido de adoção, o grau de parentesco e a relação de 
afinidade ou de afetividade devem ser considerados, a fim de que sejam 
evitadas ou minoradas as consequências decorrentes da medida, o que não 
ocorre nos casos de guarda provisória e tutela, para cuja concessão o 
conselho tutelar considera requisito apenas a certidão de bons antecedentes 
da família substituta. 
d) Não se deferirá a colocação da criança ou do adolescente em família 
substituta à pessoa que apresente, por prazo superior a 180 dias, limitações 
em sua capacidade laborativa. 
Comentários 
A alternativaA está incorreta. A colocação em família substituta não 
ocorrerá mediante curatela. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Já mencionamos 
isso repetidamente. A criança deverá ser ouvida e sua opinião deverá ser 
considerada. EM caso de maior de 12 anos é necessário o consentimento 
para a adoção. 
A alternativa C está incorreta. A relação de parentesco e afinidade também 
é observada em caso de guarda ou tutela. 
A alternativa D está incorreta. Não há qualquer previsão nesse sentido no 
ECA. 
GABARITO: B 
Esse assunto foi objeto de cobrança no XX Exame de Ordem: 
Questão ± OAB/FGV ± XX Exame de Ordem - 2016 
Vanessa e Vitor vivem com o filho Marcelo, criança com 06 anos de idade, 
na casa dos avós paternos. Em um trágico acidente, Vitor veio a falecer. A 
viúva, logo após o óbito, decide morar na casa de seus pais com o filho. 
Após 10 dias, já residindo com os pais, Vanessa, em depressão e fazendo 
uso de entorpecentes, deixa o filho aos cuidados dos avós maternos, e se 
submete a tratamento de internação em clínica de reabilitação. Decorridos 
20 dias e com alta médica, Vanessa mantém acompanhamento ambulatorial 
e aluga apartamento para morar sozinha com o filho. 
Os avós paternos inconformados ingressaram com Ação de Guarda de 
Marcelo. Afirmaram que sempre prestaram assistência material ao neto, 
que com eles residia desde o nascimento até o falecimento de Vitor. Citada, 
Vanessa contestou o pedido, alegando estar recuperada de sua depressão 
e da dependência química. Ainda, demonstrou possuir atividade laborativa, 
e que obteve vaga para o filho em escola. Os avós maternos, por sua vez, 
ingressam com oposição. Aduziram que Marcelo ficou muito bem aos seus 
cuidados e que possuem excelente plano de saúde, que possibilitará a 
inclusão do neto como dependente. 
Sobre a guarda de Marcelo, à luz da Proteção Integral da Criança e do 
Adolescente, assinale a afirmativa correta. 
 
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A) Marcelo deve ficar com os avós maternos, com quem por último residiu, 
em razão dos benefícios da inclusão da criança como dependente do plano 
de saúde. 
B) Marcelo deve ficar na companhia dos avós paternos, pois sempre 
prestaram assistência material à criança, que com eles residia antes do 
falecimento de Vitor. 
C) Marcelo deve ficar sob a guarda da mãe, já que ela nunca abandonou o 
filho e sempre cumpriu com os deveres inerentes ao exercício do poder 
familiar, ainda que com o auxílio dos avós. 
D) Em programa de acolhimento familiar, até que esteja cabalmente 
demonstrado que a genitora não faz mais uso de substâncias 
entorpecentes. 
Comentários 
A questão parece extremamente complicada, mas é fácil! 
O raciocínio que devemos adotar na colocação de crianças e adolescentes 
em famílias substitutas é o de prestigiar a permanência perante a família 
natural. A colocação em família extensa ± no caso, os avós ± é medida de 
exceção que somente poderá ser determinada caso a genitora falte com os 
seus deveres. Por fim, é excepcionalíssima a colocação em família 
substituta, mediante guarda, tutela ou adoção. 
No caso, embora a genitora tenha se envolvido com entorpecentes, o que 
gerou o afastamento temporário, tal fato foi superado. Note que 
objetivamente temos: a) a genitora superou a mazela com drogas; b) 
trabalha; c) encontrou escola para criança. Mais importante que isso, 
todavia, é não ocorrido qualquer violação aos direitos da criança, seja com 
a negligência, não assistência, maus tratos etc. 
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão, devendo a 
criança permanecer junto à família natural! 
Gabarito: C. 
6 - ADOÇÃO NACIONAL 
Antes da vigência do ECA e da nova política de proteção do menor, a adoção 
se dava em benefício dos adotantes. O próprio Código Civil de 1916 previa 
que somente os maiores de 50 anos e sem prole viva poderiam adotar. 
Com a mudança de entendimento, hoje, a adoção se dá em benefício 
do adotado, sendo obrigatória a demonstração das reais vantagens, 
tudo em nome do superior interesse da criança e do adolescente. 
Assim, desde logo, lembre-se... 
 
A adoção se dá em benefício do adotado, 
sendo imprescindível a demonstração das 
reais vantagens de tal modalidade de 
colocação em família substituta.
 
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A adoção possui certas características. 
1ª característica: A adoção é ato personalíssimo, desta forma, é 
vedada a adoção por procuração. 
Essa norma comporta exceção importante, a adoção post mortem, 
ou seja, a adoção deferida a adotante morto, após a demonstração da 
sua vontade inequívoca de adotar, porém, antes da sentença definitiva. 
Nesse caso, o STJ admite ainda a adoção post mortem de pessoa que 
morre antes mesmo de ajuizar o processo, se, por outros meios, for 
possível a prova da vontade inequívoca de adotar. 
2ª característica: A adoção é ato irrevogável. 
O adotante não pode voltar atrás na adoção. Se os adotantes não 
quiserem mais continuar com a adoção terá que ser feito um novo 
processo de destituição do poder familiar. 
3ª característica: A adoção é ato incaducável. 
A presente característica implica no fato de que na hipótese d 
falecimento dos adotantes, os vínculos com a família natural não serão 
reestabelecidos. Devemos lembrar que a adoção resulta no 
rompimento total dos vínculos familiares, salvo os impedimentos 
matrimoniais. 
4ª característica: A adoção é um ato excepcional. 
A colocação da criança ou do adolescente em família substituta pela 
modalidade de adoção somente ocorrerá após esgotamento das 
possibilidades de colocação perante a família natural, biológica ou 
extensa. 
Não havendo condições de deixar a criança sob os cuidados dos pais 
ou familiares, pode-se falar em adoção. 
5ª característica: A adoção é ato pleno. 
Essa característica existe para evitar situações antes admitidas em 
nosso ordenamento, pelo qual se adotava, porém eram mantidos 
vínculos com a família de origem. 
6ª característica: A adoção deve ser constituída por sentença 
judicial e somente produz efeitos a partir do trânsito em julgado. 
Essa característica impossibilidade a adoção por escritura 
pública. 
 
 
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6.1 - Requisitos objetivos da adoção 
O ECA apresenta uma série de requisitos para que a adoção seja deferida, 
vejamos cada um deles. 
ª Idade 
O adotante deve ter, no mínimo, 18 anos, e uma diferença do adotado de 
pelo menos 16 anos. 
ª Consentimento dos genitores 
Exceto se houver a extinção ou destituição prévia do poder familiar, será 
necessário o consentimento dos genitores. 
Em relação ao consentimento são estabelecidas algumas regras: 
 
ª Oitiva da criança ou consentimento do adolescente. 
ªPrecedência de estágio de convivência. 
Adoção
ato 
personalíssimo
ato irrevogável
ato 
incaducável
ato 
excepcional
deve ser 
constituída por 
sentença
REGRAS PARA O 
CONSENTIMENTO
O consentimento 
deve ser prestado 
após o nascimento. 
Antes não tem valor.
Esse consentimento 
deve ser precedido 
de orientação.
Deve ser prestado ou 
ratificado perante 
autoridade judicial.
Pode ser retratado 
até a publicação da 
sentença.
 
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O estágio de convivência tem por finalidade avaliar a adaptação da criança 
na família adotante, especialmente a verificação quanto ao 
estabelecimento de vínculos. O período de estágio, se fixado, é obrigatório. 
À luz do caso concreto, o juiz determinará o período de estágio probatório, 
que poderá ser dispensado, caso o adotado esteja sob tutela ou guarda 
legal dos adotantes ou se verificado o vínculo constituído entre eles. 
Dada a importância da matéria, vejamos um quadro que compara o estágio 
de convivência na adoção nacional e na adoção internacional. 
 
ª Prévio cadastramento. 
Para a adoção, exige-se um procedimento prévio de habilitação dos 
pretendentes à adoção, expressamente disciplinado no ECA. 
Trata-se da inscrição dos pretendentes num cadastro de pessoa 
interessadas na adoção, que, atualmente, é nacional. 
Para determinação da adoção, observa-se a ordem cronológica de inscrição 
no cadastro de adoção, com a finalidade de moralizar a adoção, sem 
preferências entre os habilitados. 
Há, contudo, hipóteses excetivas, nas quais a ordem cronológica não será 
observada. 
Assim, a fim de memorizar essa ordem, vejamos: 
 
Outro aspecto importante referente à adoção é a intuito personae. Ela é 
vedada, em regra, pois viola as regras que vimos acima. Contudo, são 
‡Obrigatório pelo prazo que o juiz fixar.
‡Pode ser dispensado se o adotado já estiver sob a 
tutela ou guarda legal do adotante e já existir um 
vínculo constituído entre eles.
Nacional
‡Obrigatório pelo prazo fixado pelo juiz, de no mínimo 
30 dias.
‡Não pode ser dispensado, devendo ser cumprido em 
território nacional.
Internacional
DETERMINAÇÃO 
DA ADOÇÃO
REGRA
ordem 
cronológica a 
contar da 
habilitação para 
a adoção
EXCEÇÕES
adoção 
unilateral
adoção por 
parentes com 
vínculo de 
afinidade
adoção por não 
parentes que 
tenham 
tutela/guarda 
legal e desde 
que a criança 
tenha mais de 3 
anos.
 
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comuns situações no Brasil em que os pais oferecem a criança para terceiros 
cuidarem da criação, excepcionalmente admite-se essa modalidade de 
adoção, especialmente quando o vínculo afetivo já estiver estabelecido, em 
prol do superior interesse da criança. 
Além desses requisitos há os chamados requisitos subjetivos, quais 
sejam: 
ª Idoneidade do adotante. 
ª Motivos legítimos e desejo de filiação. 
ª Reais vantagens para o adotando. 
Por outro lado, a lei prevê os casos de impedimentos para a adoção. Em 
síntese, temos: 
Ö não podem adotar os ascendentes e irmãos, pois são considerados 
família extensa e não caso de adoção. 
Ö não é possível a adoção por tutor, enquanto não prestar contas e 
saldar o seu alcance (ou pagar o prejuízo). 
 
Questão - OAB/FGV - XII Exame de Ordem - 2013 
Paulo, de 4 anos, é filho de Carla e não teve a sua paternidade reconhecida. 
Cláudio, avô de Carla e bisavô de Paulo, muito preocupado com o futuro do 
bisneto, pretende adotá-lo, tendo em vista que Carla ostenta uma situação 
financeira precária e, na opinião do avô, não é muito responsável. 
Acerca da possibilidade de adoção de Paulo por Cláudio, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Cláudio sendo bisavô de Paulo e membro de sua família extensa, terá 
prioridade na adoção da criança, exigindo-se, contudo, que Carla, mãe de 
Paulo, autorize e que o adotando dê o seu consentimento em juízo. 
b) Cláudio, por ser bisavô de Paulo, não poderá adotá-lo, mesmo que Carla 
consinta, já que tal medida excepcional não é permitida quando o adotante 
é ascendente ou irmão do adotando. 
c) Como Cláudio só poderá adotar Paulo se Carla for destituída do poder 
familiar exercido em favor da criança, a medida, dada a sua 
excepcionalidade, só se justificaria na hipótese de adoção bilateral. 
d) Claudio, por ser bisavô de Paulo, por um lado, tem prioridade na adoção 
da criança, mas, por outro, só poderá adotá-lo se Carla, além de autorizar 
a medida, for destituída do poder familiar. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois não podem adotar os ascendentes e 
os irmãos do adotando, conforme § 1º, do art. 42. Além disso, se o 
 
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adotando for maior de 12 anos o consentimento em juízo é exigido. No caso 
em tela o menor possui 4 anos. 
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do 
estado civil. 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, com base no 
dispositivo citado acima. 
A alternativa C está incorreta, pois Cláudio não poderá pleitear a adoção. 
A alternativa D está incorreta, a família extensa possui prioridade na 
adoção, contudo, não poderão adotar os ascendentes do adotando. 
GABARITO: B 
 
Questão - OAB/FGV - IX Exame de Ordem ± 2012 
Acerca do estágio de convivência precedente a adoção, assinale a afirmativa 
correta. 
a) O período do estágio de convivência será fixado pela autoridade 
judiciária, sendo dispensado na hipótese de o adotando encontrar-se sob a 
tutela, a guarda legal ou de fato do adotante durante tempo suficiente para 
a avaliação da conveniência da constituição do vínculo. 
b) A finalidade do estágio de convivência é permitir a avaliação da 
conveniência da constituição do vínculo familiar entre adotante e adotado, 
razão pela qual pode ser dispensado se, cumulativamente, o adotando já 
encontrar-se sob a tutela, guarda legal ou de fato do adotante e, em 
audiência, consentir com a adoção. 
c) O período do estágio de convivência será fixado pela autoridade 
judiciária, em observância as peculiaridades do caso, não podendo este ser 
inferior a 60 dias para os casos de adoção internacional e de 30 dias para 
adoção nacional, salvo a hipótese de convivência prévia em decorrência de 
tutela, guarda legal ou de fato. 
d) O período do estágio de convivência prévio a adoção internacional deverá 
ser cumprido no Brasil e terá prazo mínimo 30 dias, ao passo que para a 
adoção nacional inexiste prazo mínimo, podendo, inclusive, ser dispensado 
na hipótese de prévia convivência familiar em decorrência da guarda legal 
ou da tutela. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pois o período de convivência não é 
dispensado em caso de guarda de fato. Vejamos o § 1º do art. 46. 
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança 
ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as 
peculiaridades do caso. 
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já 
estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente 
para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. 
A alternativa B está incorreta pelo mesmo motivo exposto na alternativa 
A. Vejamos o § 2º do art. 46. 
 
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§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da 
realização do estágio de convivência. 
A alternativa C está incorreta. O prazo de convivência no caso de adoção 
por pessoa residente no exterior será de 30 dias, cumpridos no país. Não 
há menção de prazo para a convivência por pessoa ou casal residente no 
Brasil. Vejamos os §§ 3 e e, do art. 46. 
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora 
do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, 
nomínimo, 30 (trinta) dias. 
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe 
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, 
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da 
política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão 
relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, pois em 
consonância com o que prescreve os §§ acima. 
Gabarito: D 
 
Questão - OAB/FGV - V Exame de Ordem ± 2011 
Fernando e Eulália decidiram adotar uma menina. Iniciaram o processo de 
adoção em maio de 2010. Com o estágio de convivência em curso, o casal 
se divorciou. 
Diante do fim do casamento dos pretendentes à adoção, é correto afirmar 
que 
a) a adoção deverá ser suspensa, e outro casal adotará a menor, segundo 
o princípio do melhor interesse do menor, pois a adoção é medida geradora 
do vínculo familiar. 
b) a adoção poderá prosseguir, contanto que o casal opte pela guarda 
compartilhada no acordo de divórcio, mesmo que o estágio de convivência 
não tenha sido iniciado na constância do período de convivência. 
c) a adoção será deferida, contanto que o casal acorde sobre a guarda, 
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado 
na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência 
de vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não seja o detentor 
da guarda que justifique a excepcionalidade da concessão. 
d) a lei não prevê tal hipótese, pois está em desacordo com os ditames 
constitucionais da paternidade responsável. 
Comentários 
A questão cobra o conhecimento do art. 42, § 4º. 
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros 
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o 
regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado 
na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência 
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, 
que justifiquem a excepcionalidade da concessão. 
 
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Assim, pelo exposto acima, a alternativa C está correta e é o gabarito da 
questão. 
GABARITO: C 
 
Questão - OAB/FGV - XVIII Exame de Ordem ± 2015 
Isabela e Matheus pretendem ingressar com ação judicial própria a fim de 
adotar a criança P., hoje com 4 anos, que está sob guarda de fato do casal 
desde quando tinha 1 ano de idade. Os pais biológicos do infante são 
conhecidos e não se opõem à referida adoção, até porque as famílias 
mantêm convívio em datas festivas, uma vez que Isabela e Matheus 
consideram importante que P. conheça sua matriz biológica e mantenha 
convivência com os membros de sua família originária. 
Partindo das diretrizes impostas pelo ECA e sua interpretação à luz da 
norma civilista aplicáveis à situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
A) Durante o processo de adoção, Isabela, que reside fora do país, pode, 
mediante procuração, constituir Matheus como seu mandatário com 
poderes especiais para representar sua esposa e ajuizar a ação como 
adoção conjunta. 
B) Dispensável a oitiva dos pais biológicos em audiência, desde que eles 
manifestem concordância com o pedido de adoção por escritura pública ou 
declaração de anuência com firma reconhecida. 
C) Concluído o processo de adoção com observância aos critérios de 
regularidade e legalidade, caso ocorra o evento da morte de Isabela e 
Matheus antes de P. atingir a maioridade civil, ainda assim não se 
reestabelecerá o poder familiar dos pais biológicos. 
D) A adoção é medida excepcional, que decorre de incompatibilidade de os 
pais biológicos cumprirem os deveres inerentes ao poder familiar, motivo 
pelo qual, mesmo os pais de P. sendo conhecidos, a oitiva deles no curso 
do processo é mera faculdade e pode ser dispensada. 
Comentários 
O assunto adoção é recorrente em provas da OAB. Não foi diferente neste 
XVIII, novamente a temática foi expressamente abordada em prova. Vamos 
analisar cada uma das alternativas. 
A alternativa A está incorreta, pois é vedada a adoção por procuração, 
conforme expressamente consta do art. 39, parágrafo único do ECA. 
A alternativa B e D também estão incorretas, pois, conforme dispõe o art. 
161, §4º, do ECA, a oitiva dos pais é obrigatória sempre que eles forem 
identificados e estiverem em local conhecido. 
A alternativa C é a correta e o gabarito da questão. De acordo com o art. 
39, §1º, do ECA a adoção é medida excepcional e irretratável, de modo que 
a morte dos pais adotivos não tem o condão de restabelecer o vínculo de 
origem. 
No XX Exame também foi cobrada uma questão sobre o assunto: 
 
 
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7 - ADOÇÃO INTERNACIONAL 
A peculiaridade da adoção internacional reside no deslocamento da 
criança ou do adolescente do país de origem para um país de 
acolhida. 
De acordo com o ECA: 
 
Nesse assunto o ECA incorporou as normas da Convenção de Haia de 
Proteção à Criança e Cooperação à Adoção Internacional. Uma das 
principais regras diz respeito à cooperação internacional para a adoção, a 
fim de evitar o tráfico internacional de crianças. 
No Brasil, admite-se que cada Estado-membro tenha a sua 
autoridade central em matéria de adoção internacional. Há uma 
autoridade central federal, representada pela Secretaria Especial de Direitos 
Humanos, ligado à Presidência da República, bem como autoridades 
estaduais, representadas pelas Comissões de Adoção Internacional. 
Todo o procedimento de adoção internacional passa pelas comissões 
estaduais. Á autoridade central é conferida a atribuição de zelar pelo 
cumprimento das normas internas e da Convenção de Haia, bem como 
zelar pelos direitos relativos ao superior interesse das crianças. 
Assim, quem tiver interesse na adoção internacional, deverá procurar a 
autoridade do país de acolhida e comprovar que se encontra em condições 
de adotar, segundo as normas do seu país. Notem que o procedimento 
prévio de habitação para a adoção ocorrerá no país de origem dos 
adotantes, desde que observarão as prescrições da Convenção de Haia. 
Esse processe será encaminhado ao país de onde se pretende adotar. A 
autoridade competente verificará se há alguma criança em condição de 
adoção e, caso haja, encontre, procederá à verificação das condições do 
pretenso adotante. 
Preenchidos os requisitos para a adoção, será confeccionado laudo de 
habilitação que, por sua vez, é requisito à petição inicial de adoção. A fase 
judicial inicia-se com a apresentação dessa petição inicial que deve, 
necessariamente, conter o laudo de habilitação. 
Registre-se que o adotado não perde a condição de brasileiro, assim, 
a adoção internacional não é causa de perda da nacionalidade. 
Fases da adoção internacional: 
ADOÇÃO INTERNACIONAL 
aquela na qual a pessoa ou 
casal postulante é residente ou 
domiciliado fora do Brasil
 
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Questão - OAB/FGV - VI Exame de Ordem ± 2012 
Um famoso casal de artistas residente e domiciliado nos Estados Unidos, 
em viagem ao Brasil para o lançamento do seu mais novo filme, se encantou 
por Caio, de 4 anos, a quem pretende adotar. Caio teve sua filiação 
reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após uma longa 
conversa com o casal, concluiu que o melhor para o filho era ser adotado,tendo em vista que o famoso casal possuía condições infinitamente 
melhores de bem criar e educar Caio. Além disso, Isabel ficou convencida 
do amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu pelo menino. 
Ante a situação hipotética, é correto afirmar que 
a) a adoção só é concedida quando for impossível manter a criança ou o 
adolescente em sua família, razão pela qual o consentimento de Isabel é 
irrelevante para a apreciação do pedido do famoso casal, que será deferido 
caso represente o melhor interesse de Caio. 
b) independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o famoso 
casal terá prioridade na adoção de Caio, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de colocação de Caio em uma família brasileira. 
c) tendo em vista o consentimento da mãe de Caio, o famoso casal terá 
prioridade em sua adoção em face de outros casais já previamente inscritos 
nos cadastros de interessados na adoção, mantidos pela Justiça da Infância 
e da Juventude. 
d) a adoção internacional é medida excepcional; entretanto, em virtude do 
consentimento de Isabel para a adoção de seu filho pelo famoso casal, este 
só não terá prioridade se houver casal de brasileiro, residente no Brasil, 
habilitado para a adoção. 
Comentários 
A questão trata da adoção por pessoa ou casal internacional. Aqui pouco 
importa se o casal é famoso ou não. 
A adoção internacional é medida excepcional e somente será efetuada se 
não houver uma família brasileira adequada. Assim, a alternativa D está 
correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 51, § 1º. 
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou 
casal postulante é residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto 
no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à 
Fases da adoção 
internacional
Habilitação perante as 
autoridades centrais
Processo Judicial perante a 
Vara da Infância e 
Juventude
 
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Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, 
aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e 
promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999 
§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou 
domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: 
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso 
concreto; 
 II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança 
ou adolescente em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros 
mencionados no art. 50 desta Lei; 
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, 
por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra 
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe 
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. 
GABARITO: D 
Esse assunto foi objeto de cobrança no XX Exame de Ordem: 
Questão ± OAB/FGV ± XX Exame de Ordem - 2016 
Casal de brasileiros, domiciliado na Itália, passa regularmente férias duas 
vezes por ano no Brasil. Nas férias de dezembro, o casal visitou uma 
entidade de acolhimento institucional na cidade do Rio de Janeiro, 
encantando-se com Ana, criança de oito anos de idade, já disponível nos 
cadastros de habilitação para adoção nacional e internacional. Almejando 
adotar Ana, consultam advogado especialista em infância e juventude. 
Assinale a opção que apresenta a orientação jurídica correta pertinente ao 
caso 
A) Ingressar com pedido de habilitação para adoção junto à Autoridade 
Central Estadual, pois são brasileiros e permanecem, duas vezes por ano, 
em território nacional. 
B) Ingressar com pedido de habilitação para adoção no Juízo da Infância e 
da Juventude e, após a habilitação, ajuizar ação de adoção. 
C) Ajuizar ação de adoção requerendo, liminarmente, a guarda provisória 
da criança. 
D) Ingressar com pedido de habilitação junto à Autoridade Central do país 
de acolhida, para que esta, após a habilitação do casal, envie um relatório 
para a Autoridade Central Estadual e para a Autoridade Central Federal 
Brasileira, a fim de que obtenham o laudo de habilitação à adoção 
internacional. 
Comentários 
Para responder à questão você deve conhecer o art. 52 do ECA: 
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 
165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: 
I ± a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou 
adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção 
perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país 
 
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de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência 
habitual; 
II ± se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os 
solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que 
contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e 
adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e 
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para 
assumir uma adoção internacional; 
III ± a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à 
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal 
%UDVLOHLUD���«� 
Portanto, a alternativa D é a correta e gabarito da questão! 
Gabarito: D. 
Com isso, encerramos a aula de hoje! 
8 - LISTA DE QUESTÕES DE AULA 
Questão - OAB/FGV - XVII Exame de Ordem - 2015 
Um conselheiro tutelar, ao passar por um parquinho, observa Ana corrigindo 
o filho, João, por ele não permitir que os amigos brinquem com o seu 
patinete. Para tanto, a genitora grita, puxa o cabelo e dá beliscões no 
infante, na presença das outras crianças e mães, que assistem a tudo 
assustadas. 
Assinale a opção que indica o procedimento correto do Conselheiro Tutelar. 
a) Requisitar a Polícia Militar para conduzir Ana à Delegacia de Polícia e, 
após a atuação policial, dar o caso por encerrado. 
b) Não intervir, já que Ana está exercendo o seu poder de correção, 
decorrência do atributo do poder familiar. 
c) Intervir imediatamente, orientando Ana para que não corrija o filho dessa 
forma, e analisar se não seria recomendável a aplicação de uma das 
medidas previstas no ECA. 
d) Apenas colher elementos para ingressar em Juízo com uma 
representação administrativa por descumprimento dos deveres inerentes 
ao poder familiar. 
Gabarito: C 
 
Questão - OAB/FGV - VII Exame de Ordem ± 2012 
Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 
1990, consagra a doutrina da proteção integral da criança e do 
adolescente, assegurando-lhes direitos fundamentais, entre os quais o 
direito à educação. Igualmente, é-lhes franqueado o acesso à cultura, ao 
esporte e ao lazer, preparando-os para o exercício da cidadania e 
qualificação para o trabalho, fornecendo-lhes elementos para seu pleno 
desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com as 
disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto 
afirmar que 
 
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a) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados 
por seus educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, 
uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais 
superiores,

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